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Guias e Dicas
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Administração na primeira metade do século XX, Manuais, Projetos, Pesquisas de Engenharia Química

Administração na primeira metade do século XX - Capítulo 2 do livro "História da Administração" (Rebouças)

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2013

Compartilhado em 15/04/2013

veronica-12
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4.9

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Baixe Administração na primeira metade do século XX e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Engenharia Química, somente na Docsity! 2 Ê Administração na primeira metade do século XX “A história é um romance que aconteceu: 9 romance é a história que poderia ter acontecido.” Jules Goncourt 2.1 Introdução Neste capírulo, a “conversa” vai se modificar um pouco, pois à primeira metade do século XX representa o período em que à administração - como afgo estruturado - começa a surgir e a se consolidar de maneira efetiva. O estudo da história da administração se toma mais lógico e entendível nesse pe- riodo, pelo simples fato de que os idealizadores de cada assunto de administração são perfeitamente identificáveis e, portanto, é possível entender — em significativa parte dos casos - os seus comportamentos. expectativas e análises realizadas. Naturalmente, ainda existem dúvidas a respeito de determinados eventos é, prin- cipalmente, de alguns estudiosos da administração, especificamente quanto « tudo que foi designado como “contribuição única” de uma pessoa, pois, na realidade, esse assunto só deve ter se totnádo sucesso e aceito pelas empresas após a contribuição evolutiva de vários estudiosos da administração. Essa questão será melhor entendida pela leitura e análise dos Capítulos 3 e 4. Entretanto, isso não é algo importante neste momento, pois o autor deste livro foi suficientemente “provocativo” para o leitar tomar suas próprias conclusões. E lembre-se o léitor é a razão de ser da história da administração, em sua versão verdadeira! Ao final da leitura deste capítulo, o leitor poderá responder a duas importantes questões: = Quais os acontecimentos da administração, retativos às escolas e teorias e is funções da administração e das empresas que se iniciatam e evoluíram na primeira metade do século XX? » Quais as principais críticas que ocorreram a esses estudos e como a maior parte destes eventos se consolidou ao longo do tempo? 2.2 Principais eventos da administração que surgiram neste período Assim como na seção 1.5, O autor teve determinadas dificuldades para fazer um cerligação de alguns eventos da época com o inicio do surgimento da administração. e na seção 4.4 a dificuldade maior foi de estabelecer futuros novas eventos na adminis tração, sendo inquestionável que nas seções 2.2, 3.2 e 4.2 ocorreu interessante nã fncilidade, pois os eventos da administração estão melhor identificados e analisador: correspondendo ao período do início do século XX até os dias atumis a E i IP É 64. tlistona da Administração + Rebouças dificultando q entendimento por parte dos leitores, impossibilitando, inclusive, a sua memorização. Essas duas situações são respeitadas em todas as escolas e teorias da administra- ção apresentadas neste livro. Com referência ay principal idealizador da Teoria da Admi- nistração Cientifica, não existe qualquer dúvida de que este foi Frederick Taylor. Taylor nasceu em 1856, na Pensilvânia (EUA), e começou a estudar na Escola de Direito de Harvard, mas nunca demonstrou qualquer vontade de trabalhar como advogado, continuando a tra- dição familiar. Não se sabe a real razão - pode ter sido para confrontar a reali- TE Tato dade familiar que era rica ou pode ter sido por problemas na visão, possivelmente causados pelo excesso de leitura - pela qual Taylor gnveredou para à atuação profissional como operário de tábrica e, durante quatro anos, foi torneiro mecânico em tima fábricá de bombas hidráulicas de um conhecido de seu pai, onde ele começou u constatar vários vícios de má administração - na opi aião dele —, tais como inexistência de orientações téenicas para os operários, talta de cantroles e-sérias divergências entre os operários e os gerentes da fábrica. Ele resolveu se demitir desta fábrica e, duranre 12 anos, trabalhou numa usina siderúrgica, cujos proprietários não tinham ligação com sua família. Nessa usina - Mnd- vale Steel -, ele começou a trabalhar em 1878 como operário e. concomitantemente. retornou a seus estudos, preferindo a engenharia, tanto que, nos últimos sete anos na referida empresa, ele-ocupou o cargo de engenheiro -chefe. Foi nésse periodo que ele externou toda a sua criatividade e iniciativa, pois teve a oportunidade de patentear várias invenções focadas no processo produtivo, bem como observou e estudou diveisos aspectos administrativos, como a análise das consequên- cias de situações de má administração, rais como a faita de definição de responsabili- dades dos operários é dos gerentes, a não cobrança de resultados, o excesso de achismo na administração, a ocorrência de conflitos generalizados, a falta de capacitação pro- fissional, a falta de incentivos para o cumprimento de restiltados esperados Em seguida, ele trabalhou, durante quatro anos, em uma grande fábrica de papel, transferindo-se, a seguir, para uma grande siderúrgica - Bethlehem Steel -, cujo prin. cipal acionista era Joseph Wharton. que, em 1881, fundou a Escola Wharton, à pri meira escola de administração dos Estados Unidos da América (ver seções 1.28 4,7 1]. Paralolamente aos seus trabalhos na Eethlehem Steel, Taylor realizava alguns tra- balhos de consultoria e consolidou os primeiros documentos que deram origem à Teo- tia da Administração Cientifica Nos últimos 15 anos de sua vida - de 1901 a 1915 -, ele voltou a morar em s cidade natal - Filadélfia - é trabalhou, junco a elguns colaboradores. na divulgação dos principios da administração científica, bem como fundou, em 1910, Sociedade para Administração na Primeira Matade da Século XX 65 a Promoção da Administração Cienrifica, a qual, quando da morte de Taylor, em 1915, passou a ser denominada Sociedade Taylor. Na realidade, Taylor teve o mérito complementar de ser 0 primeiro grande estu- dioso — e consolidador estruturado - de ensinamentos - e questionamentos — da admi- nistração das empresas; embora essa afirmação seja questionada por alguns autores, como Wren (2007a, p. 183), para o qual esse mérito é de Adam Smith e principal. mente, de Charles Babbage. De qualquer forma, em todo livro de história sempre cxisre um pouco de polêmica, para “incrementar” o debate entre os leitores. Com referência a outros estudiosos e idealizadores da Teoria da Administração Cientifica, tem-se: Henry Gantt, Frank Gilbreth, Harrington Emersou, Mor- ris Cooke, Hugo Múnsterberg, Henry Ford e Carl Barth. Salienta-se que as contribuições desses outros estudiosos da administração são apresentadas, de forma separada e específica, nas funções da administração — ver se- ção 2.2.2 - e nas funções das empresas (ver seção 2.2.3). Analisando-se os resultados dos diversas estudos decorrentes da Teoria da Ad- ministração Científica, podem ser consideradas as seguintes contribuições para o desenvolvimento e consolidação da administração de empresas: à Comrribuição ditera para à maior eficiência nos processos produtivos, in- cluindo a redução dos custos de produção. Isso porque seu principal idea- lizador, Frederick Taylor, considerava que a administração das empresas de- veria se basear na divisão do crabalho e na decorrente especialização, na existência de supervisores que acompanhtassem os trabalhos de cada área, na padronização de ferramentas e instrumentos de trabalho, na ideia de tarefa associada à prêmios pela sua execução adequada, tudo isso facilitado pelo estabelecimento de rotinas de trabalho, bem como de cálculos básicos para determinação dos custos de produção das empresas. Esses aspectos ti- veram forte contribuição para as funções organização — ver seção 2.2.2.2 - e prodaição (ver seção 2.2.3.2); e o leitor pode correlacionar esses estudos ao embrião de algumas Funções atuais nas empresas, tais como os analistas de organização e métodos, é também de tempos e métodos. ) Não implicou, nã maior parte das vezes, em maior carga horária e, muito menos, em piores condições de trabalho. Essa realidade foi demonstrada ao Jongo do tempo pela aplicação dos ensinamentos de Taylor em empresas diversas, sendo que verificou-se que, quanto mais os ensinamentos de Taylor eram aplicados na plenitude, e de maneira cortera, os benefícios para as empresas — e para os trabalhadores - se tornavam mais evidentes. Hi) Em um contexto mais amplo. contribuiu para à evolução das comunidades onde as fábricas se localizavam; isso porque surgia um processo interati- vo, em que as empresas produziam mais. podiam vender mais barato e as pessoas da comunidade ganhavam mais - trabalhadores das empresas — e, portanto, podiam comprar e gastar mais 66 História da Administração - Rebouças iv) Contribuição direta para a estruturação e a aplicação dos princípios da ad- ministração; lembrando que embora o estabelecimento dos princípios da administração tenha apresentado o inconveniente de ser uma camisa de for- ga na criatividade e no raciocínio administrativo, não se pode negar que propiciou condições para 9 início da estruturação e da aplicação adequada £ da administração pelas empresa Salienta-se que os princípios básicos da Tearia da Administração Científica corres- pondem a um processo, sequencial e interativo, com quarro aspectos: * estabelecimento de métodos científicos para à realização das tarefas por par- te dos trabalhadores das empresas, com o registro, em uma ficha, que ficava disponivel para fácil consulta pelos trabalhadores e que deveria conter os pro- cedimentos ideais de realizar as tarefas, os estudos de tempos e movimentos, além da explicação dos incentivos proporcionados, incluindo as remunera- ções extras par produtividade: * seleção e treinamento, com abordagem científica, dos trabalhadores que de- veriam realizar as rarefas de acordo com o método científico anteriormente estabelecido; : * supervisão e orientação dos trabalhos, utilizando abordagem científica, o que facilicava o processo de interação entre os superiores e os subordinados e, portanto, proporcionava maior garantia de que os trabalhos fossem realiza- dos de acordo com os métodos científicos estabelecidos; e * consolidação da divisão dos trabalhos entre os operários, pelas suas especiali- zações, a qual proporcionava à base de sustentação para a otimizada coopera- ção no processo de produção nas empresas e, neste contexto, os supervisores ficavam com a responsabilidade de planejar e de supervisionar a preparação dos trabalhos, bem coma de controlar a realização e os resultados apresenta- dos pelos operários das empresas. v) Contribuição para a estruturação dos objetivos a serem alcançados e dos resultados efetivos, o que evidenciava que, embora de maneira semiestrun:- rada, os objetivos - ver seção 2.2.2.1 - já eram, naquela época, estabelecidos e perseguidos ao longo de um período de tempo. É verdade que o primeiro mumento de apresentação dos objetivos, de forma estru- turada, ocorreu com a Teoria da Administração por Objetivos — ver item IH da seção 3.2.1 -, mas Harrington Emerson, já em 1912, se preocupava com os processos de seleção e de treinamento dos empregados das empresas, bem como com o embrião do estabelecimento de resultados - objetivos — a serem alcançados. Resumindo, em termos históricos, pade-se afirmar que a Teoria da Admihistra- ção Científica proporcionou a consolidação de três instrumentos administrativos para as empresas. Administração na Primeira Matade da Século xx 67 São eles: à) Estruturação da especialização dos trabalhos, a qual significa dividir as atividades desenvolvidas em um processo de trabalho e alocar os funcio- nários, com algum nível de treinamento. nessas atividades, de tal forma que a própria realização dos trabalhos vaí proporcionando melhoria na ex- periência prática dos trabalhos, ainda que tudo isto ocorra de uma forma mecanicista. ii) Análise da produção em massa, estudo desenvolvido principalmente por Henry Ford, que otimizou as linhas de montagem, mas manteve situações de miopia nas visões do processo produtivo, tais como a visão muito estreita da realidade dos indivíduos, sem os considerar na plenitude do ser humano; a visão da tarefa especializada por si só, sem a interação entre os diversos conhecimentos; e a visão incompleta da empresa, fato este que prejudicou o entendimento mais adequado da administração, inclusive por outras teorias subsequentes. iii) Estudo dos rempos e métodos, o qual. na prática, também foi consolidado pela atuação de Henry Ford na indústria automobilística, visando aumentar o nível da produtividade, menor imobilização de recursos financeiros no processo produtivo, bem como redução do rerrabalho. ou seja, refazer o que já foi feito. b) Teoria do Processo Administrativo. issa teoria da administração recebeu outros nomes, por razões diversas, o que provocou, inclusive, diferenças principalmente na amplitude dos assuntos abordâdos e, consequentemente, nas análises realizadas. obrigando este autor a ajustar as dife- remes amplicudes e aborda, ainda que de forma resumida, todos os estudos e análises que pedem ser atribuídas a esta teoria da administração. Os outros nomes para a Teoria do Processo Administrativo « Teoria Anatômica, isso porque procurou-se adequar a administração à reali- dade dos profissionais das empresas. Não se utilizou essa denominação por- que, na prática, todas as teorias da administração procuram interligar as suas propostas básicas com as atividades dos trabalhadores nas empresas; Teoria Administrativa, porque eta idendificou, pesquisou e analisou as funções da administração. Entretanto, por tazões óbvias de significado, não se utiliza essa denominação. que é genérica é abrangente a todas as teorias da admi- nistração: e 68 Itstéria da Administração + Achouças * Teoria do Enfoque Funcional, porque o enfoque básico dessa teoria são as fun- ções da administração. Entretanto, mais que identificar as funções da admi- aistração, a Teoria do Processo Administrativo alocou essas funções ao longo de um processo estruturado e de fácil entendimento. Outra razão é que esta teoria também identificou e analisou as funções das empresas. A contribuição da Teoria do Processo Administrativo em estruthrar - em suas ver- sões básicas iniciais - as funções da administração, bem como as funções das empresas foi um marco muito importante nos estudos das teorias da administração. Aliás, este livra utiliza esses dois grupos de funções em sua estrutura básica (ver seção 1.4). De uma maneira simplória, pode-se afirmar que a Teoria do Processo Administrativo co- meçou a colocar ordem na casa, Com certeza, o principal idealizador da Teoria do Prótosso Ad- ministrativo foi Henri Fayol (1841-1925), engenheiro francês, nascido em Constantinopla — atual Istambul - e falecido em Paris, que formou-se em engenharia de minas e teve dois períodos bem identificados em sua vida profissional. Primeiro ele foi administrador da mineradora « metalúrgica francesa Comambault, onde observou, idealizou e, principalmen- te, praticou vários conhecimentos administrativos, chegando à Gmicaror salvar a empresa da falência. O segundo período, que começou com Fayol já com 77 anos, foi caracterizado pelo detafhamento e. principalmente, pela divulgação de seus conhecimentos de administração, através do Centro de Estudos Administrativos. fundado por ele, o qual teve elevada influência na época, especificamente na administração militar, tendo a oportunidade de reatizar um trabalho de elevado impacto na marinha francesa. Ele pode ser considerado a primeiro estudioso que evidenciou a administração como algo global e integrador das diversas funções das empresas. Um ano após a morte de Fayol, o Centro de Estudos Administrativos se fundiu com & Conferência da Organização Francesa - de estudos administrativos baseados em Taylor - dando origem ao Comitê Nacional da Organização Francesa, que se tornou. durante um longo periodo de tempo. o principal centro de estudos e de divulgação dos conhecimentos da administração das empresas. Outros estudiosos e idealizadores da Teoria do Processo Administrativo foram: Oliver Sheldon, James Mooney, Alan Reiley, Lyndall Urwick, Edgard Brench e Luther Gulick A Teoria do Processo Administrativo foi bastante rica nas contribuições para a sus- tentação é a prática da administração pelas empresas e, de forma resumida podem ser consideradas três contribuições principais atribuídas a Fayol, conforme apresentadas na Figura 2. admunistração na Primeira Metade <u deu Funções que as empresas devem desempenhar ! Responsabilidades dos executivos das empresas | Princípios de administração das empresas Figura 2.2 | Funções, responsabilidades e princípios. o Pela Figura 2.2, verifica-se que Fayo! estabeleceu que toda e qualquer empresa deve ter um conjunto de funções, as quais fazem as ergpresas funcionarem de maneira adequada. Nesse contexto, essas funções orientam o estabelecimento de um conjun- to de responsabilidades dos executivos das empresas. E, para que os executivos das empresas possam realizar as suas responsabilidades adequadamente e as funções cus empresas sejam consolidadas na plenitude, é necessário que um conjunto de princípios de administração das empresas séja respeitado. A seguir, são apresentados comentários resumídos a respeito dais três contribu ções principais da Teoria do Processo Administrativo para a prática da administração pelas empresas. Com referência às funções que as empresas devem desempenhau Eaxot idenaifivou seis: récnica, comercial, financeira, segurança, contabilidade e administração. Cada uma dessas seis funções tem partes básicas, conforme apresentado na Figura 2.3: O |" Compras Po Fimanenaa i = Vendas "tocas | = Contação de estais, É financeiros * Agucação de faneeiros | - Prociuçõo - Operações É [E seguanç funções das empresas * Patamónio da empresa «4 xdaaço Contabilidade + Plangjamer = Estoques - Balanças ; + Comando + Gustos ! + Coordenação 74 tistória ds adromistração + Hebauças O conceito de burocracia, para Max Weber, era bem amplo, pois ele considerava que qualquer sociedade, empresa ou grupo, que sustente e oriente os seus atos em Jeis racionais, é uma burocracia; e, neste contexto amplo, ete afirmava que todas as empresas formais baseiam e orientam seus atos em leis, as quais as pessoas — e os fun- cionários das empresas - acreditam que foram elaboradas para o seu próprio bem, e não dos dirigentes das empresas, ou seja, a burocracia deve ser visualizada como uma manifestação natural de um processo geral de racionalização das atividades. Outro aspecto é que as pessoas, em geral, aceitam, com naturalidade, que afgumas pessoas privilegiadas sejam as representantes da autoridade proporcionada pelas leis; siruação em que se enquadram os gerentes das empresas, os prefeitos das cidades, os juízes da jurisdição, os policiais da cidade; e, para que estas pessoas privilegiadas pos- sam ter 2 responsabilidade de fazer os outros cumprir as leis, é necessário que tenham a autoridade para tal. Como sustentação a essa situação, Max Weber considerava que o tipo ideal de burocracia das empresas apresenta três características específicas e complementares entre si: o * formalidade, que estabelece que a burocracia é aigo formal, baseado em nor- mas e leis, as quais devem sustentar as decisões tomadas, principalmente por critérios impessoais; * impessoalidade, que estabelece que a burocracia é algo impessoal. em que os cargos são mais importantes do que as pessoas que os ocupam, sendo que as pessoas, uma vez nos cargos, simplesmente cumprem as lei * profissionalismo, que estabelece que a burocracia é algo com forte abordagem profissional e que funciona, na prática, comio fator de sobrevivência das pes- soas nas empresas. Outros estudiosos e idealizadores da Teoria da Euirocracia, cujas contribuições es- “ão alocadas nas funções da administração - ver seção 2.2:2 — e funções das empresas — ver seção 2.2.3 — foram Philip Seiznick, Robert Merton, Alisa Gray, Barbara Hockey, Hanan Selvin (1922-1989), Alvin Gouldner (1920-1980), Peter Blau, Robert Michels e Amitai Etzioni. O leitor também pode considerar Arthur Stin- chcombe (1933- ), que evidenciou, em 1965, um interessante estudo mostrando à interação evolutiva entre a teoria burocrática e a mecanização e revolução industrial. Essa questão de se alocar os autores em teorias específicas deve ser analisada com telativo cuidado, pois, por exemplo, Amitai Etzioni também pode ser - e foi, neste livro - alocado como idealizador da Teoria Estruturalista, pois esse autor foi um dos Brincipais - ou o principal - idealizador dessa teoria. Essa Nexibilidade de alocação dos autores é interessante, e referenda o contexto de interligação entre os assuntos administrativos ao longa da evolução da história da administração Quanto às principais contribuições da Teoria da Burocracia paca a prática da adminiscração nas empresas, podem ser consideradas: Administração na Premeira Metade do Século “x 75 à Definição dos níveis de autoridade decisória e de mando, sendo que a Teoria da Burocracia dividiu a estrutura hierárquica em três cíveis, conforme apre- sentado na Figura 2.4: Níveis da estrutura hierárquica. Essa divisão da estrutura hierárquica nos níveis executivo, burocrata e operacio- nal serviu para dar uma ajeitada gerat as empresas, mas perdeu a casão de ser com o surgimento de outras formas de divisão da estrutura hierárquica, principalmente baseada nos níveis da administração --ver item VII da seção 1.3 - e compl ementa a pelos níveis dafunção planejamento -- estratégico, tático e operacional — conforme apresentado na seção 3.2.2.1. ii) interação entre as atividades/hierarquia versus competência/ conhecimento. E, nesse caso, a Teocia da Burocracia soube trabalhar com a questão das atividades — responsailidades e autoridades dos profissionais que ocupam os cargos nas empresas - juntamentê com a hierarquia - correlacionada a determinados cargos, de acordo com seu poder de mando é sua temunera- ção - de um lado; e, do outro lado, a competência profissional - de acordo com as exigências de cada cargo - junto com o conhecimento técnico - res- peitando as regras que determinam o desempenho do cargo. Exa situação corresponde aos quatro princípios da Teoria da Burocracia, a saber: ativida- des, hierarquia, competência e conhecimento. Na prática, esses quarro princípios tiveram uma forte evolução com a consolidação da administração do conhecimento, cujos estudos foram eferivados pela Teoria da Ex- celência Administrativa - ver item TV da seção 3.2.1 -, pois o princípio baseado no ní- vel de conhecimento dos profissionais das empresas foi comprovado como o de maior sustentação para o início do aprimoramento dos resultados das empresas, nauralmen- te complementado pela competência e pela atuação profissional de cada indivíduo. 76 Hinócia da Adiminisiração « Rebouças admininação na Primeira Metrde do Sicuto 4X 77 ili) Maior análise de questões correlacionadas à estruturação das empresas, com a Teoria da Burocracia colocando em debate alguns aspectos de elevada im- portância, tais como a formalização dos procedimentos, descrição dos car- gos, políticas, regulamentos etc. a especialização das atividades realizadas nas empresas, resultando em concentrações de especialidades e conhecimen- tos; a padronização das atividades uniformes das empresas; a centralização, na alta administração das empresas, do processo e do poder de decisão. . iniciada em 1964, sendo liderada por Amitai Etzioni; e * Teoria Estcucuralist + Teoria do Desenvolvimento Organizacional, que se consolidou em 1969, por estudos de Richard Beckhard e, também, de Warren Bennis. Alguns aurores preferem utilizar o nome de Escola Neoelássica. pois corresponde, em uma análise mais restrita, a uma simples evolução dos estudos apresentados pela Escola Clássica - ver item 1 - com o que este autor não concorda, pois a abordagem básica e à amplitude de análise das duas escolas da administração são diferentes ou, no máximo, complementares, caracterizando momentos especificos na evolução da história da administração. A Teoria da Burocracia proporcionou a consolidação de alguns instrumentos administrativos para as empresas, tais como: ) Estruturação formal das empresas, mas lembrando, que, no momento de maior evidência da Teoria da Burocracia - década de 1920 -, se forralece- ram debates de extremos, tais como: De forma resumida, as principais razões que contribuíram diretamente para o sur- gimento da Escola Humanista são: 1) Criticas à Escola Clássica, acrescidas de estudos resultantes da sociologia e da psicologia. [so porque, com base em críticas às duas teorias integrantes da Escola Clássica — ver item [ - o sociólogo Chester Barnard efetuou, dois anos após a grande depressão de 1929 nos EUA, estudos questionando a elevada ênfase direcionada à necessidade de produrividade « qualquer preço. bem como realizou análise da influência dos sindicatos que lutavam por maior justiça e condições de trabalho nas empresas, sendo que a estes estudos se juntaram, ao longo do tempo, Mary Parker Follett « Elton Mayo com estudos de psicologia industrial e da teoria do comportamento humano nas empresas. Adequação da estruturação organizacional às necessidades dos negócios e das equipes de irabalho das empresas, sendo que esta situação foi principal- mente consolidada pela Teoria Estruturalista e se eferivou com as contribui ções das outras três teorias da Escola Humanista. + de um lado, a estruturação organizacional mecanicista, considerada ideal para situações mais estáveis das empresas e, neste caso, todos os principios e orientações da Teoria da Burocracia podem ser aplicados na plenitude; e * de outro lado, a estrurucação organizacional orgânica, considerada ideal para situações mais instáveis das empresas e, neste caso, os princípios.e orientações da Teoria da Burocracia não podem ser aplicados adequada- mente, pois a flexibilidade organizacional corre solta, as tarefas e ativida- des são constantemente redefinidas e, portanto. os organogramas chegam a perder sua finalidade básica. ii) Estudo da autoridade hierárquica. Autoridade hierárquica é à que segue as linhas da estrutura hierárquica das empresas. iii) Consolidação das equipes multidisciplinares de trabalho, lembrando que esta situação começou a se consolidar em 1920, com base em estudos reali- zados por Mary Parker Fallett (1568-1933). Talvez esses estudos tenham sido influenciados por Johann fichte (1762-1814), o qual defendia que a liberdade de um indivíduo devia se subordinar à vontade do grupo ao qual este indivíduo pertence. -, Junto com à autoridade hierárquica, devem ser consideradas as questões de quan- tídade de poder e de qualidade de persuasão. Poder não é autoridade, mas inclui 0 controle de uma situação. quer seja por ameaças, coações ou manipulações. iv) Estudos da influência do nivel motivacional na qualidade da administração. sendo que os primeiros estudos da motivação também foram realizados por Mary Parker Follett a partir da análise dos valores individuais e sociui: considerando tanto as empresas. como a comunidade onde as pessoas vivem. Persuasão é a capacidade e habilidade de uma pessoa em influenciar a aruação e, aré, a decisão de outra pessoa. HI - Quanto à Escola Humanista A seguir, são apresentados os principais aspectos da história de cada uma das quatro teorias da Escola Humanista da Administração, evidenciando-se que à Tearia Estuturalista está alocada no Capítulo 3. No casa específico da Teoria do Desenval- vimento Organizacional, embora ela tenha, efetivamente, se consolidado na segunda metade da século XX, este autor preferiu alocar seus aspectos básicos neste capítulo, não no Capítulo 3, pelo simples fato de que os principais estudos de sua sustentação + A Escola Humanista é constituída de quatro teorias, a saber: * Tearia das Relações Humanas, iniciada em 1932, liderada por Elton Mayo: * Teoria Comportamenralista, iniciada em 1947, coordenada por Herbert Si- mon: 78 sistória da adeinsitração + Rebouças originaram na primeira metade do século XX. Mas nada impede que o leitor, com seu senso crítico, transfira a referida teoria para o Capítulo 3. São eles: a) Teoria das Relações Humanas. Essa teoria, que se consolidou a partir de 1932, propiciou que os psicólogos fo. meçassem a ter forte influência nos assuncos administrativos das empresas. Como de- corrência, surgiu o movimento baseado na psicologia industria! ou empresarial, que se consolidou na Teoria Comportamentalista (ver item “b” nesta seção). ' De forma resumida, pode-se considerar que a abordagem da Teoria das Relações Humanas era que todo e qualquer trabalhador das empresas exerce influência no com- portamento empresarial e, por consequência, influencia a qualidade do processo de- cisório e, portanto, o nivel de produtividade das empresas; e esta situação pode ser visualizada na Figura 2.5: Processo decisório Comportamento empresarial Produtividade Pontôs de influência Figura 2.5 [Abordagem da teoria das relações humanas. | A abordagem apresentada na Figura 2.5 pode ser considerada inquestionável; entrecanto, o problema era a identificação de como essas interligações é influências ocorriam na plenitude, o que foi explicado apenas pelo conjunto das quacro teorias inerentes à Escola Humanista. Nesse contexto, sempre se deve considerar que, ao se abordar a questão das pessoas que trabalham nas empresas, é necessário aplicar todos os ensinamentos proporcionados pelas quairo teorias decorrentes da Escola Huma- nista; ou seja, o desenvolvimento da história da administração é sempre efetivado de forma interligada encre os seus diversos eventos. O problema é que essa questão só foi efetivamente debatida na administração em meados da década de 1960. Com certeza, o principal idealizador da Teoria de Relações Hu- manas foi Elton Mayo (1880-1949), sendo que o local dos estu- dos e experiências realizados por efe, no periodo de 1924 a 1932, foi a Westem Electric Company, localizada em Chicago, no bairro de Hawthorne, que deu o nome para esta pesquisa. Elton Mayo era um psicólogo e cientista social australiano, nas- cido 'em Adelaide, que foi, durante muitas anos, professor e diretor da Centro de Pesquisas Sociais da Harvard School of Business Ad- ministration e marcou, efetivamente, o início da Teoria das Rela- 79 ma Metade du Sérul administração na Pr ções Humanas em 1933, com o livro Problemas humanos de uma civilização industmal, o qual consolidou uma série de palestras e debates que vinha realizando hã um ano. Elton Mayo realizou importantes estudos em algumas outras empresas, tais coma: « em uma fábrica de tecidos, na qual conseguiu aumentar a produtividade dos funcionários com períodos de descanso ao longo do dia, mas, principalmente. com a participação dos funcionários na decisão da melhor momento dos pe riodos de descanso; + em três merafúrgicas, nas quais constatou que a existência de chefes atencin- sos e pacientes melhoravam o ambiente de trabalho e 0 nível de produtivida- de dos funcionários: e + em uma fábrica de aviões, na qual verificou que à existência de espuriro ate equipe no ambiente de trabalho reduz o nível de absenteismo e de rotarivida de dos funcionários das empresas. Entretanto, o estudo mais importante de Elton Mayo foi o realizado em Chicago é que ficou conhecido mundialmente como a “experiência de Hawtitorne”, a qual toi dividida em quatro fases, com resultados específicos, mas acumulativos, as quis são apresentadas, de forma resumida, a seguir: Fase 1: Escudo do sistema de iluminação (1924-1927) i) Experiência: foram analisados dois grupos de operários para realizar as mes mas tarefas, sendo que a Grupo 1 trabalhou com variação do nível de uni nação, e o Grupo II trabalhou sob iluminação com intensidade constanis: ii) Conclusão: os operários reagiam à intensidade da iluminação de acordo com suas realidades pessoais, é não diretamente pela variação da iluminação Fase 2; Estudo do grupo de montagem de relés (1927-1928) à) Experiência: foram insroduzidas mudanças nas condições de trabalho de sum grupo de seis operárias da montagém de relés, tais como redução do horário de trabalho, períodos de descanso, lanches. Conclusão: aléra de aumentar à produtividade — que era o assunto ; do =, ocorretam outros cesultados, tais como a melhoria do relacionam e do ambiente de trabalho, o aprimoramento do trabalho em equipe, bem: como o desenvolvimento de lideranças. lisa ii) Fase 3: Estudo do programa de entrevistas (1928-1930) à) Experiência: foi entrevistada mais da metade de um universo de 40.618 um pregados de empresas diversas, para conhecer suas opiniões. sentimentos « atitudes perante os trabalhos que efes realizavam Conclusão: fai constatada a existência, com forte atuação, de geupis int mais de empregados. nos quais fluíam, com intensidade, questões 6 de, afinidades pessoais, lideranças. 