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Guias e Dicas
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Influência da obturação remanescente na infiltração cervical por Enterococcus faecalis, Notas de estudo de Química

Um estudo in vitro que avalia a capacidade de selamento do remanescente de obturação com diferentes comprimentos, após a preparação para contenção intra-radicular, frente à infiltração cervical por enterococcus faecalis. Os resultados mostram que nenhum dos comprimentos de remanescente de obturação impediu a infiltração do e. Faecalis.

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 23/03/2011

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josue-torquato-4 🇧🇷

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Baixe Influência da obturação remanescente na infiltração cervical por Enterococcus faecalis e outras Notas de estudo em PDF para Química, somente na Docsity! UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA Influência do remanescente de obturação, após preparo para contenção intra-radicular, na infiltração cervical de Enterococcus faecalis Alexandra Conca Alves Mozini Orientadora: Profa. Dra. Rosemeire C. L. R. Pietro Co- orientador: Prof. Dr. Luís Pascoal Vansan Ribeirão Preto 2006 Banca Examinadora Profª. Drª. Rosemeire Cristina Linhari Rodrigues Pietro (Presidente) Professor Titular do Curso de Farmácia da Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Profª. Drª Yara Teresinha Corrêa Silva Sousa Professora Titular do Curso de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP Prof. Dr. Marco Antonio Hungaro Duarte DD Professor Adjunto da Universidade do Sagrado Coração - USC Data da defesa: 14/12/2006 Este trabalho foi realizado nos Laboratórios de Pesquisas em Microbiologia e em Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto. “Cada um de nós compõe a sua história Cada ser em si carrega o dom de ser capaz De ser feliz.” Almir Sater e Renato Teixera Dedicatória Agradecimentos À minha orientadora Profª. Drª. Rosemeire Cristina Linhares R. Pietro, pela confiança depositada durante este período, agradeço a maneira gentil com que me recebeu, o ambiente agradável no qual convivemos por um longo período, pelos ensinamentos compartilhados que sem dúvidas levarei comigo para o longo da minha trajetória como mestre. Ao meu co-orientador Prof. Dr. Luís Pascoal Vansan, que soube passar o que tem de melhor, a paixão por aquilo que faz e a tranqüilidade para executar o que acredita ser o melhor. À Rosemary Alexandre Schiaron funcionária do Laboratório de Patologia da Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP, pela dedicação a seu trabalho. Ao casal de amigos Dalvir Câmera e Eliane Câmera e sua família que acolheu a minha filha muitas vezes. SUMÁRIO Resumo Summary Introdução__________________________________________________ 02 Revista de literatura__________________________________________ 05 Proposição__________________________________________________ 34 Material e métodos___________________________________________ 36 Seleção e preparo dos espécimes________________________________________ 37 Confecção do dispositivo para realização do teste de infiltração________________ 40 Cultivo e preparo da suspensão do Enterococcus faecalis_____________________ 41 Contaminação dos espécimes___________________________________________ 42 Testes para comprovação da presença do E. faecalis________________________ 44 Avaliação morfológica das células bacterianas no interior dos túbulos dentinários 46 Análise Estatística____________________________________________________ 46 Resultados__________________________________________________ 47 Discussão___________________________________________________ 58 Conclusão___________________________________________________ 65 Referências_________________________________________________ 67 Summary __________________________________________________________________Summary The aim of this study was to evaluate in vitro the sealing capacity of radicular obturing material with different lengths, after the canal preparation to receive intraradicular posts and considering the cervical infiltration of Enterococcus faecalis. Forty one roots of superior central incisors were submitted to the biomechanical preparation with the surgical diameter corresponding to the #55 file and similar conicity in medium and cervical thirds. Roots were autoclaved and the experimental steps were performed in a laminar flow chamber. The specimens were obtured with the lateral condensation technique using the AH Plus cement and the removal of the endodontic material were done immediately after the obturation leaving 3 different lengths (n=11) of the remaining radicular obturation: GI. 6 mm, GII. 4 mm and GIII. 2 mm. The 8 remaining teeth were the positive and negative controls. The specimens were inserted into eppendorfs with cut extremity and placed into sterilized BHI broth. The specimens received the inoculum of 1 x 107 UFC/ml to each 3 days, with daily evaluation, during 60 days. Data were submitted to ANOVA and Tukey test. After 60 days of evaluation, it was possible to observe that GI (6 mm) was statistically similar to GII. (4 mm), both presenting 54.4% of specimens with bacterial infiltration and different (p<0.01) from GIII (2 mm), which presented 100% of specimens with E. faecalis contamination. It may be concluded that none of the tested lengths was able to hinder the infiltration of E. faecalis. Introdução Introdução 4 Entretanto, quando o dente apresentar raízes curtas ou curvas, o comprimento do retentor será menor que o desejado, podendo comprometer sua retenção. Nestes casos, apenas alguns milímetros de remanescente de obturação serão responsáveis pelo selamento do canal e conseqüente manutenção da saúde dos tecidos perirradiculares. Diante disso, torna-se necessário avaliar a quantidade de remanescente de obturação necessária para o vedamento do sistema de canais radiculares. Revista da Literatura ______________________________________________________________ Revista da Literatura 6 O selamento do sistema de canais radiculares tem o intuito de evitar a infiltração de fluidos teciduais para o seu interior. Essa afirmação não constitui um conceito recente, pois já em 1912, PRINZ destacava a importância da completa impermeabilização dos canais radiculares. SHILLINGBURG JR. et al. (1970) indicaram a confecção de núcleos metálicos fundidos para dentes sem remanescente coronário, tanto unirradiculados como multirradiculados e, nestes últimos, dando prioridade à raiz mais