Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Coletanea de receitas defensivos naturais, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Várias opções

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 06/06/2012

luanna-nava-5
luanna-nava-5 🇧🇷

4.7

(9)

14 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Coletanea de receitas defensivos naturais e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! PRÁTICAS DE PROTEÇÃO NA AGRICULTURA Trabalho apresentado no Encontro do “Terra Viva”, projeto de Cooperação Técnica entre a GTZ (Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit) e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, através da CATI e Instituto Biológico- Estância Demétria em Botucatú, estado de São Paulo, com a participação de profissionais de toda parte do Brasil/agosto-setembro1998- Helcio de Abreu Júnior -Engº Agrº MSc. - Coordenador COLETÂNEA DE RECEITAS Prefácio Todo alimento produzido de modo sadio, respeitando-se o ambiente, o homem e livre de resíduos tóxicos, equivale ao melhor dos remédios. Baseado no respeito ao ser humano e na mais vital das necessidades que é a alimentação saudável, livre de resíduos tóxicos, foi realizado esta coletânea de receitas visando fornecer alternativas para o controle de parasitas de plantas e animais, tendo como objetivo principal o equilíbrio dos organismos e das suas relações com o meio ambiente. No âmbito do “Terra Viva”, projeto de Cooperação Técnica entre a GTZ (Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit) e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, através da CATI e Instituto Biológico, que tem como objetivo reduzir o uso de agrotóxicos e seus riscos ao homem e ao meio ambiente, foi possível encorajar técnicos, agricultores e especialistas em torno desta nova visão de proteção de plantas, onde as medidas naturais e de manejo integrado da cultura estão sendo privilegiadas. Uma coletânea iniciada a partir de publicações científicas e muitas obtidas a partir de experiências práticas de técnicos e agricultores, recebeu colaborações importantíssimas na elaboração da versão final, na qual as correções e novas contribuições se deu no formato de uma oficina participativa, realizada na Estância Demétria em Botucatú, estado de São Paulo, com a participação de profissionais de toda parte do Brasil. É um trabalho em constante evolução, e que pretende colaborar com o agricultor e o técnico no manejo e controle dos parasitas dos cultivos e criações, de maneira consciente e responsável, reduzindo ou até mesmo eliminando o uso de agrotóxicos. Um desafio que deve ser assumido sem medo de acertar e obter sucesso. É um instrumento básico para a produção alimentos promotores da saúde de todos nós, consumidores e seres vivos do planeta. Helcio de Abreu Júnior -Engº Agrº MSc. - Coordenador ÍNDICE I - Introdução I.1. Práticas de Proteção de Plantas em um contexto Holístico - Ana Maria Primavesi I.2. Produção Animal Sustentável - Marco Antonio Hoffmann II - Informações aos Usuários III - Coletânea de Receitas para Proteção de Plantas e Animais 1 - Ácidos Húmicos 2 - Agave, Piteira ou Sisal (Agave sisalana Perrine) 3 - Alho 1 , Alho 2, Alho 3, Alho 4 (Allium sativum) 4 - Angico (Piptadenia spp.) 5 - Anonas - Guanabara, Graviola, Maria vai ver (Annona reticulata, A. muricata, A. squamosa) 6 - Araucária, Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia) 7 - Arruda (Ruta graveolens) 8 - Árvore do Paraíso, Sinamomo do Sul (Melia azedarach) 9 - Aveia preta / Sulfato de cobre (CuSO4) 10 - Bacillus thuringiensis (Bt) - Bactur 11 - Baculovirus anticarsia 12 - Baculovirus erinnys 13 - Bananeira (Musa spp.) 14 - Beauveria bassiana 15 - Bergamot 16 - Biodinâmico 501, preparado 17 - Biodinâmico 500, preparado 18 - Bioinseticida (Bacillus sphaericus) 19 - Bórax 20 - Bordalesa, calda 21 - Bordalesa, pasta 22 - Brasileirinho (Diabrotica speciosa) 23 - Cal, solução ; Cal hidratada 24 - Cálamo aromático (Acorus calamus) 25 - Camomila (Matricaria camomilla) 26 - Caseinato de cálcio e enxofre 27 - Cavalinha 1(Equisetum arvense), Cavalinha 2 28 - Cebola ou cebolinha verde (Allium cepa ou Allium fistulosum) 29 - Chocolate, calda 30 - Coletor solar 31 - Composto, extrato 32 - Composto líquido de biofermentação 33 - Confrei (Symphytum officinali) 34 - Cravo-de-defunto 1(Tagetes minuta e Tagetes erecta), Cravo-de-defunto 2 35 - Curcuma (Curcuma domestica) 36 - EM - 4 (Microrganismos Eficazes) 37 - Enxofre em pó 1, Enxofre em pó 2 38 - Enxofre 39 - Enxofre, pasta 40 - Eucalipto (Eucaliptus citriodora) assustadoramente e com eles o número de defensivos (agrotóxicos) e sua toxicidade. Enquanto antigamente era suficiente aplicar 2 a 3 pulverizações em soja ou 4 a 5 em algodão, já existem lavouras onde se fazem 18 pulverizações em soja e até 25 em algodão, cada segundo dia em hortaliças e até 72 vezes em maçã. As plantas se tornam cada vez menos resistentes e mais susceptíveis e quando Chaboussou em seu livro “Les plantes malades de pesticides” ( as plantas doentes dos pesticidas) (2) alerta sobre este problema, ninguém podia imaginar como plantas iriam adoecer de “remédios”. Por isso segue um exemplo: Em um cultivo de uvas de mesa apareceu Botrytis que se controlou por pulverizações diárias de Maneb, um fungicida a base de manganês. Embora o solo tenha sido abundantemente calcariado e o pH estava ao redor de 7,5 , muitas folhas das videiras tinham suas veias principais entupidas por uma substância marrom que indica a deficiência de cálcio ou o excesso de manganês. Este foi introduzido pelo Maneb. Em conseqüência da deficiência pronunciada de cálcio apareceu Antracnose, como já era previsto e que se controlou por uma superdosagem de fósforo que, por sua vez induziu a deficiência de zinco, o qual torna as plantas susceptíveis a brocas de caule. Esta apareceu no ano seguinte, minando os troncos das videiras e que se tentou controlar com injeções de Lorsban nos troncos... . A situação tornou-se cada vez mais desesperadora e tudo somente por causa da falta do elemento Boro no solo. O calendário de defensivos que existe para muitas culturas frutíferas e também para algodão, é nada mais do que o controle das seqüelas do primeiro defensivo (agrotóxico). Os organoclorados como BHC, DDT, Lindane, Aldrin e outros, foram proibidos no mundo inteiro por causa de suas conseqüências nefastas à saúde humana e sua persistência nos solos e poluição das águas. Entraram os organofosforados dos quais se esperava rápida decomposição por organismos sadios. Mas como plantas parasitadas sempre são doentes e homens atualmente raramente são completamente sadios, sua decomposição não ocorre tão rápido e em todos os países mediterrâneos foi decretada sua proibição até o ano 2004 porque ataca seriamente o sistema nervoso, especialmente de crianças e jovens. O combate integrado de pragas e doenças é cada vez mais comum, onde se usam todos os métodos que melhoram a saúde do solo e das plantas, como rotação de culturas, adubação verde, composto ou utilização de palha como cobertura morta, usam-se inimigos naturais, feromônios e defensivos orgânicos, sendo o Baculovírus em soja ou o fungo Metharrizum em cana-de-açúcar de uso comum. Pelo combate integrado de pragas o uso de agrotóxicos baixou radicalmente e no Paraná já existem fazendas que conseguem produzir soja sem agrotóxico, o que vem economizando bilhões de reais para o Estado. O combate químico acarretou a falência de muitos agricultores pequenos e médios, os quais não conseguem plantar sem financiamento do banco mas, que depois não ganham o suficiente pela venda da colheita para poder pagar suas dívidas. No combate integrado de pragas, se trocam os químicos por orgânicos ou biológicos, isto é inimigos naturais. Porém o enfoque temático permanece e a única solução para as pragas e doenças é seu combate ou seja, sua matança. Removem-se sintomas as vezes somente por 2 ou 3 dias, exigindo aplicações permanentes de agrotóxicos. A pergunta é: - Por que não recuperar os equilíbrios quebrados, por que não restabelecer os sistemas naturais e por que não trabalhar com as interrelações dos fatores ? - Por que não recuperar a força produtiva dos solos e por que não fornecer os nutrientes esgotados ? Pela visão holística-sistêmica desaparecem os fatores isolados e aparece o conjunto dinâmico que rege toda natureza. - Que são equilíbrios dinâmicos ? São ciclos em que se percorre numerosos estágios, aparentemente independentes, até se chegar ao último estágio que ao mesmo tempo também é o primeiro de um novo ciclo. O mais fácil para entender é o ciclo da água. A água do mar evapora, forma nuvens, cai como chuva, penetra no solo, abastece os níveis freáticos, nasce como vertente, deságua como afluente em um rio e finalmente volta ao mar, de onde um novo ciclo se inicia. Se este ciclo for interrompido ao nível do solo por ser este compactado e sem porosidade superficial, a água pluvial escorre, causa erosão, provoca enchentes e inundações e volta diretamente ao mar, sem passar pelo solo e abastecer o nível freático, o nível subterrâneo de água. Por isso o Globo terrestre está secando! As fontes desaparecem, os rios secam os poços não têm mais água, o nível freático baixa causando a falta de água doce, a água potável. Combate-se isso por curvas de nível, microbacias e murunduns, barragens e a retificação dos rios. Mas nada que é natural tem controle mecânico. Assim os povos da região de Sahel, no sul do Saara, sabem que o avanço do deserto não tem combate químico-mecânico, mas somente ecológico. Também a erosão e enchentes não se controlam por obras mecânicas. O único controle é ecológico-orgânico. Fornecendo matéria orgânico a à superfície do solo, descompactando-o e agregando-o, formando poros, a água da chuva consegue infiltrar-se novamente. A EMBRAPA de Passo Fundo/RS contatou que um solo agregado e protegido pela vegetação permite a infiltração de 400 mm de chuva por hora. E um aguaceiro destes é muito raro! E a infiltração da água ao solo resolve também o problema da água potável, que por exemplo, é parcialmente importada pelo EUA por não a possuir mais. O enfoque temático-analítico sempre mostra somente frações do inteiro. Assim a adubação com elevadas dosagens de NPK não enriquecem o solo, mas o empobrece em todos os minerais que a planta necessita para produzir, simplesmente pelo