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Guias e Dicas
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Imunologia clínica, Notas de estudo de Imunologia

IMUNOLOGIA

Tipologia: Notas de estudo

2011
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Compartilhado em 07/03/2011

cristine-maia-6
cristine-maia-6 🇧🇷

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Baixe Imunologia clínica e outras Notas de estudo em PDF para Imunologia, somente na Docsity! O Portal Educação € Portal Edbcação Sites Associados ma de Educação uada a Distância urso de logia Clínica UCAÇÃO A DISTÂNCIA AL EDUCAÇÃO E SITES ASSOCIADOS OQ Portal Educação rso de ogia Clínica ÓDULO | CONFORME ACORDO DE UNIFICAÇÃO ORTOGRÁFICO. disponível apenas como parâmetro de estudos para da. E proibida qualquer forma de comercialização do ui contido são dados aos seus respectivos autores 2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO IV 6 DOENÇAS RELACIONADAS AO SISTEMA COMPLEMENTO 7 DOENÇAS AUTOIMUNES 8 DOENÇAS LINFOPROLIFERATIVAS 9 DEFICIÊNCIAS IMUNOLÓGICAS 10 ALERGIAS 11 TUMORES 12 TOLERÂNCIA E REGULAÇÃO IMUNOLÓGICA 13 IMUNIZAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 5 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação MÓDULO | 1 INTRODUÇÃO À IMUNOLOGIA E CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA IMUNOLOGIA CLÍNICA A imunologia surgiu como um ramo da microbiologia e ganhou espaço com os estudos das doenças infecciosas e suas respectivas respostas. A nossa capacidade de coexistir com diversos micro-organismos de nosso ambiente depende de um conjunto de fatores, e um destes fatores é o Sistema Imune. O Sistema Imune é um conjunto de células de defesa e/ou ataque eficaz que tem a capacidade de distinguir o que acarreta perigo para o organismo e protegê-lo contra estes patógenos oportunistas. Esta distinção ocorre por uma comunicação por meio de sinais mediados por citocinas e receptores. As células do sistema imune estão distribuídas por todo organismo, sendo encontradas alojadas nos tecidos desempenhando o papel de sentinela e circulando por vasos sanguíneos e linfáticos esperando o sinal de que o organismo foi invadido. Independente da localização das células que compõem o Sistema Imune, estas apresentam uma característica comum: passar uma parte da sua vida na corrente sanguínea. Além disso, todas se originam da medula óssea. Para que o Sistema Imune desempenhe bem o seu papel de defesa e/ou ataque é necessário que seus componentes diferenciem o próprio do não próprio. Desta maneira, o que não for comum ao organismo será controlado e/ou eliminado. Embora as células do Sistema Imune interajam entre si, ocorre uma classificação em dois grupos, as células que compõem a imunidade Inata, e células que compõem a imunidade Adaptativa. Uma vez entendido como os componentes do Sistema Imune interagem, fica fácil discernir seu funcionamento na homeostase, bem como sua participação nos processos patogenéticos que possam acometer o organismo. No entanto, não há, 6 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação talvez, situação mais clara que a participação do Sistema Imune na homeostase do organismo durante uma infecção. Sendo assim, ao entendermos os mecanismos de interação entre o hospedeiro e o patógeno fica clara a definição da Imunologia Clínica que tem o papel de investigar e orientar o clínico no diagnóstico das patogenicidades por meio de resultados de exames laboratoriais. O clínico precisa conhecer as estratégias traçadas pelo Sistema Imune para controlar e/ou eliminar os diferentes patógenos, além de saber as estratégias de evasão utilizadas pelos patógenos para driblar a defesa e o ataque do Sistema Imune. Obviamente, do ponto de vista imunológico, um determinado agente infeccioso não precisa se restringir a uma única estratégia patogênica, de modo que a resposta imune eficiente contra o determinado micro-organismo pode incluir diversos mecanismos. O objetivo desta apostila é fundamentar a base imunológica do estudante, interagindo os possíveis resultados laboratoriais pós-infecção mediante ativação do Sistema Imune com as estratégias de evasão dos eventuais efeitos patogenéticos. 