volumosa. Os autores consideraram a profundidade ótima para os pinos em 2/3 a 3/4 do comprimento da raiz e, quando essa profundidade não pudesse ser obtida, o pino deveria ter, no mínimo, o comprimento da coroa clínica do dente a ser restaurado. Salientaram, também, que devem ser deixados pelo menos 3 mm de material obturador no ápice radicular, para prevenir o deslocamento e subseqüente infiltração. Os autores afirmaram ainda, que nem todos os dentes tratados endodonticamente são receptivos a núcleos metálicos fundidos, em função de canais atrésicos, curvos ou acentuadamente divergentes, que impedem a confecção dos núcleos. Por fim, os autores apresentaram como alternativa a confecção de núcleos de preenchimento com amálgama retido por pinos, como forma de conseguir suporte adequado para restauração metálica fundida. DE DEUS (1975) estudou a freqüência, localização e direção dos canais acessório, secundário e lateral de dentes humanos extraídos, por meio da diafanização. Concluiu que essas alterações foram encontradas em 27,4% dos ______________________________________________________________ Revista da Literatura 9 o S. epidermidis necessitava de um tempo médio de 24 dias. Os autores enfatizaram que canais radiculares obturados e expostos ao meio bucal por mais de 30 dias deveriam ser retratados. KHAYAT et al. (1993) determinaram o tempo necessário para que bactérias da saliva humana contaminassem toda a extensão dos canais radiculares obturados por duas técnicas: condensação lateral e condensação vertical. Quarenta dentes foram instrumentados pela técnica step-back e obturados com cimento Roth. Trinta dentes foram obturados com cimento e gutapercha pelas técnicas de condensação lateral e vertical. Dez dentes foram obturados somente com gutapercha, onde 5 serviram de controle positivo e 5 dentes receberam selamento coronário e serviram de controle negativo. Os dentes permaneceram com o acesso coronário exposto em saliva humana. Foi realizada observação diária até que houvesse a contaminação em toda a extensão do canal. Imediatamente após a turvação do BHI, os espécimes eram removidos da saliva e colocados em corante por 24 horas. Em seguida foram diafanizados para avaliação do nível de infiltração do corante. O controle positivo mostrou crescimento em 2 dias, enquanto que o controle negativo não teve crescimento durante todo o período do experimento. Os autores concluíram que todos os canais foram contaminados em menos de 30 dias. Não houve diferença estatisticamente significante entre os dois métodos de obturação. ______________________________________________________________ Revista da Literatura 10 WU et al. (1993) avaliaram a infiltração coronária bacteriana e transporte de fluido. Sessenta caninos humanos extraídos foram preparados endodonticamente e obturados pela técnica da condensação lateral. Trinta espécimes foram montados em um modelo para infiltração bacteriana e expostos a Pseudomonas aeruginosa. Após 50 dias, todos os espécimes foram submetidos ao transporte de fluidos. Os resultados foram divididos em 3 categorias de infiltração: 39 canais foram considerados herméticos, 14 canais leve infiltração e 7 canais infiltração extensa. Os resultados indicaram que ocorreu o transporte de fluidos através das obturações, mesmo em dentes onde não ocorreu a penetração bacteriana. Os autores discutiram, ainda, a variabilidade e sensibilidade das diversas metodologias para o estudo da infiltração. ANDRADE FILHO et al. (1994) verificaram, in vitro, o selamento do remanescente de guta-percha da obturação do canal, após o preparo do conduto para contenção intra-radicular. Foram selecionados 40 caninos superiores que tiveram o tratamento endodôntico realizado com instrumentação até a lima 40. Os dentes foram obturados com guta-percha e cimento Fillcanal e divididos aleatoriamente em 4 grupos: GI: Brocas de Gates Glidden + brocas de Largo, GII: Instrumento aquecido + brocas de Gates Glidden + brocas de Largo, GIII: Limas com solvente + brocas de Gates Glidden + brocas de Largo e GIV: Remoção imediata do material obturador com instrumental aquecido. Os dentes que tiveram o preparo tardio permaneceram em solução de soro fisiológico por 30 dias. Foram ______________________________________________________________ Revista da Literatura 11 removidos 3 mm da obturação, restando um remanescente apical de 5 mm. Os dentes foram impermeabilizados com esmalte cosmético, imersos em solução de Nitrato de Prata a 50% por 24 h, revelados, clivados e a microinfiltração foi avaliada. Os postos médios das obturações foram: GI. 41,83; GII. 44,65; GIII. 37,72 e GIV. 42,80. Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significante entre as técnicas, mas, isoladamente, o GII (limas + solventes) apresentou melhor resultado. GISH et al. (1994) avaliaram, in vitro, a infiltração coronária de bactérias em canais obturados e preparados para receberem contenção intra-radicular. Trinta dentes anteriores extraídos foram instrumentados e obturados pela técnica da condensação lateral. Imediatamente após a conclusão das obturações, os canais foram preparados com auxílio de condensadores aquecidos, deixando 5 mm de obturação. A abertura coronária foi selada com Cavit e os espécimes foram colocados em câmara úmida por sete dias. Na seqüência, o selamento foi removido e o espaço foi preenchido com Streptococcus anginosus e saliva artificial. Ao final dos 90 dias de análise, 85% dos casos apresentaram infiltração bacteriana. O tempo médio para penetração de bactérias foi de 71 dias. Concluíram que defeitos nas restaurações provisórias ou permanentes permitem infiltração coronária e podem causar patologias periapicais. GUERRA et al. (1994) avaliaram a influência da base de cimento de óxido de zinco e eugenol na infiltração coronária em dentes tratados endodonticamente e ______________________________________________________________ Revista da Literatura 14 demonstraram que a infiltração ocorreu entre as paredes dos canais, e que a profundidade da infiltração na região cervical foi diretamente proporcional ao tempo de exposição do corante. BARRIESHI et al. (1997) verificaram a infiltração bacteriana dos microrganismos F. nucleatum, Peptostreptococcus micros e Campylobacter retus em canais obturados que receberam preparo para a contenção intra-radicular. Quarenta raízes de dentes anteriores superiores foram instrumentadas pela técnica step-back, obturadas com cimento Roth’s e preparadas para contenção intra- radicular, mantendo-se 5 mm de remanescente apical de obturação. Foi montado um