fato que todos elementos nutritivos devem existir em proporções determinadas e quando se aumentar o nitrogênio falta o cobre e a planta se torna susceptível a muitas doenças fúngicas. Ou, se aumentar o fósforo, falta o zinco, o qual torna as plantas susceptíveis a brocas. Portanto com NPK pode-se forçar, por algum tempo, uma produção maior, mas causa-se um esgotamento pronunciado do solo. Assim, por exemplo, o metabolismo vegetal produz apreciável quantidade de peróxido e hidrogênio que a enzima catalase elimina. Mas a catalase necessita de ferro (5). Ou as raízes necessitam de grupos carboxílicos para poder absorver ativamente. Estes não se movimentam para a raiz se faltar boro e que está em equilíbrio delicado com potássio. Para uma planta ser parasitada necessitam-se três condições: 1) que a planta seja deficientemente nutrida oferecendo alguma substância utilizável para o parasita, 2) que o parasita possa multiplicar livremente sem controle biológico, o que ocorre facilmente em monoculturas e 3) que o sistema de autodefesa da planta seja desmantelado, e que depende tanto da nutrição da planta como do uso de agrotóxicos (4). A pergunta intrigante é: - Por quê existem parasitas ?Somente para destruir as lavouras ? Geralmente insetos e microrganismos somente se pesquisam quando parasitam. Em seu estado natural poucos os conhecem. Qual é seu papel no ciclo da vida? Tudo na natureza é relativo, tudo é interligado, tudo tem também seu oposto, sua forma negativa, dos mitocôndrios, sobre a antimatéria até as constelações estrelares. Somente o oposto dá sentido a tudo. Assim não teríamos consciência da vida se não tivesse a morte; não saberíamos que é dia se não existisse a noite; não se ia conhecer a saúde sem conhecer a doença ; o sol não seria benéfico se não tivesse chuva e a alegria somente se ressalta porque existe a dor. O oposto da formação é a destruição. As plantas superiores formam substâncias orgânicas transformando a energia luminosa, em presença de água e gás carbônico, com ajuda de minerais que em sua maioria fazem parte de enzimas catalizadoras que ajudam no metabolismo da planta. Estas substâncias orgânicas são a nossa alimentação bem como a dos animais. Mas si somente tivesse a formação de substâncias orgânicas sem a sua decomposição o mundo seria de tal modo atulhado de plantas, animais e homens mortos, que fazem milhões de anos, a vida seria impossível. Nenhuma planta consegue comer pedaços de outra. O planeta Terra seria um deserto orgânico. Para que isso não acontecer existem os insetos e microrganismos. Eles são a polícia sanitária do Globo terrestre, decompondo à energia, água, gás carbônico e minerais que é morto, velho, fraco e doente. Mas para evitar que ataquem também seres vivos, sadios, eles estão programados estritamente para uma ou duas substâncias através de suas enzimas. Bactérias fungos e insetos possuem preferencialmente poucos processos enzimáticos de obtenção de energia. Enzimas são muito específicas. Eles conseguem agir somente sobre uma única estrutura química. Adicionando um meio oxigênio a uma estrutura, esta já se torna outra substância e a enzima não consegue mais digerí-la. Isso significa que nenhum destes insetos ou micróbios pode atacar uma planta simplesmente porque esta existe. Somente pode atacá-la se “oferece” a substância que está no alcance de sua enzima. Substâncias que as enzimas destes pequenos seres podem atacar são sempre “semi-fabricadas” substâncias ao meio caminho que não podiam ser terminadas porque faltou algum ativador para suas enzimas. E este ativador sempre é um mineral. Faltando uma reação química, forma-se isso que se chama de barreira química (7) porque nenhuma outra enzima na planta é capaz de processar esta substância. Ela se acumula, circula na seiva e finalmente é aproveitada por um inseto ou micróbio, que agora se chama de “parasitas”. Mas na verdade somente executam uma lei natural, eliminando o que não presta para uma vida plena e sadia. Protegendo a planta por algum defensivo, seja ele químico ou orgânico, ela permanece doente, produz sementes fracas e dá origem somente a outras plantas doentes. A espécie degenera e finalmente desaparace. Para evitar a degeneração da vida a natureza elimina o que não é adaptado, e as variedades atuais raramente o são e com isso a própria vida está em jogo. PRIMAVESI, A. e PRIMAVESI, A.M., 1965, A Biocenose do solo na produção vegetal. Palotti, Sta. Maria, Rs. SHÜTTE, K.H. 1964, The biology of trace elements. Crosby Lockwood, London COLBORN, T.; DUMANOSKI, D. e PETERSON, J. , O futuro roubado, Editora L&PM, Porto Alegre, 354 pp, 1997. I.2. Produção Animal Sustentável I.2.1. Panorama atual da produção animal A produção animal sofreu grandes transformações nas últimas décadas, seguindo a tendência de se realizar criações em confinamento com o objetivo de reduzir custos e tornar possível um mesmo homem manejar um número bem maior de animais. Junto com este sistema de produção, houve uma redução da necessidade de mão-de-obra, agravando o êxodo rural. Como vários autores demonstraram, entre os quais ZANELLA, 1995 e BOENCKE, 1985, a natural falta de adaptação dos animais a estes novos sistemas e a sua inadequação às expressões comportamentais mais corriqueiras provocam estresses a estes animais. O animal constantemente estressado adoece com facilidade. Também o inadequado manejo das suas excreções, além dos prejuízos ao meio ambiente, é causa do aumento das doenças dos animais confinados. O conseqüente aumento do uso de medicamentos e agrotóxicos ensejou o aumento da produção animal, e a sua maior oferta no mercado, contribuiu para o seu uso de forma quase universal, isto é, também nos sistemas semi-intensivos e extensivos. Todo problema de saúde dos animais passou a ser tratado de uma única forma, com medicamentos e agrotóxicos. Desta forma, trata- se os sintomas sem eliminar as causas das doenças, que no caso dos animais na grande maioria dos casos, podem ser devido aos sistemas de produção. Assim, como conseqüência natural, aumentaram os níveis de resíduos de medicamentos, agrotóxicos, antibióticos e hormônios nos alimentos e no meio ambiente, com destaque especial para a água, por ser esta uma forma adicional de contaminação do homem e dos animais. A situação atingiu tal magnitude que TRAPË (1995) conclui que a população em geral, ao consumir alimentos provenientes de produções tratadas com os diferentes biocidas, está exposta à ingestão diária de resíduos por praticamente toda a vida. Estes estão associados a várias doenças, sendo que no caso daqueles que trabalham diretamente na produção, o perigo é maior. No caso da produção animal, por exemplo, certos tipos de câncer dos que trabalham com bovinocultura são associados aos agrotóxicos utilizados (CLAVEL et al., 1995). E no trabalho com aves, câncer no final da infância e início da idade adulta, em filhos dos produtores, está associado aos agrotóxicos utilizados nesta produção (KRISTENSEN et al. 1996). Os graves danos ao meio ambiente e à saúde do homem causados pelo uso, hoje corriqueiro, destes insumos agropecuários, já está suficiente comprovado de forma científica. Eles aumentam os custos da saúde pública com o tratamento das doenças que provocam, os quais a população não quer mais pagar, conforme estudo de PIMENTEL et al. 1992. Além de reduzir as margens de lucro dos produtores devido ao aumento da resistência dos parasitas pelo uso indiscriminado dos antibióticos e agrotóxicos. I.2. 2. As principais causas das doenças dos animais Na produção animal sustentável precisamos ter em vista, em primeiro lugar, as causas dos males que atingem nossos animais, pois não se trata aqui apenas de renunciar aos tratamentos convencionais substituindo-os por tratamentos alternativos. Por isso precisamos conhecer bem as causas das principais doenças e os principais parasitas, para que possamos fazer tudo para prevenir o seu aparecimento. Se houver sucesso na prevenção, a maior parte dos problemas de saúde dos animais será evitado e os tratamentos serão raros. Enquanto os tratamentos não são raros, é possível melhorar. Todo sistema que impede, ainda que parcialmente, as manifestações comportamentais da espécie, seja um bovino, um suíno, ou qualquer outros, provocam-lhes estresses favorecendo o seu adoecimento. É o caso dos semi- confinamentos, quando os animais são mantidos nesta condição uma parte do dia, especialmente em ambientes fechados e com a presença das suas excreções ou a evaporação destas. Mesmo em ambientes abertos e mais amplos, quando o piso é de concreto, a situação não é muito diferente do que nos confinamentos totais. Toda espécie tem a necessidade e a sua maneira particular de se movimentar, uma forma de deitar e levantar, horários preferidos de beber água, de se alimentar ou de vagabundear, entre outras maneiras de se comportar, e quando qualquer uma destas está sendo tolhida, um estresse está sendo provocado. A constância deste acabará por provocar doença. Para os animais pastadores, mesmo nas criações ao ar livre o sistema de produção pode ser causa de ataques a sua saúde. É o caso do sistema extensivo em que os animais permanecem vários dias e mesmo semanas numa mesma parcela ou área de pasto. Desta forma eles são constantemente reinfestados com parasitas, com destaque para os vermes gastrointestinais e os carrapatos, porque estes tem sempre o seu hospedeiro presente. A ausência do animal hospedeiro por certo período reduz a população destes parasitas a níveis tão baixos que tratamentos curativos são raros ou mesmo desnecessários, o que está relacionado ao sistema de produção. O uso de agrotóxicos e medicamentos é também causa das doenças dos animais, o que parece ser uma contradição, mas não é. Basta lembrar o que vivemos hoje em relação à resistência dos parasitas, em especial com relação aos antibióticos. Os agrotóxicos e medicamentos aplicados nos animais são excretados junto com seus excrementos. No caso dos bovinos, micro e macrorganismos associados à bosta são assim eliminados, uns tem atuação contra os vermes gastrointestinais, outros que são coprófagos e eliminariam a bosta rapidamente (os populares rola- ou vira-bosta), com isso evitaria a reprodução da mosca do chifre. A permanência do esterco é a causa da doença causada pela mosca do chifre. Fungos e bactérias que combatem os vermes