1.1 HISTÓRICO O conflito saúde versus enfermidade sempre existiu para todo tipo de espécie de ser vivo. E desde a pré-história é comum encontrar em pinturas rupestres homens das cavernas lambendo suas feridas, tomando muita água e ficando próximos a fogueiras quando se tinha febre. No século XV ocorre o primeiro relato de que chineses e turcos tentaram introduzir imunidade por meio da variolação. E, em 1546, Girolamo Frascatoro observou que o contágio de uma infecção, que passa de um para outro, se origina de partículas muito pequenas (imperceptíveis). 7 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação FIGURA 1 Fagócitos ——» Linfócitos Invertebrados Peixes Vertebrados Peixes Vertebrados Cartilaginosos Cartilaginosos Baço Timo Anticorpos Os fagócitos estão representados em praticamente toda escala filogenética enquanto que os linfócitos aparecem somente a partir dos peixes cartilaginosos. Junto com o surgimento dos linfócitos surgem baço, timo e anticorpos. As células-tronco hematopoéticas dão origem a dois precursores (progenitores) um mieloide e outro linfoide. O precursor mieloide é responsável pela produção e renovação das hemácias, das plaquetas, dos basófilos, dos mastócitos, dos eosinófilos, dos neutrófilos, dos monócitos e das células dendríticas. Enquanto que o precursor linfoide está responsável pela produção e renovação dos linfócitos T, dos linfócitos B e das células Natural Killer (NK) (Figura 2). 10 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação FIGURA 2 Hematopoese. Formação das diferentes linhagens celulares sanguíneas a partir de um precursor linfoide e um precursor mieloide. 1.3 - CITOCINAS As citocinas são proteínas secretadas por células não imunes, e principalmente por células imunes, os leucócitos. Estes mediadores são responsáveis pelas respostas biológicas das células imunes e estão envolvidos no crescimento, na motilidade, na diferenciação e principalmente na função desempenhada pela célula. As citocinas recebem outra denominação, interleucinas (IL), que se define pelo fato dos leucócitos a produzirem e a sua ação ser sobre q Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação outros leucócitos. Com o passar dos anos e o aprimoramento no estudo destes mediadores observou-se que algumas interleucinas produzidas por leucócitos também agiam sobre outras células que não os leucócitos. Este termo se tornou inadequado, mas por razões históricas o nome permaneceu e a cada descoberta de uma nova citocina acrescenta-se um número à sigla IL (por exemplo, IL-1, IL-2 e assim sucessivamente). As citocinas medeiam e regulam as reações imunes e inflamatórias. Embora elas sejam diferentes, algumas citocinas podem compartilhar das mesmas propriedades. A produção de uma determinada citocina é um evento breve e autolimitado, já que as citocinas não são armazenadas como moléculas pré-formadas e a sua síntese somente ocorre na presença do fator patogenético. A ação de uma citocina normalmente é pleiotrópica, por apresentar a habilidade de agir sobre diferentes tipos celulares. Esta propriedade permite que a citocina medeie diferentes efeitos biológicos. Outra propriedade importante destes mediadores é a sua redundância, já que duas ou mais citocinas possuem os mesmos efeitos funcionais. Além disso, a produção de uma citocina pode inibir a produção de outra (antagonismo). Em determinada situação a produção de uma citocina intensifica a ação de outra, efeito denominado de sinergismo. A ação de uma citocina pode ser local ou sistêmica, mas a maioria das citocinas tem ação local. Esta ação pode ser exercida sobre a própria célula secretora (ação autócrina) e/ou atuar sobre uma célula adjacente (ação parácrina) e ainda quando produzidas em grandes quantidades podem agir sobre células que estão distantes do local da infecção (ação endócrina). As citocinas podem ser dividas em três categorias básicas de funcionalidade. Estas ações iniciam-se após a ligação das citocinas aos seus receptores específicos localizados nas membranas das células-alvo. Deste modo, as citocinas podem mediar e regular a imunidade inata ou mediar e regular a imunidade adaptativa ou ainda estimular a hematopoese. 