84 Hinória da Adminisçação + Rebouças À principal razão de Herbert Simon ter sido alocado na Teoria Comportamen- “alista é que ele teve uma forte abordagem sociológica em seus estudos, tais como Chester Barnard e Philip Selznick. Já Elton Mayo e Chris Argyris, bem como Amitai Etzloni, que é citado como o principal idealizador da Teoria Estrutu- falista — ver item I da seção 3.2.1., apresentaram elevada abordagem psicológica em seus estudos da administração das empresas. Herbert Simon (1916-2001) nasceu em Milwaukee, Wis- consin — EUA, filho de um engenheiro eletricista e inventor e de uma pianista, ambos alemães que moravam na cidade de Colônia. Em seu estudos e experiências, Simon utilizou resultados de análises efetuadas por Taylor e por Luther Gulick, da Escola Clássica - estudioso da ciência e dos elementos da administração, Junto com Lyadall Urwiek -, chegando, em 1960, a interagir com a Teoria de Sistemas ver item IV —, através de seu livro A nova ciência da decisão administrativa. Entretanto, parece que os estudos de Simon receberam forte influência de Chester Bar- nard (1886-1961), cujos principais trabalhos focaram a análise lógica da estrutura de funcionamento das empresas e a aplicação de conceitos sociológicas na administração. Hammer Siam Simon também contribui bastante para a análise do processo decisório nas em- presas. Inclusive, ele tinha um lema: “administrar é sinônimo de tomar decisões”, Ele consolidou esse seu pensamento na tese de dotitorado defendida na Universidade de Chicago. Os estudos da anátise decisória nas empresas foram facilitados para Simon, pois ele também foi profundo conhecedor da matemática e da econometria. Parece que o ponto de ruptura na vida de Simon ocorreu por influência de seu tia, por parte de mãe, chamado Harald Merkel, um profundo estudioso de economia, ue mostrou para Simon que o comportamento humano podia ser estudado cientifica. mente, o que fez Simon se direcionar para as ciências sociais. Como a Teoria Comportamentatista surgiu no final da primeira metade do século X&, não deu tempo de outros estudiosos apresentarem seustrabalhos, o que só ocorreu a partir da segunda metade do século XX (ver Capítulo 3). A seguir, são apresentadas as principais contribuições da Teoria Comporta mentalista para a prática da administração e, portanto, são de elevada importância no estudo da história da administração É importante se evidenciar, mais uma vez, que alguns desses assuntos podem se repetir quando da apresentação de outras teorias da administração: mas essa situação deve ser considerada normal, pois representa, apenas, ajustes e aprimoramentos mais fortes nos referidos assuntos administrativos. Estas contribuições são: à) Desenvolvimento da psicologia empresarial, sendo que estes estudos, que se consolidam no final da década de 1930, no início eram denominados de psicologia industrial e depois também foi chamada de psicologia adminis dlva e psicologia organizacional. Adminisação na Primeira Masade do Seculo xx 85 Os primeiros estudos, datados de meados de 1910, foram realizados por Hugo Múnsterberg, com foco no processo de seleção, treinamento e alocação das pessoas nas atividades pelas empresas. Aproximadamente 20 anos depois, a abordagem da psicologia nas empresas teve uma amplitude maior e começou a se preocupar tom o processo ao longo de oito atividades nas empresas: seleção, treinamento, al cação nas atividades, supervisão. comunicação, liderança, relacionamento humano c nivel de satisfação - pessoal e profissiona! — no trabalho. Ao se aproximar da década de 1950, os estudos da ciência do comportamento humano ampliaram, estruturaram e facilitaram a disseminação dos ensinamenves da psicologia organizacional - ou industrial ou empresarial ou administrativa - pelas em- presas em geral. º Em termos históricos, deve-se lembrar que Hugo Múnsterc berg (1863-1916) nasceu na Alemanha e estabeleceu a sustenta- ção e a aplicação da psicologia industrial na administração cientifi- ca, tanto que seus estudos se baseavam nãs abordagens de Taylor, mas focando aspectos fundamentais no contexto da psicologia: os melhores profissionais. trabalhos e resultados, bem como a intera- ção otimizada entre o trabalho e o trabalhador Ele também aplicou os seus estudos no cinema, analisando como os filmes produzem “efeitos mensais”, nos que fazem e nos que assistem aos filmes. hugo Minstacberga ii) Movimento direcionado à qualidade de vida no trabalho, salientando-se que, embora, até os dias atuais os feitores deste livro, periodicamente, ficam sabendo de aberrações er questão de qualidade de vida no trabalho, tais como as situações de trabalho esciavo que ocorrem em algumas cegiões do Brasil, inclusive envolvendo nomes de conhecidos pseudoempresários, este assunto está sendo debatido, com maior ou menor intensidade e responsa- bitidade, desde meados de 1910. Essa situação se estendeu até 1973, quando Norman Bradhuen coordenou um amplo estudo envolvendo realidades de quarro países, em que não se abordou, espec ficamente, a questão da qualidade de vida no trabalho, mas ela pade ser considerada como resultante da satisfação no trabalho e do desenvolvimento do comportamento, atitudes e expecrativas das pessoas que trabalham nas empresas. Estudos complementares realizados logo depois mostraram que a qualidade de vida no irabalho sofre forte influência «e dois fatores: + nível de saxisfação que as pessoas têm quanto aos trabalhos realizados, corre- acionado à contrapartida dos retornos financeiros recebidos (situação relari- vamente fácil de ser identificada e avaliada); e + nível de satisfação e de autortealização pessoal e profissional quanto à pró. pria consolidação das suas arividades, ou seja, o trabalho em si (situação mais difícil e subjetiva de ser identificada e avaliada) 86 História da Adminiteração + Rebouças De qualquer forma, a administração ainda tem mui a m mui : dade de vida no trabalho. ito a aprender quanto à quali iii) Estudos focados na dinâmica de grupo, consolidados a partir do início da dé- cada de 1930 com base em estudos realizados pelo psicólogo alemão Kurt Lewin, que considerava os grupos de pessoas como um conjunto interativo de percepções, ações e sentimefitos. - George Homans (1910-1989), em 1950, também contribuiu para os estudos da dinâmica de grupos, em que foram comparados cinco grupos em diferentes contextos sociais vivendo em regiões do mundo completamente diversas entre si. Ele chegou à conclusão de que os grupos precisam de normas de conduta para que exista equilíbrio social, solidariedade e coesão entre os seus membros, bem como interação otimizada com os fatores do ambiente externo de atuação do grupo. O psicólogo social norte-americano Rensis Likert, em 1961, analisou a atuação dos grupos em relação às atividades realizadas e ao nível de produtividade consegui do, visando aumentar o desempenho global das empresas. Ele verificou que os níveis de lealdade e de coesão dos membros do grupo, não necessariamente, conduzem à maior produtividade; mas é importante que o grupo tenha seus próprios padrões de conduta, para evitar conflitos e competição interna entre os membros do grupo. Rensis Likert (1903-1981) foi um dos maiores conhecedo- tes dos estilos de administração, tendo realizado várias consulio- tias em empresas. Ele fez mestrado na Universidade de Michigan (1926) e doutorado na Universidade Columbia (1932). Para Likere, o foco da supervisão deve estar na pessoa e não na tarefa realizada. E, quanto aos estilos de administração, eles podem ser puramente autoritário, benevotente, consultivo e par- dicitvo, numa situação em que os níveis de motivação e de pro- utividade vão aumentando. Seus estudos foram apri Ralph Stogdill (1904-1978) e por Carroll Shartle (1903.1987) que pa os líderes & sua interação com os grupos onde eles atuam. , tronsi Lita) iv) Consolidação da importância do estudo do comportamento humano - ou organizacional — nas empresas deu uma alavancagem interessante na ad- ministração das empresas, pois amptiou a atuação dos indivíduos e efecivou estes como catalisadores e disseminadores dos conhecimentos administrati- vos das empresas. Consolidação do indivíduo como catalisador do processo de tomada de deci- sões, Embora essa colocação possa parecer óbvia, é importante a sua evidên- cia, pois deve-se lembrar que uma boa decisão depende de três aspectos bá- sicos: da qualidade das informações disponíveis para a tomada de decisão, da qualidade do processo decisório onde as informações são alocadas, bem como da qualidade do profissional decisor que é o responsável pela tomada da decisão. À Adminiseração má Proqndira Mesace du Sécula £X B7 O individuo também foi analisado em um contexto social, quando ele sc envolve com outras pessoas, atuando em grupos estruturados ou não, sendo que alguns desses estudiosos foram: » Richard Ely (1834-1903), que, em 1886, lançou um livro enfatizando as as- sociações estruturadas de trabalhadores e uma abordagem comunista quanto à propriedade dos bens públicos (empresas ferroviárias, de eletricidade, de gás, de telefones), mas sua ideia foi um fracasso e ele mudou o contexto; ca- tretanto, continuou a criticar 9 capitalismo; John Commons (1862-1945), que, em 1912, teve forte atuação no pro- cesso investigativo das condições de trabalho nas principais indústrias dos EUA. Ele acreditava que os trabalhadores deveriam saber se organizar e ne- gociar, com inteligência, com os patrões; e, mais ainda, ele constatou que os princípios da administração científica, desde que bem aplicados, ajudavam a atuação adequada dos sindicaras. Commons, pela sua atuação equilibrada e inteligente, foi chamado de “pai das relações industriais”. Outra curiosidade histórica é que Commons foi contratado por Richard Ely, em 1902, para ser professor na Universidade de Wisconsin; Vilfredo Pareto (1848-1922), que, a partir de 1915, consolidou o concei- to de sistema social, em que a sociedade vai se transformando ao longo do tempo, mas procurando se manter com estabilidade, apesar de grupos mu- tuamenre interdependentes evoluirem de forma variável. Aiguns dos aplica- dores e divulgadores desse conceito foram o filósofo e professor de Harvard Lawrence Henderson, Talcott Parsons e George Homans. sendo que estes dis últimos consideraram cada empresa como um sistema social em interação comi o ambiente; « Henry Dennison (1877-1952), que, em 1916. criou o primeiro fundo de indenização para trabalhadores que perdessem o emprego em uma empresa Três anos depais, ele criou comissões de trabalhadores para ter repeesenta decisória e participação nos lucros das empresas. Como resultado dessas suas ideias, as relações entre pairões e empregados, na maior parte das vezes, melhoraram muito. Suas ideias foram amplamente disseminadas pelo então Secretário de Comércio dos EUA, Herbert Hoover (1874-1969): + Samuel Gompers (1850-1924), presidente da Federação Americana do Trabalho, “tumultuou um pouco o ambiente”, em 1920, ao afirmar que os sindicatos deveriam negociar maiores remunerações para os trabalhadores, pela uso da força, e não pela negociação e pela produtividade. Entretanto, em 1924, Gompers foi substituído por William Green (1873-1952), que mudou o enfoque para ampla negociação e cooperação entre as partes « Whiting Williams (1878-1975). que. em 1920, se “divertia” ao se vestir como operário - sendo de uma família abastada — e ir trabalhar sas fábri- cas, realizando os serviços mais simples. Ele observou que mais que o salário maior, uma promoção afeta, para melhor, à ego das pessoas quandu esta nova 88 Miura da Admintutação + Rebouças função o coloca em lugar timpo e seguro. É o que ele chamava de “caráter” do cargo; * Henri DeMan (1885-1953), que, em 1929, podendo ser considerado pre- Sursor das pesquisas efetuadas por Frederick Herzberg - as quais foram realizadas 30 anos depois -, descobriu algo interessante até as dias atuais, que é a busca da alegria e da satisfação pessoal e profissional no trabalho. De forma geral, até hoje esta questão é tratada como “cada caso é um caso”, mas pode-se acreditar que a administração, em breve, vai saber trabalhar esta questão de uma forma ampla e genérica; e * Emile Durkheim (1858-1917), que teve os seus trabalhos principais divul- gados somente em meados da détada de 1940, em que ele dividia as socie- dades em mecânicas - com foco na consciência coletiva e na amizade - e as orgânicas - com foco na especialização e divisão dos trabalhos e na indepen- dência pessoal « social. Pode-se considerar que ele teve alguma influência nos trabalhos de Elton Mayo. Podem ser considerados cinco instrumentos administrativos decorrentes das contribuições das pesquisas e dos estudos realizados pela Teoria Comportamentalisra. São eles: d Estudo das necessidades humanas e do nível de motivação, que foram es. tudadas por Abraham Maslow, em 1954, quando ele concluiu que existe uma hierarquia de necessidades humanas que determinam o nível de moti- vação das pessoas para o maior ou menor nível de produtividade resultante deste processo. Maslow identificou cinco necessidades básicas dos indivíduos, sendo estas aloca- das em uima sequência lógica, sustentada e acumulativa e, à medida que estas necessi- dades vão sendo satisfeitas, os indivíduos ficam mais motivados e mais produtivos. Os seus detalhes são apresentados no item “a” da seção 3.2.2.3. É ii) Clima organizacional “Os detalhes a respeiro do clima organizacional nas empresas são apresentados no item “a” da seção 3.2.2.3, onde vai ser verificado que clima organizacional é 9 resultado da análise de como as pessoas se sentem em relação à empcesa, com seu modelo de administração, bem como 20s relacionamentos interpessoais existentes. iti) Estilo administrativo À questão da estilo administrativo é muito importante nas empresas, sendo apre- sentados mais detalhes no item “P" da seção 3.2.2.3, bem como em várias partes do livro, quando 9 leitor vai constatar que estilo administrativo é o contexto geral de atuação de uma empresa, consolidando sê o processo decisório é mais centralizado ou descentralizado, com maior ou menor nível de participação. qual a abordagem de Comprometimento e de cobrança de resultados, entre outros assuntos administrativos. Adnyinisração na Primeira Motade do Século 3X 89 iv) Psicologia empresarial Psicologia empresarial é o estudo da inseração e da interdependência entre a empresa e os seus empregados, na busca da otimização das relações interpessoais e dos resultados das empresas, sendo que detalhes de sua utilidade e aplicação são apresentados na seção 2.2.3.3. lembrando que também é denominada de psicologia industrial ou administrativa ou organizacional. v) Dinâmica de grupo O leitor vai verificar, neste livro, que a dinâmica de grupo é um instrumento ad- tministrativo que já foi mais utilizado pelas empresas, mas acredita-se que, com a sua reestruturação e aprimoramento, voltará aos níveis anteriores de aplicação pelas em- — presas. Na prática, dinâmica de grupo é à interação estruturada é sustentada encre pessoas com interesses comuns em uma atividade especifica, buscando, em um con- texto de solidariedade, um resultado coordenado comum. Para mais detalhes, ver item “b” da seção 3.2.2.3. c) Teoria do Desenvolvimento Organizacional. Salienta-se que este autor ficou com dúvidas quanto à alocação dos principais eventos históricos inerentes a essa teoria, pois seus estudos começaram. -de maneira farte, mas não muito estruturada, na primeira metade do século XX, mas sua conso- lidação acorreu apenas na segunda metade do referido século. De qualquer forma, quanto às críticas e às possíveis evoluções, o leitor pode analisar, respectivamente nas seções 3.3€ 3.4. Esta teoria se consolidou pela aglutinação dos vários estudos que proporcionaram todos os conhecimentos das razões e dos processos inerentes às mudanças - e possi- veis resistências — nas empresas. E não se pode esquecer uma verdade inquestionável: as empresas, independentemente de suas realidades-específicas, estão em constantes mudanças, provocadas pelas suas necessidades internas e pelas influências exteras Com referência ao resumo histórico do principal idealizador dá Teoria do Desen- volvimento Organizacional, embora possa ocorrer alguma controvérsia a respiro, este autor fica com Richard Beckhard, pelo simples fato de ter sido o idealizador do termo desenvolvimento organizacional, bem como pelo fato de ter estruturado + ideia, ainda que de uma forma que possa ser julgada incipiente por alguns estudiosos da administração. Desenvolvimento Organizacional (DO) é a processo estruturado para consolidar a mudar sê planejada dos aspectos estruturais e comportamentais nas empresas, com a finalidade de otimizar o processo de resolução de problemas e os resultados anteriormente estabelecidus nós planejamentos elaborados, sempre com adequado relacionamento intespessoat. sia, se o desenvolvimento organizacional representa s este debate não é importame. principalmen- Existe também uma contros: ou não uma teoria da administração. m: A e 94 História da administração + Rebouças * entendimento da necessidade da ucgência da mudança; * criação da “cumplicidade” de uma liderança forte; * estabelecimento de uma visão do que deve ser alcançado e da maneira de se chegar a essa situação (estratégica); * capacitação de todos os profissionais envolvidos no assunt * estabelecimenco e usufruto das conquistas intermediárias; * verificação das outras mudanças que devem ser consolidadas para fortalecer e sustentar 4 mudança originalmente identificada e realizada; e * incorporação de novos conceitos e aplicações à cultura da empresa, para con- solidar, de maneira efetiva, a mudança realizada. “A Teoria da Desenvolvimento Organizacional proporcionou a consolidação de qua- tro instrumentos administrativos para a melhor administração das empresas. São eles: id Diagnóstico empresaria “Serpiadnbstcacempresansice iifiotéscols guiado di avaliacao. ads ágio STE ia k ásso cao déyma istáção dire tabeletimênto ilação du estafésiainiaistdididunda para-corisolidár a jiudança! ae ja . A situação diagnosticada pode ser negativa ou positiva para a empresa. Se a situa. são for negativa para a empresa, ela deve ser eliminada; e se for positiva ela deve ser aprimorada. Portanto, de qualquer forma está-se visualizando uim processo de mudar. ça na empresa. O diagnóstico empresarial também deve estar correlacionado à análise intema e externa das empresas (ver item “c” da seção 3.2.2.1). ii) Técnicas de intervenção . Densro do processo de desenvolvimento organizacional, Kurt Lewin considerou três etapas: o diagnóstico empresarial, a intervenção no processo de mudança na em- Bresa, bem como o acompanhamento e avaliação dos resultados. Portanto, técnicas de intervenção são as maneiras — mais fortes ou mais brandas — de se atuar sobre os processos de mudanças nas empresas. iii) Equipes multidisciplinares Vai ser verificado, na seção 2.2.2.3, que equipe multidisciplinar é o conjunto de profissionais, com diferentes conhecimentos e habilidades, que realizam reuniões cooe- denadas e programadas, em caráter temporário ou permanente, para emitir, mediante discussão organizada, opiniões a respeiro de assuntos previamente estabelecidos e que nascida dos debates, seja a mais adequada à realidade e às necessidades da empresa. Adamnistração na Prumeira Meçade do Século XX 95 As equipes multidisciplinares, por si sós, representam uma forma inreressance e simples de aplicação do desenvolvimento organizacional e da atuação dos agentes de mudanças nas empresas. iv) Cultuea organizacional No item “c” da seção 3.2.2.3, o leitar vai entender que a cultura organizacio- nal é o conjunto estruturado de valores, crenças, normas e hábitos compartilhados de forma interativa pelas pessoas que atuam em uma empresa. O estudo da cultura organizacional é de elevada importância para os adequados processos de mudanças planejadas nas empresas, em que se procura, de forma oti- mizada, reduzir, ao máximo, o nível de resistências às mudanças. Portanto, em um contexto ideal, o adequado tratamento da cultura organizacional pode consolidar uma sinzação em que as pessoas entendem, na plenitude, a necessidade de mudanças e se tornam os grandes incentivadores e responsáveis por elas. KV - Quanto à Escola Sistêmica O surgimento da Escola Sistêmica, em 1951, mas com estudos já tealizados uma década antes, provocou várias modificações no estudo da administração das empresas, principalmente pela sua elevada abrangência no tratamento dos assuntos administra- tivos. estando baseada em três razões principai i) Integração de todas as abordagens da administração até então estudadas, sendo que esta questão foi extrapolada, inclusive e principalmente, para o estudo das empresas, em que elas devem ser consideradas comio a junção interativa entre várias partes que devem ter, cada uma, a função específica e necessária para O funcionamento e o desenvolvimento das empresas. Visualização das empresas no contexto ecológico, b qual estabelece que os elementos do universo não são independentes, tias imeidependentes. Portanto, essa dinâmica da ecologia aplicada nas empresas mostrou que, ao se fazer umê modificação em uma parte ou área da empresa, ocorrerão alterações em outras partes, ou mesmo em toda a empresa. Necessidade de melhor tratamento do todo e das partes das questões administrativas das empresas, pois existem sistemas abertos, como as empresas, e sistemas fechados. como os fisicos ou mecânicos. iii) Um sistema pode ser considerado fechado quando o seu resultado final é simples- mente estabelecido peta sua siruação inicial. Ou seja, o resultado final só será alterado se as situações iniciais e o processamento do sistema forem alterados Os sistemas abertos - coma as empresas - são todos os sistemas considerados como vivos. os quais trocani energia, matéria, recursos € informações com o seu am- ibilitando alterar, anular, aumentar ou dimi- bience - que está fora da empresa -. po: nair os elementos que campóem à empresa considerada. 96 shscoria da Adimnistração - Nebouças - Os teóricos de sistemas, em vez de explicar o todo em termos de suas partes - ra- ciocínio utilizado até então —, explicaram as partes em termos do todo. - A Escola Sistêmica está correlacionada a uma única teoria da administração, deno- minada Teoria de Sistemas, a qual foi, em termos relativos, uma das que provocaram um forte repensar nos estudos da administração, inclusive porque suas conclusões influenciaram - e ainda estão influenciando -, de forma direta ou indireta, todas as outras escolas e teorias da administração. , - A Teoria de Sistemas apresentou as empresas como “sistemas vivos e abertos”, ou seja, em contaro interativo com as variáveis e fatores externos que estão no ambiente empresarial - portanto, não são controtáveis pela empresa -, bem como proporcionou uma metodologia de análise das diversas partes que compõem o sistema social das empresas, sem perder a visão e a noção do todo. Embora os diversos estudos da Teoria de Sistemas tenham se iniciado na década de 1940, eles só se consolidaram no princípio da segunda metade do século XX e, portanto. as suas questões básicas são apresentadas na seção 3.2.1. Essa foi uma dificuldade do autor, que procurou amenizá-la pela apresentação de cada evento da administração no momento correspondente em que o mesmo se tornou mais consolidado e disseminado no mundo dos estudiosos da administração e das empresas em geral. V- Quanto à Escola Quantitativa À Escola Quantitariva, que resgatou e aplicou vários assuntos de engenharia no campo da administração das empresas, surgiu por causa de duas razões básicas: - para tratar de decisões em contextos complexos na Segunda Guerra Mundial: isso porque os militares precisavam de melhores e mais sofisticadas, rápidas £ confiáveis ferramentas de auxílio ao processo decisório, em um momento crítico como o da Segunda Guerra Mundial. Nesse momento, as principais questões estavam correlacionadas à produção de armas, à colocação das ar- mas nos locais de combate, à movimentação das tropas, ao supoimento das tropas, à locomação dos feridos e à ocupação de territórios conquistados; e para otimizar o processo decisório das empresas, pois, com base em sua utili- zação na Segunda Guerra Mundial, alguns estudiosos da administração per- seberam que o apoio de ferramentas quantitativas seria de elevada importân- ia para a otimização do processo decisório nas empresas. Isso provocou uma pequena revolução na qualidade decisória das empresas, embora, infelizmen- te, até os dias atuais, sejam relativamente poucos os profissionais que saibam utilizar, na plenitude, as diversas ferramentas quantitativas disponíveis no mercado para auxílio à administração das empresas. No contexto da Escola Quantitativa, os estudiosos da época consolidaram à Teoria Matemática no campo da administração de empresas. A Teoria Matemática, cuja consolidação ocorreu em 1939, com base em contribui. de físicos. matemáticos e outros cientistas cujos estudos estavam direcionados para Adnunisteação na Primeira Metade do Seculo xx 97 a melhovia da rapidez e da qualidade das decisões tomadas, inicialmente pelas Forças Armadas e depois pelas empresas em geral. teve unia contribuição efetiva - mas não plenamente reconhecida - como importante parte dos estudos que contribuiram dire- tamente para a evolução da qualidade administrativa das empresas. Na realidade, os estudos matemáticos no campo militar se iniciaram em 1915, mas se consolidaram apenas em 1939, como um instrumento estruturado e lógico de auxi- lio do processo decisório. Por isso que este autor preferiu afirmar que o principal idea- lizador da Teoria Matemática pode ser considerado Patrick Blackett (1897-1974). Apesar de Backer não ser o pioneiro aa adaptação da pesquisa operacional - base da Teoria Matemática - para as realidades das empresas -, faro consolidado por Ja- mes Conant (1893-1978) e Vannevar Bush (1890-1974), em 1940 -, ele teve o mérito de ser 0 primeiro estudioso e pesquisador a ser correlacionado ao surgimento da nova teoria da administração. Na realidade, a pesquisa operacional começou a ser mais apticada nas empresas a partir de 1947. quando as grandes empresas de consulto- ria começaram a desenvolver modelos de administração e as universidades a alocaram como disciplina dos seus cursos. : - Blackett foi um conceituado físico e professor universitário, oficial das Forças Armadas inglesas, membro da Sociedade Real inglesa, bem como foi um ganhador do prêmio Nobel de Física em 1948, pela desenvolvimento do método da Câmara de Wilson e por descabereas no campo da física nuclear e das radiações cósmicas. Em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Blackert criou e dirigiu um centro de especialistas em análise de operações militares. em que aglutinou diversos conhecimentos, tais como a.matemárica, a fisiologia, a astrofísica, a agrimensura, à física e as táticas militares de guerra. Ele também foi o primeiro à divulgar-a pesquisa operacional em seus livros Cientistas no nível operacional (1941) e Notas de certos aspectos da metodológia de pesquisa operacional (1945). De forma resúmhida, pode-se afirniar que as principais contribuições da Teoria Matemática para a prática da administração correspondem a. (Pa cem i) Melhoria da rapidez E da qualidade das decisões nas empresas, lembrando que, embora esta contribuição da Teoria Matemática possa ser considerada inquestionável, não pode ses aceita na plenitude, pelo simples faro de que muitos profissionais das empresas - inclusive os que detém elevado poder de decisão - não tém adequados conhecimentos para aplicar, adequada. mente, os instrumentos administrativos decorrentes da referida teoria. En- tretanto, esse é um problema gerado pela realidade de alguns profissionais de empresas. « não pelos resultados e contribuições da Teoria Matemática e, portanto, a sua contribuição para as maiores rapidez e qualidade das deci- sões não deve ser questionada. Melhoria do conhecimento, da capacitação profissional e da habilidade das ú pessoas. pois a Teoria Matemática, pela aplicação de seus instrumentos ad- 98 atisagora da Admitrstração = Kebuuças ministrativos, a seguir apresentados, possibilitou o aprimoramento profis- sional das pessoas que sabem trabalhar com esses instrumentos, consolidan- do uma situação de causa versus efeito que, efetivamente, contribuiu para a otimização do processo administrativo nas empresas. Um instrumento administrativa decorrente da Teoria Matemática, que muito auxiliou 9 processo decisório nas empresas foi a programação linear, desenvolvida em 1947, por George Dantzig (1914-2005), consultor do Pentágono e da Força Aérea dos EUA. Programação linear é a técnica dê administração de atiidadês Cómi foco em iiobjetivo específico. em um contexto linear, trabalhando com diversas variáveis, as quais podem apre- sentar determinadas restrições. Lo Podem ser considerados que existem outros três instrumentos administrativos de- correntes, de forma direta ou indireta, da Teoria Matemática, os quais proporcionam contribuições para à melhor aplicação da administração pelas empresas. São eles: i) Pesquisa operacional i Pesquisa aperacional é a metddologia administrativa estrututada! que foisibilig é ot mização da atuação das pessoas é das eejuipes multidisciplinates risS'questõés indtêntes ao Planejamento, à sotução de problemas e ão processo-de tomada de decisões ás empresas. Na prática, a pesquisa operacional possibilita aos profissionais das empresas inte- grar todas as variáveis de influência em uma decisão, bem como facilita a identificação de alternarivas de decisão e a escolha da melhor solução para um problema específico. A aplicação da pesquisa' operacional pelas empresas considera a identificação e a orientação do foco do estudo na solução do problema, o desenvolvimento dos tra- bathos utilizando critérios lógicos e econômicos, a adequada utilização de modelos & técnicas matemáticas, bem como a intensa utilização de sistemas e equipamentos informatizados como apoio ao processo decisório. Na seção 3.2.2.4, são apresentadas algumas récnicas que auxiliam no processo decisório e diretivo nas empresas. it) Indicadores de desempenho ! Indicador de desempenho é 9 parâmetro e critério de avaliação, previamente estabeteci- | | do, que permite a análise da realização, bem como da evolução dos principais resultados das + empresas. Administração na Primeira Merade do Século x: 99 Esse é um instrumento administrativo pelo qual a Teoria Matemática propor- cionou elevada contribuição a vários outros instrumentos administrativos e, por de- corrência, às diversas escolas é teorias da administração, sendo que alguns detalhes resumidos a respeito da identificação e aplicação de indicadores de desempenho são apresentados na seção 3.2.2.5. fi) Análise de risco e de decisão Inicialmente, devem ser considerados os dois conceitos apresentados a seguir: + risco é o estado do conhecimento no qual cada ação ou estratégia alremati- va leva a um conjunta de resultados, sendo a probabilidade de ocorrência de cada resultado conhecida do tomador de decisão; e + decisão é o delinsamento de um futuro estado de coisas, que pode ser ver- dadeico ou falso, em função dos elementos que 0 tomador de decisão tem em mãos e que lhe permitem ter visão factual da situação presence e futura. Corresponde a uma escolha entre vários caminhos alternativos que levam a determinado resultado. As decisões podem ser tomadas em condições de certeza e em condições de risco ou incerteza. As condições de certeza ocorrem quando o profissional decisor sabe exatamente es o que vai ocorrer no futuro, como decorrência da decisão tomada hoje: e as condi de risco ocorrem quando existem casualidades que podem influenciar os resultados da decisão tomada. VI - Quanto à Escola Contingencial Os principais eventos correspondentes às duas teorias alocadas na Escola Contin- gencial - Teoria da Administração por Objetivos e Teoria da Contingência - ocorreram na segunda metade do século XX e, portanto, o leitor deve analisar o seu conteúdo no iem III da seção 3.2.1. VH - Quanto à Escola Moderna O que o autor está chamando de Escola Moderna procura aglutinar as últimas abordagens e instrumentos administrativos que as empresas estão considerando para sustentar o desenvolvimento de seus negócios, sendo que seus aspectos básicos são apresentados no item IV da seção 3.2.1. 2.2.2 Quanto às funções da administração A seguir, são apresentados os principais eventos que ocorreram na primeira me- tade do século XX e que contribuíram. de forma direta ou mesmo indireta, para o surgimento das funções da administração. considerando as suas cinco partes básicas it 104 História da Admunistração * Rebouças a) im 1903, Taylor começou a redesenhar os processos - como as coisas são feitas — dos trabalhos e, com isso, mudou a forma de atuação dos emprega- dos das fábricas, melhorando a produtividade. b) Em 1908, Henry Ford iniciou os estudos da especialização dos trabalhado- res nas linhas de produção de carros. Henry Ford (1863-1947) foi um dos mais famosos empreen- dedores dos EUA, fundador da empresa automobilística Ford e o idealizador da linha de montagem em série, de forma a produzir mais, no menor tempo e com custo menor, o famoso modelo Ford T. Embora, em termos da administração das atividades-fins - produção de carros -, ele tenha sido um inovador, na questão das atividades de apoio, tais como a contabilidade e a auditoria, ele não acreditava e não as aceitava. . Em 1914, ele oferecia pagamento de cinco dólares por dia, o des. Essa decisão a VE TEE do que duplicou o salário da maioria dos seus trabalhado- cisão foi extremamente rentável, pois, no lugar da constante rotatividade de empregados, os melhores mecânicos de Detroit aftuiram para a Ford, trazendo seu capital humano e sua habilidade, aumentando a produtividade e reduzindo os custos de treinamento; ele chamou isso de “salário de motivação”. Q uso da integração verti- <al pela empresa também provou ser bem-sucedido quando Ford conscruiu uma fábrica gigantesca, onde entravam marérias-primas « de ande saíam ausomóveis acabados. & programa revolucionário incluía uma redução da duração do dia de trabalho de 9 para 8 horas, 5 dias de trabalho por semana, e o referido aumento no salário-mínimo diário de US$ 2,34 para USS 5 para traballtadores qualificados; outra inovação para o periado foi a repartição com seus empregados de uma parte do controle acionário, Henry Ford também entro: óci ã iô pequi! Ford também xs no negócio de construção de motores e de aviões de Quanto aos automóveis, no inicio da década de 1910, ele começou a instalar fábri- cas Ford em várias partes do mundo, não só como empreendedor, mas também porque esse processo de globalização comtribuiria, direramente, para a paz mundial. - , No caso do Brasil, além das fábricas de veiculos leves e pesados, Ford tentou a plantação comercial de seringueiras para a produção de borracha para os pneus é Outras peças dos veículos. Esse empreendimento se chamou Fordiândia, localizada na Amazônia, mas foi um tremendo fracasso. * As ideias de Henry Ford modificaram todo o pensamento da época, pois foi ata- vés delas que se desenvolveram a mecanização do trabalho, a produção em massa, a padronização do maquinário e dos equipamentos e, por consequência, dos produtos: € o operário não precisava pensar, mas apenas fazer o seu trabalho com o mínimo de movimentação possível. Ele também implementou a política de metas, mesmo não ten- da esse nome, pois ele dizia que “x* carros deveriam ser produzidos em “y” dias. Além disso, ele revolucianou o tratamento dos trabalhadores, pois melhorou o salário deles. o que, segundo Ford, ao mesmo tempo em que à pagamento de um salário substancial para aqueles que trabalhavam com a produção e a distribuição propiciaria aumento Administraçao na fuimevra Metade do Século 8X 105 do poder de compra de novos carros, fabricados pela Ford, naturalmente. Por esses motivos pode-se dizer que Henry Ford tornou-se um grande marco, sendo hoje muito estudado nas áreas de administração. » Como seu fi- Mas, apesar de rodas essas inovações, Henry Ford era um autori lho - Henry Ford IL, tanto que este último não conseguiu - ou não quis - implementar em sua empresa o modelo de administração em grupo, aplicado por Alfred Stoan na General Motors, bem como não conseguiu conviver com Lee facocca (1924- ) por causa do grande poder que este conseguiu na empresa da faraília Pord, e Lacoca foi ser presidente da concorrente Chrysler <) Em 1911, Eayol começou a apresentar os resultados de seus estudos, com à o das atividades do processo administrativo - planejamento, organi- zação. comando, coordenação e controle -, a definição do papel do geceme, a consolidação da divisão do trabalho entre as áreas da empresa, as primei- da autoridade, responsabilidade. delegação e descentralização, a estruturação da cadeia de comando é à consolidação do processo divetivo, bem como incentivou o espírito de equipe nos trabalhos nas empresas. Em meados da década de 1910, Max Weber estabeleceu que as empresas a) que têm normas - ou leis ou políticas = são as tais produtivas, bem como elas podem consolidar à autoridade formal. +) Em meados da década de 1930, Elton Mayo estabeleceu que a qualidade da supervisão e dos relacionamentos com empregados melhora a produtivi- dade, que a média administração deve orimizar a ligação entre alta e baixa administração, bem como os trabalhos em equipes são importantes. f) No final da década de 1930, Ludwig Von Bertalantfy consolidou a aná- lise de toda a empresa e de cada uma de suas partes de forma interligada, o que deve ter sido a mais forte contribuição para toda a moderna análise da departamentalização das empresas. . Embora exista uma dificuldade natural. quando se considera a função organização, * em se separar o que ocorreu na primeira e na segunda metade do século XX, pode- -se considerar, como válido, e de forma geral, que na primeira metade do século XX surgiram as estruturações organizacionais que podem ser chamadas de “tradicionais” e que persistem, muitas vezes, com elevada qualidade de resultados apresentados, até os dias atuais. A quase totalidade dessas chamadas estruturações organizacionais tradicionais surgiu como decortência dos estudos realizados pela Teoria do Processo administrari- vo (ver item [ da seção 2.2.1). Nesse contexto, há as seguintes estruturações organiza ciomais ou departamentalizações das empresas: funcional, territorial. por clientes, por produtos ou serviços e por projetos à principal vantagem da estruturação au deparramenialização funcional é a sepa- as pur especialização do trabalho. ou áreas funcionais ou stica, qualidade. ração das áreas das empr funções da empresa. tais como marketing, produção, finanças. lo 106 tizória da admimtração - Rebouças No caso da à E estruturação ou departamentalização territorial ou geográfica, a em presa procura o melhor conheci: O, egiões ou locais : eciment ii proa O, & consequente atuação, em regi locais Quanto à lização deparcamentalização por clientes, o que à empresa procura é o conheci mento especifico e a possibilidade de ci i içõ ento especi e tirar proveito das condições de grupos de clientes $ No caso da est ã i ci so dae unção a denartementlização POr produtos ou serviços, a prin- É T idade de colocação — e - e Serviços nos diversos segmentos do mercado. verte = desses produros e/ou Quanto à di zação j aadietS depareamencalização Por projetas, as principais vantagens são a melhor quipe de trabalho, o melhor atendimento dos clientes e o melhor cum Primento dos prazos e dos orçament tabelecidos. Neste momento, é importante. : rçamentos estabeleci i : tabelecido, em que são afocad ' A dodaco emques los é administrados Os fecursos, tudo (35d /sob a Tespôfisabilidade I é P Gi Í Leto é um trabalho, com datas de início é térmio, cá résiltádo findi piciiamente es Na Figura 2.7 é aj ani figa? z aprendo um organograma, que é a representação gráfica de Pega depeetos da estrutura organizacional das eepresas, considerando os cinco ntalização citados, para u u a pes de departamenal dos, para uma empresa qualquer Neste caso, é dera amenlização mista, que é a mais comum nas empresas. Soficita-se, do leitos a nco tipos de deparcamentalização evidenciados na referida figuis, Diretoria de marketing Diretoria de produção Diretaria de desenvolvimento Clientes empresas do governo Produtos tecnológicas Fábrica região Produtos de consumo presas privadas Adrunistração ma Primmeisa Metade do Século XX 107 Existem duas outras formas de estruturação que, embora tenham surgido, de for- «na embrionária, na primeira metade do século XX, só se consolidaram na segunda me- tade do referido século, com base nos estudos realizados pela Teoria da Contingência —- ver item HI da seção 3.2.1 - e para as quais deve-se ter cuidados redobrados na sua implementação, para que o tiro não saia pela culatra. São elas: i) Departamentalização marrícia! Nesse caso, há a sobreposição de dois tipos de departamentalização sobre à mes- ma pessoa. Geralmente, essa sobreposição refere-se à interação da estrutura funcional com a estrutura por projesos. A departamentalização macricial não leva em consideração o princípio clássico de unidade de comando estabelecido por Eayol, em 1916, em seu livro Administração industrial e geral. No entanto, o conflito interno preconizado pela Teoria da Processo Administrativo pode ser evitado se existir clara definição de arribuições de cada um dos profissionais atuantes na estrutura organizacional das empresas Em termos históricos, o leitor pade aceitar que a estruturação hásica e detalhada da departamentalização matrícial foi apresentada, em 1981, por Harvey Kolodny: sendo que ela surgiu porque as formas tradicionais de se estruturar as empresas não eram eficazes para lidar com atividades complexas, envolvendo várias áreas do co- nhecimento científico e com prazos determinados para sua realização; e outra di- ficuldade era de as empresas interagirem mais rapidamente com as mudanças do ambiente empresarial. O grande inconveniente da departamentalização matricial é a dificuldade de defi- nir, claramente, as atribuições e as autoridades de cada profissional da estrutura orga- nizacional e minimizar conflitos inevitáveis; no entanto, para as empresas que sabem usilizá-las adequadamente, a -deparamentalização matricial proporciona vantagens interessantes. ii) Unidade estratégica de negócio A departamentalização por unidade estratégica de negócio foi a primeira a, efeci- vamente, se consolidar como uma estrusuca voltada para resultados. Nesse contexto, pode-se afirmar que, após a consolidação da estruturação por Unidade Estratégica de Negócio (UEN), as outras formas de departamentalização foram aprimoradas, cada uma em sua realidade específica e, portanto, com maior ou menor sucesso, no direcio- namento e na busca de resultados efetivos para as empresas. Esse cem sido um processo evolutivo, pois cada vez mais se observa que as em- presas estão voltadas para a busca de resultados efetivos. Essa situação está correla- cionada a vários aspectos. tais comó as constantes mutações ambiencais, as ações dus concorrentes atuais e potenciais, à forma de remuneração dos executivos, a busca de novos desafios, a filosofia de atuação do intrapreneur ou empreendedor interno. 108 tristoria do Admupisração = Rebouças | | Unidade Estratágica de Negócio (UEN) é uma unidade gu divisão da empresa responsável | por consolidar os resultados esperados de um negócio. Em termos históricos, pode-se considerar, com um potco de boa vontade, que o arcabouço da estruturação organizacional por UEN teve início no final da década de 9 0. quando as instituições militares se preocuparam com o “equilíbrio” ideal entre a centralização e a descentralização, tanto decisória quanto territorial, de suas ativida, des; abordagem esta que foi extrapolada para as empresas. O conceito de UEN, em sua abordagem plena, foi originalmente desenvolvido em 2970, quando Ered Borch, principal executivo da General Electric (GE) - empresa fundada pelo inventor Thomas Edison - decidiu dividir os negócios da empresa em um conjunto de umidades autônomas, seguindo uma recomendação feita pela em- presa de consultoria Mektinsey. fsso porque a GE evoluiu de uma empresa resrrica a motores elétricos e negócios de iluminação para um conglomerado de atividades em larga variedade de indústrias. A complexidade aumentou no tamanho, diversidade, escopo internacional, bérmi como em um espectro de tecnologias, começando a impor desafios não previstos para a alta administração. Diante desse contexto, a resposta da GE foi quebrar os negócios da empresa em unidades independentes e autônomas, que Poderiam ser administradas como negócios isolados e viáveis. À intenção original da Segmentação de negócios feira pela GE foi prover, ao executivo principal de cada UEN, completa independência em refação ao testo dos negócios da empresa. Cada unidade estratégica de negácios teria seu segmento de mercado bem definido, e 0 executivo ce- fia todos os recursos disponíveis para definir e executar uma estratégia de sucesso com completa autonomia. O conceito de UEN produziu uma longa e duradoura influência aa esteucura organizacional da GE, bem como no desenvolvimento e na implementa. são formal do processo de planejamento estratégico. Uma abordagem similar de segmentação de negócios foi proposta pela empresa de consultoria Arthur D. Litrle'(ADL). Ela definiu uma UEN como uma área de negócio com um mercado externo de produtos e serviços, e para o qual se poderiam determinar objetivos e estratégias independentes . Fred Borch (1910-1986) nasceu no Brooklya, em Nova York, sendo filho de um engenheiro eletricista que rrabalhava na Edison Company: Na GE, Borch começou a trabalhar em 1931, logo após se gra. duar em administração c economia, atuando como auditor na Di- visão de Lâmpadas, onde ocupou vários cargos, como responsável pela organização dos serviços aos consumidores (1940), gerente do departamento de vendas (1947) e gerente administrativo (1952). “fics Bor Em 1953, ele coordenou a reestruturação da Divisão de Lám. padas da GE, dividindo à empresa em seis departamentos opera- “lonais, como parte de um foree programa de descentralização. Como resultado do cucesso de seus trabalhos, ele foi nomeado, em 1954, Vice-Presidente de Marketing. aduninistração na Prómeira Metade do Século xs 109 Em 1959, ele assumiu a Vice-Presidência do Grupo de Produtos aos Consumidores; em 1962, ele foi nomeado Vice-Presidente Executivo, quando póde aplicar todo o plano de divisões ou unidades estratégicas de negócios em toda a GE. Em 1963, ele assumiu à presidência da GE, até 0 ano de 1967, correspondendo à um periodo em que as vendas e o lançamento de noves produtos quase que dupli- caram. Entre os anos de 1967 « 1972. Fred Bocch ocupou a Presidência do Conselho, sendo que, a partir desse momento, seus ensinamentos já tinham sido plenamente in- corporados pela G£; e começavam a ser copiados por várias outras grandes - e médias - empresas em todo o mundo. Mediante os aspecros apresentados sobre as UENs, verifica-se que as mesmas sur- gem, «ormalmente, quando ocorre um nível considerável de sinergia negativa nos negócios, ou seja, o resultado final dos vários negócios da empresa é menor da que se esses negócios fossem administrados de forma independente. Por ouzro lado, a siner- gia positiva, ou seja, quando o resultado final dos vários negócios da empresa é maior do que se esses negócios fossem administrados de forma independente, pode ccorrer em termos de algumas fumções das empresas, cais como marketing. finanças, logística Portanto, essas funções devem ficar concentradas na alta administração ou administra- ção corporativa da empresa. | Outro aspecto da função organização pelo qual o leitor deve se interessar na análi- se dos eventos administrativos durante a primeira mezade do século XX é a amplitude de controle ou amplitude de supervisão ou amplitude administrativa. Amplitude de controle é a número de subordinados que um chefe pode supervisionar pessoalmente, de maneira efetiva e adequada. A amplitude de controle, que teve a sua origem nos estudos das ferarquias mi- litares, term sido debatida desde os tempos dos estudos de Taylor e Fayol, mas são poucos os estudos mais estruturados a respeito desse assunto. Mas a única vez que se analisou a amplitude de controle de maneira mais estruru- rada foi em 1937, quando V. A. (Vytautas Andrius) Graicunas apresentou o seu modelo de cálculo. Para Graicunas, à avaliação da intensidade de relações entre o superior e seus subordinados deve respeitar uma fórmula matemática. considerando a relação pessoal chefe versus subordinado especifico, chefe versus todos os subordinados, bem como as relações entre 0s subordinados. Dessa forma, as relações crescem em proporção expo- nencial. Nesse caso, se um chefe tem três subordinados diretos, são três o número de celações individuais: s relações com os ts subocdinados se tornam ses e s relações envolvendo também os subordinados entre si correspondem a nove. Entretanto, se surgir um novo subordinado, as relações cruzadas sobem para 12 e as relações envol. vendo cada um das membros do grupa sobe, exponencialmente. para 28. 114 História da Adminsuaç + Rebouças - Dessa forma, o que torna à comunicação autoritária depende do subordinado, e não do superior. A perspectiva de Barnard tinha afinidades com a de Mary Parker Foflett, o que era incomum em seu tempo. Ele dizia que os executivos devem obter autoridade tratando seus subordinados com respeito e competência. Quanto os incentivos, ele propôs duas formas de convencer os subordinados à Sooperarem: incentivos tangíveis e persuasão; com muita importância dada à per- suasão, mais até do que aos incentivos econômicos. Ele descreveu quatro incentivos gerais e quatro específicos, os quais são: dinheiro e outras formas de indução mate rial, oportunidades pessoais não materiais de distinção, condições fisicas ideais para o trabalho, e benfeitorias ideais, como o orgulho de ser trabalhador etc. O curioso é que ele se tornou uma referência em administração sem nunca ter tirado um diploma de qualquer curso universitário. Kurt Lewin, em 1939, anatisou a influência da liderança sobre o comportamento dos grupos de trabalho, o que 0 colocou, no ano seguinte, como o precursor da diná- mica de grupo, inclusive em situações de equipes multidisciplinares e de análise de re- sistências, conforme já evidenciado no item “d” da seção 2.2.1. Ele também coordenou os estudos de tipos de liderança, evidenciando três situações: autoritária (decisões do líder), liberal (líder não interfere nas decisões do grupo) e, finalmente, a democrática (decisões são do grupo). Esta questão da estudo de lideranças se consolidou em 1972, com as análises de Paul Hersey e Kenneth Blanchard, sendo que este último rea. lizou alguns de seus estudos, principalmente quanto ao escilo administrativo, junto com Spencer Johnson. Como decorrência de seus diversos estudos, Lewin também reconheceu - e especi- ficou - a existência de grupos formais e informais nas empresas. Em 1945, Xurt Lewin William White (1914-2000), consolidaram a técnica da pesquisa de ação, em que se verificava, em tempo real e na tarefa, os procedimentos básicos para a melhoria da eficácia das empresas, ou seja, o alcance dos objetivos ou resultados esperados. - Três anos antes — 1942 -, os mundos empresarial e acadêmico conheceram as ídeias básicas de Mary Parker Follett, o que corresponde a um arraso, pois ela morreu em 1933, Ela colocou autoridade como parte do processo e da dinâmica empresarial: mas, por outro lado, ela também fortaleceu o conceito de liderança pelas melhores relações interpessoais, entre chefes e stibordinados. Como resultado desses estudos. cla criou a “ei decisória situacional”, em que as realidades do momento influenciam a decisão tomada, e que uma pessoa não deve dar ordens a outra, mas ambas devem conversar, “numa boa”, sem receber ordens da situação que se apresenta no momento. Na práti- <a, ela procurou transferir a autoridade para o conhecimento efetivo das pessoas: isso também fortalecia a liderança e reduzia os conflicos nas empresas. Em 1945, Richard Beckhard, conforme já evidenciado, iniciou às estudos ine- entes às mudanças planejadas nas empresas e criou o termo desenvolvimento organi- sacional. Ele também coordenou a criação dos grupos de treinamento de sensibilidade para prover feedbak aos individuos a respeito de suas atuações em situações desestru- turadas, sendo que os trabalhos foram consolidados em 1959. Adminisicação na Primeira Metade da Século sh 115 Nos 30 anos seguintes, essa questão do desenvolvimento organizacional teve for- te evolução, com vários estudiosos apresentando propostas de aplicação pelas em- presas. O problema faí que as empcesas tiveram — e têm até os dias atuais - algumas dificuldades de entender e aplicar, na plenitude, todos os ensinamentos resultantes desses estudo: Em 1946, Rensis Likert coordenou o desenvolvimento do processo de pesquisa de entrevistas e de feedback, com à finalidade de analisar assuntos diversos junto aus empregados é repassar os resultados aos supervisores e gerentes, visando a melhoria das condições de trabalho, sendo que este estudo foi consolidado, apenas, em 1961. Outros detalhes das várias questões inerentes ao processo de mudança planejada - desenvolvimento organizacional (DO) -, resistências &s mudanças e equipes de tra- balho podem ser verificados no item ITl da seção 2.2.1. O leitor pode considerar a contribuição de outros estudiosos da administração para a melhoria da função gestão de pessoas nas empresas, como apresentado a seguir. Robert Michels (1876-1936), sociálogo alemão, estudou a atuação das elites, seguramente influenciado pela sua forte tendência socialista, nos dois países em que viveu: Alemanha e Itália. Ele não acreditava na democracia, porque considerava que esta se transformava, rapidamente, em oligarquias burocráticas; e também ana- lisou o sindicalismo revolucionário. Mas, independentemente de suas ideias radicais, Michels proporcionou algumas contribuições para à administração, pois ele procurou identificar o comportamento e as reações das pessoas, em diferenses situações Oliver Sheldon (1894-1951) é considerado a precursor da responsabilidade so- cial das empresas, ao afirmar que estas têm a obrigação de oferecer produtos e serviços direcionados para o bem-estar das pessoas que comptam estes produtos e serviços. Ele iambém se" preocupou em explicar como as empresas devem ser administradas para que possam cumprir esta responsabilidade social. Fritz Roethlisberger (1898-1974), norte-americano, foi cientista social e estu- dioso da administração, com os ensinamentos básicos obtidos na Universidade Colum- bia e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts - MIT. Ele fez mestrado e doutorado em filosofia em Harvard, onde foi professor (1927-1974), tendo trabalhado com EL- ton Mayo. Também realizou serviços de consultoria em várias empresas, analisando a interação entre esforço físico. moral dos empregados e roração de pessoal nas indis- arias, bem como estes aspectos podem ser administrados para que a produtividade das pessoas seja aumentada. Robert Sears (1908-1989). psicólogo norte-americano, foi um profundo estu- dioso da aplicação da psicologia nas pessoas - inclusive crianças — e nas empresas, m de maneira mais adequada. gerando situações em que as pessoas se relaciona Um estudo realizado para melhorar o modelo de gestão, em que as pessoas que irabalham em uma empresa pudessem apresentar maiores níveis de motivação, de comprometimento e de produtividade foi a gestão compartilhada O sistema de gestão compartilhada, ou cogestão. foi inicialmente estruturado « aplicado na Alemanha Ocidental no final da década de 1940 e pressupõe que a admi- 116 Hisciria da ademimercação + Rebouças nistração da empresa, em uma situação de efetiva participação, seja realizada pelos donos e pelos empregados de uma empresa. Alguns países aceitam mais essa siruação do que outros, mas parece que este de- sequilíbrio está correlacionado ao nível de poder dos sindicatos e outras associações de classe dos empregados, pois quanto mais essas instituições são poderosas, menor o interesse dos empregados de participarem diretamente do processo decisário na em- presa considerada, pois o nivel de oposição praticamente se anula, pelo fato de os empregados poderem ser “absorvidos” pela atuação dos donos da empresa. Existem algumas ougas análises, desenvolvidas por estudiosos da administração e/ou profissionais de empresas que auxiliaram no desenvolvimento da função gestão de pessoas, principalmente quanto à aplicação da psicologia, do treinamento e da as- sistência social nas empresas, satientando-se que alguns destes estudos se iniciaram no século anterior, mas se consolidaram apenas na primeira metade do século XX: * Wilhelm Wundt (1832-1920), que, em 1879, na cidade de Leipzig - Ale- manha, aplicou o método científico na psicologia, focando a indivíduo e seu comportamento nas empresas: * Hugo Múnsterberg, já apresentado ao leitor, como o idealizador da psico- logia industrial, em 1892; * Elizabeth Briscoe, que, em 1903, implementou, de forma estrururada, o serviço assistencial em uma empresa; * Jane Williams. que, em 1970, estruturou e implementou um departamento que cuidava dos empregados, numa empresa em que Taylor tinha realizado serviços de consultoria; * Henry Ford, que. em 1912, implementou um departamento de recursos hu- manos — com ampla abordagem - em sua empresa automobilística; * Meyer Bloomfield (1878-1938), que, em 1912, fundou uma associação de classe envolvendo os profissionais das empresas que atuavam na área de recursos humanos; , Walter Scott, pioneiro da psicologia industrial, que aplicou testes de clas- sificação para os soldados do exército americano durante a Primeira Guerra Mundial; * Katherine Biackford (1875-1935), que, em 1916, implementou testes profissiográficos e de grafia nos programas de seleção de candidatos a empre- g0. Parte desses trabalhos ela realizou com Arthur Newcomb: Harlow Person (1875-1955), que, em 1915, implementou o primeiro curso superior para executivos da área de recursos humanos; Ordway Tead e Henry Metcalfe, que, em 1920, escreveram um livro bem prático a respeito de administração de pessoas; Morris Vitelis, que se tornou, em 1932, o “guru” da psicologia industrial; e Mary Gilson (1877-1959), que, em 1940, estruturou a atuação dos profis- sionais dos serviços assistenciais nas empresas. Admimaeteação na Peimesta Metade do Seculo xx 117 2.2.2.4 Direção Nesta seção, são apresentados os principais aspectos da função direção nas em- presas, lembrando que, embora exista o processo direrivo e decisório, principalmente nos dias atuais, como algo estruturado e com metodologias específicas, a função direção é a mais complexa em ser analisada e debatida, pois é a função menos es- truturada entre as cinco funções da administração. Entretanto, isso não deve ser considerado como algo complicador para o processa de análise e debate da referida função da administração, pais o processo diretiva e decisório apresenta três fatores de influência bem definidos: + a qualidade do processo diretivo e decisório, o qual pode ser adequadamente estruturado, implementado e aplicado; + a qualidade das informações alocadas no processo diretivo e decisório, o que é facilmente possível de ser consolidado; e + a qualidade — conhecimento, competência e habilidade - do profissional que é o responsável pela decisão a ser tomada e, nesta situação, cada “caso é um caso”. Direção foi conceituada, na seção 1.4.1, como à função da administração-das empresas que cuida da capacidade e habilidade de se supervisionar e orientar os re- cursos - humanos, financeiros, tecnológicos, materiais. equipamentos — alocados nas atividades das empresas, visando otimizar o processo decisório direcionado o alcance dos resultados estabelecidos nos planejamentos anteriormente elaborados. Em termos históricos, pode-se lembrar: dos estudos de Germain Martin, em conjunto com Philippe Simon, que, em 1945, realizaram interessantes artálises a respeito da atuação dos chefes nas empresas. No ano seguinte - 1947 -, Melvin Copeland, juntamente com Andrew Towl, deram uma “ampliada” nos estudos de Martin e Simon, e analisaram a atuação do conselho de diretares de uma empresa. O leiror também pode considerar as contribuições de Carl Barth (1860-1939), matemático e engenheiro mecânico norueguês que, em 1899, foi convidado por Fre- derick Taylor para trabalhar na Berhlehem Steel, onde teve a oportunidade de aplicar modelos matemáticos em análises decisórias. A partir de 1905, ele começou a atuar como consultor de empresas e, em 1907, iniciou seus trabalhos na Universidade Harvard Herbert Simon, economista e psicólogo norte-americano, tem sido um dos mais influentes estudiosos do processo decisório e do comportamento humano nas empre- sus; bem como ganhou vários prêniios, inclusive à Nobel de Economia, em 1978. Ele identificou, em 1935, que as preferências pessoais têm maior importância na decisão do que as questões racionais, o que pude quebrar toda a estruturação de processos e de indicadores de desempenho de uma empresa. E procurou demonstrar que as empresas não conseguem ser totalmente raciomais em seu processo decisório, pois os profissio- 118 ffiscória da Admenseração - Rebouças nais que trabalham nela têm limitações - algumas vezes, elevadas - na análise e uti lização das informações disponibilizadas. Essa situação é uma explicação sustentada de roda a dificuldade que existe, até as dias atuais, de as empresas consolidarem uma “administração integrada”. Em termos históricos, à estruturação por processos (ver item “a” da seção 3.2.2.2), desde que bem aplicada, tem amenizado um pouco este sério problema das empresas. 2.2.2.5 Avaliação Na primeira metade do século XIX, a função avaliação se desenvolveu, principal. mente, como decorrência das necessidades da função planejamento, e, também, do esti- Jo de atuação dos executivos das empresas, quendo no desempenho da função direção. Nesse contexto, o leitor pode se concentrar nas contribuições de: * Max Weber, que, em meados da década de 1910, com publicação uma dé- cada depois, apresentou o mais amplo estudo do controle e da avaliação em estruturas formais nas empresas; é * Fritz Roethlisberger (1898-1974) e William Dickson (1366-1939), que, em 1939, consolidaram escudos em empresas diversas e analisaram a função avaliação na abordagem comportamental das pessoas, quando rece- bem influência e influenciam outras pessoas em processos de avaliação, quer estas aceitem ou não serem avaliadas e/ou atuarem como avaliadores De qualquer forma, 0 leitor tem, na seção 3.2.2.5, quando da análise do período da segunda metade do século XIX, várias contribuições de autores diversos quanto à função avaliação nas empresas O leitor sambém pode considerar alguns êstudiósos da administração, com elevada abordagem de suas análises, integrando várias funções administrativas. Harry Hopf (1882-1949) se baseou e ampliou, em 1943, as propostas de Eve derick Taylor, pois enquanto este se preocupava tom à remuneração dos operários das fábricas, Hop se concentrou nos estudos inerentes à remuneração dos executivos, mostrando que participação nos lucros e opções de ações não necessariamente levam a maior desempenho dos profissionais da alta administração, propondo ampla análise de cada um é a remuneração corretacionada ao conjunto de indicadores de avaliação utilizados na empresa, tais como participação de mercado, faturamento, lucratividade, rentabilidade, redução de custos. aumento de produtividade. Hopf também correlacio. nou, de forma detalhada, a interligação — e sustentação - da estrutura organizacional com as estratégias da empresa, sendo que este estudo foi aprimorado por Alfred Chandler. Ele também mostrou que as empresas devem atender e servir a comunida- de e, como resultado, obter os seus lucros: e que o objetivo de erescer, como um fim em SÍ próprio, é uma decisão desastrosa, pois seguramente ocorrerá desequilíbrio nesse Processo, ou seja, ele visualizou « empresa como um todo indivisível. Os trabalhos de Hopf podem ser analisados em conjunto com os de Jackson Martindelil (1901-1999), que estruturou, em 1950, um conjunto de dez fatores de Administração na Primmerea Metada do Sécuto XX 119 avaliação do sucesso dos executivos da alta administração: função econômica e social da empresa, estruturação organizacional, solidez, do crescimento da receita, práticas de equidade de tratamento dos acionistas, atuação em pesquisa e desenvolvimento, políticas fiscais, valor agregado proporcionado pela empresa, eficiência na produção, organização de vendas, bem como habilidades executivas da empresa. E 2.2.3 Quanto às funções das empresas Para facilitar a sua leitura, este livro apresenta, para os diversos momentos ana- lisados, as funções da administração e as funções das empresas em suas abordagens mais modernas (ver seções 1.4.1 e 1.4.2). Se não fosse adotada uma única maneira de apresentar essas funções, o leitor teria dificuldades de analisar as evoluções ocorridas em cada função — da administração ou das empresas - ao longo dos anos, conforme apresentado nos quatro capítulos do livro. É necessário sempre se lembrar que as funções das empresas são as atividades que devem ser desempenhadas pelos conjuntos homogêneos das unidades organizacio- nais das empresas, tendo em vista otimizar os resultados de seus negócios, produtos e serviços. E, como este livra é de história, é válido saber que o primeiro momento em que se estudou, de forma estruturada, a questão das funções da administração foi em 1972, por Henri Fayol, quando dos estudos inerentes à Teoria do Processo Administrativo (ver item “b” da seção 2.2.1). Essas funções já foram apresentadas na Figura 2.3. 2.2.3.1 Marketing Foi verificado, na seção 1.5.2.1, que a função marketing se preocupa com a melhor maneira de colocar os produtos e serviços da empresa no mercado, de forma criativa, inovadora e, preferencialmente, diferenciada, procurando se antecipar às ne- cessidades e expectativas dos clientes atuais e potenciais. & primeira metade do século XX foi bastante interessante no desenvolvimento da função marketing, principalmente quanto à questão da estruturação de algumas de suas partes, propiciando melhores qualidades nas análises efetuadas e no processo decisório. Um primeiro nome que 9 leitor pode considerar é do francês Bernard Dubois (1946-2001), que graduou-se em administração e concluiu o mestrado em sociologia em Sorbonne - França, e o doutorado em administração em Chicago - EUA. O básico de seus estudos foram a análise estruturada do consumidos, os seus comportamentos « hábitos de compra, bem como os fatores que o influenciam nesse processo. Ele também destacou a papel dos líderes de opinião e dos grupos de consumidores, bem como ati. mau que 05 princípios e ensinamentos do marketiny tradicional devem ser aplicados com cuidado e inteligência, pois eles não são verdadeiros em toda e qualquer siruação. O leitor pode considerar, em termos históricos. outros importantes estudiosos e au tores de marketing, com interessantes contribuições na primeira metade do século xx. 124 ttistória da Adeniniscração - Rebouças Outros importantes estudiosos da função são apresentados a segui Embora o leitor possa não concordar, é válido apresentar o resumo de vida de Frank Gilbreth (1868-1924) c Lillian Gilbreth (1878-1972) de forma conjunta, pois eles foram casados e formaram uma produtiva dupla de estudiosos da administra- são; mas se lembrando que Lillian teve dificuldades de expor suas ideias próprias pelo fato de, naquela época, a sociedade ser extremamente machista e ela tinha dificulda- des até de publicar os seus estudos e proposições em seus livros. Frank, engenheiro norte-americano, trabalhou com Taylor. no período 1907-1913, na procura de mecanismos - administra- tivos e técnicos - para aumentar a produtividade das empresas, O que representava o grande problema para a sobrevivência das empresas em geral. O foco de sei trabalho foi o estudo de tempos € movimentos no processo produtivo realizado pelos operários das empresas, assunto em que é considerado um dos precursores &, possivelmente, o mais inteligente, pois, em seus estudos, para facilitar a execução dos trabathos e eliminar qualquer esforço que possa ser evitado, ele analisava o trabalho em si, a atuação do operário, o ambiente em que o trabalho é realizado, bem como as máquinas e ferra- mencas utilizadas. Frank Gabeetty Lillian, psicóloga, por sua vez, também se dedicou ao estudo de tempos e movimentos para a melhoria da produtividade, mas com o diferencial de aplicar a psicologia para melhor entender esta questão. Ela acreditava tanto nisso, que até em suas atividades do- mésticas ela aplicou o resultado de seus estudos; e acreditava tanto nos estudos de seu marido, que escreveu a sua biografia. Com referência à administração de estoques. o leitor pode con- + siderar alguns estudiosos, conforme apresentados a seguir: Lian Gira * Ford Harris (1877-1962), que, em 1913, a partir de uma elevada preocu- Pação com os custos dos estoques, idealizou o cálculo do lote econômico de produção, com razoável nível de utilização até os dias atuais, apesar de não considerar, por exemplo, o custo da falta do produto; * Robert Wilson, que, em 1934, estruturou um modelo computadorizado de administração dos estoques; e * Harvey Wagner e Thomson lWhitin, que, em 1958, aprimoraram a ad- ministração de estoques, tornando-a mais fidedigna « ágil, pela estruturação de um algoritmo que se consagrou com o nome deles. Salienta-se que esses foram estudos demorados, cujas análises começaram mais de dez anos an- tes. Wagner também é considerado um dos maiores especialistas em pesquisa operacional de tados os tempos. Aduaionstração na Prumeira Metade do Seculo Xi 125 2.2.3.3 Desenvolvimento de pessoas Na seção L.4.2, foi verificado que desenvolvimenta de pessoas é a função das empresas direcionada para a evolução profissional das pessoas, em ambientes semi zados de trabalho. na busca de resultados compartilhados, desafiadores e negociados anteriormente. Conforme já explicado, essa função da empresa deve ser analisada em conjunto com a função da administração gestão de pessoas - ver seção 2.2.2.3 —. no seguinte contexto: * a função da adminisração gestão de pessoas corresponde ao conjunto de ati- vidades que sempre deve ser considerado e aplicado pelos profissionais em sens trabalhos nas empresas, referindo-se, basicamente, 40 “que” deve ser analisado; é + a função das empresas desenvolvimento de pessoas corresponde ao conjunto de atividádes que devem tuzer parte Integrante da reatidade das empresas, mente, ao “como” estas atividades devem ser realizadas. referindo-se, basit A séguir, são apresentados alguns dos principais eventos que ocorreram na pi inéita metade do século XX é que contribuíram para 9 surgimento e a consolidação a função da adminisração desenvolvimento de pessoas de maneira estruturada. | Naguralmente, os vários eventos apresentados nesse período tiveram evoluções nos periodos seguintes, mas, para faclar o seu entendimento pelo leitor no eo desra função - e algumas outr: pectos básicas de cada evento são apresenta dos nesta seção, sem apresentar “quebras” ao longo do tempo, pois, neste caso. a sua compreensão ficaria prejudicada. Para manter 0 cronograma da história. o auror tomou o cuidado de evidenciar — ou, pelo menós, relembrar - os eventos subsequentes nas seções correspondencs O primeiro cverito que pode ser lembrado é que, em 1932, Morris Vitetes (1898- 1996) iniciau, de forma estruturada, os estudos da psicologia industrial. Psicologia industrial é o estudo da interação e da interdependência entre a empresa e os seus empregados, na busca da otimização das relações interpessoais e dos resultados empre- A questão de psicologia industrial - também chamada de psicologia epresaça ou psicologia administrativa ou psicologia arganizacional - sofreu algumas soluções principalmente quanto às ações à serem aplicadas para que os resultados eletivo jeim alcançados, quer seja pelas pessoas. quer seja pelas empresas. A psicologia industrial está presente - de forma direta ou indireta - na análise da bem-estar das pessoas nos ambientes de trabalho é atua, principalmente, nas ativida HH 126 História da adminissração - Rebouças des de recrutamento, seleção e treinamento de pessoas, bem como nos diagnósticos realizados nas empresas. Em 1936, Kurt Lewia verificou a interação entre psicologia - que estuda a per sonalidade das pessoas - e a “personalidade administrativa” das empresas, ou seja, ele analisou a interligação entre o comportamento das pessoas e à atuação das empresas. Alguns anos depois - em 1939 -, John Dewey (1859-1952) estudou a interação entre a inteligência humana e a criatividade nas empresas. Essa questão da criatividade sofreu forte evolução ao longo des anos, o que se tor- nou uma característica intrínseca a todas as análises dos indivíduos, quando alocados em um contexto empresarial. É por isso que este livro de história da administração sempre evidencia - e se preocupa - com as questões dos indivíduos, os quais são o foco básico de qualquer estudo da administração. Já foi verificado que criatividade é a capacidade, intrínseca ao indivíduo diferen- ciado, de dar origem, com maior ou menor sustentação mesodolégica e técnica, a uma nova situação de realizar algo já existente ou, preferencialmente, algo novo. A criatividade, na administração das empresas, tem se caracterizado como uma vantagem competitiva de elevada importância, seja para as empresas ou para os indi- víduos que a possuem. A criatividade também sustenta a inovação nas empresas, fazendo com que esta se consolide como um processo no cotidiano das empresas criativas, ou seja, que exista uma cultura pró-inovação, a qual não é algo necessariamente simples, pois o processo de inôvação nas empresas recebe influência de fatores externos ou não controláveis — Situação macroeconômica, contexto social, sistema educacional, sistema político, ad- ministração pública erc. - e de fatores internos ou controláveis pelas empresas - tipo de produto ou serviço, posicionamento no mercado, facilidade de parcerias, capacita- ção profissional, base tecnológica, modelo de administração, clima organizacional ete. - Enão se pode esquecer que a questão ética é de fundamental importância para a maior sustentação ao desenvolvimento sustentado das pessoas e das empresas. Pode-se considerar a Declaração dos Direitos Humanos, elaborada em 1948 pelas Nações Unidas, como o primeiro exemplo de código de ética bem estrurutado e dire. cionado, diretamente, à sua plena aplicação pelos povos. No estudo da história da administração, o leitor pode considerar alguns outros impomantes autores. Napolean Hill (1883-1970) foi o precursar dos livros de autoajuda, acreditando que os fatores de sustentação do sucesso pessoal são: liberdade, democracia, capita- lismo e harmonia; e que as pessoas deveriam tomar cuidado com o medo e a autocon- fiança exagerada. Muitas empresas procuraram aplicar, de forma geral, os seus ensina- mentos na procura da melhoria dos resultados; mas não existem avaliações objetivas a respeito dos resultados apresentados. Reg Revans (1907-1984) foi um estudioso britânico que inventou o método da aprendizagem ativa, segundo o qual as pessoas aprendem, de forma natural, mais com Adiministeação na Primeira Metade do Século xx 127 os outros - colegas de profissão e de estudo - do que em qualquer escola ou faculdade. à sua conclusão foi decorrente da observação de grupos de mineiros, que pratica- vam, de forma sistemática, os ensinamentos obtidos para todos os colegas é cambém criavam situações de tranquilidade quanto aos perigos da grande profundidade. Pos- sivelmente, os seus ensinamentos foram aplicados, na plenitude, pelos mineiros que ficaram soterrados durante vários dias - e todos se salvaram - em uma mina no deserto de Atacama, no Chile, em meados de 2010. 2.2.3.4 Finanças Nesta seção, o leitor vai verificar que o assunto finanças é bastante amplo. bem coma teve forte evolução durante à primeira metade do século XX. Uma data inseressante para começar a conversa é o ana de 1920, quando Arthur Dewing (1880-1971) estabeleceu o campo de estudo das finanças e, consequente mente, influenciou o pensamento administrativo-financeiro nas empresas nas décadas seguintes. Neste momento, são válidos alguns comentários a respeito do surgimento e evolu- ção da função finanças. . Quando se analisam as origens e o processo evolutivo da função finanças nas em- presas, verificam-se momentos bem específicas, cujos aspectas básicos são apresenta- das a seguir. Os primórdios da função finanças - como uma área de conhecimento — ocórre- ram nas primeiras décadas do século XX, com maiar foco nas consolidações de novas empresas, bem como em algumas nécnicas de captação de recursos. É necessário se lembrar que, naquele momento, o mercado de capitais estava em formação, sendo que as informações para investidores eram praticamente ineiistentes e não confiáveis, tornando difícil a transferência de poupanças individuais pará as empresas. O ponto de ruptura desse processo ocorreu com a crise de 1929, que marcou uma fase na economia norte-americana e mundial, com uma intervenção estatal nos mer- cados é nas informações que as empresas tinham que apresentar. Entretanto, a função finanças era ainda um assunto descritivo e legal; porém, a ênfase passou da expansão das empresas para a sobrevivência destas. Essa crise externa, de efeitos duradouras, fez com que as empresas, tanto deve- datas como investidoras, dessem maior atenção aos aspectos de análise financeira. E o govema, a fim de preservar o pleno funcionamento do mercado de capitais, são indispensável para o desenvolvimento de uma economia de mercado, passou à inter- ferir ativamente, exigindo das empresas uma série de informações até então não ne cessárias, o que possibilitou aos analistas externos um trabalho mais minucioso sobre o histórico e a perspecriva econômico-financeira das empresas. A seguir são apresentados comentários gerais a respeiro de alguns estudiosos que contribuiram para o desenvolvimento da função finanças durante à primeira metade do século XX 128 história da Admm.seração + Rebouças Um primeiro evento de interesse do leitor é a estruturação do orçamento empre- sarial e, principalmente, do controle orçamentário, realizado em 1922, por James McKinsey (1889-1937), para o qual o orçamento não é um conjunto de valores, mas uma maneira de atribuir responsabilidades e de medir desempenhos. Atguns anos depois, ele fundou a empresa de consultoria McKinsey, mundialmente conhecida na atualidade. Essa questão foi aprimorada, em 1945, por Floyd Rowland e William Harr, com forte enfoque na melhoria do controle orçamentário. Parece que, nessa época, a questão do planejamento e elaboração orçamentária não era tratada com todo o nível de importância que merece, pois, uma vez “colocados” os números no orçamento, o básico era que o seu controle fosse efetuado de forma inquestionável. Em 1927, Charles Schlatter estudou os princípios da contabilidade de custos, o que também serviu para aprimorar o controle orçamentário. A contabilidade de custos evoluiu bastante em 1940, com os estudos de John Blocher. mas principalmente nas duas décadas seguintes, com vários estudiosos contribuindo para tal. James March foi um dos principais estudiosos em processo decisório e liderança nas empresas. Ele foi professor emérito da Universidade Stanford e realizou alguns de seus esrudos junto com Richard Cyert, Johan Olsen e Michael Cohen. Como um profissional bastante eclético. March também escreveu roteiros dé filmes e livros de paesia Com referência à análise financeira e à elaboração orçamentária. a década de 1940 foi bastante interessante, pois acorreram a conribuição de Walter Rautenstrauch (1880-1951). que junto com Raymond Vilters (1911- ) estabeleceram a expressão ea fórmula de cálculo do “pento de equilibrio": e de John Williams (1900-1989), que estabeleceu o conceito de “orçamento dexivel”, Em 1934. Frederico Herrmann Júnior (1896-1946) consotidou vários estu- dos para o desenvolvimento da contabilidade no Brasil. Outro evento interessante ocorreu em 1937. quando Paui Bacas, John Madden e Arthur Rosenkampff estruturaram procedimentos de auditoria. Em 1942, a partir do editorial do Journal of Accountancy. aº 72, p. 2-3, deu-sã o início dos debates a respeito do uso da amostragem estatística em auditoria nas em- presas. Durante um petiodo de tempo, ocorreram dúvidas a respeito de sua aplicação, mas na década de 1980 a sua utilização foi disciplinada e disseminada pelas empresas de auditoria. A análise de valor presente, usando modelos de fluxo de caixa descontados, é mui to utilizada no processo decisório na avaliação de projetos. O precursor da análise do valor presente foi Lrving Fisher, em 1930. Outra importame contribuição foi de Donaldson Brown (1885-1965), enge- nheiro norte-americano. que pode ser considerado o precursor da análise de investi- mentos, pois, em 1912, ele estabeleceu uma fórmula que foi aplicada por várias gran- des empresas. Ele também rica procedimentos de contabilidade e outras fórmulas de análise estatística paca facilitar a administração de grandes corporações que, no início Adminisiração pa Primeira Metade du Século 4X T29 da década de 1910, começaram a se dividir em grandes unidades de negócios, possibi- litando que cada unidade fosse administrada isoladamente, bem como se “fechasse o todo” da corporação. E também contribuiu para alguns estudos de cenários estratégi cos e de balanço contábil flexível. Quanto ao assunto contabilidade, o leitor pode considerar alguns outros estu- áiosos com interessantes conteibuições, ao longo da primpira metade do século XX, tais como: - Maurice Moonitz (1910-2009) proporcionou algumas coneribuições, prin- cipalmente na década de 1950, como a inclusão de todos os ativos e passivos nas contas do balanço contábil, tal como o goodivil; a anátise a valor presente de todos os itens das demonstrações contábeis; e a análise da influência da inflação nas dados dos balancetes e balanços das empresas; » Raymond Chambers (1917-1999), cuja principal contribuição, realizada no período 1949-1951, foi demonstrar, de forma lógica e estruturada, que a contabilidade é fomecedora de importantes informações para à melhoria da qualidade decisória nas empresas. Nesse contexto, ele pode ser considerado como um dos precursores da contabilidade gerencial; « Richard Mattessich (1922: ) que, em 1956, mostrou que à análise contábil deve sofrer influência de outras áreas de conhecimento, cais como a economia, a sociologia e a matemática, para que os resultados numéricos das contas contábeis sejam melhor entendidos e aplicados no processo decisório das empresas; + Kenneth MacNeal (1895-1972), que, em 1939, divulgou uma lista com as más auditorias, que manipulam informações dos clientes para enganar o mer cado investidor. Talvez se possa considerar que ele contribuiu para o início de estudos no contexto da atual governança corporativa, quando iniciou uma famosa briga com uma grande empresa norte-americana de auditoria: + sean Dumarchey (1874-1946), que, em 1914, demonsttou que a contabili- dade é um processo, pois cada conta anterior influencia a referida conta em um momento posterior, isso tudo em um contexto social, em que a contabilidade se relaciona com a filosofia, a economia e a sociologia, sempre com adequada sustentação matemática; + Eugen Schmalenbach (1873-1955), que realizou, na década de 1920, vários estudos, com elevada amplitude, que contribuíram para o aprimora- mento da análise dos custos fixos, podendo ser considerado o idealizador da função do controller, bem como apresentou propostas de políticas de preços, de financiamentos é aumento de capital próprio e de avaliação de empresas, mas não se esquecendo dos balanços patrimoniais; + Pritz Schmidt (1882-1950), que pode ser considerado o idealizador da análise estruturada da teoria do valor, bem como propôs uma contabilidade baseada no sistema de custo corrente; e 134 fistórea da Adisiaisteação + Rebouças vi) vii) Escola Humanista, pois, em termos histáricos, o leitor deve sempre se lem- brar de que o foco básico da Teoria da Administração Científica era a máxi ma eficiência, a qual dependia do nível de produtividade e se consolidava em Jucros € salários melhores. Consideração da questão salarial como o principal fator de motivação, sendo este um posicionamento simplista, conforme foi demonstrado de- pois pelas teorias da Escola Humanista e, de maneira efeciva, pela Teoria da Excelência Administrativa ou das Empresas. A história da administra- ção demonstrou, ao longo dos anos, que a marivação é algo complexo e intrínseco aos indivíduos e, portanto, deve ser crabalhada de forma muito mais ampla - e cuidadosa - do que a abordagem proporcionada pela Teo- ria da Administração Cienrífica. - Bom funcionário eta sinônimo de profissional com elevada especializa- ção, o que corresponde a um princípio bem simples: quanto mais fossem fragmentadas as tarefas, mais simples e padronizadas elas se tornariam e, como resultado, a repetição destas tarefas simples e padronizadas torna- tiam todo o trabalho mais produtivo. E, tudo isso, com baixa qualificação profissional e, portanto, salários os mais baixos possível. O resultado desse imbróglio, pelo menos a curto prazo, foi a elevação dos lucros das empre- sas. Essa abordagem foi questionada posteriormente, principalmente pela Teoria da Administração por Processos. Aumento das tensões pessoais e sociais, pois, coma coralário da erítica anterior, começaram a surgir fortes tensões pessoais e sociais, tais como as questões sindicais, sendo que esta situação foi se complicando durante um período de tempo razoavelmente longo, até começar a se reverter, com os conceitos advindos da Escola Humanista e das Teorias de Sistemas e da Contingência, em que se colocou o indivíduo como o centro nervosa e in- teligente de algo bem mais amplo, resultando em trabalhos realizados por equipes mulridisciplinares, interligação das tarefas estruturadas, interação com os fatores externos ou não controláveis pelas empresas, ou seja, uma visão ampla, interativa e global. Nesse contexto, pode-se considerar que, se não tivéssemos passado pela Teoria de Administração Científica, talvez a administração não tivesse evoluído de maneira tão rápida e sustercada e a sua bistória não tivesse apresentado tantos eventos imporrantes. Esquecimento de que o indivíduo é um ser humano, social e inteligente, lembrando que a história demonstrou documentos da época que afirmam, de forma caregórica e genética, que os individuos são preguiçosos e in- competentes. É importante salientar que, ao se referir à inteligência das pessoas, pesquisas realizadas nos últimos anos demonstraram que, prati- camente, todas as pessoas são mais inteligentes - têm maior conhecimen- to — do que o seu cargo ou função exige. ou seja. as pessoas conseguem interligar as diversas atividades das empresas pelo conhecimento - ainda que este possa ser reduzido - das tarefas dos fornecedores - entradas - € to x xi xii) xáii) Adruaiseraçõo ma Primeira Metade da Século 1x 135 dos clientes — saídas - internos da empresa considerada. E inteligente é à empresa que sabe utilizar a inteligência de seus profissionais na pleni- tude. Essa foi uma importante alteração na realidade histórica de uma época, mudando a abordagem administrativa das empresas. Não considerava os aspectos informais e os aspectos externos das empre- sas, sendo que, em termos históricos. a questão dos aspectos informais foi melhor abordada pela Teoria do Desenvolvimento Organizacional, e os aspectos externos das empresas pela Teoria da Contingência. Apresentava desequilíbrio no tratamento das várias atividades das em- presas, pois a Teoria da Administração Científica tinha um force viés di. recionado às atividades de produção das empresas, esquecendo - ou não proporcionando a devida atenção - a outras importantes atividades, tais como as financeiras, as mercadológicas, as de gestão de pessoas, as de análise de negócios. Esse tratamento das atividades de produção como faco central e principal de todas as atividades das empresas levou os ad- ministradores das empresas a fabricar produtos sem maiores considera- ções a respeito do que o mercado comprador realmente necessitava e quéria, fato este que só começou a se alterar em meados de 1930, com a consolidação da função marketing. Não considerava as interações entre os diversos furores de influência da administração, tais como entre os diferentes grupos de trabalho, quer estes tivesserh elevada cú baixa dependência das máquinas; entre os conheci- mentos individuais e os conhecimentos necessários para o desenvolvimento das empresas; entre as realidades dos fornecedores de matérias-primas insumos em geral e os processos produtivos das empresas: entre as reali- dâdes e necessidades dos clientes e os produtos disponibilizados pelas em- presas ao mercado; entre os posicionamentos dos governos e as abordagens de atuação das empresas. Infelizmente, até os dias atuais muitas empresas = públicas e privadas - não conhecem os ensinamentos básicos de adminis tração empresarial. A Teoria da Administração Científica é um emaranhado de ideias sem preo- cupação maior com a sustentação conceitual e prática. Talvez esta seja uma crítica exagerada, principalmente quando se analisam as contribuições da Teoria da Administração Científica para - entre outros estudos — o início da análise de produtividade das empresas. Ressalte-se, ainda. que, como era o início da análise da administração das empresas de uma forma mais ampla, muitos estudos podem ter se perdido ou não tenham sido suficien temente documentados. A Teoria da Administração Cienrífica não apresenta comprovação cientifi- ca, o que pode ser considerada a grande ironia da referida teoria. Fla se preocupou com as consequências das tarefas realizadas e, principalmente, com a maneira ideal de essas tarefas serem realizadas; mas não se preo cupau - e aqui está o problema! - com as causas, as razões. os porques de ! i 136 Hisntis ds Afministcação - Rebouças os profissionais das empresas trabalharem - ou quererem trabalhar - de uma determinada forma; ou seja, não se pesquisou e nem se analisou o foco principal da questão. Mas, seguramente, nada disso tira o mérito e a contribuição efetiva da Teoria da Administração Científica para o de- senvolvimento e a consolidação da administração nas empresas e o início estruturado dos relatas da história da administração. E - Quanta à Teoria do Processo Administrativo A partir de sua idealização, em 1906, a Teoria do Processo Administrativo e seus idealizadores - começaram a receber elogios e críticas quanto às suas ideias e proposi- ões. Em termos da história da administração, é importante o leitor ter conhecimentos das principais críticas - e contracríticas —, pais fica mais fácil entender a evolução dos eventos históricos. Essas críticas foram: i) Apresenta elevada abordagem simplista. Isso porque a Teoria do Processo Administrativo considerava que, independentemente do tipo e tamanho da empresa. sempre se'deve trabalhar com o mesmo núcleo de administração, à mesma estrutura de separação das funções administrativas e as mesmas premissas e regras administrativas. Em termos de evolução histórica, in- felizmente, essa abordagem, exageradamente simplista, ocorre em muitas empresas nos dias atuais, principalmente em instituições governamentais. si), É uma teoria sem flexibilidade adequada, sendo que esta é uma característi- ca que se estendeu pela Teoria da Burocracia, criando vários problemas para a otimizada qualidade administrativa das empresas. Na realidade, pode-se acreditar que, se os princípios de administração - ver Quadro 2.2 — fossem, desdê a sua promulgação em 1911, aplicados com inteligência e discerni- mento. os resultados poderiam ser bem melhores para as empresas. iii) Apresenta elevado nível de metanicismo em suas orientações admainistrati- vas, sendo que este foi um problema que se estendeu ao longo das teorias das Escolas Clássica e Burocrática, e que só se reverteu com os estudos das teo- tias da Escola Humanista. E, na realidade, esse assunto só foi sepultado com os ensinamentos da Teoria da Excelência Administrativa ou das Empresas. iv) Apresenta inadequado tratamento das questões pessoais, sendo que este foi um problema de diversas teorias da administração, as quais só come- qaram a se preocupar com este importante assunto na Teoria das Relações Humanas, sendo aprimorado por outras teorias administrativas. No caso específico da Teoria do Processo Administrativo, esse problema ficou bas- tante evidente pela elevada dificuldade que esta teoria tinha em tratar com as diferentes personalidades dos profissionais das empresas, bem como os trabalhos de equipes multidisciplinares, chegando até a influir na qualida- de do processo decisário. Adminaeração na Primeixa Metade do Século XX 137 «) Apresenta baixo rigor científico, sendo que essa crítica se torna mais forte pelo elenco de princípios de administração apresentados por Fayoi, pelo fato de ele mosttar estes princípios de forma detalhada e para operacionali- zação direta, gerando um questionamento elevado a estes princípios, prin- cipalmente porque eles careciam de adequada experimentação e comprova. ção anteriores. Essa questão da experimentação « análise das propostas das teorias da administração foi se acertando ao longo do tempo e, nos últimos momentos, os ensinamentos proporcionados pelas escolas e teorias da ad. ministração podem ser entendidos, incorporados e aplicados pelas empresas com maior segurança. Mas sempre com uma ponta de dúvida e questiona- mento, a qual é importante para exercitar a qualidade administrativa dos profissionais das empresas. nt - Quanto à Teoria da Burocracia Em termos históricos, as principais críricas e contracríticas são: i) Dificuldade de adequação das erapresas ao acelerado rio das mudanças & das novas tecnologias de operação e, principalmente, do conhecimento administrativo. Essa pode ser considerada a principal crítica à Teoria da Butocracia, sendo irônico que esta situação inadequada para as empresas é decorrência direta dos principais benefícios que a referida teoria precendia proporcionar para as empresas, ou seja, à maior consistência das atividades com a decorrente melhoria dos níveis de eficiência e de produtividade. Exagerada ênfase nos métodos é procedimentos administrativos, em detri- merto das habilidades, dos conhecimentos e da criatividade das pessoas; isso como corolário da crítica anterior, pois a busca da atuação profissional padronizada chegou a tal nível de exagero, que 0 status quo das normas e procedimentos se tornou um fim em si próprio. O vai ser observado, em termos históricos, que a Teoria da Administração por Pro- cessus considerou a parte boa da Teoria da Burocracia, consolidando processos - e não normas é procedimentos - de forma inteligente, proporcionando uma nova realidade da evolução da administração pelas empresas. Neste momento, é válido apresentar dois conceitos que facilitam o entendimento da diferença entre as duas teorias mencionadas. Já foi evidenciado que normas e procedimentos representam a explicitação de “quem” e “como” as atividades das empresas são realizadas, se por meios manuais, mecânicos ou eletrônicos, se de forma individual ou pelas unidades organizacionais estabelecidas. Quanto aos processos, estes representam o conjunto estruturado de arividades sequenciais que evidenciam uma relação lógica entre st, com a finalídade de atender e, preferencialmente, suplantar as necessidades e as expectativas dos clientes externos e internos das empresas. Portanto, os processos direcionam as empresas para as “coisas boas”, enquanto as normas e procedimentos podem formalizar “coisas ruins” para as empresas. i Í 138 thisóris da Adminisicação + Rebouças ii) A Teoria da Burocracia proporciona q inchaço das empresas, observando-se que este problema tem sido, no mundo todo, mais forte nas empresas go- vernamentais, quer sejam federais, estaduais ou municipais. E isso porque essas empresas buscam, no máximo, a eficiência, mas praticamente nunca a eficácia é, muito menos, a efetividade. , O Brasil, infelizmente, até os dias atuais, é vitima dessa realidade problemática, sendo que algumas tentativas mais fortes de desburocratização de atividades não apre. sentaram os resultados esperados. Praticamente, as únicas exceções são os programas de privarizações, em que o papel do Estado, de forma cortera, se transfere de fazedor para administrador das atividades realizadas por empresas concessionárias dos servi sos púbicos Ou seja, o papel do Estado é de estruturar, priorizar, disciplinar e contro- sa vie a les, mas nunca o de ser 0 fazedor dessas atividades. Talvez a história da administração comece a mostrar como esta questão deve ser resolvida. ad Em lgumas partes deste livro, o leitor identifica problemas inerentes à má quali- l que empresas governamentais apresentam, no mundo todo, prin- cipalmente como decorrência do não entendimento de que o papel do governo não é ficar administrando empresas, mas sim estabelecer as prioridades do país, de regul: mentar as atividades concessionárias, de consolidar as macropolíticas overtianientais. Em termos históricos, é válido o leitor saber que. em 1887, Woodrow Wilson (2856-1924), vencedor do prêmio Nobel da Paz, em 1919, apresentou um interessante estudo para a adequada sistematização dos serviços públicos federais, pois perceb algo óbvio nos dias atuais, mas não evidente na época: o foco deve ir além dá gestão « do desenvolvimento profissional das pessoas, abrangendo os processos e os ind dores de desempenho dos trabalhos a serem realizados. e iv) Os estudos de Max Weber, idealizador da Teoria da Burocracia, sofreram algumas outras críticas, tais como de Richard Tawntey (1880-1962), que em 1926, afirmou que o capitalismo era a causa, e não o resultado do pro. testantismo, pois as principais cidades e os mais importantes banqueiros da da eram católicos. Mas isso é interpretativo. pois Weber recebeu elogios uns autores, tais como David Lenská (1924-1998), ambos em ogro etana CONT=1928) « Gerhard IV - Quanto à Teoria das Relações Humanas As principais criricas que a Tex Relações H s ao longo do x oria de s recebeu ao longo do tem. i) Limitação exagerada no tipo de empresa pesquisada, pois se focou um úni- co tipa de empresa: a industrial, ou seja, a fibrica, esquecendo os outros tipos de empresa. com suas caracteristicas especificas, De qualquer forma essa delimitação exagerada toi se reduzindo ao longo de outras teorias que começaram a se desenvolver nas empresas. Lembre-se: às vezes, o foco exagerado é um problema uas análises « estudos administrativos. i ii) E) vi vii) viii) ix) administração na Priméica Metade do Século XX 139 Limitação exagerada na amplitude de análise, pois a Teoria das Relações Humanas estudou as questões dos indivíduos e das equipes multidiscipli- nares ou unidiseiplinares, apenas no âmbito da empresa, não abordando as interações e influências recebidas e/ou proporcionadas pelas variáveis ou fatores externos ou não controláveis pelas empresas. Em termos de evolução histórica, essa foi uma questão resolvida pela Teoria de Sistemas e pela Teoria da Contingência. Limitação no tratamento das questões e variáveis adrinistrarivas, lem- brando que tal como as Teorias da Administração Científica e do Processo Administrativo, a Teoria das Relações Humanas também apresenta este viés, pois seus estudos, basicamente, se direcionaram para as questões in- formais das empresas. De qualquer forma, a Teoria das Relações Humanas proporcionou importantes contribuições nos estudos das influências das relações interpessoais e dos posicionamentos sociais dos individuos nos níveis de satisfação pessoal e de produtividade profissional. Excesso de importância para a atuação das equipes de trabalho - quer fossem ou não multidisciplinares -, colocando em segundo plano a arua- ção dos indivíduos. Ninguém está afirmando que a anátise da atuação das equipes não têm valor no estudo e na história da administração, mas que o esquecimento — ou o tratamento em nível secundário - dos valores pessoais e individuais podem tesultar em problemas para as empresas. Tratamento dos indivíduos de maneira inadequada, incomplera e simplista em que, por exemplo, existe uma correlação direta entre à felicidade pes- saal e a produtividade profissional. Excesso de importância para a questão financeira, como o fator básico e principal de influência no comportamento das pessoas. Será que todos os srabalhadores das empresas são compráveis? Questão dúbia da Teoria das Relações Humanas aficroar que os individuos é que devem mudar as suas atuações nas empresas, quando, em significa tiva parte das vezes, é a administração que deve ser repensada e, possivel. mente, alterada em sua aplicação na referida empresa. O debate mais intenso e o conflito eram considerados nocivos para a quali- dade administrativa das empresas. Ao longo da análise do conteúdo deste livro, vai ficando evidente que o conflito é algo interessante como fato gerador e de sustentação de maior criatividade e qualidade administrativa has empresas. A história da administração mostrou que a Teoria do Desen- volvimento Organizacional teve elevada importância na mudança deste enfoque inadequado da Teoria das Relações Humanas. Não soube estabelecer a relação de causa versus efeito nos coníliros exis tentes nas empresas, pois a Teoria de Relações Humanas focou o periférico das causas dos conflitos, ou seja, concentrou os seus estudos e análises na questões que procuravam tornar os trabalhos mais agradáveis, tais como as refeições disponibilizadas nas instalações das empresas, às associações 144 Hastória dz Almenaticacdo é Retmuças é não cercear as apresentações de sugestões, sobretudo as expostas de forma estruturada e sustentada, para evitar que o achismo corra soíto na empresa. e) Evoluções resultantes da Teoria Comportamentalista. Nesse caso. em termas históricos. o leitor pode analisar e debater duas questões principais: à) Aprendizado evolutivo no tratamento das questões inerentes à qualidade de vida no trabalho. sendo que esta é uma questão que a administração deverá evoluir - e muito -. inclusive parque acredita-se que este assunto deverá ter - cada vez mais — forte influência na produtividade e na vantagem competi- tiva das empresas ú Maior amplitude na análise da atuação dos indivíduos nos diversos grupos sociais, tais como as empresas, a qual é uma evolução que está ocorrendo e, seredira-se, terá influência — e contribuição positiva - para todas as teorias e escolas da administração, existentes ea existir. £) Evoluções resultantes da Teoria Matemática Para debate, podem ser consideradas: i) Continuo desenvolvimento e aprimoramento dos modelos e técnicas mate- máticas, sendo esta a principal evolução à ser considerada e, acredita-se, não deve ser questionada. pois à conhecimento e o aprendizado nesta área tem evoluído fortemente. ii) Gradativo maior usa de modelos matemáticos no processo decisório das em- presas. o que tem sido, é continuará sendo, o grande lance das contribuições da Teoria Matemática. Infelizmente, esse aspecto não tem sido reconhecido. pelas empresas em geral, como deveria ser. 1 t Resumo Neste capítulo, foram apresentados os principais eventos da administração que têm acontecido desde a sua origem “format”. ou seja, na primeira metade do século XX. incluindo a sua torre evolução no perioda analisado O leitor já teve - e. principalmente. terá - a oportunidade de verificar que a admi- nistração, come uma tecnologia, está em constante evolução, mas, de qualquer forma, foi possível identificar. com extrema facilidade. a efetiva importância do período cor- respondente à primeira metade do século XX. Neste capitulo. bem como no próximo. taubém são apresentados os eventos da administração, de acordo com o grupo de escolas e teorias estabelecidas ao longo do Administração né Primeira Metade da Seculs NK 145 tempo, pelo simples fato de facilitar ao leitor o pleno entendimento da interação entre os diversos eventos administrativos; mas se manteve, também, a análise pelas funções da administração é pelas funções das empresas, para manter o padrão básico de apre- centação e análise destes eventos ao longo dos quatro capitulos do livro. Também foram abordados algumas críticas feitas aos estudos da administração que ocorreram na primeira metade do século XX, bem coma as resultádos dos estudos que serviram de base de sustentação para os eventos administrarivos posteriores. | Questões para debate 1. Debarer as contribuições das diversas escolas e teorias da administração para o período considerado. 2. Debater o surgimento estruturado da função planejamento nas empresas. 3. Idem da função organização. 4. Idem da função gestão de pessoas. S. Idem da função direção. 6. Idem da função avaliação. 7. Debater o surgimento estruturado da função marketing nas empresas. 8. idem da função produção. 9. Idem da função desenvolvimento de pessoas. 10. Idem da função finanças. 11. Idem da função processos e tecnologia. 12. Debater as peincipais críticas que alguns desses estudos sofreram ao longo das décadas seguintes. 13, Comentar a respeito dos estudos que se consolidam nas décadas seguintes. Justifi car as respostas. 14. Consolidar um debate da interação entre as contribuições das escolas e teorias da administração, das funções da administração e das funções das empresas. Justili car cada situação apresentada. | Exercício: Identificar outros eventos e pesquisadores que i | contribuíram para o efetivo surgimento da ad- | ministração como uma área de conhecimento. você deve realizar ampla pesquisa, preferencialmente via livros. dissertações de mes trado e teses de doutorado nas bibliotecas de faculdades de administração e de história 146. história da Adminastração - Rebouças Se for possivel, para você, estabelecer algum tipo de correlação entre os eventos que aparecem neste livro e os que você pesquisou. E, se você quiser, pode estabelecer uma ordem de importância - com justificati- vas —, destes diversos eventos, para a sua vida profissional atual e/ou futura. Caso: Socóiro! Os executivos daimintirempresa! têm pen- saménto jurássico e não se modernizam-administra- tivameite: É teto ER A minha empresa é denominada Jurassic Empreendimentos Ltda. e seu camo de atuação é de eventos em geral, tais como feiras de exposição de produtos, shows artísti- cas, comícios políticos, festas de tançamentos de produtos e de inaugurações diversas, bem como toda e qualquer solicitação de clientes quanto a eventos que possam ser chamados de inovadores ou de esquisitos. A área de atuação da Jurassic Empreendimentos Ltda. é o território nacional, com a administração central locatizada na cidade de São Paulo e com filiais em todas as capitais do país. Ela também trabalha com representantes que atuam em algumas das principais cidades do pais, geralmente com mais de 700.000 habitantes. A vantagem competitiva da Jurassic Empreendimentos Ltda. é o conhecimento do negócio, principalmente quanta à contratação de profissionais que irão proporcionar aquele algo mais para os clientes, a simpatia no atendimento e o querer fazer certo as várias arividades contracadas. A desvantagem compêritiva da Jurassic Emprecádiimentos Ltda. é a não existência de processos, procedimentos e rotinas estabelecidas, fazendo cada caso contratado como algo, ou revolucionário, ou simples, ou complicado. Essa situação tem levado os dois proprietários da Jurassic Empreendimentos Ltda. à loucura, pois as reclamações — ou os elogios - e, até, os processos judiciais podem ocorrer de forma aleatória. Os dois proprietários identificaram, sem-maiores dificuldades, que o principal problema da empresa é não rer disciplina de atuação, não por culpa das pessoas, mas porque as maneiras como as atividades devem ser desenvolvidas não estão for- malizadas. Nesse contexto, os dois proprietários da Jurassic Empreendimentos Ltda. contrata- ram você, notório conhecedor de administração de conflitos em empresas, para resol- ver, de maneira definitiva, este problema. Para conhecimento do leitor, o organograma básico resumido da Jurassic Empreen dimentos Ltda. é apresentado a seguir: Administração ma Primeira Metade do Sérulo XX 147 Diretoria Colegiada. Doretoria Técnica Diretoria Adeministratmo 2 Financara Contratos Gerência de Serância Gerência rência de Desemotvimento Financeira Administrativa Eventos de Negócios t A [ Programação |.. Frospécção Contabilidade filiais cio atividades deeicado Contratação dos Custose Representantes serviços terceirizados Orçamento Alocação das” TE esouraçã Recursos Humanos atividades : controle g avaliação Apálico de compeas das atividades pípietos Informárica Você deve analisar todas às informações e dados do caso e complementar de acor- do com a sua realidade de conhecimento dos assuntos administrativos. E, em seguida, propor uma situação interessante para as dois proprietários da du- ussic Empreendimentos Ltda. E, por favor, debater as hipóteses alternativas para à adequada solução dos problémas da empresa.
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