gastrointestinais poderiam ser usados numa tecnologia de processo que os fizessem reduz a níveis abaixo do nível de dano. Atualmente nas criações consideradas modernas, os animais são exigidos a realizar performances extremamente altas, como 10.000 Kg leite/lactação para vacas ou 1 Kg de ganho diário de peso para suínos na engorda. A partir de um certo limite de produção em cada espécie, começam a ocorrer, distúrbios metabólicos e reprodutivos, piora na qualidade da carne, aumento dos problemas de infecções de úbere além da vida produtiva dos animais ser encurtada. Quando os limites fisiológicos da cada espécie é ultrapassado, os animais pagam um custo em saúde por isso. Para o recém-nascido a falta da ingestão do colostro, o primeiro leite materno, logo nas primeiras horas após o parto pode significar a morte ou a doença. Quanto mais cedo o colostro for ingerido, mais saudável será o neonato; quanto mais demorar para ser ingerido, mais doente será o neonato nos primeiros meses de vida. As primeiras seis horas após o parto são de fundamental importância neste sentido, assim como, quanto mais velha a vaca maior é o conteúdo de anticorpos no seu colostro (Lambrecht et al. 1982, citado por BOENCKE, 1985). Discutimos as principais causas das doenças dos animais para tornar claro que o seu conhecimento é a chave para a sua eliminação e, em conseqüência, para que as doenças não ocorram. Naturalmente, ainda assim elas podem vir a ocorrer, mas serão em número reduzido e mais facilmente controláveis. Através dos conhecimento dos processos que geram estas causas, podem ser desenvolvidas tecnologias de processo, aquelas que interferem no processo evitando que os danos ocorram. Muitas já são conhecidas e serão discutidas a seguir. I.2.3. A visão holística e a sua contribuição para o controle de doenças e outros parasitas na produção animal sustentável Na produção vegetal sustentável já está bem estabelecida e é comum a consideração do todo, isto é, além da produção comercial eficiente, a manutenção e manejo saudável, integrado, dos demais componentes da paisagem regional. Quando isto é bem executado, proporciona um equilíbrio ecológico que previne o aparecimento de pragas e contribui para o controle de doenças. Da mesma forma na produção animal a visão holística tem uma importância fundamental no desenvolvimento dos sistemas de produção que evitam o aparecimento de doenças, de ecto e endoparasitas. Assim, ao se considerar o todo, percebe-se o que causa estresse aos animais, o que favorece ou não os parasitas e qual é o ciclo de vida destes. Aqui é o conhecimento dos processos envolvidos que nos darão as condições de melhorar o sistema de produção ou desenvolver um, que população em qualquer um desses casos. Mas são os seus inimigos naturais os seus maiores inimigos. Entre estes, VERÍSSIMO (1995) cita sapos, aves (anú, gaviões-pomba e cará-cará, galinhas d’Angola, garças vaqueiras, chimango, perdiz, quero-quero e o pássaro “vira-bosta”), além de insetos, aranhas, bactérias e fungos. A atuação de todos estes, depende de propiciarmos à eles um ambiente que lhes seja favorável, o que exclui os agrotóxicos e os medicamentos. A mosca do berne coloca seus ovos sobre outros insetos sobre os quais eclodem as larvas que passam para o bovino quando estes pousam sobre o mesmo. Controlar estes, portanto, constitui uma maneira de reduzir o ataque de bernes. Os principais transmissores das larvinhas da mosca do berne para os bovinos são as moscas, notadamente a mosca doméstica. Esta, para completar o seu ciclo reprodutivo precisa também da bosta ou outro material orgânico em decomposição, onde ocorre as suas fases de larva e de pupa. Nos sistemas de produção ao ar livre, como no P.V., a presença de esterco nas instalações e próximo a estas é drasticamente reduzido. Se o pouco esterco que ainda cai aí, assim como outras formas de matéria orgânica em decomposição forem corretamente eliminadas, a conseqüência é a redução do ataque de bernes. A compostagem destes restos orgânicos é uma forma correta de manejá-los, pois neste não há a presença de moscas, seja pela temperatura aí desenvolvida na fase inicial pela presença de organismos antagonistas nas fases seguintes. Naturalmente, como as moscas podem desenvolver o seu ciclo em qualquer tipo de matéria orgânica em decomposição, a sua eliminação não é um processo simples. Mas quando se trabalha com visão do todo, as diversas tecnologias de processo bem conduzidas vão gradualmente propiciando um desenvolvimento saudável. Deste todo, mesmo com os parasitas presentes, estes não atingem o nível de dano no qual se recomenda o tratamento. Neste caso deve-se usar os tratamentos brandos, que pouco ou nenhum dano façam nos animais e no ambiente, como os indicados neste livro. O conhecimento já é reconhecido hoje como o principal valor do futuro. Na produção agropecuária sustentável ele sempre o foi, e com o seu reconhecimento ele pode agora significar o reencontro feliz e produtivo dos profissionais que trabalham nesta área com os agricultores, em benefício também dos consumidores, isto é, de todos. Neste capítulo procuramos mostrar que a produção animal sustentável não é apenas a substituição de produtos químicos sintéticos por outros naturais e brandos, mas também o desenvolvimento de uma nova visão na produção animal. Uma visão holística, que considere o todo e com base neste conhecimento desenvolva novas tecnologias de processo para uma produção saudável e com custos menores. Os exemplos reais apresentados tem a função para facilitar a compreensão de como se desenvolvem os sistemas de produção sustentáveis. Não é intenção aqui repassar outro pacote tecnológico pronto para aplicação, mas contribuir para o desenvolvimento de uma nova forma de produção, que garanta um futuro saudável para nós e a nossa descendência, o que inclui um meio ambiente ecologicamente equilibrado e agricultores economicamente bem situados. Marco A. Hoffmann Receitas para Proteção Animal Número das receitas que também podem ser utilizadas para proteção animal: 3-1 : repelente de carrapatos, quando pulverizado sobre o animal 3-2 : repelente de carrapatos, quando pulverizado sobre o animal 3-3 : repelente de mosca dos chifres, mosca doméstica, quando pulverizado no animal 3-4 : vermífugo, repelente de mosca dos chifres e ectoparasitas como pulgas, bernes, carrapatos, quando ingerido pelo animal 6 : controle de carrapatos em bovinos, quando ingerido pelo animal 13 : controle de diarréia em bezerros 29 : diminui moscas transmissoras de bernes 39 : controle de ectoparasitas em animais, carrapatos e bernes 42 : elimina a retenção de placenta 46 : controle de carrapatos, bernes e prevenção de bicheira, quando pulverizado nos animais 49 : controle de diarréia em bezerros 60 : controle de mastite em bovinos 61-2 : controle de parasitas internos dos animais, quando ingerido BIBLIOGRAFIA CITADA ZANELLA, A.J. Indicadores fisiológicos e comportamentais do bem-estar animal. A Hora Veterinária, Porto Alegre, ano 14, n. 83, jan/fev. 1995. BOENCKE, E. Probleme der modernen Tierproduktion. In: VOGTMANN, H. Ökologische Landbau. Stuttgart: Pro Natur Verlag, 1985, p. 78-89. TRAPÉ, A.Z. Epidemiologia das doenças relacionadas a agrotóxicos. In: I Curso de Agricultura Ecológica, 1995, Campinas. Anais... Campinas, São Paulo: Comissão Técnica de Agricultura Ecológica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, p.7-14, 1995. CLAVEL, J.; MANDEREAU, L.; CORDIER, S. et. al. Hairy cell leukaemia, occupation and smoking. Br. J. Haematol., Oxford, v.91, n.1,p.154-161, 1995. KRISTENSEN, P.; ANDERSEN, A.; IRGENS, L.M., et al. Cancer in offspring of parents engaged in agricultural activities in Norway: incidence and risk factors in the farm environment. Int. J. Cancer, New York, ano 3, v. 65, n. 1, p. 39-50, 1996. PIMENTEL, D.; ACQUAI, H.; BILTONEN, M., et. al. Environmental and social costs of pesticide use. Biosciense, v.42, n. 10,p.750-760, 1992. VOISIN, A. Productividad de la hierba. Madrid: Tecnos, 499p., 1957. HALFFTER, G. & MATTHEWS, G. The natural history of the dung beetles of the Subfamily Scarabainae (Coleoptera, Scarabaeidae). Folia Entomológica Mexicana, México, D.F., n12-14, 312p.,1966. SECO, J.L., & BERNARD, H. von. Manejo integral para una menor infestación com parásitos gastro-intestinales en bovinos, 1994. Mimeog. 11p. VERÍSSIMO, C.J. Controle biológico do carrapato (Boophilus microplus). In: I Curso de Agricultura Ecológica, 1995, Campinas. Anais, Campinas. São Paulo: Comissão Técnica de Agricultura Ecológica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, p. 172-179, 1995. II - INFORMAÇÕES AOS USUÁRIOS A disponibilidade de alguns ingredientes, principalmente os de origem vegetal, nem sempre são fáceis de se encontrar, desta forma o agricultor deve procurar cultivar as plantas na sua propriedade para tê-las sempre em condições de utilização, no momento oportuno. A opção inteligente é fazer bordaduras das culturas, quebra vento, consórcio com outras espécies e jardins de plantas medicinais e/ou ornamentais. Como escolher a melhor receita para combater as pragas e doenças e cuidados com seu manuseio: 1O. - Antes de aplicar qualquer produto alternativo para o controle de praga ou doença, certifique-se da espécie de praga e/ou doença presente nas plantas e verifique se realmente o ataque é intenso e justifica uma intervensão. Lembre-se dos conceitos modernos de manejo ecológico no controle de pragas que estabelece: a - Toda praga tem pelo menos um inimigo natural; b - Toda planta pode suportar um ataque de praga e/ou doença; c - Toda lavoura pode atingir equilíbrio na natureza; d - Todo controle pode ser seletivo. Se houver necessidade de intervensão para controle da praga e/ou doença, utilizar produtos com menor efeito sobre os inimigos naturais das pragas. e - Toda planta com nutrição equilibrada e sadia dificilmente será atacada por pragas e doenças. 2O. - Escolher a receita específica para a praga e/ou doença que possua fácil disponibilidade dos ingredientes. 3O. - Caso não exista receita específica para a praga/doença que ocorre na sua cultura, escolher os inseticidas ou fungicidas de amplo espectro. Caldas de fumo não são recomendadas para controle de pragas em solenáceas (tomate, batata, jiló, berinjela). 