12 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação Na medula óssea, as células sanguíneas são produzidas no compartimento hematopoético. Ou seja, não há um compartimento ou microrregiões delimitadas para a geração das linhagens celulares. Assim, encontram-se agrupados os precursores das plaquetas, das hemácias, dos mononucleares e polinucleares. Uma vez diferenciadas, estas células alcançam os seios vasculares e atravessam as aberturas encontradas no endotélio, posteriormente caem na circulação venosa e são distribuídas por todo o organismo. Em especial, os linfócitos B, durante seu processo de maturação, ganham receptores de membrana (do inglês, BCR B Cell Receptor) e passam por uma etapa denominada de seleção negativa. Durante a seleção negativa os linfócitos B entrarão em contato com antígenos próprios. Aqueles linfócitos B que interagirem com alta afinidade seus receptores com os antígenos próprios passarão por um processo de morte celular programada denominada apoptose. E aqueles que não interagirem terminarão seu processo de maturação e migrarão para os órgãos linfoides secundários. No timo ocorre a proliferação e diferenciação das células precursoras em linfócitos T. As células precursoras chamadas de pré-T são geradas na medula óssea, migram para o timo e ganham receptores e moléculas. O principal receptor é denominado de receptor de célula T (do inglês, TCR T Cell Receptor e as principais moléculas são CD4 (T helpern) e CD8 (do inglês, CD cluster of differentiation). Por apresentarem as duas moléculas expressas na sua membrana (CD4 e CD8) os linfócitos T passam a ser denominados duplo positivo. 15 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação FIGURA 3 Adenoide Amigdala Veia Subclávia Veia Subclávia Timo Linfonodo Dueto toráxico Baço Placas de Apéndice Peyer Linfáticos Medula óssea & Piratas del Palo Localização dos órgãos linfoides primários — Medula óssea / Timo (cor amarela) — e órgãos linfoides secundários — linfonodos / baço (cor azul). Os linfócitos T passam por um processo de seleção natural durante a sua maturação no timo que envolve duas etapas. Uma destas etapas é chamada de seleção positiva, na qual os linfócitos T precisam reconhecer o seu ligante nas células apresentadoras de antígenos (do inglês, APC Antigen Presentation Cell. O ligante do TCR chamado complexo de histocompatibilidade principal (do inglês, MHC Major Histocompatibity complex). O MHC também é conhecido como antígenos leucocitários humano (do inglês, HLA Human Leucocitary Antigen). 16 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação Aqueles linfócitos T que reconhecerem, por meio de seus TCRs, os MHCs das APCs continuarão seu processo de maturação. Os linfócitos T que não foram capazes de reconhecer entrarão em apoptose. Outro dado importante durante esta fase de maturação é que os marcadores CD4 e CD8 dos linfócitos T são restritos aos seus respectivos MHCs classe Il e classe |, como veremos a seguir. E, ao final da maturação, estes linfócitos se tornam simples positivos aleatoriamente (CD4 ou CD8). A outra etapa necessária para a maturação dos linfócitos T é a seleção negativa, que determinará a sua maturação final. Nesta seleção os MHCs de classe Il e de classe | apresentarão peptídeos próprios aos TCRs dos linfócitos. Aqueles linfócitos T CD4 ou CD8 que interagirem com alta afinidade sofrerão a apoptose. Enquanto aqueles que não interagirem seus TCRs com os MHCs das APCs terminarão seu processo de maturação. Esta seleção que ocorre durante a maturação dos linfócitos se faz necessária para que os linfócitos saibam diferenciar o próprio do não próprio. Desta forma, a resposta imune ocorre frente a estruturas não comuns ao organismo. Em qualquer disfunção no sistema imune, este poderá reconhecer suas próprias estruturas como não próprias e montar