dispositivo para armazenagem dos espécimes e avaliação da infiltração coronária. Os dentes foram inoculados com uma suspensão de bactérias anaeróbicas e esse inóculo foi trocado a cada 3 dias, por um período de 90 dias. Os resultados mostraram que 80% das amostras apresentaram crescimento bacteriano no intervalo de 90 dias. A infiltração ocorreu entre 48 e 84 dias. Este estudo demonstrou que após a perda do selamento coronário ocorre a recontaminação do canal radicular. LOPES et al. (1997) avaliaram, por meio de radiografias periapicais, o comprimento dos pinos e as condições das obturações radiculares de dentes portadores de retentores intra-radiculares. Foram examinadas 365 radiografias periapicais e selecionados 500 dentes, que preencheram as seguintes condições: unirradiculares portadores de um único canal e restaurados com retentores intra- ______________________________________________________________ Revista da Literatura 15 radiculares. Os resultados mostraram que em 80,6% dos dentes portadores de pinos, o comprimento dos pinos era incompatível com o princípio de retenção dos retentores intra-radiculares, isto é, menor que ⅔ do comprimento da raiz; em 50,4% dos casos, os retentores foram confeccionados sem considerar as condições das obturações dos canais radiculares e, nesse caso, essas obturações foram consideradas incorretas ou ausentes. SUNDQVIST et al. (1998) estudaram a flora microbiana presente em canais radiculares com necessidade de retratamento. Foram selecionados 54 dentes obturados com lesão periapicais persistente. Depois da remoção do material obturador, foram feitos testes microbiológicos avançados. Os dentes foram retratados e foi feita proservação por 5 anos. Os resultados mostraram que a flora microbiana era principalmente de espécies únicas de microrganismos gram- positivos, sendo que a bactéria que foi isolada e recuperada com maior freqüência foi o E. faecalis. A taxa de sucesso nos retratamentos foi de 74%. Concluíram que a flora microbiana em dentes que ainda não sofreram intervenção endodôntica. WU et al. (1998) demonstraram que o preparo do espaço para colocação do pino aumenta significativamente o grau de infiltração apical nos 4 mm finais de obturação do canal. Entretanto, essa infiltração pode ser compensada pela cimentação dos pinos com qualquer tipo de cimento (fosfato de zinco, resinoso, ionômero e compômero), desde que técnicas assépticas sejam usadas durante o preparo e a colocação do retentor. Os autores recomendaram uma série de ______________________________________________________________ Revista da Literatura 16 procedimentos para evitar a contaminação do espaço protético: o preparo protético e a colocação do pino devem ser realizados sob isolamento absoluto; deve ser realizada uma irrigação prévia com hipoclorito de sódio no preparo protético, antes da colocação do pino; deve ser preenchido o espaço protético com hidróxido de cálcio, caso o pino não seja colocado na mesma sessão. BARTHEL et al. (1999) avaliaram a infiltração coronária em canais radiculares utilizando bactéria S. epidermidis e corante fuccina básica. O objetivo principal foi determinar se o tamanho das moléculas do corante e das bactérias influenciava na infiltração. Noventa e seis canais foram obturados pela técnica de condensação lateral, com os seguintes cimentos: AH 26, Ketac-Endo e Roth 801. Após o endurecimento dos cimentos e abertura coronária, as raízes ficaram expostas em recipiente contendo o S. epidermidis durante 38 dias. Uma vez constatado que havia contaminação bacteriana em toda a extensão do canal radicular, o dente foi imerso em fuccina básica por 48 horas. Os resultados mostraram que houve penetração de bactérias em todos os grupos experimentais, porém, sem diferença estatística significante. Segundo os autores, o tamanho da molécula pode ser um parâmetro incoerente quando se quer avaliar a selamento da obturação do canal radicular, pois não houve concordância nos resultados encontrados entre os dois testes utilizados para a verificação da infiltração. Concluíram também que, um tempo curto de permanência da raiz no corante é inadequado para avaliar a infiltração. ______________________________________________________________ Revista da Literatura 19 ionomérico modificado com resina não resolveria. O autor enfatizou que os profissionais devem estar cientes de que pinos fixados com cimentos resinosos podem dificultar ou até mesmo impedir sua remoção, caso a reintervenção ao sistema de canal radicular seja necessária. A adesão do cimento resinoso à parede dentinária do preparo e ao pino é normalmente conseguida através de retenção micromecânica, mas alguns cimentos resinosos contêm 4 metacrilato-etil-trimetil- anidrido (4-META), que tem uma ligação química com a camada de óxido metálica. TIMPAWAT et al. (2001) compararam a infiltração cervical bacteriana em dentes tratados endodonticamente e obturados com três tipos de cimentos frente à contaminação pelo microrganismo E. faecalis. Depois da instrumentação dos canais, os dentes foram divididos em 3 grupos experimentais e 3 grupos controle, sendo um negativo e um positivo. Cada grupo teve os dentes obturados pela técnica de condensação lateral com diferentes cimentos: AH Plus, Apexit ou Ketac- Endo. Os dentes foram infectados e observados diariamente e a avaliação da infiltração bacteriana foi realizada entre 30 e 60 dias. Com 30 dias, não houve diferença entre os cimentos Ketac-Endo e o AH Plus, mas o Apexit apresentou infiltração significante. Depois de 60 dias, não houve diferença significante entre o Ketac-Endo e o Apexit, porém, o AH Plus mostrou melhores resultados. Os autores concluíram que a resina epóxica presente no cimento AH Plus foi responsável pela melhor adaptação da obturação às paredes dentinárias. ______________________________________________________________ Revista da Literatura 20 SOUSA-NETO et al. (2002) avaliaram o efeito da aplicação do laser Er:YAG na dentina sob a adesividade de diferentes cimentos: Sealer 26, cimento de Grossman, Endomethasone e N-Rickert. Foram utilizados 40 molares que tiveram a face oclusal removida até que se formasse uma superfície plana. Os dentes foram divididos em 2 grupos. No grupo 1 não foi feita a aplicação do laser e no grupo 2 o laser Er:YAG foi aplicado em duas intensidades diferentes. Foram testadas 5 amostras para cada cimento, o teste foi realizado na máquina de Ensaios Instron 4444. O Sealer 26 apresentou os melhores resultados para os dois grupos. O Grossman e o N-Rickert apresentaram resultados intermediários e o