4O. - Utilize sempre que possível um espalhante adesivo, o qual pode substituir a água em todas as receitas que não possuem sabão na sua formulação. Isto promove maior adesão do produto nas folhas e frutos, proporcionando maiores chances de controle da praga e/ou doença. 5O. - Nunca misture 2 ou mais receitas na mesma aplicação. Não misture estas formulações com agrotóxicos. Dê sempre um intervalo de 1 ou mais dias entre as aplicações de receitas diferentes. No caso de calda bordalesa e sulfocálcica fazer o seguinte: Míldio em Cereais e Girassol (Peronospora e Tb. erysiphacea) Cobre + Boro Pulgão (Aphideo) Potássio + Boro, em Citrus + Cobre Vaquinha (Diabrotica Speciosa) Matéria Orgânica Elasmo (Elasmopalpus lignos) Zinco na semente Lagarto do Cartucho (Spodoptera frugiperda) Boro no solo e semente Serrador (Onicideres impluviata) Magnésio Cochonilhas Elevar O Nível De Cálcio À 40 Mmola/1000 Lesmas (Gastropodes) Rotação com Aveia Preta + Cobre na Palha Ferrugem (Pullinia tritici) Boro + Cobre Ferrugem em Crisântemos Iodo Saúvas (Atta sp.) Adubar as plantas e árvores com Molibdênio, principalmente na região do Cerrado. Faz com que a planta forme proteínas !! Algumas indicações e sugestões de diluições: Arroz - 2,5 kg / ha de sulfato de Cobre (CuSO4) - tratar a semente ou pulverizar a cultura com 1% de Sulfato de Cobre Indicação: Brusone ( Piricularia oryzae ) Algodão - Pulverizar as sementes com 0,01 % de Molibidato de sódio ou pulverizar o cultivo com a mesma solução + 0,5 % de fósforo foliar com 3 e 10 semanas de idade. Obtenção : Nutrimius, Paulinia - SP . Indicação: lagarta rosada ( Platyedria gossyniele) Café - Numa solução com 0,75% SKrill branco, concentrado + 0,01% Molibodato de sódio + 0,05% de ácido bórico Indicação: Bicho mineiro (Perileucoptero coffeella) .Controle de 70 a 80%. Feijão - 300 kg / ha concha moída no sulco e 3 kg de Bórax no solo. Pulverizar com ácido bórico 0,4% e 0,5% com 14 e 30 dias. Indicação: Vírus dourado, transmitido pela mosca branca Não mata a mosca mas evita danos pelo vírus. Uva - 5 a 8 kg Bórax / ha Indicação: Botritis Girassol - Trigo 3 a 5 kg / ha CuSO4 5 a 8 kg / ha Bórax Indicação: Mildio em Girassol / Peronospora e Erysiphacea em Trigo Citrus - 5 g de iodo por 1.000m2 , misturar na água de irrigação ( aproximadamente 2.000 litros ). Indicação: Ferrugem Fonte: PRIMAVESI (1998) 3 - AGAVE - Piteira ou Sisal (Agave sisalana Perrine) - 5 folhas médias - 5 litros de água Obtenção: loja de plantas ornamentais Deixar de molho por 2 dias, 5 folhas médias e moídas de Agave e 5 litros de água. Aplicar 2 litros desta solução no olheiro principal do formigueiro e tapar os demais para que as formigas não fujam. Indicações: para sauveiros novos de Atta spp. , saúva quenquém (Acromyrmex sp.) Evitar contato com a pele - pode causar alergia Fonte: JACCOUD (1994) 4 - ALHO-1 - 3 cabeças de alho - 1 colher grande de sabão de côco picado - 2 colheres de sopa de parafina líquida Amassar as cabeças de alho misturando em parafina líquida. Diluir este preparado para 10 litros de água com o sabão. Pulverizar logo em seguida. Indicações: repelente de insetos, bactérias, fungos, nematóides, inibidor de digestão de insetos e repelente de carrapatos. ALHO - 2 (Allium sativum L.) - 100g de alho - 0,5 litro de água - 10g de sabão de côco - 2 colheres (de café) de óleo mineral Os dentes de alho devem ser finamente moídos e deixa-se em repouso por 24 horas em 2 colheres de óleo mineral. À parte, dissolver 10 gramas de sabão em 0,5 litros de água. Misturar então, todos os ingredientes e filtrar. Antes de usar o preparado, diluir o mesmo em 10 litros de água, podendo no entanto ser utilizado em outras concentrações de acordo com a situação. ALHO - 3 - 1 pedaço de sabão de côco (~ 50 g) - 4 litros de água quente - 2 cabeças de alho finamente picadas - 4 colheres pequenas de pimenta vermelha picada Dissolver um pedaço de sabão do tamanho de um polegar ( 50 gramas) em 4 litros de água. Juntar 2 cabeças picadas de alho e 4 colheres de pimenta vermelha picada. Coar com pano fino e aplicar. Indicações: trips, pulgões, mosca doméstica, lagarta do cartucho do milho (Spodoptera sp.), Mosquito da dengue (Aedes aegypti), Agrobacterium tumefaciens, Alternaria tenuis (folhas), Aspergillus niger, Cephalosporium sacchari, Cercospora cruenta (bulbo), Diplodia maydis, Erwinia aroidea, Fusarium oxysporum, Helminthosporium sp. (folhas), Meloidogyne incognita (bulbos), M. javanica, Pseudomonas solanacearum (bulbos), Pseudoperonospora cubensis, Pyricularia oryzae(bulbos), Xanthomonas campestris (bulbos), míldio, ferrugem, mosca dos chifres, mosquitos. Fonte: STOLL, (1989), SABILLÓN & BUSTAMANTE (1996) ALHO - 4 - 1 Kg Alho - 5 Kg de Sal mineral Moer dentes de alho, se necessário, juntar milho, para facilitar a mistura com o sal Fornecer em períodos de maior infestação. Indicações: Vermífugo, repelência para mosca dos chifres e ectoparasitas Fonte: Normas da AAO 5 - ANGICO (Piptadenia spp.) - 1 Kg de folhas de angico - 10 litros de água Fornecedor: Mata, viveiro de plantas nativas Deixar de molho as folhas de angico em 10 litros de água, por 8 dias. Aplicar na proporção de 1 litro desta solução por metro quadrado de formigueiro Indicações: formigas cortadeiras, saúvas (Atta spp.) Fonte: JACCOUD, (1994) 6 - ANONAS - Guanabara, Graviola, Maria vai ver, (Annona reticulata, A. muricata, A. squamosa) -Óleo de sementes de Anona diluído a 10%. Diluir 1 litro de óleo de anona em 9 litros de água. Aplicar logo em seguida. Sementes finamente moídas - utilizá-las diretamente, polvilhando-se as plantas, As substâncias ativas se encontram nos frutos imaturos, sementes, folhas e raízes. O conteúdo de óleo nas sementes é de 40 a 45%. Indicações: Pulgões, verde da batata, e crisântemo(Aphis gossipii), Gafanhoto (Schistocerca spp.), Piolhos humanos, Macrosiphoniella euphorbiae, traça das crucíferas (Plutella xylostella), curuquerê da couve (Ascia monuste orseis), praga das farinhas (Oryzaephilus surinamensis) Extração do óleo das sementes com éter intensificou o poder inseticida por até 100 vezes Deve se esperar 2 a 3 dias para que as substâncias tóxicas possam atuam efetivamente. Evitar contato do pó das sementes nos olhos Toxina de contato e ingestão, repelente, inibidor de ingestão, larvicida, inseticida Fonte: NAYAR, (1955); STOLL, (1989); 7 - ARAUCÁRIA ( Pinheiro do Paraná - Araucária angustifolia) 200 g de folhas verdes de Araucária 5 Kg de sal mineral Diluir o preparado na água e dinamizar por uma hora Aplicar 400 litros/ha nas plantas no período da manhã. Nunca aplicar em plantas recém-transplantadas. Indicação: melhora capacidade fotossintética das plantas, aumenta o perfume e sabor dos frutos Fonte: Instituto Biodinâmico 17 - BIODINÂMICO 500, PREPARADO - 300 g de preparado 500 - 60 litros de água - Recipiente de madeira Diluir o preparado na água e dinamizar por uma hora Pulverizar no solo antes da semeadura, de preferência à tarde. Indicação: Favorece o equilíbrio do húmus, aumenta retenção de umidade, melhora a vida bacteriana no solo e a resistência das plantas. Aumenta a qualidade nutritiva dos alimentos e sua conservação pós-colheita. Fonte: Instituto Biodinâmico Preparado Biodinâmico de Composto 502, 503, 504, 505, 506, 507 18 - BIOINSETICIDA ( Bacillus sphaericus) Meio de cultura para propagação Bacillus sphaericus Água de levedura, fonte de Carbono e Nitrogênio Aplicação: Borrifação em criadouros de larvas: charcos, caixas com água parada Indicação: Mosquito, pernilongo, muriçoca, Anopheles sp (transmissor da malária), Culex quinque fasciatis, Aedes egipty Obtenção: Geratec -Biotecnologia Aplicada Ccooperativa Agrícola do RS. Fonte: José Manoel Cabral de Souza Dias - EMBRAPA-CENARGEM - Área de Controle Biológico 19 - BÓRAX Adubar o milho com 3 a 8 Kg/ha de Bórax todo o ano Fortalece o broto do milho contra a Lagarta-do-cartucho Indicação: Lagarta-do-cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) Fonte: PRIMAVESI (1997). 20 - BORDALESA, CALDA Sulfato de cobre Cal virgem Água Obtenção: loja especializada Para seu preparo utilizar vasilhame de plástico ou de cimento amianto ou madeira. Colocar o sulfato de cobre enrolado em pano, em forma de saquinho. Dissolver na véspera em 5 litros de água. Em outro vasilhame, misturar cal virgem em 15 litros de água. Após, isso, misturar ambos, mexendo sempre. Para medir a acidez, pegue uma faca de aço (não inox) e mergulhe a parte da lâmina durante 3 minutos nessa mistura. Não escurecendo, a calda estará pronta. Caso contrário, adicione mais cal virgem. Para maior precisão utilize papel para medir pH ou o aparelho peagâmetro. Quando pronta, tem validade para três dias, devendo para isso colocar uma colher de açúcar antes de pulverizar. Aplicar no início da doença, podendo ser misturada com extrato de fumo, Confrei ou calda de cinza. No verão, em plantas novas, ou em plena floração, deve ser usada a metade da quantidade de sulfato de cobre e de cal virgem para o mesmo volume de água, ou seja, em concentração 50% menor. Nunca pulverize a calda com sol quente, nem em temperatura muito baixa, pois perde a sua eficácia. Sempre utilize a cal virgem, hidratando-a se possível um dia antes, para obter melhor dissolução. No entanto, se utilizar a cal hidratada multiplique as quantidades de cal virgem da tabela por 1,8 a 1,9. A variação da dosagem dos ingredientes depende do estágio de desenvolvimento da planta. Para plantas jovens ou em florescimento, utiliza-se dosagens menores e para plantas adultas em estágio vegetativo dosagens maiores. Indicações para outras culturas: diversas doenças como rubelose, melanose, gomose, verrugose, revestimentos fúngicos, requeima, septoriose, pinta preta, antracnose, mancha-do-olho-de-rã, cercosporiose, míldio (Peronospora), podridão de frutos, e mancha púrpura. Diversas pragas como vaquinhas, angolinhas, cigarrinha verde, cochonilhas, trips. Precauções: em tomate aplicar somente quando as plantas tiverem 4 folhas e em batata somente 20 dias após a germinação. Toxicidade: Evitar contato com a pele, lavar bem o produto pulverizado antes de comer. Fonte:ZAMBERLAN & FRONCHETI (1994);GUIMARÃES (1996);EMBRAPA/CNPMA(1995),PENTEADO (1996) 21 - BORDALESA, PASTA - 1 Kg de Sulfato de Cobre - 2 Kg de cal virgem - 10 litros de água Obtenção: loja especializada Misturar 1 quilo de sulfato de cálcio com 2 quilos de cal virgem, colocando água aos poucos, mexendo sempre até formar uma pasta. Passar