uma resposta imune. Os linfonodos também chamados gânglios linfáticos se encontram distribuídos ao longo dos vasos linfáticos que drenam as diversas regiões do organismo. A linfa é formada pelo líquido absorvido dos tecidos conjuntivos que servem de sustentação aos vários epitélios de revestimento e aos diversos órgãos. Esta rede linfática capta as eventuais moléculas estranhas quando presentes no organismo e levam para os linfonodos para promover o encontro do antígeno com os linfócitos T e B imunocompetentes da imunidade adaptativa. O baço é um órgão localizado na região abdominal esquerda superior. Além da eliminação de células sanguíneas lesadas e senescentes, o baço é importante no controle das infecções sistêmicas. Assim todos os antígenos que estejam na corrente sanguínea são captados pelo baço e apresentados para os linfócitos T e B, onde se desenvolve uma vigorosa resposta imune. 17 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação O evento seguinte é a saída de leucócitos dos vasos e seu acúmulo no foco inflamatório. Este influxo de células é um evento central que contribui não só para eliminação do agente infeccioso, mas também para a resolução do processo inflamatório como a cicatrização e regeneração do tecido. Durante a migração transendotelial dos leucócitos estão envolvidas moléculas de adesão, que pertencem à família das selectinas, integrinas e superfamília das imunoglobulinas. Dentre as selectinas estão as moléculas P e E- selectinas (expressas no endotélio) e as L-selectinas (expressas na membrana dos leucócitos). As integrinas representadas pelos antígenos associados à função do leucócito-! (do inglês, LFA1 Lymphocyte Function-Associated Antigen) são expressas constitutivamente na membrana dos leucócitos. E a superfamília das imunoglobulinas representadas pelas moléculas de adesão intercelular 1 e 2 (do inglês, ICAMs 1 e 2 intercellular adhesion molecule) é expressa constitutivamente no endotélio. A expressão destas moléculas de adesão é aumentada pela ação das citocinas TNF-a e IL-1 principalmente, bem como pela ação de leucotrienos e PAF. As quimiocinas também são importantes na inflamação porque funcionam como um sinal para que as células migrem para o local da infecção. As principais células que estão presentes neste momento da infecção para dar combate ao patógeno são os neutrófilos e os macrófagos. Os neutrófilos são fagócitos polimorfonucleares (Figura 5) presentes em grande quantidade no sangue e com vida média curta. Eles são considerados a primeira linha de defesa do organismo contra infecções. Dispõem de mecanismos microbicidas eficientes, porém morrem após a fagocitose, ao contrário dos macrófagos. 20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Portal Educação FIGURA 5 e Neutrófilo. Localizado na corrente sanguínea (migra para os tecidos). Dentre as principais funções estão a fagocitose e a citotoxicidade mediada por anticorpos. Os macrófagos (Figura GA) estão presentes em todos os tecidos e podem ter denominações específicas dependendo do tecido que se encontra (por exemplo - células de Kupffer no tecido hepático, osteoclastos no tecido ósseo, microglia no tecido cerebral). Estas células fagocitam e matam um grande número de patógenos, além de removerem restos celulares. Ainda são consideradas as pontes entre a imunidade inata e imunidade adaptativa junto com as células dendríticas (Figura 6B). A ação destas células inicia-se com a fagocitose e/ou internalização dos patógenos ou produtos destes. As células dendríticas são as apresentadoras profissionais de antígeno para os linfócitos, embora os macrófagos também desempenhem bem este papel. 21 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação FIGURA 6 Macrófago (A). Localizado nos tecidos. Dentre as principais funções estão a fagocitose e apresentação de antígenos. Célula Dentrítica (B). Localizada nos tecidos e órgãos linfoides. Dentre as principais funções estão a apresentação de antígenos. As proteínas do sistema complemento também ajudam na potencialização da atividade microbicida dos macrófagos e células dendríticas. Assim como os anticorpos produzidos pelos plasmócitos (linfócitos B ativados). 