Endomethasone foi o que apresentou a menor adesividade. A aplicação do laser não influenciou a adesividade dos cimentos Grossman, N-Rickert e do Endomethasone. Porém, a aplicação do laser melhorou a adesividade em relação ao grupo sem aplicação do laser nos dentes obturados com cimentos à base de óxido de zinco e eugenol BARBOSA et al. (2003) analisaram a influência da infiltração coronária no comportamento dos tecidos periapicais de dentes de cães, após obturação do canal e preparo para contenção intra-radicular. Quarenta canais de dentes de cães foram instrumentados e obturados pela técnica da condensação lateral com cones de guta-percha e os cimentos Roth e Sealer 26. O remanescente da obturação foi protegido ou não com o cimento temporário Lumicon. Após a exposição ao meio oral por 90 dias, os animais foram sacrificados e as peças preparadas para análise ______________________________________________________________ Revista da Literatura 21 histomorfológica. A técnica de Brown e Brenn mostrou 70% de casos com infiltração de microrganismos para o cimento Roth e 20% com o Sealer 26. Quando um plug de Lumicon foi empregado, ocorreram 30% de casos de infiltração de microrganismos com o cimento Roth e 0,0% com o cimento Sealer 26. A reação inflamatória crônica foi mais freqüentemente observada com o cimento Roth. Os autores concluíram que o plug de Lumicon é eficiente no controle da infiltração coronária e que o Sealer 26 foi mais biocompatível e selou melhor o canal radicular quando comparado ao cimento Roth. KOPPER et al. (2003) avaliaram, in vivo, a capacidade de selamento de 3 cimentos endodônticos em canais radiculares preparados para receber o pino intracanal. Quarenta pré-molares de cães foram selecionados, instrumentados e divididos em 3 grupos, de acordo com o cimento utilizado na obturação dos canais: AH Plus, Sealer 26 e Endofill. Imediatamente após a obturação, a guta- percha foi parcialmente removida com auxílio de uma broca Largo 1, deixando obturado apenas o terço apical. Os dentes foram selados com ionômero de vidro por 72 horas para aguardar o endurecimento dos cimentos e, após esse período, os canais foram expostos à cavidade oral por 45 dias. Os animais foram sacrificados e a maxila e mandíbula retiradas. Os canais foram abundantemente lavados com soro fisiológico, secados, preenchidos com tinta nanquim e selados por 96 horas. As raízes foram separadas, extraídas, acondicionadas em tubos de ensaio e diafanizadas. A infiltração linear do corante foi mensurada com auxílio de ______________________________________________________________ Revista da Literatura 24 acusaram diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre as médias referentes ao tratamento das paredes dentinárias realizado com EDTA-17% + NaOCl-1% ou laser Er:YAG + água destilada, sendo ambos estatisticamente diferentes (p<0,01) do grupo que não recebeu tratamento (controle), que apresentou os menores valores de tensão de tração. As cimentações com Panavia F e Fosfato de Zinco não apresentaram diferença estatisticamente significante (p>0,05). O tratamento prévio das paredes dentinárias com EDTA-17% + NaOCl- 1% ou laser Er:YAG + água destilada promoveu uma maior retenção nos pinos intra-radiculares cimentados com material resinoso e fosfato de zinco. CORTEZ (2005) avaliou, in vivo, a infiltração coronária de microrganismos em dentes tratados endodonticamente, preparados para receber contenção intra- radicular e com o remanescente obturador protegido ou não por diferentes materiais. Foram utilizados 136 canais de incisivos e pré-molares de 6 cães. Após a anestesia dos animais, os canais foram instrumentados. Cento e dois canais foram obturados pela técnica da condensação lateral com cimento Sealapex e 34 canais foram obturados por cone único de guta-percha sem cimento. Em 68 canais obturados pela condensação lateral e nos 34 canais obturados sem cimento, as obturações foram parcialmente removidas deixando um remanescente de 4 mm. Diretamente, os remanescentes obturadores receberam proteção com 2 mm de Coltosol ou resina composta flow. Os demais canais tiveram as obturações parcialmente removidas deixando-as com 6 mm e não receberam proteção. Os ______________________________________________________________ Revista da Literatura 25 dentes foram aleatoriamente divididos em 8 grupos (n=17), distribuídos da seguinte maneira: GI e GV: proteção com resina composta flow; GII e GVI: proteção com Coltosol; GIII e GVII: proteção com coltosol nas raízes obturadas com cone único sem cimento; GIV e GIII: sem proteção. Devidamente preparados, os espécimes permaneceram com as obturações expostas à cavidade oral dos animais. Os grupos GI a GIV foram avaliados após 30 dias de exposição e os grupos GV a GVIII após 180 dias. Decorridos o período experimental, os animais foram mortos e os dentes foram avaliados radiograficamente quanto ao aparecimento de lesão periapical. Onze raízes de cada grupo foram destinadas ao estudo histológico. Os demais dentes foram extraídos e destinados à pesquisa da presença bacteriana por dois métodos: cultura microbiológica e análise em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Radiograficamente, não foi detectada lesão periapical em nenhum espécime. Na avaliação microbiológica apenas um espécime do GVII apresentou crescimento bacteriano. A avaliação em MEV não demonstrou infiltração bacteriana. Histologicamente, com 30 dias, nenhum espécime apresentou inflamação relacionada à infiltração coronária. Após 6 meses, o GV apresentou 2 espécimes com inflamação e os demais grupos apresentaram apenas 1 espécime com inflamação. Os resultados permitiram concluir que o Coltosol foi eficiente na proteção das obturações e que a obturação do canal radicular foi resistente à infiltração coronária por até 180 dias. ______________________________________________________________ Revista da Literatura 26 OLIVEIRA et al. (2005) analisaram, in vitro, a capacidade e o tempo necessário para a endotoxina se difundir pelos túbulos dentinários em direção ao cemento. Foram utilizados 30 dentes humanos unirradiculares, que tiveram suas raízes padronizadas em 15 mm. Os dentes foram instrumentados com limas tipo Kerr até o instrumento 30 e impermeabilizados externamente com adesivo epóxi, deixando 10 mm do terço médio da raiz exposto. Os espécimes foram acondicionados em tubos plásticos e submetidos à radiação gama cobalto 60. Após a radiação, foram divididos em 2 grupos (n= 15): GI. inoculação de solução de endotoxina de E. coli no canal radicular + 1 ml de água apirogênica