esta pasta após a poda e eliminação dos galhos afetados por doenças fúngicas (Rubelose). Pincelar o tronco e a base dos ramos principais com pasta bordalesa pelo menos 4 vezes por ano agrícola (primeira, maio-junho); Pulverizar o tronco e o solo ao seu redor com calda bordalesa (receita 8) Toxicidade/Cuidado: Manusear com luvas de borracha e camisa de mangas compridas Indicações: Gomose (Phytophthora) e Rubelose (Corticium salmomicolos). Fonte: GUIMARÃES (1996) 22 - Beauveria O fungo é utilizado para o controle do moleque da bananeira. O produto contendo o fungo é colocado nas iscas de pseudocaule ou pulverizando o chão entre as ruas da bananal. Obtenção: IPA / Recife / PE e Instituto Biológico - Campinas-SP Fonte: Cavalcanti (com. pessoal) 23 - BRASILEIRINHO (Diabrotica speciosa) 100 g de brasileirinho ou patriota Raiz de Taiuiá (Cerathosantes hilariana), Purungo ou cabaça verde (Lagenaria vulgaris) Coletar 100 gramas de brasileirinho, cascudinho ou patriota, também conhecido como verde-amarelo (Diabrotica speciosa), usando como isca a raiz da Taiuiá (Cerathosantes hilariana), frutos de Purungo ou cabaça verde (Lagenaria vulgaris). Esmagar os besouros e filtrar. Acrescentar 30 a 40 litros de água a cada 100 gramas de brasileirinho esmagados . Pulverizar as plantas a cada 20 dias. Indicado como repelente do próprio brasileirinho, nas hortaliças, nas culturas de feijão, melancia, abóbora, melão, tomate, morango e batata. Provoca toxicidade na planta com aplicação contínua. Modo de ação: repelência, devido a grande concentração de feromônio de agregação Indicações: repelente de brasileirinho. (*) Fonte: ZAMBERLAN & FRONCHETI (1994); CARAVALHO (1987). BRASILEIRINHO - Diabrotica speciosa Planta isca: Taiuiá (Cerathosantes hilariana), Purunga, Cabaça-verde (Lagenaria vulgaris) Brasileirinho (Diabrotica speciosa) Em olericultura: abóbora, abobrinha, melão, melancia, tomate, batata e outros cultivos susceptíveis: 40 pedaços de purungo ou cabaça verde por hectare, na forma de iscas tóxicas Fonte: HAMERSHMIDT (1985). Feijoeiro: 100 iscas tóxicas por hectare de Taiuiá. Período de atratividade da isca é de 30 dias Fonte: YOKOYAMA (1988) Feijoeiro:700 Brasileirinhos macerados por hectare. Recomenável juntar com espalhante adesivo. Age como repelente do inseto. Fonte: CARVALHO (1987) Indicação: Nectarina (Prumus persica variedade Nuscipersica) Colocar duas iscas tóxicas por árvore a 1,5 m de altura do solo por meio de um fio metálico fino. Para o Taiuiá foram utilizados pedaços de 15 cm da sua raíz 100 g seca ou 300 g de cavalinha verde 10 litros de água Ferver 300 gramas de cavalinha seca em 10 litros de água durante 20 minutos. Fazer diluição desta solução em 90 litros de água. Aplicar sobre a horta, a partir de outubro, de preferência pela manhã, em tempo seco. Alternar com a calda de urtiga. Indicações: míldio e outras doenças fúngicas Fonte: DEFFUNE (1992); ANDRADE (1992); PAIVA (1995). 29 - CEBOLA OU CEBOLINHA VERDE - 1(Allium cepa e Allium fistulosum) 1 kg de cebola ou cebolinha verde 10 litros de água Cortar a cebola ou a cebolinha verde e misturar em 10 litros de água, deixando o preparado curtir durante 10 dias. No caso da cebolinha verde, deixe curtir por 7 dias. Para pulverizar as plantas, utilizar 1 litro da mistura para 3 litros de água. Indicações: pulgões, lagartas e vaquinhas (repelente), Alternaria tenuis (folhas e óleo), Aspergillus niger, Diplodia maydis (folhas), Fusarium oxysporum, Helminthosporium sp.(folhas), Tribolium castaneum, sarna da macieira (Venturia inaequalis) Fungicida e repelente. Possue óleos essenciais, flavonóides, fitohormônios e vitaminas Fonte: ZAMBERLAN & FRONCHETI (1994), SABILLÓN & BUSTAMANTE (1996) 30 - “CHOCOLATE”, CALDA - 20 litros de esterco de cavalo - 20 litros de esterco de boi - 500 gramas de cal hidratada - 200 litros de água Misturar os ingredientes acima citados e agitar bem. Regar as pilhas de compostos ou canteiros de criação de minhocas. Cada vez que a pilha de composto orgânico atingir cerca de 1,8 m de altura, regá-la diariamente com esta calda durante 15 dias. Indicações: Acelerar curtimento de compostos, diminuir moscas, aumentar proliferação de minhocas e aumentar pH final do húmus. Fonte: GUIMARÃES, (1996) 31 - COLETOR SOLAR Equipamento que aproveita a energia solar para controle de patógenos do substrato, utilizado para produção de mudas. Indicações: tratamento do substrato para produção de mudas. Elimina os fitopatógenos. Após o tratamento, misturar microrganismo benéficos, na forma de húmus, EM, Biofertilizante, para evitar o vazio biológico do sistema solo. Construção: planta do equipamento em GHINI & BETTIOL (1991) E GHINI (1997). 32 - COMPOSTO, EXTRATO - 1 litro de Extrato ou chorume de composto - 4 litros de água Agitar bem uma vez por dia. Colocar as sementes em sacos de aniagem ou similar e mergulhá-las no preparado por 30 minutos. Deixe secar à sombra e semear. Indicações: desinfestação de sementes contra Pythium spp e quando pulverizado, previne Botritys civerea em morango. Fonte: HOFFMANN ; FORCELINI e SANTOS (1993) 33 - COMPOSTO LÍQUIDO DE BIOFERMENTAÇÃO Proteína vegetal + Açúcar + Fonte de Nitrogênio levados à fermentação A dosagem é de 50 a 200 litros do concentrado por hectare, mas antes diluir 1 litro do concentrado desta solução em 100 litros de água aplicando logo em seguida no solo. Aplicar no início da primavera ou como estimulante ou recuperador de raízes. Não aplicar em solo seco ou sob insolação forte. Evitar que a solução atinja as folhas nesta concentração. Age estimulando sistema radicular, estimulando o antagonismo entre microrganismos do solo Indicações: nematóides, diminui a salinização do solo e aumenta o vigor da planta Fonte: Technes Agrícola (São Paulo : (011) 261-5422) 34 - CONFREI ( Symphytum officinali L ) 1 kg de confrei água suficiente Utilizar o liquidificador para triturar 1 quilo de folhas de confrei com água suficiente para formar suco ou então deixar em infusão por 10 dias. Acrescentar 10 litros de água na mistura e pulverizar periodicamente as plantas. Indicações: pulgões em hortaliças e frutíferas e adubo foliar. Toxicidade: perigo quando ingerido Fonte: ZAMBERLAN & FRONCHETI (1994). 35 - CRAVO-DE-DEFUNTO -1 ( Tagetes minuta e Tagetes sp) 1 kg de folhas de talo de cravo-de-defunto 10 litro de água Misturar 1quilo de folhas e talos de cravo-de-defunto em 10 litros de água. Levar ao fogo e deixar ferver durante meia hora ou então deixar de molho (talos e folhas picados) por dois dias. Coar e pulverizar o preparado sobre as plantas. Indicações: pulgões, ácaros e algumas lagartas. Fonte: ZAMBERLAN & FRONCHETI (1994). CRAVO-DE-DEFUNTO - 2 200 g de cravo-de-defunto 1 litro de álcool Utilizar 200 gramas de planta verde (folhas e talos) e macerar por 12 horas em 1 litro de álcool. Diluir este preparado completando para 20 litros de calda antes de pulverizar. Nematostático, veneno de contato. Forma de aplicação: aspersão ou pulverização do extrato. A planta cultivada junto às outras, repele as pragas. Indicações: repelente de insetos, Musca domestica, Plutella xylostella (raízes), Meloidogyne arenaria, M. javanica(raízes), M. incognita (raízes e folhas) Tóxico quando ingerido Fonte: STOLL, (1989), SABILLÓN & BUSTAMANTE (1996) 36 - CURCUMA (Curcuma domestica) planta utilizada como especiaria 100 gramas de raízes 1 litro de urina de vaca Picar o rizoma da planta e misturar com urina de vaca. Diluir 1 litro deste preparado em até 6 litros de água e pulverizar logo em seguida. Outra forma de utilização é se empregnando fios com pó de curcuma e estende- os sobre os cultivos. Outra forma é se misturando 2 quilos de pó de rizomas secos em 100 quilos de grãos a ser armazenado. Inseticida e repelente. Indicações: ácaros, Callosobruchus maculatus, (besouro das farinhas - Tribolium spp. gorgulhos -Sitophilus oryzae, Rhizopertha dominica, lagartas. Fonte: STOLL (1989) 37 - EM-4 (Microrganismos Eficazes) Diluir 1 litro de EM-4 em 100 litros d’água na primeira vez e 1 litro de EM-4 para 500 litros nas vezes seguintes. Pulverizar em todo chiqueiro dos porcos Indicação: Moscas Fonte: PRIMAVESI e FUNDAÇÃO MOKITI OKADA (1997) 38 - ENXOFRE EM PÓ -1 - 1 litro de enxofre líquido Microsol - 100 litros d’água Dissolver 1 litro de Microsol em 100 litros de água Aplicar 3 vezes a cada 30 dias, no período de Junho à Agosto Indicação: ácaro vermelho do café Toxicidade: não é tóxico Fonte: SORAGGI (1997) ENXOFRE EM PÓ - 2 Aplicar o enxofre em pó com uma boneca de pano, no ponteiro da planta Deve ser aplicado quando aparecem os sintomas na planta Indicação: ácaro do ponteiro do mamoeiro Fonte: Roberto Machado (1997), EPAMIG, Campical ENXOFRE - 3 - 1 Kg de Enxofre não industrial - 100 Kg de sal mineral Misturar estes dois ingredientes e fornecer à vontade aos animais fumo e álcool. Pulverizar nas plantas, nesta concentração, quando o ataque de pragas é intenso ou diluir até 20 litros de água no caso de baixa infestação de pragas. No caso de hortaliças, respeitar um intervalo mínimo de 12 dias antes da colheita. Indicações: vaquinhas, cochonilhas, lagartas e pulgões em plantas frutíferas e hortaliças Fonte: EMBRATER (1983); GROPP et al. (1985); ZAMBERLAN & FRONCHETI (1994). FUMO - 5 ¾ litro de fumo de corda 0,5 litros de álcool 100 g de sabão 0,5 litros de querosene Soda cáustica Extrato: colocar fumo de rolo picado ou desfiado ou ainda folhas de fumo secas em um vidro escuro de boca larga, com capacidade para pelo menos 1 litro, até ¾ do volume. Em seguida, complete com álcool e deixe em repouso por 5 dias, em local escuro e fresco. Filtrar em pano ralo, guardando o extrato (também em vidro escuro) em local fresco. Emulsão: raspar 100 g de sabão comum e juntar com 0,1 litro de água. Adicionar uma colher (de chá) de soda cáustica. Levar ao fogo mexendo bem com uma colher de pau até completa dissolução. Retirar do fogo e deixar esfriar até ficar morno. Então, adicionar meio litro de querosene, até a solução ficar uniforme. Esta emulsão funcionará como um ótimo fixador da solução inseticida, facilitando sua ação sobre os insetos. No momento da aplicação, juntar a esta emulsão, um copo do extrato alcoólico de fumo, misturando-os bem. O volume formado será suficiente para dois litros. Junte a quantidade de água suficiente para formar 20 litros de solução, que deverá ser filtrada em pano de algodão e usada