2.1.1 Complexo de Histocompatibilidade Principal - MHC O MHC é uma região cromossômica que compreende um conjunto de genes interligados e interdependentes localizados nos cromossomos 6, 17 e 20 de humanos, camundongos e ratos, respectivamente. O MHC é dividido em quatro subconjuntos de genes, ou classes. As principais classes são: classe | e classe Il, que participam das respostas a transplantes, tumores e da apresentação de antígeno. As outras duas são as classes Ill e IV, sendo que a classe Ill é a mais estuda e sabe-se que ela codifica algumas moléculas importantes, como moléculas do sistema complemento. 22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação Por meio desta recirculação, o sistema imune mantém-se em constante vigília, já que os linfócitos T naives (não primados ou inativos) circulando por todos os órgãos linfoides periféricos aumentam a chance de reconhecer antígenos estranhos. FIGURA 8 nica Migração celular. A seta preta esquematiza a passagem de uma célula dendrítica pelo endotélio (saindo da corrente sanguínea e entrando no tecido). Bolinhas pretas representam as moléculas de adesão e as estrelinhas azuis representam as quimiocinas. 2.1.4 Ativação dos Linfócitos T e Linfócitos B Na fase de ativação dos linfócitos T participam os linfócitos T CD4, CD8 e APCs. Embora a interação entre linfócitos e APCs possa ocorrer nos tecidos, ela fundamentalmente ocorre nos órgãos linfoides secundários. Isto se dá porque a probabilidade de que um linfócito reconheça um antígeno nos órgãos linfoides secundários é maior do que em algum tecido do organismo. 25 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação Para que ocorra a ativação do linfócito T CD4 e CD8 é necessário que a APC carregue o antígeno até o órgão linfoide secundário. Em seguida, o linfócito T interage o seu TCR com o MHC da APC (primeiro sinal de ativação). Caso o antígeno tenha sido processado no citoplasma da APC, se ligando às moléculas de classe |, o linfócito T CD8 será ativado. Agora, se o antígeno foi fagocitado e foi processado dentro de um vacúolo fagocítico, se ligando a moléculas de classe Il, o linfócito TCD4 será ativado (Figura 8). Entretanto, para completar a ativação dos linfócitos T, tanto CD4 como CDB, é necessário um segundo sinal de ativação. Este segundo sinal é mediado por moléculas coestimuladoras, como a molécula CD28 (linfócito T) e CD80/CD86 (APCs). Embora também não possamos esquecer que as citocinas participam intimamente na direção da ativação dos linfócitos T. FIGURA 9 Ativação de linfócitos T CD8 (direita) — antígenos provenientes do citoplasma; e ativação de linfócitos T CD4 (esquerda) — antígenos fagocitados. 26 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação O processo de ativação dos linfócitos B se inicia pela interação das imunoglobulinas de superfície com as moléculas imunogênicas ou antígenos, seguindo uma série de etapas que levam os linfócitos B a expansão, formação de clones e diferenciação em plasmócitos. A ligação do antígeno com um ou mais receptores das células B medeiam uma série de sinais intracelulares levando a sua ativação e produção de anticorpos da classe IgM (ativação independente de linfócitos T) (Figura 9). A ligação do antígeno aos receptores do linfócito B também pode levar a interiorização, processamento e apresentação do antígeno para os linfócitos TCD4 (helper — Th CD4) em MHC de classe Il (primeiro sinal de ativação). O linfócito Th CD4 ajuda o linfócito B a proliferar, formando clones de células específicas para o antígeno indutor da resposta (ativação dependente de linfócitos T). Um segundo sinal é necessário para completar a ativação do linfócito B, dependente das moléculas CD28 (linfócito T) e CD80/CDB6 (linfócito B) e moléculas CD4O0 ligantes (linfócito T) e CD4O (linfócito B). FIGURA 10 Expansão clonal Ativação de linfócitos B independente de linfócito T. 27 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação moléculas de C9 que se polimeriza e forma um canal transmembrânico, responsável pelo desequilíbrio osmótico e pela lise da célula. Este processo é chamado de complexo de ataque a membrana - C5b678(9)n, ou simplificadamente C5b-9. 