nos tubo, e GII. (controle) inoculação de água apirogênica nos canais radiculares + 1 ml de água apirogênica em cada tubos. Após 30 min, 2 h, 6 h, 12 h, 24 h, 48 h, 72 h e 7 dias, a água do interior dos tubos foi removida e substituída por outra. A amostra removida foi testada para detectar a presença de endotoxina através da produção de anticorpos (IgM) em cultura de linfócitos B. Os resultados foram submetidos à análise estatística, e foi verificado que a água removida dos tubos após 24 h, 48 h, 72 h e 7 dias induziu maior produção de anticorpos que os demais grupos. Assim, a endotoxina foi capaz de se difundir pelos túbulos dentinários em direção ao cemento, atingindo a região externa da raiz após 24 h. PAPPEN et al. (2005) verificaram a capacidade de dois cimentos endodônticos na prevenção da infiltração coronária em raízes obturadas com guta- percha e preparadas para contenção intra-radicular. Sessenta raízes foram ______________________________________________________________ Revista da Literatura 29 BRAGA et al. (2006) avaliaram a resistência ao deslocamento vertical de retentores intra-radiculares de fibra de vidro e metálicos fundidos, com diferentes comprimentos (6, 8, e 10 mm) por meio de força de tração. Foram utilizados 60 caninos superiores hígidos que tiveram as coroas seccionadas e os canais radiculares tratados endodonticamente. As raízes foram incluídas em resina acrílica, constituindo os corpos-de-prova, que foram distribuídos em 3 grupos, em função do comprimento do preparo do conduto e, conseqüentemente, do comprimento do pino cimentado (6, 8 e 10 mm). Cada grupo foi dividido em 2 subgrupos, de acordo com o tipo de pino cimentado: A1 – pinos de fibra de vidro com 6 mm de comprimento; A2 – pinos metálicos fundidos com 6 mm; B1 – pinos de fibra de vidro com 8 mm; B2 – pinos metálicos fundidos com 8 mm; C1 – pinos de fibra de vidro com 10 mm e C2 – pinos metálicos fundidos com 10 mm. Os pinos metálicos fundidos foram obtidos pela moldagem dos condutos com resina acrílica ativada quimicamente, seguida da fundição. Todos os pinos (metálicos fundidos e de fibra de vidro) foram cimentados com cimento resinoso Panavia F. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de tração na Máquina Universal de Ensaios Instron 4444. Os dados foram submetidos à análise de variância, que não acusou diferença entre os tipos de pinos utilizados. Com relação aos comprimentos dos pinos, os resultados mostraram que os pinos de 6 e 10 mm foram diferentes entre si, e que os pinos de 8 mm apresentaram valores intermediários, não havendo diferença significante quando comparado isoladamente aos pinos de 6 e ______________________________________________________________ Revista da Literatura 30 10 mm. Concluiu-se que o tipo de pino, metálico fundido ou de fibra de vidro, não influenciou nos valores de retenção. Entretanto, o comprimento teve influência, sendo que pinos de 10 mm de comprimento promoveram maiores valores de retenção quando comparados aos de 6 mm. Os pinos de 8 mm de comprimento mostraram comportamento semelhante aos pinos de 6 e 10 mm de comprimento. BORTOLINI (2006) avaliou, in vitro, a penetração bacteriana nos túbulos dentinários e a permeabilidade de cimentos endodônticos submetidos à contaminação por E. faecalis. Foram utilizados 44 caninos humanos obturados e agrupados de acordo com o cimento avaliado: GI. AH Plus, GII. Endo CPM-sealer, GIII. EndoRez e GIV. N-Rickert. Para avaliação da permeabilidade, a porção coronária dos dentes foi inoculada com E. faecalis por 30 dias e a porção apical colocada em meio de cultura para a verificação da turvação do meio. Após realização do teste de permeabilidade, um dente de cada grupo foi avaliado por microscopia eletrônica de varredura para verificação da penetração bacteriana nos túbulos dentinários. Foram obtidas imagens dos terços cervical, médio e apical, com foco na interface dentina/material obturador. Somente dois dentes (um do GII e outro do GIV) apresentaram contaminação do meio após 16 dias. O cimento EndoRez apresentou maior penetração bacteriana nos túbulos dentinários, seguido pelo cimento N-Rickert. Os cimentos AH Plus e Endo CPM-sealer foram semelhantes e permitiram pouca penetração bacteriana nos túbulos dentinários. ______________________________________________________________ Revista da Literatura 31 Houve diferença em relação à penetração do microrganismo nos túbulos dentinários nas regiões cervical, média e apical. PRADO et al. (2006) verificaram a correlação entre infiltração de cervical para apical e de apical para cervical nas diferentes técnicas de preparo do conduto para receber os pinos. Sessenta raízes foram obturadas com guta-percha e cimento AH Plus pela técnica da condensação lateral. Na seqüência, as raízes foram divididas em dois grupos (n=30): um grupo recebeu o preparo para contenção intra-radicular de forma imediata e outro de forma mediata. Dois subgrupos (n=15) foram formados para o sentido da infiltração (de cervical para apical ou de apical para cervical). A extensão da infiltração foi determinada através do corante tinta da Índia. Os dentes foram diafanizados e a infiltração linear da penetração de tintura foi medida e por meio de microscopia óptica. Oito dentes foram usados como controles positivo e negativo. Foi observada infiltração em todas as amostras. Não houve diferença significante entre as técnicas de preparação imediata e mediata, sendo que a infiltração de apical para cervical não mostrou diferença significante, porém, a infiltração de cervical para apical técnica imediata apresentou menor infiltração que a técnica mediata. PIZZO et al. (2006) observaram a atividade antimicrobiana dos cimentos endodônticos AH Plus, Endomethasone, Pulp Canal Sealer e Vcanalare (óxido de zinco e eugenol). Foi feito um teste de contato direto (DCT) e uma suspensão de 10 µl de E. faecalis foi colocada por 20 minutos, 24 horas e 7 dias sobre as Proposição ______________________________________________________________ Proposição 35 O objetivo deste estudo consistiu em avaliar, in vitro, por um período de 60 dias, a capacidade de selamento do remanescente de obturação com diferentes comprimentos: 6 mm, 4 mm e 2 mm, após preparo para contenção intra-radicular, frente à infiltração cervical de E. faecalis. Material e Método ______________________________________________________________Material e Métodos 39 Campinas, SP, Brasil) para manutenção da cadeia asséptica. Os instrumentos e materiais utilizados também foram previamente esterilizados. Trinta e três raízes foram aleatoriamente distribuídas em 3 grupos experimentais (n=11), de acordo com o comprimento de remanescente da obturação radicular: Grupo I - 6 mm, Grupo II - 4 mm e Grupo III - 2 mm. As 8 raízes restantes constituíram os controles positivo e negativo, sendo 4 dentes para cada grupo. A obturação foi realizada nos grupos experimentais utilizando-se a técnica de condensação lateral com cones de gutapercha (Dentsply-Herpo, Petrópolis, RJ, Brasil) e cimento AH Plus (Dentsply De Trey, GmbH, Konstanz, Alemanha) manipulado de acordo com as instruções do fabricante. Antes da obturação, os cones de gutapercha foram imersos em hipoclorito de sódio a 2,5% por 3 minutos para a desinfecção. A remoção do excesso dos cones de gutapercha na entrada dos canais foi realizada com instrumento Hollemback (Golgran, São Paulo, SP, Brasil) aquecido ao rubro. Para a remoção da obturação dos canais foram utilizados os condensadores de Paiva aquecidos (Golgran, São Paulo, SP, Brasil), com auxílio stop de borracha, nos comprimentos pré-determinados. A confirmação do comprimento do remanescente de obturação foi realizada com lima Hedströen (Dentsply-Herpo, Petrópolis, RJ, Brasil) e stop de borracha. Os espécimes foram levados à estufa a 37oC por 24 horas, período correspondente a 3 vezes o tempo de endurecimento do cimento, segundo informação do fabricante. ______________________________________________________________Material e Métodos 40 As raízes dos grupos experimentais e do controle positivo foram impermeabilizadas com 2 camadas de esmalte cosmético (Colorama, Maybelline, Nova York, Estados Unidos) deixando livre de impermeabilização 1 milímetro aquém do ápice. Os espécimes do grupo negativo tiveram toda a superfície radicular externa impermeabilizada. 2. Confecção do dispositivo para realização do teste de infiltração Para a realização do teste de infiltração, confeccionou-se um dispositivo para cada espécime. Inicialmente, realizou-se o corte da extremidade de frascos de eppendorf (tubos de centrífuga com fundo cônico e capacidade de 1,5 ml) com lâmina de bisturi (Med. S. N., Shanghai, China) (Figura 2A) para possibilitar que 2 mm da raiz ficassem para fora do tubo (Figura 2B). Na união entre a raiz e o eppendorf cortado foi feito um selamento com resina epóxica de polimerização rápida (Araldite, Brascola Ltda, São Paulo, SP, Brasil). Os eppendorfs com os espécimes foram colocados em frascos de vidro de 13 ml, contendo 9 ml do meio líquido Brain Heart Infusion - BHI (Oxoid Ltda, Basingstoke, Hampshire, Inglaterra), volume suficiente para que os ápices das raízes permanecessem imersos no meio líquido (Figura 2C). Para que não ocorresse contaminação externa, foi realizado um selamento com resina epóxica entre o frasco de vidro e o tubo de eppendorf (Figura 2C e 2D). Após esse procedimento, os espécimes foram armazenados em estufa a 37oC por 24 horas para confirmação da sua esterilidade. ______________________________________________________________Material e Métodos 41 Figura 2. Dispositivo para realização do teste de infiltração bacteriana: A) Eppendorf e eppendorf com a sua extremidade cortada. B) Vista dos espécimes no interior do eppendorf C) Dispositivo com o ápice da raiz imerso no meio líquido BHI. D) Vista superior da montagem do dispositivo. 3. Cultivo e preparo da suspensão do Enterococcus faecalis O microrganismo escolhido para o teste de infiltração foi o Enterococcus faecalis proveniente da American Type Culture Collection (ATCC - 29212). A cepa microbiana foi cultivada e estocada em meio líquido BHI com glicerol a 20%. ______________________________________________________________Material e Métodos 44 Quando ocorria a turvação do líquido do interior do dispositivo contendo as raízes contaminadas, a data e o número do espécime eram anotados. Os espécimes foram retirados dos dispositivos e armazenados em formol a 10% (Vetec, Rio de Janeiro, RJ, Brasil). A turvação era o indicativo de que o crescimento bacteriano tinha ocorrido devido à infiltração bacteriana e esse conteúdo era submetido a testes microbiológicos. A cada três dias, os canais eram secos com cones de papel absorvente e uma nova inoculação era feita. Os cones de papel eram então imersos em BHI por 24 horas a 37o C, para a realização de cultura microbiana e análise do material retirado do interior do canal. 5. Testes para comprovação da presença do E. faecalis A fim de analisar o crescimento do E. faecalis e comprovar a ausência de contaminação externa foram realizados seguintes testes: Morfologia colonial em placas de ágar Müeller Hinton Amostras do líquido proveniente dos dispositivos, do meio de cultura dos cones de papel e do inóculo utilizado para contaminação das raízes foram coletadas, semeadas em placas de ágar Müeller Hinton (Merck, Darmsradt, Alemanha) e armazenadas a 37o C por 24 horas para verificação do crescimento bacteriano por meio da análise da morfologia colonial. ______________________________________________________________Material e Métodos 45 Morfologia celular Após o cultivo das amostras nas placas de ágar, foram confeccionados esfregaços em lâminas de vidro, que foram coradas pela coloração de Gram para identificação da morfologia microbiana. Prova da Bile-Esculina Amostras do crescimento colonial das placas de ágar foram coletadas, semeadas no meio de Bile-Esculina (Merck, Darmsradt, Alemanha) e armazenadas a 37o C por 24 horas para verificação da presença do Streptococcus sp. O teste da Bile-Esculina é baseado na capacidade de algumas bactérias hidrolisarem esculina em presença de bílis. As bactérias que nela conseguem crescer formam um complexo negro, pois a esculetina reage com os íons férricos. O teste positivo indica a presença do Streptococcus sp, entre os quais pode haver amostras do E. faecalis. Prova de tolerância ao NaCl a 6,5% Esse teste é utilizado para a verificação da capacidade de microrganismos crescerem na presença de NaCl a 6,5%, diferenciando o Enterococcus spp (que cresce na presença de NaCl) dos demais Streptococcus spp (que não crescem na presença de NaCl). Amostras do crescimento colonial das placas de ágar foram coletadas, inoculadas no meio líquido de NaCl a 6,5% (Merck, Darmsradt, ______________________________________________________________Material e Métodos 46 Alemanha) e armazenadas a 37o C por 24 horas. A confirmação da presença do E. faecalis se dá após 24 horas, se ocorrer à turvação do BHI. 6. Avaliação morfológica das células bacterianas no interior dos túbulos dentinários Para a realização da avaliação morfológica, um espécime de cada grupo experimental foi submetido ao processo de descalcificação, inclusão em parafina, cortes no micrôtomo (Leica instrumentos, RM-2145, Nussloch, Alemanha) e fixação em lâminas de vidro. As lâminas obtidas foram coradas por diferentes técnicas: Brown & Brenn, ácido periódico de Schiff e H. E. (Hematoxilina e Eosina). Um microscópio óptico (Nikon, Eclipe E 600, Japão) com ocular de 4X/0.13 e objetiva de ampliação de 10X e 40X foi utilizado para a análise e fotomicrografia dos cortes histológicos. 7. Análise estatística Os dados foram submetidos a testes estatísticos com o auxílio do software GMC 2.0 desenvolvido pelo Prof. Dr. Geraldo Maia Campos, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo. ______________________________________________________________Resultados 49 Tabela II. Cálculo dos parâmetros amostrais. Valores originais. Parâmetros Valores Soma dos erros amostrais 0,0000 Soma dos quadrados dos erros amostrais 1306,7167 Termo de correção 0,0000 Variação total 1306,7167 Média geral da amostra 0,0000 Variância da amostra 7,3001 Desvio padrão da amostra 2,7019 Erro padrão da média 0,2014 Mediana (dados agrupados) -0,0925 Números de dados da amostra 180,0000 Dados abaixo da média 56,0000 Dados iguais à média 73,0000 Dados acima da média 51,0000 Calculou-se, então, a distribuição de freqüências por intervalo de classe e as freqüências acumuladas, nas quais os intervalos de classe baseiam-se na média e no desvio padrão amostral (Tabela III). Tabela III. Distribuição de freqüências. Valores originais. A. Freqüências por intervalos de classe: Intervalos de classe: M-3s M-2s M-1s Med. M+1s M+2s M+3s Freqüências absolutas 0 5 51 73 39 12 0 Em valores percentuais 0,0 2,8 28,3 40,6 21,7 6,7 0,0 B. Freqüências acumuladas Intervalos de classe: M-3s M-2s M-1s Med. M+1s M+2s M+3s Freqüências absolutas 0 5 56 129 168 180 180 Em valores percentuais 0,0 2,8 31,1 71,7 93,3 100,0 100,0 Com os dados de freqüências acumuladas, traçou-se uma curva experimental à qual foi sobreposta uma curva normal matemática. A discrepância entre as duas curvas demonstra seu grau de aderência (Figura 5). ______________________________________________________________Resultados 50 Observa-se na Figura 5, que a curva normal e a curva experimental estão bastante próximas entre si, indicando haver normalidade entre as amostras testadas. Figura 5. Gráfico ilustrando a curva experimental é normal dos percentuais de freqüências acumuladas Traçou-se, então, o histograma de freqüências da distribuição dos erros amostrais e a curva normal, os quais podem ser observados na Figura 6. Neste histograma é possível notar a distribuição central dos dados experimentais e certa simetria dos dados ao redor da média, com números mais ou menos equivalentes abaixo e acima dela, o que indica que a distribuição dos erros amostrais é normal. ______________________________________________________________Resultados 51 Figura 6. Gráfico ilustrando o histograma de freqüências da distribuição dos erros amostrais e curva normal. A seguir, realizou-se o teste de aderência da distribuição de freqüências por intervalo de classe da distribuição normal em relação à mesma distribuição dos dados amostrais. Verificou-se que a probabilidade da distribuição experimental ser normal foi de 63.52% (Tabela IV). Tabela IV. Teste de aderência à curva normal. A. Freqüências por intervalos de classe: Intervalos de classe: M-3s M-2s M-1s Med. M+1s M+2s M+3s Curva normal 0,44 5,40 24,20 39,89 24,20 5,40 0,44 Curva experimental 0,00 2,78 28,33 40,56 21,67 6,67 0,00 B. Cálculo do Qui quadrado: Graus de liberdade 4 Interpretação: Valor do Qui quadrado 2,55 Probabilidade de H0: 63.5200% A distribuição amostral testada é normal ______________________________________________________________Resultados 54 de espécimes sem infiltração bacteriana nos diferentes grupos, em intervalos de 10 em 10 dias. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% GI - 6 mm GII - 4 mm GIII - 2 mm 10 3020 40 50 60 Figura 7. Representação gráfica do número de espécimes sem infiltração pelo E. faecalis nos diferentes grupos, em intervalos de 10 em 10 dias. Aos 20 dias foi possível observar diferença estatisticamente significante (p<0,05) apenas entre o grupo I (6 mm) e o grupo III (2 mm), sendo que o grupo com remanescente de 6 mm de obturação apresentou maior quantidade de espécimes sem infiltração bacteriana. No entanto, aos 30, 40 e 50 dias não foi verificada diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os grupos. Aos 60 dias, o grupo I (6 mm) foi semelhante estatisticamente ao grupo II (4 mm) e estes foram diferentes estatisticamente do grupo III (2 mm), que apresentou o maior número de espécimes com infiltração pelo E. faecalis. ______________________________________________________________Resultados 55 Resultados dos testes para comprovação da presença do E. faecalis e avaliação morfológica das células bacterianas no interior dos túbulos dentinários Amostras dos líquidos provenientes dos dispositivos, do meio de cultura dos cones de papel e do inóculo utilizado para contaminação das raízes submetidas aos testes de contra-prova: morfologia colonial (Figura 8A), prova de tolerância ao NaCl a 6,5% (Figura 8B), prova da Bile-Esculina (Figura 8C) e morfologia celular (Figuras 9, 10 e 11) mostraram-se positivos. Figura 8. A) Placa de ágar de Müeller Hinton mostrando crescimento colonial do E. faecalis. B) Teste a tolerância ao NaCl 6,5% sem e com turvação evidenciando a presença do E. faecalis. C) Teste da Bile- Esculina, mostrando resultado positivo à presença do Streptococcus ssp. ______________________________________________________________Resultados 56 Na avaliação morfológica dos espécimes estudados, foram observadas várias células bacterianas aderidas às paredes dos canais radiculares (Figuras 9A, 9B, e 10A, 10B), assim como a presença dos microrganismos no interior dos canalículos dentinários evidenciados com coloração enegrecida (Método de Brown e Brenn) (Figura 9C), e materiais basófilo (Hematoxilina e Eosina) (Figura 10C). Em contraste, quando os espécimes foram corados pela técnica do ácido periódico de Schiff (PAS) não foram observadas células, confirmando a ausência de contaminação fúngica (Figura 11). Esses achados histológicos validam a metodologia empregada neste estudo. Figura 9. Cortes histológicos corados pela técnica de Brown & Brenn A) Áreas enegrecidas correspondentes a presença de microrganismos (4X). B e C) Áreas enegrecidas nas paredes dos canais radiculares e túbulos dentinários (10 e 40X respectivamente). ______________________________________________________________Discussão 59 A infiltração marginal cervical vem se destacando como uma das mais importantes e preocupantes causas de insucesso endodôntico por comprometer o selamento dos canais radiculares (TORABINEJAD et al., 1990; GISH et al., 1994; BARRIESHI et al., 1997; TIMPAWAT et al., 2001; PAPPEN et al., 2005). Trabalhos demonstram que fluidos bucais, bactérias e seus subprodutos podem penetrar nas falhas marginais de restauração defeituosa e na interface entre o material obturador e o canal radicular, atingindo a região periapical em tempo relativamente curto (TORABINEJAD et al., 1990; KHAYAT et al., 1993; GISH et al., 1994; TROPE, et al., 1995; GOMES et al., 1996; BARRIESHI et al., 1997; TIMPAWAT et al., 2001; HOLLAND et al. 2004). Essa preocupação torna-se maior quando a perda coronária requerer a utilização de retentores intra-radiculares em função dos seguintes fatores associados ao preparo do espaço protético e cimentação do retentor intra- radicular: quebra da cadeia asséptica pela realização de procedimentos sem utilização de isolamento absoluto do campo operatório; possibilidade de deslocamento da obturação no momento da remoção de material obturador; utilização de selamento provisório entre as sessões do trabalho protético e, por fim, a quantidade de remanescente de obturação. Dentre os métodos de avaliação da qualidade do selamento da obturação, a infiltração marginal por corantes é o método mais utilizado, porém, não é o mais eficaz, apresentando limitações. O tamanho das moléculas do corante empregado _______________________________________________________________________ Discussão 60 pode superestimar a infiltração e também pode ocorrer integração entre o cimento e o corante, proporcionando um falso resultado. (WU et al., 1993). A literatura tem demonstrado que os testes utilizando bactérias como agente traçador da infiltração é uma maneira de simular o que realmente acontece na cavidade bucal, uma vez que permite a interação dinâmica entre a bactéria e o material obturador (WU et al., 1998; BARTHEL et al., 1999; TIMPAWAT et al., 2001; BARBOSA et al., 2003; PRADO et al., 2006; STUART et al., 2006; YUCEL et al., 2006). No presente estudo, utilizou-se a metodologia da infiltração bacteriana com E. faecalis. O E. faecalis é o microrganismo encontrado com maior freqüência em infecções endodônticas secundárias assintomáticas, por ser capaz de invadir os túbulos dentinários, possuir capacidade de competição com outros microrganismos e ser resistente à privação nutricional. É um coco Gram positivo que pode aparecer solitário, em pares ou cadeias; e é anaeróbico facultativo (SALEH et al., 2004; SEDGLEY et al., 2005; STUART et al., 2006). Em relação à metodologia, foram padronizados o comprimento das raízes, o diâmetro anatômico e a conicidade da porção cervical para que os espécimes fossem contaminados com a mesma quantidade de inóculo. As raízes foram autoclavadas após a instrumentação e na seqüência todos os procedimentos foram realizados em fluxo laminar. A esterilidade dos espécimes foi confirmada pela ausência de turvação. _______________________________________________________________________ Discussão 61 A pureza do inóculo utilizado para a contaminação dos espécimes e também do material retirado dos espécimes a cada nova inoculação foi comprovada por meio dos testes de Morfologia colonial em placas de ágar Müeller Hinton, Morfologia celular, Prova da Bile-Esculina e Prova de tolerância ao NaCl a 6,5%. Os resultados mostraram-se sempre positivos à presença isolada do E. faecalis. Em relação aos resultados do presente estudo, dois aspectos devem ser analisados: a infiltração bacteriana nos remanescentes de obturação e o tempo decorrido para sua ocorrência. Os resultados deste estudo mostraram que houve infiltração bacteriana em todos os grupos experimentais. Nos grupos com 6 e 4 mm de remanescente de obturação a infiltração bacteriana foi estatisticamente semelhante e, por sua vez, menor que nos espécimes com 2 mm de remanescente de obturação. O grupo com 2 mm encerrou o período experimental com 100% dos espécimes com infiltração pelo E. faecalis. A maior infiltração bacteriana observada nos espécimes com 2 mm de remanescente pode ser explicada pela alta incidência de canais laterais e acessórios na região apical, conforme estudo de DE DEUS (1975). Os espécimes com 4 e 6 mm de remanescente de obturação provavelmente tiveram essa região selada. Ainda assim, a obturação não foi capaz impedir a infiltração, provavelmente em função de falhas na interface obturação parede do canal radicular. Estas falhas podem decorrer de variáveis como anatomia interna do canal radicular, preparo biomecânico, propriedades das soluções irrigantes, _______________________________________________________________________ Discussão 64 impedir por completo a infiltração apical e cervical (PAPPEN et al., 2005; PRADO et al., 2006; YUCEL et al., 2006). Isso acaba tornando o conceito de hermetismo, quando aplicado à Endodontia, inviável. Diante das evidências apresentadas, verifica-se a necessidade de estabelecer protocolos para dentes preparados para restauração com retentores intra-radiculares com a finalidade de impedir a infiltração de microrganismos. Esses cuidados devem incluir a confecção de plug para proteção do remanescente de obturação (BARBOSA et al., 2003), utilização de pinos pré-fabricados e sistemas adesivos para permitir menor número de sessões clínicas e não exposição da obturação ao meio bucal. Conclusões ______________________________________________________________________ Conclusões 66 Com base na metodologia utilizada e nos resultados obtidos neste estudo, concluiu-se que: 1. Nenhum dos comprimentos do remanescente de obturação foi capaz de impedir a infiltração cervical do E. faecalis em 100% dos casos. 2. Os grupos com remanescente de obturação de 6 e 4 mm apresentaram os menor valores infiltração cervical do E. faecalis. 3. O grupo com remanescente de obturação de 2 mm apresentou os maiores valores de infiltração cervical do E. faecalis, sendo que, aos 60 dias, 100% dos espécimes apresentaram infiltração. 4. Até o décimo dia o teste de turvação foi negativo. BARTHEL, C. R.; MOSHONOV, J.; SHUPING, G.; ØRTAVISK, O. Bacterial leakage versus dye leakage in obturated root canais. Int. Endod. J., v. 32, n. 5, p.370- 375, 1999. BONFANTE, G.; FAGNANI, C. M.; MIRAGLIA, S. S.; SILVA-JUNIOR, W. Avaliação radiográfica de núcleos metálicos fundidos intrarradiculares. R. G. 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