no menor espaço de tempo possível. No caso de uso em folhas, que serão consumidos, é necessário retirar o querosene da formulação. Deve-se ainda, aguardar pelo menos dose dias após a aplicação antes da colheita para o consumo. Indicações: pulgões e pequenos percevejos, lagartas de folhas de couve, rúcula, repolho. Fonte: FRANCISCO NETO (1995). FUMO - 6 100 g de fumo 2 colheres de sopa de sabão em coco em pó 4 litros de água Ferver 100 g de fumo em corda picado em 2 litros de água durante 5 minutos e deixar esfriar. Coar o preparado e misturar com o sabão de coco em pó. Acrescentar os outros 2 litros de água para obter o produto, que deverá ser pulverizado sobre as plantas atacadas. Caso seja insuficiente para o controle das pragas, aumente a quantidade de fumo no extrato, mantendo a mesma quantidade de água. Indicações: pulgões e cochonilhas. Fonte: ANDRADE (1992). FUMO ENRIQUECIDO - 7 -1 kg de fumo - 5 litros de água; - 0,5 g de sabão - 3 litros de água; - 2 kg de açúcar - 5 litros de água; - 1 litros de urina de vaca - 4 litros de água; - 100 g de cal hidratada - 2 litros de água; - 200 g de pimenta vermelha - 2 litros de água. Picar, quando for o caso e misturar todos os ingredientes acima citados. Deixar por 12 horas agitando constantemente. Coar e juntar com 100 litros de água. Pulverizar logo em seguida. * Pode-se diluir para até 400 litros de solução, conforme o tipo de inseto e intensidade do ataque. Diagnóstico: doenças - aplicar no início (de modo geral) Insetos: aplicar quando a praga atingir nível de dano econômico. Limitação: não aplicar após alta incidência das pragas Modo de ação: contato e ingestão, ação ganglionar Tóxico a mamíferos Indicações: Inseticida de amplo espectro Fonte: FIGUEIREDO (1996) Comunicação pessoal 44 - FUMO - ALHO 1 kg de fumo de corda 2 kg de alho amassado 3 kg de folha de mamão verde ou 1 kg de folhas secas de mamoeiro 2 kg de sabão de coco 3 kg de açúcar ( mascavo ou demerara) 3 a 5 litros de urina de vaca Picar o fumo de corda e ferver durante 30 minutos mantendo o volume de água: 5 litros de água. Bater 2 quilos de alho amassado no liqüidificador junto com 4 litros de água. Bater 3 quilos de folhas de mamona no liqüidificador com um pouco de água e completar para 10 litros de água. Diluir 2 quilos de sabão de coco em 4 litros de água quente. Diluir 3 quilos de açúcar em 10 litros de água. Diluir 3 litros de urina de vaca em 7 litros de água Coar cada componente antes de misturá-los. Completar com água para 400 litros e pulverizar. Suficiente para 1 ha de café. Indicações: : Bicho-mineiro(Perileucoptera coffeella) : aplicar quando o inseto atingir 10% de infestação, Fungos: ferrugem(Hemileia vastratrix), ascochita, phoma, nos estágios iniciais da doença. Fonte: FIGUEIREDO (1996) Comunicação pessoal 45 - FUMO E CAL VIRGEM 5 kg de fumo de corda 250 g de cal virgem 20 litros de água Aquecer e deixar por 24 horas o fumo de corda picado na água. Após este tempo, coar e manter esta calda base em recipiente fechado e abrigado da luz. Utilizar 1 litro dessa calda base para 20 a 50 litros de água e acrescentar aos poucos 250 gramas de cal virgem. Pulverizar logo após adicionar o caldo. Aplicar no início da infestação Indicações: controle de carrapatos, berne e prevenção de bicheira em animais. Fonte: CABRERA (1984). 46 - GERGELIM (Sesamus indicus) Plantar Fazendo uma barreira ao redor das culturas. Deve ser plantado antes do início da cultura e permanecer até o fim. Indicação: controle de saúvas (Atta sp) Modo de ação: provoca morte das saúvas pois suas folhas não reproduzem o fungo do qual ela se alimentam. Limitação: pode ocorrer preferência pelas outras espécies cultivadas Fonte: Ciência Hoje 16 (92) 47 - Gliocladium O fungo antagonista Gliocladium é utilizado para o controle de Botrytis cinerea (mofo) em moranguinho Obtenção: EBRAPA/CNP Uva e Vinho/ Bento Gonçalves-RS Fonte: Valdebenito - Sanhueza (com. pessoal) 48 - GOIABEIRA - 100 gramas de folhas e/ou cascas de goiabeira - 2,5 litros de água Ferver as folhas ou cascas de goiabeira em água, coar e fornecer ao animal fazendo-o engolir. Aplicar enquanto durar o quadro de diarréia. Tem efeito antibiótico, hidrata o animal. Indicação: diarréia em bezerros. Fonte: SORAGGI (1997) 49 - HERBICIDA BACTERIANO - “EM-4” - 1 litro de EM-4 (microrganismos eficazes - 4) - 200 litros de água Diluir os dois componentes e pulverizar em solo úmido. Não usar em solos com pouca matéria orgânica <1,5%. Efeito: faz germinar todas as sementes de invasoras do solo, que depois poderá ser gradeado quando atingir 3 a 4 cm de altura Fonte; HIGA (1990), IFOAM (1990) 50 - LEITE - 1 - 1 litro de leite integral Fonte: PAIVA (1995). 55 - MARIA-PRETA / MARIA-MILAGROSA (Cordia verbenaceae) Essa planta serve como armadilha para o controle da broca da laranjeira. A planta é intercalada entre os citrus a uma distância de 150 metros, dando prioridade à periferia do pomar. O inseto adulto é coletado sobre as plantas armadilhas de uma a duas vezes por semana. Obtenção: sementes da planta pode ser obtido em diversas localidades. Fonte: Nascimento (com. pessoal) 56 - MENTA ( Mentha piperita ) / ALHO 200 g de folhas de Menta ou 200 g de bulbos de alho 1 litro de água Obtenção: cultivar na propriedade. Mudas em centros de pesquisa de plantas medicinais Moer as folhas de menta ou bulbos de alho, adicionar 1 litro de água e filtrar com um tecido fino. Deixar sementes de monocotiledôneas (trigo, arroz, milho, sorgo, aveia etc.) nesse filtrado durante 24 horas. Plantar logo em seguida. A germinação foi aumentada em 4 vezes, a infestação das sementes diminuiu em 86%, o comprimento da raiz duplicou e o comprimento dos brotos aumentou em 50%. Indicações: doenças fúngicas transmitidas pela semente. Tratamento de sementes. Fonte: Copijn et all. (1996). 57 - Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana Indicação: Esse fungo é utilizado para o controle da cigarrinha das pastagens. O fungo é encontado normalmente na natureza parasitando cigarinhas. Obtenção: Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária; Itafort (Itapetininga-SP) e Tecnocontrol (Piracicaba-SP). Está disponível no mercado em embalagens de 1 Kg. Aplicar de 1 a 2 Kg/ha em área total. Fonte: BETTIOL (com. pessoal) 58 - MOLIBIDÊNIO - Molibidênio (Mo), Enxofre (S) ou Nitrato NO3 Eralizar adubações ou pulverizações, 1 vez a cada 3 anos usando um dos 3 nutrientes . Fazer análise química das folhas da plantas atacadas por saúvas. Utilizar as seguintes concentrações : Mo - 0,5% ; S - 1% e NO3 - até 3% Indicação: saúvas - promove a formação de proteínas nas plantas, não sendo atrativo às saúvas. Fonte: PRIMAVESI (1997) 59 - NÊSPERA - 100 gramas de folhas verdes de Nêspera - 5 Litros de água Ferver a água e colocar as folhas, elaborando um chá. Colocar este chá após esfriar , na ração do gado enquanto persisteir os sintomas. Indicações: mastite em bovinos Fonte: Machado(1997) e Guanja Yamaghishi - Jaguariúna 60 - NIM - 1 (Azadirachta indica ) - 25-50 g de sementes - 1 litro de água Despolpar os frutos, secar as sementes em sobra, moê-las e deixar repousar (amarradas em um pano) em 1 litro de água por 1 dia. Coar e pulverizar sobre as plantas atacadas *Princípio ativo : um deles é a Azadirachtina Fonte: STOLL (1989); TAVERAS & BRECHELT (1994) NIM - 2 - 5 Kg de sementes secas e moídas - 5 litros de água - 10 g de sabão Colocar os 5 quilos de sementes de Neem moídas em um saco de pano, amarrar e colocar em 5 litros de água. Depois de 12 horas, espremer e dissolver 10 gramas de sabão neste extrato. Misturar bem e acrescentar água para obter 500 litros de preparado. Aplicar sobre as plantas infestadas, imediatamente após preparar. Indicações: Mosca branca (Bemisia tabaci), Alternaria tenuis, pulgões, Aphis gossypii-pulgão verde, baratas, Traça do amendoim-Corcyra cephalonica, Culex fatigans, Diabrotica undecimpunctata, Fusarium oxysporum, Lagarta das maçãs do algodoeiro-Heliothis virescens, Mosca minadora-Liriomyza sativae(sementes), Meloidogyne arenaria, M. javanica, M. incognita(raízes, folhas, torta), Musca domestica, Pieris brassicae, Traça das crucíferas-Plutella xylostela(folhas e sementes), Rhizoctonia solani, R. oryzae, Sclerotium rolfsii, Sitotroga cerealella, Spodoptera frugiperda, Tribolium castaneum, Rhizoperta dominica, pragas de hortaliças, traças, lagartas, pulgões, gafanhotos, lagarta do cartucho, lagartas das hortaliças, gafanhoto, bicho minador dos citros. Atualmente mais de 418 espécies de pragas e insetos são afetados pelos extratos de Nim. O prensado de sementes de Nim pode ser utilizado misturando-se com o solo na base de 1a 2 t/ha. Esta medida protege as beringelas contra minadoras e tomates contra nematóides e septoriose. Parasitas internos dos animais: colocar 10 de torta de sementes na alimetação Fonte: STOLL (1989); SCHMUTTERER (1995); GRAVENA (1996). NIM - 3 2 Kg de frutas de Neem inteiras 15 litros de água Bater no liqüidificador as frutas de Neem colocando água. Deixar descansando por uma noite com um pouco mais de água. Antes de aplicar, filtrar e diluir com água para obter 15 litros do preparado. Pode ser armazenado em frasco e local escuros por 3 dias. Modo de ação: fungicida, inseticida, nematostático, inibidor de crescimento, inibidor de ingestão de lagartas e larvas de insetos Lepdopteros, Coleopteros, Hemipteros, Dipteros e Orthopteros. Modo de ação: inibição alimentar, repelente, inibidor do crescimento, formigante. Bem eficaz, pode apresentar fitotoxicidade se usado em excesso. Precauções: tóxico a peixes, não há período de carência. Baixa toxicidade a mamíferos. Fonte: STOLL (1989), PRABHAKA & KANBLE (1996) citado por GRAVENA (1996), SABILLÓN & BUSTAMANTE (1996), SCHMUTTERER (1995). NIM - 4 - 4 g de folhas de Nim por Kg de grãos Misturar com os grãos quando realizar armazenamento Age por repelência e por inibir alimentação dos insetos. Não tóxico e não deixa resíduos nos grãos. Indicações: Gorgulho (Tribolium castaneum), traças dos cereais e demais pragas de grãos armazenados. Fonte: RODRIGUES e PARMAV (1997) 61 - ÓLEO DE PEIXE - Óleo de Peixe - Agente emulsificante Diluir de 100 a 200 ml em 100 litros de água e pulverizar logo em seguida. Pode ser misturado com outras receitas como espalhante adesivo. Age por asfixia e repelência ao inseto. Cuidados: Não aplicar sob sol forte. Não há toxicidade e carência Indicações: Espalhante adesivo e controla pulgões, cochonilhas e ácaros Fonte: Technes Agrícola (São Paulo-tel:(011) 261-5422) 62 - OSTRA EM PÓ Pó fino de valvas/conchas de ostra e/ou marisco/ calcário de conchas Obtenção: casa de produtos agrícolas Coloca-se 25 a 50 gramas de pó de ostra no “miolo” do morangueiro , um mês após o pegamento. Indicações: Controle de micosferela, antracnose (“chocolate”) , formiga lava-pé, pulgões do morango. Além de controle destas pragas e doenças, fornece cálcio, funcionando como uma calagem localizada (+ de 40% de Ca solúvel em água) e micronutrientes. É um recurso natural renovável. Modo de ação: repelente de formigas lavapés (Solenopis saevissima) Fonte: ABREU (1996). 