2.2.2 Via Alternativa Esta é a via mais utilizada pelo nosso organismo. A ativação desta via se inicia pela hidrólise espontânea de uma ligação de tioéster, localizada no componente C3, gerando uma espécie de C3(H,0). Esta hidrólise, que ocorre frequentemente, cliva o fator Bem Ba e Bb. O fragmento Bb se une ao complexo C3(H50) e se torna a C3 convertase (C3(H>0)Bb). Esta C3 convertase cliva C3 em C3a e C3b. C3b se une agora ao complexo C3(H>0)Bb, formando C3(H>0)Bb3b que se torna a C5 convertase que cliva C5 em C5a e C5b. O fragmento C5b adere à superfície celular e a ele se liga o componente C6, formando assim o complexo C5b6. Este complexo associa-se à molécula CY, formando agora o complexo C5b67. O próximo componente a se juntar a este complexo é o componente C8 (C5b678), que apresenta atividade lítica sobre certos micro-organismos. Esta atividade lítica aumenta com a anexação de uma a dezoito moléculas de C9 que se polimeriza e forma um canal transmembrânico, responsável pelo desequilíbrio osmótico e pela lise da célula. Este processo é chamado de complexo de ataque a membrana - C5b678(9)n, ou simplificadamente C5b-9. 30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação 2.2.3 Via das Lectinas Esta via pode ser acionada a partir da ligação de lectinas, que são proteínas que se ligam a açúcares. A lectina ligante de manose (MBL — do inglês Mannose Binding Lectin ou MBP — Mannose Binding Protein) tem uma estrutura química semelhante a C1g. As MBL ativam proteínas serino-proteases que clivam C4 em C4a e C4b. E clivam C2 em C2a e C2b. Este complexo formado C4bC2a funciona como C3 convertase, que cliva C3 em C3a e C3b. C3b se une a C3 convertase (C4bC2a) e forma a C5 convertase que é responsável pela clivagem da C5 em C5a e C5b. O fragmento C5b adere à superfície celular e a ele se liga o componente C6, formando assim o complexo C5b6. Este complexo associa-se à molécula CY, formando agora o complexo C5b67. O próximo componente a se juntar a este complexo é o componente C8 (C5b678), que apresenta atividade lítica sobre certos microrganismos. Esta atividade lítica aumenta com a anexação de uma a dezoito moléculas de C9 que se polimeriza e forma um canal transmembrânico, responsável pelo desequilíbrio osmótico e pela lise da célula. Este processo é chamado de complexo de ataque a membrana - C5b678(9)n, ou simplificadamente C5b-9. 2.2.4 Regulação da Ativação do Sistema Complemento A ativação do sistema complemento precisa ser regulada de maneira precisa para evitar que ocorra consumo desnecessário de seus componentes. Além disso, é necessário que não haja a formação de complexo de ataque à membrana sobre as próprias células do indivíduo. Assim, algumas proteínas de regulação encontram-se solúveis no plasma ou aderidas sobre as membranas das células. 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores OQ Portal Educação As proteínas reguladoras solúveis são: inibidor de C1, Fator |, Fator H, proteina ligante de C4b (C4BP do inglês — C4b Binding Protein), Vitronectina, Clusterina, Properdina e Inibidor de anafilatoxinas. Já as proteínas reguladoras aderidas na membrana celular são: proteina cofator de membrana (MCP do inglês — Membrane Cofactor Protein), fator acelerado de decaimento (DAF do inglês — Decay Accelerating Factor), receptor de complemento 1 (CR1 do inglês — Complement Recptor-1), fator de restrição homólogo (HRF do inglês — Homologous Restriction Factor) e CD59. 2.2.5 Funções Biológicas As principais funções biológicas atribuídas ao sistema complemento são: lise celular, opsonização, quimiotaxia, solubilização de imunocomplexos, remoção de imunocomplexos do fígado, ativação de linfócitos B e anafilatoxinas. cemmmeecemm FIM DO MÓDULO | ----------- 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
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