63 - PÃO CASEIRO - Pão caseiro - Vinagre Indicações: Inseticida, lagartas, traças, nematóides, pulgões, formigas negras. Tem efeito sistêmico que mantêm as plantas livres de pulgões quando o solo é regado com solução aquosa de quassia. Os preparados de quassia não devem ser aplicados em plantas com frutos ou folhas comestíveis. O preparado é extremamante amargo, estável e persistente. Fonte: STOLL (1989) QUASSIA - 2 - 500 g de Quassia - 15 litros de água - 2 Kg de sabão Ferver partes vegetativas secas e moídas de Quassia com 10 litros de água, deixar esfriar e repousar durante um dia e filtrar. Separadamente preparar uma solução com 2 quilos de sabão em 5 litros de água. No momento da aplicação misturar as duas soluções e completar para 100 litros. Indicações: mesma que preparado de Quassia - 1 Fonte: STOLL (1989) 71 - RESÍDUO DA FERMENTAÇÃO GLUTÂMICA DO MELAÇO - 2,5 Kg de resíduo da fermentação glutâmica do melaço - 100 litros de água Diluir o produto em água e pulverizar semanalmente. Indicação: controle de oídio de abobrinha e de pepino. Apresenta excelente efeito nutricional. Modo de ação: a presença de sais e aminoácidos induzem a resistência da planta ao fungo. Obtenção: Lojas de produtos agropecuárias - Aminofértil - Ajifer 6 Toxicidade: não há, porém deve-se tomar cuidado com os olhos durante a pulverização Fonte: BETTIOL (1997) 72 - Reynoutria sachalinensis (Polygonaceae) Obtenção: nome comercial do pó: MILSANA (Alemanha) - 2 Kg de folhas e hastes secas e moídas - 98 litros de água Misturar os dois componentes acima descritos, coar e aplicar sobre as plantas em intervalos de 7 a 10 dias. Modo de ação: promove indução de resistência da planta ao míldio pulverulento em curcubitáceas (abobrinha, pepino abóbora, melancia). Ocorreu um acúmulo de substâncias fenólicas fungitóxicas em folhas tratadas com Reynoutria sachalinensis inibindo a germinação do conídio de Sphaerotheca fuliginea. Indicação: Sphaerotheca fuliginea (míldio pulverulento em cucurbitáceas e uva), oídio Fonte: DAAYF et alii (1995). 73 - REPOLHO (Brassica oleracea L.) - 3 Kg de folhas de repolho - 10 litros de água Misturar folhas picadas de repolho e água e deixar fermentar por 8 dias. Filtrar e aplicar diretamente o produto sobre as plantas a dessecar. Indicações: dessecante de adubação verde. Fonte: ZAMBERLAN e FRONCHETI, (1994) 74 - SABONETEIRA (Sapindus saponaria L.) - 200 g de frutos de saboneteira - 20 litros de água Amassar os frutos maduros diretamente na água (para uso imediato), emergindo todo material na água. Para conservar o extrato por mais tempo, fazer extração acetônica e/ou alcoólica, emergindo todo o material. Indicações: inseticida de amplo espectro. Fonte: DEFUNE (1992), GUERRA (1985). 75 - SÁLVIA (Salvia officinales L.) Folhas de Sálvia 1 litros de água Derramar 1 litro de água fervente sobre 2 colheres (de sopa) de folhas secas trituradas de sálvia. Tampar o recipiente e deixe em infusão durante 10 minutos. Agitar bem, filtrar e pulverizar imediatamente sobre as plantas. Indicações: curuquerê-da-couve Fonte: ANDRADE ( 1992). 76 - SAMAMBAIA DAS TAPERAS (Pteridium aquilinum) 500g de folhas frescas ou 100 g de folhas secas 1 litro de água Colocar 500 gramas de folhas frescas ou 100 gramas de folhas secas de samambaia em 1 litro de água e deixe de molho durante 1 dia. Ferver essa mistura durante meia hora. Utilizar 1 litro dessa solução diluída em 10 litros de água. Pode também ser preparada da mesma forma, porém sem ferver no final, deixando curtir por 8 dias para aplicar sem diluir. Pulverizar sobre as plantas afetadas. Indicações: ácaros, cochonilhas e pulgões. Fonte: SILVA & DORILEO (1988), ANDRADE (1992). 77 - SOLARIZAÇÃO DO SOLO - Plástico fino (30 m) e transparente A solarização é um método de desinfestação do solo para controle de patógenos, pragas e plantas invasoras através do uso da energia solar. Consiste na cobertura do solo, devidamente preparado, com filme plástico transparente, antes do plantio, preferencialmente no período de maior incidência de radiação solar. (normalmente entre setembro a março). Colocação do plástico: o terreno deve ser preparado através de aração e gradagem, retirar os materiais pontiagudos, colocar manualmente e filme plástico no solo de forma que permanece sobre o terreno, sem a ocorrência de bolsas de ar, enterrando-se as bordas em sulcos no solo. De preferência, usar plástico com 3,6 - 4,0 de largura. Deixar o solo solarizando por 30 a 50 dias. Não usar plástico preto. Indicação: controle de patógeno, nematóide, plantas invasoras e pragas. Obtenção do plástico: lojas de produtos agropecuários. Modo de ação: direta pelo aquecimento do solo, stress dos patógenos e controle biológico. Fonte: GHINI & BETTIOL (1995); GHINI (1997) 78 - SULFOCÁLCICA, CALDA 2 kg de enxofre pecuário ou ventilado 1 kg de cal virgem 10 litros de água 1 vasilhame de ferro ou lata com capacidade de 20 litros Colocar aos poucos, 10 litros de água na cal virgem. Ferver esta solução de cal e no início da fervura colocar o enxofre e misturar durante uma hora, sempre mantendo a fervura. Acrescente água quente para manter os 10 litros de solução. Ao ferver por aproximadamente 1 hora, a calda ficará grossa, com coloração pardo avermelhada. A calda considerada boa, possui uma densidade de 28 a 32 oB, medida com um densímetro ou aerômetro. Deixar esfriar, coar e usar ou guardar por no máximo 60 dias em recipientes plásticos ou de vidro tampados completamente cheios. Tabela Prática de Diluição _________________________________________________________________ Concentração Concentração da calda sulfocálcica a preparar em graus Baumé Original 4,0o 3,5o 3,0o 2,0o 1,5o 1,0o 0,8o 0,5o 0,3o ----------------------------------------------------------------------------------------------LITROS DE ÁGUA------------------------------------------------------------------------- 32o 9,0 10,5 12,4 19,3 26,2 38,7 50 81 137 31o 8,6 9,9 11,9 18,5 25,1 38,1 48 77 131 30o 8,2 9,5 11,3 17,7 24,0 36,5 46 74 129 29o 7,8 9,1 10,8 17,0 23,0 34,8 44 71 120 _________________________________________________________________ Exemplo: se o produtor tiver um calda com 31o B e quiser preparar uma calda com 4o B, procurar na tabela o encontro das colunas 31o B e 4o B, onde encontrará 8,6. Isto significa que deverá adicionar 8,6 litros de água a cada litro de calda a 31o Baumé. Indicações --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Pode ser fitotóxica em doses acima de 3% para brotações com menos de 15 dias e realizadas sob sol (temperatura acima de 28o C e Umidade Relativa abaixo de 65%. Deve-se usar EPI na aplicação e serem lavados com solução de 10% de vinagre ou limão, assim como os equipamentos. Após tratamento com Calda Sulfocálcica esperar 15 dias para aplicar Calda Bordaleza e o inverso esperar 30 dias Não aplicar no momento da florada. Na concentração de 5% pulverizar apenas os troncos. Todos os inseticidas fosforados serão desativados pelo efeito do pH elevado nas folhas. Não aplicar Não aplicar misturado com óleo mineral e sais micronutrientes. Pode ser armazenado por 6 a 12 meses fora de contato com o ar e luz. Fonte: Paulo A. D’Andrea - FERTIBOM, Dr. Evaldo Rui de Souza Lima - EMATER - Rio, Dr. Roberto H. Gonzalez R. e Geraldo Barria P. Universidade do Chile 79 - CALDA SULFOCÁLCICA + FUMO - 20 Kg de fumo de rolo picado Fazer dois sacos de algodão, colocando 10 Kg de fumo de rolo picado em cada um. Colocá-las emergidas em 200 litros de calda sulfocálcica por 1 semana. Aplicar em pulverizações mensalmente na quantidade de 400 litros calda/ha, nas horas mais frescas do dia nos meses de junho a setembro. Utilizar equipamento de proteção individual ao pulverizar a lavoura. Indicação: Bicho-mineiro, ácaro do café. Fonte: SORAGGI (1997), FIGUEIREDO (1997) 80 - SUPERMAGRO - BIOFERTILIZANTE Em um recipiente de 200 litros (tambor de plástico com tampa) coloque 40 litros de esterco fresco de vaca; 100 litros de água; 1 litro de leite e 1 litro de melaço (Tabela 1). Misture bem e deixe fermentar durante tres dias. A cada cinco dias, dissolva um dos sais minerais em 2 litros de água morna e junte com 1 litro de leite; 1 litro de melaço (ou 0,5 kg de açúcar mascavo) e um dos ingredientes complementares e misture com o esterco em fermentação. Após, a adição de todos os sais minerais (tabela 2) na ordem sugerida, complete até 180 litros. Tampe o recipiente e deixe fermentar durante trinta dias no verão ou quarenta e cinco dias no inverno. É importante que na tampa haja uma saída para o gás que naturalmente se forma, evitando uma possível explosão do recipiente. Mergulhar uma mangueira num recipiente de água para evitar o cheiro. Indicações: repelente de insetos, fertilizante foliar e controle de doença. Recomenda-se a diluição de 2% para frutíferas e hortaliças e de 4% para tomate. No pomar, pulverize a intervalos de 10-15 dias e para tomate e outras hortaliças de fruto, a cada 7 dias. Para as demais hortaliças, pulverize a intervalos de 10-20 dias. Para controle de doenças, pulverizar na concentração de 5 a 10%. Modo de ação: quelatiza os nutrientes e evita o vazio biológico. É importante que em cada região ecológica diferente e para cada cultura, avalie-se as concentrações e proporções ideais dos micronutrientes, como também, a frequência das pulverizações. Fonte: MAGRO (1994); BETTIOL (1998) 81 - TIMBÓ - 1 (Derris elliptica) - 100 litros de água - 500 gramas de sabão - 1 kg de raízes de Timbó com diâmetro de 1 cm Misturar as raízes de timbó lavadas e cortadas em pedaços ou transformadas em pó com a água e sabão e deixar descansar por 24 horas, filtrar e aplicar sobre as plantas. Indicações: Inseticida amplo espectro Fonte: GUERRA (1985); ABREU JUNIOR et al. (1989 ab) TIMBÓ - 2 60 g de pó de raiz de timbó (cipó) 11 litros de água fria 100 g de sabão Preparar a emulsão de sabão juntando o sabão com 1 litro de água. Adicionar uma colher (de chá) de soda cáustica. Levar ao fogo, mexendo bem com uma colher de pau, até a completa dissolução da mistura. Retirar do fogo e deixar esfriar até ficar morno. Junte a essa emulsão 60 gramas de pó de raiz de timbó, 10 litros de água, aplicando sobre as plantas logo em seguida. Indicações: lagartas de folhas de couve (Ascia monuste orsei), rúcula e repolho e percevejos. Incompatível com calda bordalesa. Modo de ação: bloqueio do ciclo de Krebs (obtenção de energia na célula - respiração) Fonte: FRANCISCO NETO (1995). 82 - TIMBÓ (Derris urucu) -50 gramas de Timbó (Derris urucu) -200 ml de acetona -950 ml de álcool 42o GL Deixar extrair o timbó em acetona por 24 horas. Filtrar e tomar 50 ml deste extrato, misturar com 950 ml de álcool 42o GL. Pulverizar molhando até o escorrimento. Período de carência de 1 dia Indicações: carrapatos, lagartas, cochonilhas, pulgões Fonte: HOFFMANN (1992) 83 - TIMBÓ (Ateleia glazioviana) - 200 g de pó - 1 litro de álcool 50o GL Misturar os dois componentes e ferver por 30 minutos, filtrar, misturar com 0,25% a 1% de óleo de soja e pulverizar quando a população de pulgões atingir nível de dano econômico. Indicações: pulgão verde dos cereais (Schizaephus graminum), as folhas espantam piolhos e pulgas. Fonte: HOFFMANN e SÓRIO (1994) 84 - TOMATEIRO - 1 (Lycopersicon esculentum Mill.) - 1/2 Kg de folhas e talos de tomateiro - 1 litro de álcool, deixando em repouso por alguns dias Obtenção: cultivar Picar as folhas e talos do tomateiro e misturar com o álcool deixando em repouso por alguns dias. Coar com pano fino, pressionando para um máximo aproveitamento. Diluir um copo do extrato em um balde com 10 litros de água e pulverizar sobre as plantas. Indicações: pulgões Fonte: GUERRA, (1985). TOMATEIRO - 2 - 25 Kg de folhas e talos de tomateiro - 100 g de carbonato de sódio - 10 litros de água Misturar as folhas e talos de tomateiro bem picados em água e carbonato de sódio. Ferver estes ingredientes por uma hora. Depois de fervido, coar, completar para 100 litros de água e pulverizar sobre as plantas. Indicações: pulgões Fonte: Guerra (1985). 85 - TRICHODERMA O fungo antagonista Trichoderma é usado para o controle da podridão do colo e de raízes de macieira, causadas por Phytophthora . O produto pode ser adquirido na EMBRAPA/Pelotas. É comércializado em sacos com + 24g. Em áreas de replantio da macieira, após o preparo da cova, tratar o solo com formaldeido 3% e após 7 dias incorporar ao solo em saquinho com o fungo, misturando uniformemente, deixar em repouso por 7 dias e transplantar. Obtenção: EMBRAPA/Pelotas e Agropec (Caxias do Sul-RS) Fonte: VALDEBENITO SANHUEZA (1991) 86 - URINA DE VACA Urina de vaca Água Coletar a urina de vaca com um balde amarrado à uma forquilha, logo após a vaca se levantar. Colocar partes de urina com parte de água e pulverizar logo em seguida. Não armazenar. Aplicar a cada dias. Indicação: Fusariose em abacaxi Fonte: Pulverização em pré e pós florada. Deixar intervalo de 15 dias após a sulfocálcica. Para gomose, pincelar o tronco previamente descascado. Pulverização em pré e pós florada. Ação fungicida e fisiológico. Indicação: Verrugose, Rubelose, Melanose, Colletotrichum gloeosporioides (estrelinha), Gomose Fonte: D’ANDRÉA (1997) 91 - VINAGRE - 10 a 20 litros de vinagre - 90 a 80 litros de água Misturar vinagre com água na concentração de 10 a 20%. Mergulhar as frutas na solução por dois minutos. Para controle de patógenos foliares, pulverizar na concentração de 1 litro de vinagre para 9 litros de água (10%), nunca superior a esta concentração, devido ao problema da fitotoxicidade. Indicações: controle de podridões de diversas frutas em pós-colheita. Controle de patógenos foliares. Toxicidade: não há. Cuidado com os olhos durante pulverização. Fonte: BETTIOL (com. pessoal) 92 - ESPALAHANTES E ADESIVOS 1 - GELATINA - 50 g de gelatina sem sabor (em folhas) - 100 litros de água Aquecer 1 litro de água e dissolver totalmente a gelatina. Diluir para 100 litros de água. Fonte: GUERRA, (1985); ABREU, (1996) 2 - ÓLEOS VEGETAIS E MINERAIS Como adesivo, diluir de 250 ml a 1 litro de óleo vegetal ou mineral em 100 litros de água ou calda preparada. Como inseticida, diluir de 2 a 2,5 litros de óleo vegetal ou mineral, e pulverizar sobre as partes atacadas por cochonilhas. Indicação: cochonilhas SABÃO DE CÔCO / AÇÚCAR 500 g a 1 Kg de Sabão de côco ou açúcar 100 litros de água Aquecer 5 litros de água com o sabão. Após totalmente dissolvido, diluir esta solução para 100 litros de água. O açúcar pode ser de qualquer tipo e se dissolve diretamente no volume total de água. Fonte: ABREU (1996) IV - RECOMENDAÇÃO DAS RECEITAS POR PRAGA/DOENÇA E DESORDEM FISIOLÓGICA Normalmente os agricultores não usam equipamento de proteção, tanto no momento de manipular como na aplicação dos agrotóxicos, por quatro razões: a primeira delas é o alto custo do equipamento; segundo, pela incomodidade no seu uso em todo momento da aplicação; terceiro pela falta de uma verdadeira campanha que esclareça os danos à saúde que causam os agrotóxicos e quarta pelo padrão cultural machista, no qual o aplicador considera que ao tocar ou se expor aos agrotóxicos, estes não lhes causarão mal. Desta forma apresentamos um modelo de roupa protetora de baixo custo, que pode ser facilmente manufaturada, para dar-lhe maior proteção ao aplicador. O equipamento se faz com plástico e garrafas de plástico de refrigerantes de dois litros. O equipamento deve ser usado tanto para a aplicação de agrotóxicos sintéticos como para os preparados, relacionados neste trabalho. Alertamos que este equipamento não é o mais apropriado, mais dá certa proteção. A máscara reduz o risco de exposição, mas pode ser mais daninha, se não for limpa e lavada ao fim de cada aplicação. Siga corretamente os esquemas de fabricação do equipamento e ao término de cada operação lave-o com sabão e água em abundância. VI - BIBLIOGRAFIA CITADA e CONSULTADA ABREU,A C. de, Curso de manejo orgânico do morango, 25p, CATI-Campinas, 1995. ABREU JUNIOR, H. de ; KATO, C.M. e ALVARENGA, A.A. de , Utilização de extratos de sementes de Jacatupé na inibição do processo germinativo de algumas espécies invasoras. IV Congresso de Iniciação Científica da Escola Superior de Agricultura de Lavras, Lavras-MG, Resumos, 114 pp. 1989. ABREU JUNIOR, H. de ; KATO, C.M. e ALVARENGA, A A de , Utilização de rotenóides presentes em sementes do feijão Jacatupé [ Pachyrhizus tuberosus (LAM) SPRENG.] no controle de insetos e pragas. IV Congresso de Iniciação Científica da Escola Superior de Agricultura de Lavras, Lavras-MG, Resumos, 114 pp. 1989. ASSOCIAÇÃO RIOGRANDENSE DE EMPREENDIMENTOS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL. Faça sua horta doméstica. Porto Alegre, 1982. 16p. BETTIOL, W. Alguns produtos alternativos para o controle de doenças de plantas em agricultura orgânica. II Ciclo de palestras sobre agricultura orgânica. Instituto Biológico, São Paulo, p. 52-63, 1997 COPIJN, A ; SCHAUMANN, W. & CASTELLIZ, K., Práticas terapêuticas, Instituto biodinâmico de desenvolvimento rural, 21p. 1996. CRUZ FILHO, J. da & CHAVES, G. M., Calda Viçosa no controle da ferrugem do cafeeiro, ano 6, junho, 51, 18p. Informe técnico, UFV. 1985. DEFUNE, 1992, Fundamentos e práticas da agricultura orgânica. Instituto GAIA do BRASIL. EMATER. Horta caseira - enriqueça sua alimentação - Plante agora. Rondonia, EATER-RO, sd. 31p. EMBRAPA/CNPMA - Subsídios à definição da área de influência/abrangência de unidade de validação e capacitação tecnológica em agroecologia. Cleyton Campanhola e Manoel Baltasar Baptista da Costa, 25pp., 1995 EMBRATER. Hortas: dentro de casa e nos quintais. Brasília, EMBRATER, 1983. 32p. ( Informações Técnicas,3). EMBRATER. Horta doméstica. Brasília, EMBRATER, 19981. 24p. GALLO, D. et alli, Manual de Entomologia Agrícola, 2a edição, Ed. Ceres, São Paulo, 649p. 1988. GHINI, R. Desinfestação do solo com o uso de energia solar: solarização e coletor solar. Embrapa-CNPMA, 29 p., 1997. GHINI, R. & BETTIOL, W. Controle físico. In: Bergamin Filho, A; Kimati, H.; Amorim, L. Manual de Fitopatologia, vol. 1, (3a edição) São Paulo: Ceres, p. 786- 803; 1995. GHINI, R. & BETTIOL, W. Coletor solar para desinfestação de substratos. Summa Phytopathologica, v. 17, p.281-286, 1991. GROPPO, G.A.; TESSARIO LINETO, S.; PAGOTTO, J.M. & TUCCI, M. L. SANT’ANNA. Hortas. Campinas, CAT, 1985. 28p. (Indicações práticas, 230). GUERRA, M. S. - Receituário Caseiro: Alternativas para o controle de pragas e doenças de plantas cultivadas e de seus produtos. Brasília, Embrater,166pp, 1985. GUIMARÃES, J.E.P. - Utilidades da cal no meio rural - Associação Brasileira dos Produtores da Cal. 1996 - 50 p. JACOBSON, M. & CROSBY, D.G. (1971), Naturally occuring insecticides. Marcel Dekker, Inc. New York. KATO, C.M.; ABREU JUNIOR, H. de NAKAMURA, J. R. e ALVARENGA, A A de, Efeito de rotenóides presentes em sementes de Pachyrhizus tuberosus no controle da saúva (Atta sp.) III Congresso de Iniciação Científica da Escola Superior de Agricultura de Lavras, Lavras-MG, Resumos, 82 pp. 1988. KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M., Manual de Fitopatologia, vol.2, Doenças das Plantas Cultivadas 3a edição, Ed. Ceres, São Paulo, 774p. 1997. LIMA, E. R. S., Calda sulfocálcica - controle do ácaro da leprose - outras pragas e doenças 18p. EMATER, Agropecuária Fluminense, Niteroi, 1993. MAGRO, D. NORONHA, A. B. Curso de Agricultura Ecológica I - ComissÃo Técnica de Agricultura Ecológica. 137-46, maio 1995, Campinas, SP, 210p. PAIVA, A. F. de. É bom conhecer o cultivo de plantas medicinais. Fortaleza, EMATERCE, 1995.28P. (EMATERCE. Informações técnicas, 56). PASINI, C.; D’AGUILA, F.; CURIR,P.;GULLINO, M.L. Effectiveness of antifungal componds against rose powdery mildew (Sphaerotheca pannosa var. rosae) in glasshouses. Crop Protection, v. 16, p.251-256, 1997. PRABHAKA, S. K. & KANBLE, S.T. 1996. Effects of Azadirachtin on different strains of german cockroack (Dyetigoptera: Blattelidae). Environ. Entomol.25(1):130-4 e 1996 - Florida Citrus Pest Management Guide. 75p.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved