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Guias e Dicas
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Dicionário de Pediatria, Notas de estudo de Enfermagem

Dicionário de Pediatria

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010
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Compartilhado em 25/10/2009

lauren-naysinger-8
lauren-naysinger-8 🇧🇷

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Baixe Dicionário de Pediatria e outras Notas de estudo em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! 1D i c i o n á r i o d a A I D P I 2D i c i o n á r i o d a A I D P I 5D i c i o n á r i o d a A I D P I ABAULAMENTO DE FONTANELA Pesquisar em crianças pequenas (abaixo de um ano) que ainda não apresentam fechamento da fontanela anterior. Para examinar a fontanela, a criança não deve estar chorando. Observar e pal- par para verificar se existe abaulamento e aumen- to da pressão. ACALMAR A TOSSE COM MEDIDAS CASEIRAS Aumentar a oferta de líquidos. Para os menores de seis meses em fase de aleitamento materno exclusivo, oferecer o peito mais vezes. Nas outras crianças utilizar mel de abelha ou outra medida caseira culturalmente aceita. ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS Gorduras que são necessárias para o desenvolvi- mento da visão e do sistema nervoso central da criança. Esses ácidos estão presentes no leite ma- terno, mas não estão presentes em quantidades adequadas no leite de vaca e, na maior parte dos leites preparados para crianças. ÁCIDO NALIDÍXICO Conhecido como a primeira quinolona de uso clí- nico, é a droga de escolha para as infecções gas- trintestinais produzidas por cepas resistentes de Shigella (disenteria com comprometimento do estado geral da criança). A dose média recomen- dada é de 40 mg/Kg/dia, administrada de seis em seis horas por cinco dias. ACONSELHAR À MÃE OU ACOMPANHANTE Implica avaliar a forma pela qual a criança está sendo alimentada e proceder às recomendações a serem feitas à mãe sobre os alimentos e líquidos que devem ser dados à criança, assim como ins- truí-la quanto ao retorno ao serviço de saúde. ADMINISTRAR TRATAMENTOS NO SERVIÇO DE SAÚDE São os tratamentos utilizados na própria unidade bá- sica de saúde, como, por exemplo, terapia de hidrata- ção oral (TRO), nebulização e aplicação de vacinas. ADMINISTRAR TRATAMENTOS PRÉVIOS ANTES DE REFERIR A CRIANÇA AO HOSPITAL Como a primeira dose de um antibiótico, uma dose de vitamina A, uma injeção de quinina ou o tratamento para evitar uma hipoglicemia, antes de referir a criança. ALEITAMENTO MATERNO É quando a criança recebe o leite materno e ou- tros alimentos ou líquidos. ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO É quando a criança recebe apenas o leite mater- no, sem nenhum outro tipo de alimento, água ou outros líquidos. ALIMENTAÇÃO ATIVA Encorajar a criança para que ela se alimente sozinha, sentando-se com ela, levando-lhe a colher à boca. ALIMENTOS DE TRANSIÇÃO OU ALIMENTOS COMPLEMENTARES São alimentos administrados à criança que está sendo amamentada, a partir dos seis meses de idade. Toda criança a partir dos seis meses de idade deve receber alimentos complementares pastosos e nutritivos, como cereal misturado com azeite e pedacinhos de carne, verduras ou peixes. Esses alimentos eram, anteriormente, denomina- dos “alimentos de desmame”. ALIMENTAÇÃO DILUÍDA Alguns alimentos oferecidos à criança (sopinhas, mingaus ralos e sucos), principalmente se a mama- deira é utilizada, podem apresentar baixa consistên- cia e ter, portanto, uma quantidade baixa de energia por grama de alimento (baixa densidade energética), não se constituindo assim alimentos adequados. ALIMENTAÇÃO ADEQUADA DA CRIANÇA Entende-se por alimentação adequada para crian- ças menores de dois anos a pratica do aleitamento materno e a introdução em tempo oportuno (seis meses completos) de alimentos complementares adequados (que supram os requerimentos ener- géticos e nutricionais), seguros (livre de conta- minação no preparo, oferta e armazenamento) e oferecidos de modo apropriado. 6D i c i o n á r i o d a A I D P I ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite ma- terno até os dois anos de idade. ALIMENTO PRINCIPAL OU DE BASE Em geral, eles são cereal, grão, tubérculo ou raiz. São exemplos arroz, macarrão, trigo, fubá de mi- lho, farinha de mandioca, etc. Esses alimentos de base são excelentes para preparar os primeiros alimentos da dieta complementar. ALIMENTOS COMPLEMENTARES Os bons alimentos complementares são ricos em energia e nutrientes e devem respeitar os hábitos culturais da família. São alimentos da safra recente, de boa qualidade e acessíveis ao nível socioeconômico familiar. São exemplos deles os cereais, frutas, verduras e legumes; carnes, vísceras, ovos, peixe e produtos lácteos (leite, coalhada, iogurtes naturais e queijos). ALTO CONTEÚDO ENERGÉTICO Alimentos ricos em energia (ou calorias), como os amidos ou óleo. AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA Quando a criança recebe apenas leite materno, sem nenhum outro tipo de alimento, água ou lí- quidos (com exceção dos remédios e vitaminas, caso necessário). AMOXICILINA A amoxicilina é a droga de escolha para o trata- mento das infecções agudas do trato respiratório superior e inferior de gravidade leve a moderada, como, entre outras, otite, sinusite e pneumonia. A dose média recomendada é de 40mg a 50mg/kg/ dia, administrada em três tomadas durante sete a dez dias. ANALGÉSICO/ANTITÉRMICO Medicação utilizada para dor e febre quando a temperatura axilar for igual ou superior a 38,5 C. ANEMIA Clinicamente identificada pela palidez palmar leve e laboratorialmente por níveis de hemoglo- bina inferior a 11 gr/dl na criança. ANEMIA FERROPRIVA Anemia causada pela deficiência de ferro. ANEMIA GRAVE Clinicamente identificada pela palidez palmar grave e laboratorialmente por níveis de hemo- globina inferior a seis gr/dl APARECIMENTO OU PIORA DA FEBRE Orientar as mães de todas as crianças, as quais estão indo para casa como um sinal indicativo de gravidade, que, caso a criança apresente ou piore da febre, tem de ser levada urgentemente ao serviço de saúde. APNEIA Considera-se apnéia quando na criança existe a au- sência da respiração espontânea por mais de vinte segundos, acompanhada de cianose e bradicardia. ARTEMETER Droga antimalárica derivada da artemisina indi- cada para as formas graves de malária (malária cerebral). É esquizonticida sangüíneo de ação rá- pida, apresentando atividade contra os parasitas resistentes à cloroquina. ASMA Doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade das vias áereas inferiores e por limitação variável do fluxo aéreo, reversível es- pontaneamente ou com tratamento, manifestan- do-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, parti- cularmente à noite e pela manhã ao despertar. AVALIAR A CRIANÇA Implica a preparação de um histórico de saúde da criança, mediante perguntas adequadas formula- das à mãe ou acompanhante, e um exame físico criterioso. AVALIAR A CRIANÇA COM TOSSE OU DIFICULDADE PARA RESPIRAR É avaliada perguntando há quanto tempo a crian- 7D i c i o n á r i o d a A I D P I ça está com tosse ou dificuldade para respirar, se a criança apresenta sibilância ocasional ou fre- qüente; e observando se a criança tem respiração rápida; tiragem subcostal; estridor e sibilância. AVALIAR A CRIANÇA MENOR DE DOIS MESES COM DIARRÉIA As fezes, normalmente freqüentes ou amolecidas da criança que mama no peito, não constituem diarréia. A causa mais comum de diarréia com sangue nessa faixa etária é a doença hemorrági- ca do RN, secundária à deficiência de vitamina K. Nesta faixa etária, todas as crianças com sangue nas fezes e com diarréia persistente devem ser re- feridas para investigação urgentemente. AVALIAR A DESNUTRIÇÃO E ANEMIA Sistematicamente, todas as crianças atendidas devem ser avaliadas quanto ao estado nutricional e à presença ou não de anemia. Para isto, utilizam- se sinais clínicos (emagrecimento acentuado visí- vel; edema em ambos os pés; palidez palmar gra- ve ou palidez palmar leve) e a evolução do peso na curva do cartão da criança (peso/idade e evo- lução do peso no cartão da criança). AVALIAR A DIARRÉIA Uma criança com diarréia se avalia para saber se há sinais de desidratação; se há sangue nas fezes para determinar se a criança tem disenteria, e por quanto tempo a criança tem tido diarréia para determinar se a diarréia é aguda ou persistente. OFERECER LÍQUIDOS À CRIANÇA Peça à mãe que ofereça à criança um pouco de água em um copo ou colher. Observe a criança beber. Uma criança não consegue be- ber se, ao levar o líquido à boca, ela não con- seguir engolir. Uma criança bebe mal se está débil e não pode beber sem ajuda. Uma crian- ça tem o sinal bebe avidamente, com sede se é evidente que a criança quer beber. Observe se a criança trata de alcançar o copo ou a co- lher quando a água lhe é oferecida. Quando a água é retirada, veja se a criança está descon- tente porque quer beber mais. VERIFICAR O SINAL DA PREGA NO ABDÔMEN Peça à mãe que coloque a criança na mesa de exame de modo que esteja deitada de barriga para cima com os braços encostados junto ao corpo (não sobre a cabeça) e as pernas esten- didas; ou peça à mãe que fique com a criança no colo, com ela virada de barriga para cima. Localize a região do abdome da criança que está entre o umbigo e o costado do abdome. Para verificar o sinal da prega na pele, use o polegar e o indicador. Não belisque com a ponta dos dedos porque causará dor. Coloque a mão de modo que, quando fizer o sinal da prega na pele, ela estará no sentido longitu- dinal ao corpo da criança e não no horizon- tal. Levante firmemente todas as camadas da pele e o tecido debaixo delas. Segure a pele por um segundo e solte em seguida. Quando soltar, certifique-se de que, ao sinal da prega, a pele voltou ao seu estado anterior. SINAL DA PREGA VOLTA LENTAMENTE OU MUITO LENTAMENTE Caso a pele ainda fique levantada por um bre- ve momento depois de soltá-la, decida que, ao sinal da prega, a pele volta ao seu estado an- terior lentamente e, se demorar mais de dois segundos, considere muito lentamente. OBSERVAR SE OS OLHOS ESTÃO FUNDOS Os olhos da criança desidratada podem pa- recer fundos. Se estiver em dúvida, pergunte à mãe se acha que os olhos da criança estão diferentes do habitual. Sua confirmação o aju- dará na decisão. Apesar de o sinal “olhos fun- dos” poder estar presente nas crianças grave- mente desnutridas, mesmo sem apresentarem desidratação, este sinal deve ser considerado como presente para o diagnóstico da desidra- tação. AVALIAR A FEBRE A febre deve ser avaliada em todas as crianças quando referida pelas mães, determinada pelo profissional de saúde pelo toque ou pela medição da temperatura axilar (igual ou superior a 37,5 C). Decida o grau de risco de malária (áreas com risco alto, baixo ou sem risco). A seguir, avalie a criança com febre para averiguar a quanto tempo tem 10D i c i o n á r i o d a A I D P I CERTIFICAR-SE DE QUE A CRIANÇA ESTÁ SEMPRE BEM AGASALHADA É muito importante manter a criança pequena aga- salhada principalmente quando doente, porém não muito aquecida. Quando o tempo estiver frio, cobrir a cabeça e os pés da criança e vesti-la com roupas adicionais. A hipotermia pode causar a morte. CONTRA-INDICAÇÕES GERAIS PARA A VACINAÇÃO Vacinas que contenham bactérias ou vírus vivos atenuados devem ser administradas sobre orien- tação médica em comunicantes e pacientes por- tadores de imunodeficiência congênita ou adqui- rida, inclusive AIDS. Não vacinar indivíduos com história de reações anafiláticas graves após uso anterior de qualquer componente da vacina a ser aplicada. A DPT é contra-indicada em crianças que tenham apresentado encefalopatia nos primeiros sete dias, convulsões nas primeiras 72 horas, ou episódio hipotônico-hiporesponsivo após 48 ho- ras da aplicação da dose anterior, respectivamen- te. Neste caso, complementar o esquema com a DPT acelular ou DT (dupla bacteriana infantil). CONTROLE AMBIENTAL DA ASMA Para a prevenção de fatores ambientais desenca- deantes da asma, deve-se evitar fumaça de cigarro, mofo, poeira, animais domésticos, bichinhos de pe- lúcia, objetos que acumulem poeira, produtos com cheiro forte, tais como perfume, inseticida e talco. CORIZA Eliminação de secreção mucosa ou mucopuru- lenta pelas narinas decorrente de inflamação do revestimento mucoso das fossas nasais. É impor- tante a observação da presença de coriza para a classificação da criança com febre na área com baixo risco de malária. Quando a criança tem co- riza ou outra causa evidente da febre, classifique a febre como malária pouco provável. CLASSIFICAÇÃO GRAVE Doença muito grave que requer atenção urgente e indica a necessidade de referir o paciente a um hospital para internação. As classificações de do- enças graves aparecem nas faixas vermelhas no quadro de AVALIAR E CLASSIFICAR. CLASSIFICAR A DOENÇA Significa determinar a gravidade da doença. Você selecionará uma categoria ou classificação para cada um dos sinais e sintomas principais que in- diquem a gravidade da doença. As classificações não constituem um diagnóstico específico da do- ença, mas, ao contrário, são categorias utilizadas para identificar o tratamento. CLASSIFICAR A DIARRÉIA Diarréia é geralmente definida como a ocorrência de três ou mais defecções amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas. A maioria dos epi- sódios de diarréia aguda é provocada por um agente infeccioso e dura menos de duas semanas. Caso a diarréia dure catorze dias ou mais, é deno- minada diarréia persistente. Até 10% dos episó- dios de diarréia são persistentes, ou seja, causam problemas nutricionais e contribuem para morta- lidade na infância. A diarréia com sangue, com ou sem muco, é chamada disenteria. A causa mais comum da disenteria é a bactéria Shigella. CLASSIFICAR A DIARRÉIA NAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS MESES A diarréia é classificada de maneira similar na criança de mais de dois meses de idade. A forma de beber não se avalia para desidratação. Eleja uma classificação adicional se a criança tiver diar- réia por catorze dias ou mais, ou se há sangue nas fezes. Diarréia persistente e disenteria sempre de- vem ser referidas para investigação. CLASSIFICAR A DIARRÉIA PERSISTENTE Classifique com diarréia persistente caso a crian- ça tenha tido diarréia por catorze dias ou mais. Há duas classificações para a diarréia persistente: diarréia persistente grave (diarréia e desidrata- ção) e diarréia persistente. CLASSIFICAR A PALIDEZ PALMAR Segundo a intensidade da palidez palmar, classifi- ca-se a criança como portadora de anemia grave e anemia. 11D i c i o n á r i o d a A I D P I CLASSIFICAR A TOSSE OU A DIFICULDADE PARA RESPIRAR Existem três possíveis classificações para uma criança com tosse ou dificuldade para respirar. São elas pneumonia grave ou doença muito gra- ve, pneumonia e não é pneumonia. CLASSIFICAR O ESTADO DE HIDRATAÇÃO Há três tipos de classificação possíveis para a de- sidratação numa criança com diarréia: desidrata- ção grave, desidratação e sem desidratação. DESIDRATAÇÃO GRAVE Quando a criança apresenta dois ou mais dos sinais que se seguem: letárgica ou inconsciente; olhos fundos; não consegue beber ou mamar e o sinal da prega retorna ao estado anterior mui- to lentamente (mais de dois segundos). DESIDRATAÇÃO Quando a criança apresenta dois dos sinais que se seguem: inquieta ou irritada; bebe avidamen- te com sede; olhos fundos; e o sinal da prega re- torna ao estado anterior lentamente. SEM DESIDRATAÇÃO Não há sinais suficientes para classificar como desidratação grave ou desidratação. CLOROQUINA Tem atividade antimalárica, sendo eficaz contra as formas intra-eritrocitárias (esquizonticida san- guíneo), porque se concentra dentro do eritró- cito parasitado. É eficiente contra três espécies de Plasmodium: vivax, malariae e ovale. Poucas cepas de P. falciparum são ainda sensíveis à clo- roquina, o que ocorre com freqüência nas áreas endêmicas, devendo o seu uso ser evitado em pacientes acometidos por esta espécie. A dose total é de 25 mg de base/Kg, administrada no decorrer de três dias. COM RISCO DE MALÁRIA Locais onde há casos autóctones de malária. COMO REFERIR A CRIANÇA AO HOSPITAL Siga estes quatro passos para enviar a criança ao hospital: 1) explique a necessidade de referir a criança e obtenha a aprovação da mãe; 2) tranqüi- lize a mãe e ajude-a a resolver os problemas de transporte; 3) faça uma nota de encaminhamen- to da criança para o hospital; 4) entregue à mãe ou acompanhante todos os insumos e instruções necessárias para a atenção da criança durante o trajeto (SRO, manter a amamentação, etc.). CONSULTA DE RETORNO Consulta a ser solicitada pelo profissional de saú- de para reavaliar a criança, ou seja, certificar se o tratamento está fazendo efeito ou se é necessá- rio tratamento adicional ou encaminhamento da criança ao hospital. Ao final de uma visita, quando a criança está doente, diga à mãe quando deve regressar. Às vezes, a criança pode precisar de atenção de seguimento para mais de um proble- ma. Neste caso, diga à mãe o prazo - limite míni- mo em que deve retornar. Informe-a também de qualquer atendimento complementar que possa ser necessário, caso um problema como a febre persista. Certos problemas necessitam de aten- ção de seguimento dentro de um determinado número de dias. Por exemplo, a pneumonia, a disenteria e a infecção aguda do ouvido exigem atenção de seguimento para assegurar que o an- tibiótico está fazendo efeito. RELACIONADA COM A NUTRIÇÃO Quando uma criança tem um problema de ali- mentação e você recomendou modificações, oriente a mãe para voltar em cinco dias para ve- rificar se ela fez tais modificações. Você lhe dará mais orientações, se forem necessárias. No caso de crianças menores de seis meses com proble- mas de amamentação, marcar retorno com dois dias. PALIDEZ PALMAR Quando uma criança apresenta palidez palmar, oriente à mãe para voltar em catorze dias para dar-lhe mais orientações e sulfato ferroso que deve ser dado por um período mínimo de dois meses. PESO MUITO BAIXO Quando a criança tem peso muito baixo, são ne- cessárias consultas de retorno em cinco dias, em catorze dias após o primeiro retorno e depois a 12D i c i o n á r i o d a A I D P I cada trinta dias. Nessas consultas, a criança será pesada, reavaliada nas práticas de alimentação e serão dadas outras recomendações necessárias. Nas crianças menores de dois meses com peso baixo, o acompanhamento deverá ser mais ri- goroso até que o peso deixe de ser baixo para idade. PNEUMONIA Quando uma criança que está recebendo um antibiótico para a PNEUMONIA voltar ao serviço de saúde depois de dois dias para o consulta de retorno, siga estas instruções: examine a criança quanto a sinais gerais de perigo. Avalie-a quan- to à tosse ou dificuldade para respirar e pergun- te ao responsável se a criança está respirando mais lentamente? A febre baixou? A criança está alimentando-se melhor? A seguir, oriente o tratamento conforme o quadro clínico. DIARRÉIA PERSISTENTE Depois de cinco dias, pergunte se a diarréia me- lhorou? Quantas vezes por dia o paciente está evacuando? Há sangue nas fezes? Determine o peso. Se a criança não melhorou ou piorou da diarréia (continua com o mesmo n.º de evacu- ações ou mais) e apresenta uma ou mais das seguintes alterações: perda de peso, sinais de desidratação, recusa alimentar, sangue nas fezes ou qualquer outro problema que requeira aten- ção imediata, referir ao hospital. Se a criança não melhorou mais está hidratada, aceitando a alimentação ou ganhando peso, recomen- dar a mãe para manter a dieta (ou tentar a dieta sem lactose) e marcar novo retorno em cinco dias. Se a diarréia tiver melhorado ou parado (a criança apresenta menos de três evacuações amolecidas por dia), recomendar a mãe para substituir gradativamente a dieta para DIAR- RÉIA PERSISTENTE por dieta adequada para a idade. As crianças em convalescença devem re- ceber suplementação de polivitaminas (ácido fólico e vitamina A) e sais minerais (zinco, cobre e magnésio). DISENTERIA Quando uma criança de dois meses a cinco anos de idade classificada como tendo DISENTERIA, volta depois de dois dias para a consulta de re- torno, siga estas instruções: examine a criança quanto a sinais gerais de perigo. Avalie a criança quanto à diarréia. Pergunte se as evacuações di- minuíram? Há menos sangue nas fezes? A febre baixou? A criança está alimentando-se melhor? Caso a criança esteja em uso de acido nalidixico e não tenha melhorado, refira para investigação. DOENÇA FEBRIL Se depois de dois dias a febre persistir, fazer uma reavaliação completa da criança. Consultar o quadro AVALIAR E CLASSIFICAR e determi- nar se há outra causa para a febre. Se a criança apresentar qualquer outra causa para a febre, tratar. Se a febre persiste há mais de sete dias, referir para avaliação. POSSÍVEL INFECÇÃO AGUDA DO OUVIDO Depois de dois dias, reavaliar o problema de ou- vido. Se a dor de ouvido persiste, caso o quadro tenha ficado inalterado ou apresentado piora, iniciar antibioticoterapia. Marcar retorno em cinco dias. Caso tenha apresentado melhoria da dor, manter a conduta. INFECÇÃO AGUDA OU CRÔNICA DO OUVIDO Depois de cinco dias, reavalie o problema de ouvido da criança e verifique a temperatura. Depois escolha o tratamento de acordo com os sinais da criança conforme o quadro AVALIAR E CLASSIFICAR os problemas de ouvido. Na in- fecção crônica, após o segundo retorno com o mesmo quadro clínico, sendo possível, refira para o especialista. PROBLEMA DE ALIMENTAÇÃO Depois de cinco dias, reavalie a alimentação. Per- guntar sobre quaisquer problemas de alimen- tação constatados na primeira consulta. Oriente a mãe com respeito a quaisquer problemas de alimentação novos ou persistentes. Se foi acon- selhado fazer mudanças de alimentação impor- tantes, recomendar a mãe para voltar para nova consulta de retorno em cinco dias. PESO BAIXO OU GANHO INSUFICIENTE Quando uma criança que tem peso baixo ou ganho insuficiente volta ao serviço de saúde para a consulta de retorno depois de trinta dias, verificar se há aumento de peso da criança para determinar se as mudanças introduzidas na 15D i c i o n á r i o d a A I D P I DAR PRIORIDADE ÀS RECOMENDAÇÕES Quando uma criança tem apenas um problema a tratar, diga à mãe todas as instruções pertinentes ao tratamento e os conselhos enumerados nos quadros. Quando uma criança tem vários proble- mas, as instruções que são dadas à mãe podem ser bastante complicadas. Neste caso, terá de li- mitar as instruções e explicar as que forem mais importantes. DAR RECOMENDAÇÕES À MÃE COMO TRATAR A CRIANÇA EM CASA Quando ensinar à mãe como dar o tratamento à criança, use três passos básicos: 1. Proporcione informação; 2. Demonstre um exemplo; 3. Deixe- a praticar. DAR UM ANTIBIÓTICO DE ADMINISTRAÇÃO ORAL RECOMENDADO Em muitos serviços de saúde, existem vários tipos de antibióticos disponíveis. Você deve aprender a selecionar o antibiótico mais apropriado à do- ença da criança (pneumonia, infecção aguda do ouvido, disenteria com comprometimento do es- tado geral, cólera). Se a criança é capaz de beber, dê-lhe um antibiótico de administração oral. DAR UM ANTIBIÓTICO POR VIA INTRAMUSCULAR Uma criança pode precisar de um antibiótico antes de ir para o hospital (penicilina G procaína ou cloranfenicol). Se esta criança não é capaz de beber ou mamar ao peito; ou vomita tudo o que ingere; ou tem convulsões ou está letárgica ou inconsciente; ou tem algum outro sinal para clas- sificação de doença grave, deve tomar um antibi- ótico por via IM antes de ser transferida. DAR UM ANTIMALÁRICO DE ADMINISTRAÇÃO ORAL Quando não disponível o diagnóstico da malária, seja pelo exame parasitológico ou pelo imuno- teste, a presença de sinais e sintomas sugestivos da doença pode ser suficiente para a indicação do tratamento antimalárico (tratamento de caso suspeito). Nesse caso, em áreas onde predomina o P. falciparum, o tratamento será primeiramente dirigido contra essa espécie. Persistindo a sinto- matologia ou agravando-se os sinais clínicos, o paciente deverá ser encaminhado para uma uni- dade de saúde de maior complexidade. DAR VITAMINA A A vitamina A é administrada nas crianças com DESNUTRIÇÃO GRAVE, se a criança não recebeu vitamina A nos últimos trinta dias. A vitamina A ajuda a combater as infecções oculares e a repa- ração das camadas das células que cobrem os pulmões, o intestino, a boca e a garganta. Tam- bém pode ajudar o sistema imunológico a preve- nir outras infecções. A opacificação da córnea, um sinal de carência de vitamina A, pode avançar e causar cegueira, caso não administrada. DAR TRATAMENTO PRÉVIO À REFERÊNCIA Quando referir uma criança, administre o trata- mento rapidamente. Muitos casos graves preci- sam de um antibiótico ou antimalárico injetável, ou vitamina A, ou de tratamento para prevenir a hipoglicemia. Não dê nenhum tratamento à crian- ça ou aconselhamento à mãe que possa retardar desnecessariamente a referência ao hospital. DAR TRATAMENTO PRÉVIO À REFERÊNCIA AO HOSPITAL Quando uma criança precisa ser referida com urgência ao hospital, você deve começar a admi- nistrar rapidamente os tratamentos necessários a depender da classificação da doença como anti- biótico injetável, antimalárico, vitamina A, ou pre- venir a hipoglicemia (leite materno, leite ou água açucarada). Tratar com antitérmico/analgésico a febre alta ou dor, solução de SRO para que a mãe possa oferecer durante o trajeto. DECISÃO SOBRE RISCO DE MALÁRIA Para determinar o grau de risco do município ou da região, é necessário conhecer seu IPA (Índice Parasitológico Anual). Este índice dará o número de casos positivos de malária por cada mil habitantes em um determinado ano. Municípios de alto risco são que apresentam IPA maior ou igual a cinqüenta. Municípios de médio risco apresentam IPA maior ou igual a dez e menor que cinqüenta e os municípios de baixo risco apresentam IPA menor que dez. 16D i c i o n á r i o d a A I D P I DEIXE A MÃE PRATICAR Deixar que a mãe pratique é a parte mais impor- tante de como ensinar uma tarefa. Quando a mãe realiza a tarefa enquanto você observa, poderá saber se ela entendeu ou se achou difícil. A mãe irá recordar mais facilmente da tarefa se praticar, em vez de apenas escutar. DEMONSTRAR COMO MEDIR AS DOSES Obtenha um frasco da medicação e ensine a mãe como medir o número correto de mililitros (ml) para uma dose. Use o copo ou colher medida e mostre-lhe como medir a dose correta dos medi- camentos. A seguir, observe a mãe a medir uma dose. DESCREVER AS ETAPAS DO TRATAMENTO O tratamento das crianças, freqüentemente, co- meça na unidade de saúde, sendo necessário dar continuidade em casa. O plano de tratamento lhe diz por quantos dias e quantas vezes ao dia o medicamento deve ser utilizado, os cuidados domiciliares e a orientação para as consultas de retorno. DESIDRATAÇÃO A criança que apresenta dois ou mais dos seguin- tes sinais tem desidratação e necessita do plano B de tratamento (TRO): inquieta ou irritada, olhos fundos, bebe avidamente com sede, sinal da pre- ga (a pele volta lentamente, em menos de dois segundos, ao estado anterior). DESIDRATAÇÃO GRAVE A criança que apresenta dois ou mais dos sinais que se seguem tem desidratação grave e necessi- ta do plano C de tratamento (terapia intravenosa): letárgica ou inconsciente, olhos fundos, não con- segue beber ou bebe muito mal, sinal da prega, a pele volta muito lentamente ao estado anterior. DESNUTRIÇÃO GRAVE Quando a criança apresenta emagrecimento acentuado visível, e/ou edema em ambos os pés. DESVIO PADRÃO (DP) É o desvio observado para um determinado indi- viduo, do valor da média da população de refe- rência, dividido pelo desvio padrão para a popu- lação de referência. P=valor observado - valor médio da referência / Desvio padrão da população de referência DETERMINAR A QUANTIDADE DE SRO PARA AS PRIMEIRAS QUATRO HORAS Crianças com diarréia e desidratação necessitam em média de 75 ml/kg de Solução de Sais de Rei- dratação Oral (SRO) nas primeiras quatro horas na unidade de saúde. DETERMINAR O PESO PARA IDADE Na avaliação do peso para a idade, compara-se o peso da criança com o peso de outras crianças da mesma idade. Você identificará as crianças cujo peso para a idade estiver abaixo da curva inferior do Quadro Peso por Idade (-3 DP da curva NCHS). Estas são crianças com PESO MUITO BAIXO PARA A SUA IDADE. As crianças que estiverem acima da curva inferior do gráfico (P 0,1) também podem estar desnutridas, porém as que estão abaixo da curva inferior têm peso muito baixo e necessitam receber atenção especial na maneira como são alimentadas. Elas serão consideradas de PESO BAIXO PARA A IDADE se o peso estiver entre a curva inferior (P 0,1) e a curva média do gráfico (P 3) e o PESO NÃO É BAIXO, se estiver na linha ou acima da curva média (P3). DETERMINAR SE É NECESSÁRIO REFERIR URGENTEMENTE AO HOSPITAL Esta indicação significa que a criança deve ser re- ferida ao hospital imediatamente depois que lhe for administrado qualquer tratamento necessário. Não lhe dê nenhum tratamento que possa retar- dar desnecessariamente a referência ao hospital. DIARRÉIA PERSISTENTE Criança com diarréia por catorze dias ou mais e sem desidratação. DIARRÉIA PERSISTENTE GRAVE Criança com diarréia por catorze dias ou mais e também desidratada. 17D i c i o n á r i o d a A I D P I DIETAS MONÓTONAS É freqüente a mãe oferecer o mesmo tipo de ali- mento à criança durante as diferentes refeições do dia e durante vários dias. É importante variar o cardápio da criança para aumentar a aceitação da dieta. DIFICULDADE PARA O ALEITAMENTO A mãe pode indicar que a amamentação é incômoda para ela ou que o filho parece ter dificuldade para mamar. Caso seja assim, você precisará avaliar o aleitamento, como está descrito no quadro da criança de zero a dois meses de idade. Essa mãe talvez necessite de recomendações ou ajuda específicas para alguma dificuldade, como ensinar a posição e a pega correta para amamentação. DIFICULDADE PARA BEBER Ofereça à criança um pouco de água em um copo ou colher e observe a criança beber. A criança tem dificuldade para beber ou bebe mal se está débil e não pode beber sem ajuda. Talvez consiga beber apenas quando se coloca o líquido na boca dela. DIFICULDADE PARA RESPIRAR A “dificuldade para respirar” é qualquer forma pouco comum de respirar. Em geral, as mães res- pondem de diferentes maneiras. Talvez digam que a respiração da criança é “rápida” ou a criança está “cansada” ou utilizando outros termos regio- nais, como “pontada” ou outros. DISENTERIA Diarréia com sangue nas fezes. DOENÇA Doença ou grupo de doenças específicas, clas- sificadas segundo sinais e sintomas, como, por exemplo, “DOENÇA FEBRIL MUITO GRAVE”. Essa classificação inclui várias doenças como menin- gite, malária cerebral e septicemia. DOENÇA FEBRIL Criança com febre em área sem risco de malária e que não apresenta nenhum sinal de doença febril muito grave. DOENÇA FEBRIL MUITO GRAVE Criança com febre em área sem risco de malária e que apresenta um sinal geral de perigo, ou ri- gidez da nuca, ou abaulamento da fontanela ou petéquias. DOR DE OUVIDO Após avaliação clínica criteriosa de uma criança com dor de ouvido, se não for possível utilizar o otoscópio, classifique a criança como tendo Pos- sível Infecção Aguda do Ouvido. EDUCAÇÃO EM SAÚDE O profissional de saúde deve necessariamente envolver a comunidade não apenas como alvo de informações, mas repartindo com ela a respon- sabilidade de buscar alternativas para um eficaz trabalho preventivo. Para isto, deverá conhecer as práticas da população, valorizar as adequadas e modificar as inapropriadas. ELOGIAR A MÃE PELO QUE TEM FEITO BEM É provável que a mãe faça algo positivo com a criança, por exemplo, amamentá-la. Elogie-a pelo que ela faz de positivo. Assegure-se de que o elo- gio seja verdadeiro e que seja feito unicamente para as ações que realmente ajudem a criança. EMAGRECIMENTO ACENTUADO Uma criança com emagrecimento acentuado vi- sível tem marasmo que constitui uma forma de desnutrição grave. Para observar, dispa a criança e verifique se existe atrofia muscular nos ombros, braços, nádegas e pernas. Quando a atrofia é ex- trema, há numerosas pregas na pele das nádegas e da coxa. A criança fica com a aparência de estar usando calças muito largas. ENSINAR A MÃE A ADMINISTRAR MEDICAMENTOS ESPECÍFICOS EM CASA Significa orientar a mãe ou acompanhante deta- lhadamente sobre como administrar um antibió- 20D i c i o n á r i o d a A I D P I FORMULÁRIO DE REGISTRO É um formulário especial para registrar a infor- mação a respeito da criança doente. Ele apre- senta uma lista das perguntas que serão feitas à mãe e os sinais que você deverá observar e identificar. FREQÜÊNCIA AO SEIO A recomendação é que a criança seja amamen- tada com a freqüência e pelo tempo que ela de- sejar, dia e noite, em livre demanda. A freqüência será de oito vezes ou mais durante 24 horas. FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA É o número de vezes em que a criança respira em um minuto.Com a criança quieta e tranqüila, você deve contar quantas vezes a criança respi- ra por um minuto para decidir se tem respiração rápida. Nos menores de dois meses, sessenta ou mais; dois meses a menor de doze meses, cin- qüenta ou mais; um ano a menor de cinco anos, quarenta ou mais. GANHO INSUFICIENTE DE PESO Quando o sentido da curva de peso está estacio- nário ou descendente em um intervalo mínimo de trinta dias. GOTA ESPESSA O exame da gota espessa de sangue continua sen- do um método simples, eficaz, de baixo custo e re- alizado em qualquer lugar para o diagnóstico de malária. Sua técnica baseia-se na visualização do parasito através de microscopia ótica, após colora- ção com corante vital (azul de metileno e Giemsa). GRUPO 1 DE ALIMENTOS: CEREAIS, PÃES, TUBÉRCULOS (TRÊS A CINCO PORÇÕES DIÁRIAS) Alimentos ricos em carboidratos devem aparecer em quantidades maiores nas refeições principal- mente nas papas, pois aumentam a densidade energética, além de fornecerem proteínas. Acon- selhar as mães o uso de farinha com ferro. Alimen- tos usuais: arroz, milho, fubá, inhame, pão, centeio, cará, amido de milho, aveia, macarrão, creme de arroz, aipim, batata-inglesa, batata-baroa (man- dioquinha). GRUPO 2 DE ALIMENTOS: VERDURAS E LEGU- MES (TRÊS PORÇÕES DIÁRIAS) Alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras. A quantidade para crianças, por refeição, deve ser menor do que para adulto, pois um volume grande desses alimentos pode prejudicar a den- sidade energética. Devem ser variados, uma vez que existem diferentes fontes de vitaminas nes- se grupo. Os alimentos coloridos são ricos em beta-caroteno (pró-vitamina A). As folhas verde escura possuem também boas quantidades de ferro não-heme, cuja absorção é melhorada com vitamina C. Alimentos usuais: abóbora, azedinha, abobrinha, escarola, quiabo, acelga, espinafre, serralha, almeirão, couve-flor, repolho, beldroega, tomate, taioba, bertalha, vagem, folhas de beter- raba, brócolis, couve, bredo ou caruru, beterraba, radite, chicória, cenoura. GRUPO 3 DE ALIMENTOS: FRUTAS (TRÊS A QUATRO PORÇÕES DIÁRIAS) Alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras. São também importantes fontes de energia. Reco- menda-se a oferta de duas frutas por dia. Alimen- tos usuais: abacaxi, ameixa (in natura), framboesa, morango, araçá, amora, fruta-do-conde, pupunha, abiu, cupuaçu, graviola, maça, abricó, caqui, goia- ba, pêra, biribá, caju, laranja, mamão, buriti, cajá, limão, melancia, bacuri, carambola, manga, pêsse- go, banana, figo, maracujá, acerola, abacate, kiwi, mangaba. Restrições: não há restrição do ponto de vista nutricional, mas é necessário evitar o consumo de morango antes do primeiro ano de vida pelo risco de contaminação por agrotóxico. GRUPO 4 DE ALIMENTOS: LEITES E PRODUTOS LÁCTEOS (TRÊS PORÇÕES DIÁRIAS) Para crianças menores de dois anos, o leite ma- terno pode ser o único alimento desse grupo. Para as crianças maiores de 4 meses totalmente desmamadas, não se recomenda a oferta de leite de vaca puro e sim adicionada a cereais, tubércu- los e frutas. Esse grupo é básico para lactente e 21D i c i o n á r i o d a A I D P I complementar para crianças maiores de um ano. Fornece proteínas e cálcio. Esse último é funda- mental para o desenvolvimento ósseo da criança. Alimentos usuais: leite materno, fórmulas infantis, leite de vaca integral (para as crianças desmama- das), produtos lácteos (iogurte e coalhada, quei- jos, requeijão). Os iogurtes ou coalhadas caseiras podem substituir o leite. Restrições de consumo – cuidado para utilização de produtos industria- lizados contendo corantes artificiais (iogurtes e queijinhos petit suisse) e leites achocolatados an- tes do primeiro ano de vida. Os queijos são mais indicados a partir do primeiro ano de vida, por causa do alto teor de gordura. GRUPO 5 DE ALIMENTOS: CARNES, MIÚDOS E OVOS (DUAS PORÇÕES DIÁRIAS) Esse grupo é fonte de proteína de origem animal (carnes e ovos). As carnes vermelhas, brancas e miúdos possuem ferro de alta biodisponibilidade e, portanto, previnem a anemia. Assim, a oferta desses alimentos deve ser feita a partir do seis meses de vida, quando se inicia a introdução dos alimentos complementares. As carnes são ofere- cidas trituradas, desfiadas ou cortadas em peque- nas quantidades. Alimentos usuais: carnes (peixe, frango, boi), miúdos (miolo, coração, moela, fígado de galinha ou boi), ovos (galinha, pata, codorna). Restrições – não há restrição quanto as diferen- tes carnes, sendo importante a qualidade e que sejam bem cozidas. Os ovos são oferecidos intei- ros apenas depois dos dez meses. Até essa idade, usar apenas a gema cozida, porém com modera- ção, pois diminui a absorção dos alimentos. GRUPO 6 DE ALIMENTOS: LEGUMINOSAS (UMA PORÇÃO DIÁRIA) Esses alimentos são ricos em proteínas, além de fornecerem quantidades importantes de carboi- dratos e ferro não-heme. Quando combinados com cereal, como, por exemplo, o arroz, e um ali- mento rico em vitamina C, podem ser compará- veis ao valor protéico e de ferro das carnes. Ali- mentos usuais: feijões, soja, grão de bico, lentilha, ervilha seca. GRUPO 7 DE ALIMENTOS: ÓLEOS E GORDURAS (DUAS PORÇÕES) A gordura está presente naturalmente nas car- nes e no preparo das refeições salgadas, devendo ser evitado o excesso e as frituras antes dos dois anos. Recomendar à mãe o uso de margarinas fortificadas com vitamina A. Alimentos usuais: óleos vegetais (soja, girassol, milho, canola, algo- dão), margarina, manteiga. GRUPO 8 DE ALIMENTOS: AÇÚCARES E DOCES (UMA PORÇÃO) Antes do primeiro ano de vida, não é recomenda- do o oferecimento de açúcar, pois os açúcares ou preparações doces, além de interferirem no ape- tite da criança, podem impedir que a criança ado- te bons hábitos alimentares, aceitando alimen- tos de outros grupos. Alimentos usuais: açúcares (mascavo, cristalizado refinado); rapadura, doces caseiros, doces industrializados (balas, chocola- tes), refrigerantes, pirulitos, chicletes). HÁ QUANTO TEMPO TEM TOSSE? Uma criança que apresente tosse ou dificuldade para respirar por mais de trinta dias tem uma tos- se crônica. Pode tratar-se de tuberculose, asma, coqueluche, sinusopatia ou outro problema. HÁ SECREÇÃO DE OUVIDO? EM CASO AFIRMATIVO, DESDE QUANDO? Uma secreção de ouvido que esteja presente por duas semanas ou mais é tratada como infecção crônica de ouvido. Uma secreção de ouvido que esteja presente por menos de duas semanas é tratada como infecção aguda do ouvido. HIPOGLICEMIA Valores de glicose no sangue inferior (glicemia) a 45 mg/dl. As crianças classificadas como desnutri- das graves, doença febril muito grave e o recém- nascido Grande para Idade Gestacional (GIG) têm predisposição para hipoglicemia. 22D i c i o n á r i o d a A I D P I HIPOTERMIA Temperatura do corpo abaixo do normal (menos de 35,5ºC axilar ou menos de 36º C, temperatura retal). HIPOVITAMINOSE A Níveis plasmáticos ou séricos de retinol inferio- res a 20 mcg/100mj. A carência da Vitamina A, no Brasil, é encontrada com freqüência na região Nordeste e em bolsões de pobreza nas regiões mais desenvolvidas, como por exemplo, na re- gião Sudeste (Vale do Jequitinhonha e no Vale da Ribeira). HIPOXIA Deficiência relativa ou absoluta de oxigênio nos tecidos. A hipoxia isquêmica ocorre quando a cir- culação capilar é inadequada para suprir o meta- bolismo tissular (Ex. choque). A Hipoxia anêmica caracteriza-se por uma redução na capacidade de transporte de oxigênio (depende da quanti- dade e qualidade da hemoglobina). A hipoxia his- totóxica provém da incapacidade do tecido em utilizar o oxigênio ofertado (Ex. intoxicação por cianureto). HOSPITAL Qualquer instalação de saúde com leitos e insu- mos para atender a pacientes internados, onde existem profissionais com experiência na área de saúde para tratar crianças gravemente doentes. IDENTIFICAR O TRATAMENTO URGENTE ANTES DE REFERIR AO HOSPITAL Quando uma criança precisa ser referida com urgência ao hospital, você deve começar a admi- nistrar rapidamente os tratamentos necessários, dependendo da classificação da doença como antibiótico injetável, antimalárico, vitamina A, prevenir e tratar a hipoglicemia (leite materno, leite ou água açucarada), antitérmico/analgésico para a febre alta ou dor, solução de SRO para que a mãe possa oferecer durante o trajeto. IDENTIFICAR OS PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO É importante terminar a avaliação da alimentação e identificar todos os problemas a respeito antes de fazer recomendações. De acordo com as res- postas da mãe às perguntas sobre alimentação, identifique as diferenças entre a alimentação atu- almente dada à criança e as recomendadas para a faixa etária dela. Estas diferenças constituem problemas. Exs.: Uma criança de oito meses ainda é alimentada exclusivamente com leite materno. Uma criança de dois anos é alimentada apenas três vezes ao dia. IDENTIFICAR OS TRATAMENTOS PARA AS CRIANÇAS DOENTES QUE NÃO NECESSITAM SER REFERIDAS COM URGÊNCIA AO HOSPITAL Na coluna “Identificar o Tratamento” do quadro Ava- liar e Classificar, encontram-se os tratamentos ambu- latoriais para cada uma das classificações da criança. IMUNIZAÇÃO Tornar a criança imune a determinadas doenças infecciosas através da aplicação das vacinas. INFECÇÃO AGUDA DO OUVIDO Caso você verifique que há secreção purulenta no ouvido da criança e a secreção existe por menos de duas semanas, ou otoscopia alterada quando otoscópio for disponível, classifique-a como IN- FECÇÃO AGUDA DE OUVIDO. INFECÇÃO BACTERIANA GRAVE Caso a criança menor de dois meses apresente algum dos sinais/sintomas a seguir, ela é classifi- cada como Possível Infecção Bacteriana Grave e deve ser referida urgentemente ao Hospital: não consegue alimentar-se; vomita tudo; tem convul- sões; letárgica ou inconsciente; respiração rápi- da (sessenta vezes ou mais por minuto); tiragem subcostal grave; batimentos de asas do nariz; fon- tanela abaulada, secreção purulenta no ouvido; eritema umbilical estende-se à pele do abdômen; febre (37,5 C) ou hipotermia (35,5 C); pústulas na pele: muitas ou extensas; movimenta-se menos que o normal; dor a manipulação. 25D i c i o n á r i o d a A I D P I MOSTRAR À MÃE COMO DAR A SOLUÇÃO DE SRO Encontre um lugar confortável no serviço de saú- de para que a mãe se sente com a criança. Diga- lhe a quantidade de solução de SRO que deve dar para a criança nas próximas quatro horas. Caso a criança tenha menos de dois anos de idade, mos- tre à mãe como dar colheradas freqüentes. Caso a criança seja maior de dois anos, mostre à mãe como dar goles freqüentes utilizando um copo. Sente-se com a mãe enquanto ela dá os primei- ros goles ao filho com o copo ou colher. Pergunte se ela tem alguma dúvida. Caso a criança vomi- te, a mãe deve esperar dez minutos antes de dar mais solução de SRO. Depois deve seguir dando a solução de SRO pouco a pouco. MOSTRAR À MÃE COMO SEGURAR A CRIANÇA MENOR DE DOIS MESES DE IDADE PARA AMAMENTAR A cabeça da criança e o corpo devem ficar eretos; em direção ao peito da mãe, com o nariz da criança em frente ao bico do seio. Com o corpo da criança perto do corpo dela (estômago da criança/barriga da mãe); a mãe deve sustentar todo o corpo da criança, e não somente o pescoço e ombros. NÃO CONSEGUE ALIMENTAR-SE Criança menor de dois meses, quando na avalia- ção da amamentação fica constatado que não está sugando nada ou nenhuma pega, necessita ser referida urgentemente ao hospital por uma possível infecção bacteriana grave ou doença muito grave. NÃO CONSEGUE BEBER NEM MAMAR NO PEITO A criança que não está sugando nada não é capaz de sugar o leite materno para dentro da boca e engolir. NÃO É PNEUMONIA Quando a criança não apresenta nenhum sinal de pneumonia ou pneumonia grave ou doença muito grave. NÃO HÁ INFECÇÃO DO OUVIDO Caso não haja dor de ouvido, nem otoscopia al- terada (quando otoscópio for disponível), nem seja detectada secreção purulenta no ouvido, a criança é classificada como NÃO HÁ INFECÇÃO DO OUVIDO. NASCIDA PREMATURA Criança nascida antes da 37 ª semana de gestação. NASCIDO A TERMO Criança nascida da 37ª semana de gestação a 41º semana de gestação e seis dias. NENHUM PROBLEMA DE ALIMENTAÇÃO EM MENORES DE DOIS MESES O peso não é baixo para idade e está em aleita- mento materno exclusivo. NOTA DE ENCAMINHAMENTO Exemplo de nota de encaminhamento: Ricardo, dezoito meses, 37,5 C, 6 Kg. 27.10.2004 às 8 horas. Referido ao hospital por ter desidratação grave e desnutrição grave. Tratamento dado no serviço de saúde: vitamina A 200.000 UI e SRO para que a mãe dê à criança no trajeto ao hospital. Necessita vacina anti-sarampo: solicito internação hospita- lar. Isabel Ramos CRM 2004. NUTRIENTES Os grupos de nutrientes presentes normalmen- te na dieta são água, proteínas, lipídeos, hidratos de carbono, vitaminas e sais minerais, sendo que desses, basicamente, não são considerados es- senciais os hidratos de carbono. OBSERVAR E DETERMINAR PARA VERIFICAR SE HÁ RIGIDEZ DE NUCA Enquanto você fala com a mãe durante a ava- liação, observe se a criança move ou dobra o pescoço facilmente quando olha ao redor. Caso a criança esteja se movendo e dobrando o pes- coço, ela não tem rigidez da nuca. Caso você não 26D i c i o n á r i o d a A I D P I veja nenhum movimento, ou se não está seguro, faça que a criança olhe o umbigo e os dedos dos pés. Por exemplo, você pode iluminar com uma lanterna os dedos do pé e o umbigo ou fazer-lhe cócegas nos dedos para incitá-la a olhar para bai- xo. Observe se a criança pode dobrar o pescoço quando olha para baixo para ver o umbigo ou os dedos dos pés. OBSERVAR E EXAMINAR SE HÁ PETÉQUIAS Lesões puntiformes avermelhadas na pele que não desaparecem com a pressão dos dedos sobre a pele. Para pesquisar a presença de petéquias, a criança deve estar desnuda e o profissional de saúde deve olhar todo o corpo da criança. OBSERVAR E PALPAR PARA VERIFICAR SE HÁ EDEMA EM AMBOS OS PÉS Uma criança com edema nos dois pés pode ter kwashiorkor, outra forma de desnutrição grave. Observe e palpe para determinar se a criança tem edema em ambos os pés. Use seu dedo polegar para pressionar suavemente por alguns segun- dos no lado superior de cada pé. A criança tem edema se ficar uma marca no pé quando o profis- sional de saúde levantar o seu dedo polegar. OBSERVAR E PALPAR SE A CRIANÇA TEM FONTANELA ABAULADA Pesquisar em crianças pequenas (menores de um ano) que não apresentam ainda fechamento da fontanela anterior. Para examinar fontanela, a criança não deve estar chorando A seguir, observe e palpe. Normalmente a fontanela é plana e nor- motensa. Caso a fontanela esteja abaulada, em crianças de zero a dois meses considerar uma Pos- sível Infecção Bacteriana Grave e nos de dois me- ses a cinco anos uma Doença Febril Muito Grave. OBSERVAR SE A CRIANÇA TEM BATIMENTO DE ASA DO NARIZ O batimento da asa do nariz consiste em um mo- vimento de abertura e fechamento das fossas nasais em cada respiração. Produz-se quando a criança tem uma dificuldade respiratória grave e é conseqüência de um esforço para compensar a falta de oxigênio. OBSERVAR SE A CRIANÇA TEM GEMIDO O gemido é um som grosso que se produz quando a criança EXPIRA. O gemido é secundário a um es- forço que realiza a criança para compensar algum problema respiratório ou uma doença grave. OBSERVAR O CARTÃO DA CRIANÇA Depois de pesar a criança, coloque um ponto no gráfico correspondente ao ponto de junção da li- nha vertical, correspondente à idade da criança em meses com a linha horizontal, corresponde ao peso em kg. Se a criança tem um peso anterior, determinado até dois meses antes da consulta, una os dois pontos com uma linha, para formar o traçado de peso para idade da criança, e ob- serve a direção do traçado. O traçado da curva não deve ser contínuo quando a distância entre os dois pontos for maior do que dois meses. De- terminar se a inclinação da linha está ascendente (ganho de peso); horizontal (peso estacionário) ou descendente (perda de peso). OBSERVAR O ESTADO GERAL DA CRIANÇA Verifique se a criança está Letárgica ou inconsciente. Uma criança letárgica encontra-se prostrada e não mostra interesse no que ocorre ao seu re- dor, não olha para a mãe nem observa enquan- to você fala. A criança inconsciente parece estar muito sonolenta e você não consegue desper- tá-la. Verifique se a criança está inquieta ou irritada Uma criança é considerada como inquieta e irritada se apresentar esse comportamento durante todo o tempo ou cada vez em que é tocada ou examinada. A criança deverá ser avaliada desperta e sem estar sendo amamentada. Muitas crianças se sentem molestadas só por estarem no serviço de saúde. Geralmente é possível consolar e acalmar essas crianças. Não devem ser consideradas como “inquietas ou irritadas”. OBSERVAR SE A CRIANÇA DE ZERO A DOIS MESES TEM DOR À MANIPULAÇÃO Observe se apresenta dor à manipulação dos membros superiores e inferiores, para pesquisar sinais de uma Possível Infecção Bacteriana Grave (artrite séptica ou sífilis congênita). 27D i c i o n á r i o d a A I D P I OBSERVAR SE A CRIANÇA TEM APNÉIA A apnéia é uma condição que se apresenta principal- mente em crianças menores de quinze dias de vida e prematuros. A apnéia caracteriza-se quando a criança deixa de respirar por um período de tempo maior de vinte segundos com diminuição da freqüência cardí- aca menor de cem batimentos por momento acom- panhado ou não de cianose. Pode ser de origem central, por causa de uma pausa dos esforços respi- ratórios; obstrutiva, devido a um bloqueio temporal das vias aéreas superiores ou a uma combinação de ambas. A prematuridade é a causa mais comum de imaturidade do sistema nervoso central. OBSERVAR SE A CRIANÇA TEM FEBRE OU HIPOTERMIA Meça a temperatura axilar. O sinal de febre ou hi- potermia, quando está presente em uma criança menor de dois meses de idade, significa que existe um problema grave, geralmente de infecção gene- ralizada (septicemia) e geralmente se acompanha de outros sinais como sucção débil e letargia. OBSERVAR SE A CRIANÇA TEM SECREÇÃO PURULENTA NO UMBIGO Pode haver algum eritema na extremidade do umbigo, ou o umbigo pode estar com secreção purulenta. A gravidade da infecção é determi- nada pela medida em que o eritema se estende em volta do umbigo. Caso o eritema se estenda à pele da parede abdominal, trata-se de uma infec- ção grave. A onfalite se produz geralmente como conseqüências de más técnicas de assepsia ou uso de instrumentos contaminados para cortar o cordão umbilical. Sua presença é um sinal de pe- rigo já que pode ser predispor a uma infecção ge- neralizada (sepsis). Os germes mais comumente encontrados são os Estafilococos. OBSERVAR SE A CRIANÇA TEM SECREÇÃO PURULENTA NOS OLHOS A conjuntivite é a infecção de um ou ambos os olhos, geralmente com secreção purulenta. Quan- do se apresenta nos primeiros três dias de vida, está relacionada com infecções venéreas trans- mitidas da mãe ao recém-nascido, quando esse passa através do canal de parto em cujos germes mais freqüentes são os gonococos e a clamídia. Secreção purulenta conjuntival bilateral com edema palpebral intenso em crianças menores de dois meses é sinal infecção bacteriana grave e a criança deve ser referida com urgência. OBSERVAR SE A PELE ESTÁ CIANÓTICA Peça à mãe que retire toda a roupa da criança para poder avaliar a cor da pele. Se a cianose se apresenta unicamente na boca ou extremidades (acrocianose), considera-se na maioria dos casos, como normal. Observe a criança por um tempo e, se ao cabo de alguns minutos a criança esteja rosada, trate como se não houvesse esse proble- ma. Se a cianose é generalizada (cianose central), considere como uma doença muito grave, neces- sitando a criança de tratamento urgente. OBSERVAR SE A PELE ESTÁ AMARELA (ICTÉRICA) Na avaliação clínica do RN ictérico, é mais impor- tante a observação constante e detalhada. A ic- terícia teve início precoce (menos de 24 horas) ou tardio? A progressão é rápida ou gradual? Os níveis séricos de bilirrubina relacionam-se com intensidade da coloração amarelada da pele. As crianças que apresentam icterícia precoce (me- nos de 24 horas) ou icterícia visível abaixo do um- bigo devem ser referidas urgentemente. OBSERVAR SE A PELE ESTÁ PÁLIDA Se a pele está pálida, avalie a palma da mão para detectar anemia ou, se é possível, realize exa- mes de laboratório para avaliar hemoglobina e hematócrito. A palidez grave se considera como doença muito grave. Em caso de hemorragia nos primeiros dias de vida, pensar na possibilidade da deficiência da vitamina K (Doença Hemorrágica do recém-nascido). OBSERVAR SE HÁ EMAGRECIMENTO ACENTUADO Uma criança com emagrecimento acentuado vi- sível tem marasmo, uma forma de desnutrição grave. A criança tem este sinal se estiver muito magra parecendo pele e osso. Para observar o emagrecimento acentuado visível, dispa a crian- ça. Observe se existe atrofia muscular nos ombros, braços, nádegas e pernas. Observe se é possível ver facilmente o contorno das costelas. Quando a atrofia é extrema, há numerosas pregas na pele das nádegas e da coxa. A criança fica com a apa- rência de estar usando calças muito largas. 30D i c i o n á r i o d a A I D P I PALPAR PARA VERIFICAR SE HÁ TUMEFAÇÃO DOLOROSA AO TOQUE NA PARTE POSTERIOR DO PAVILHÃO AURICULAR Palpe a parte posterior de cada pavilhão. Compa- re os dois e decida se há sinais inflamatórios na região correspondente à apófise mastoide. Faça o diagnóstico diferencial com adenite. PARA EMPREGAR BOAS TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Escute atentamente o que lhe diz a mãe. Demons- trará assim que leva a sério as preocupações dela. Use palavras que a mãe possa entender. Caso ela não compreenda as perguntas que lhe são feitas, não poderá dar-lhe a informação de que necessi- ta para avaliar e classificar a criança corretamente. Dê-lhe tempo para que responda as perguntas. Por exemplo, talvez necessite tempo para deci- dir se o sinal sobre o qual lhe foi perguntado está presente. Faça perguntas adicionais caso a mãe não esteja segura da resposta. Enquanto você pergunta sobre um sintoma principal ou outro si- nal associado, a mãe pode não saber com certeza se o sintoma ou sinal está presente ou não. Faça perguntas adicionais para ajudar a mãe a respon- der mais claramente. PASSO 1 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos. PASSO 2 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS A partir dos 6 meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite ma- terno até os 2 anos de idade ou mais. PASSO 3 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS A partir dos seis meses, dar alimentos comple- mentares (cereais, tubérculos, carnes, legumino- sas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a crian- ça receber leite materno; e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada. PASSO 4 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS A alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança. PASSO 5 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher. Começar com consistência pastosa (papas /purês) e, gradativa- mente, aumentar a sua consistência até chegar à alimentação da família. PASSO 6 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida. PASSO 7 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. PASSO 8 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigeran- tes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. PASSO 9 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS Cuidar da higiene no preparo e no manuseio dos alimentos. Garantir o armazenamento e conser- vação adequada. PASSO 10 PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua acei- tação. 31D i c i o n á r i o d a A I D P I PELE VOLTA AO ESTADO ANTERIOR MUITO LENTAMENTE (EM MAIS DE DOIS SEGUNDOS)? LENTAMENTE? O sinal da prega abdominal (muito lentamente ou lentamente) representa um dos sinais impor- tantes para classificar o estado de hidratação de uma criança com diarréia, desidratação grave ou desidratação, respectivamente. PERGUNTAR À MÃE A RESPEITO DO PROBLEMA DA CRIANÇA A mãe (ou outro familiar) é a pessoa que geral- mente leva a criança ao serviço de saúde quando ela está doente, porém as mães com seus filhos sa- dios também procuram os serviços de saúde para o controle do crescimento e desenvolvimento e a vacinação. No cartaz AVALIAR E CLASSIFICAR des- creve-se o que você deve fazer quando uma mãe procura, com o filho, a unidade de saúde. PERGUNTAS DE VERIFICAÇÃO Perguntas para averiguar a compreensão das mães ou acompanhantes e para determinar se necessitam de explicações mais detalhadas. Por exemplo, depois de ensinar a uma mãe a forma de alimentação apropriada, o profissional de saú- de deve perguntar-lhe: que alimentos dará ao seu filho? O que vai usar para alimentar o filho? PESO BAIXO Peso baixo é quando no cartão da criança o peso para a idade estiver entre a curva inferior (P 0,1) e a curva do meio (P 3) e nos menores de dois me- ses abaixo do percentil 3. PESO BAIXO NAS CRIANÇAS MENORES DE DOIS MESES Use a curva de peso para a idade do cartão da criança. As crianças com peso situado abaixo do percentil três são consideradas como peso baixo para a idade. PESO BAIXO OU GANHO INSUFICIENTE Peso baixo é quando no cartão da criança o peso para a idade estiver entre a curva inferior (P 0,1) e a curva do meio (P 3). O ganho de peso tem sido insuficiente quando o sentido da curva de peso está estacionário ou descendente no intervalo mínimo de um mês entre duas consultas. PESO MUITO BAIXO A criança de dois meses a cinco anos de idade tem peso muito baixo quando o peso para idade está abaixo da linha inferior do cartão (P 0,1 ou < 3DP). PESO NÃO É BAIXO Peso não é baixo quando, no cartão da criança, o peso para idade estiver igual ou acima do percen- til 3 (P 3 ou < 2DP) e não existam outros sinais de desnutrição. PETÉQUIAS São lesões puntiformes avermelhadas na pele que não desaparecem com a pressão dos dedos sobre a pele. Para pesquisar a presença de peté- quias, a criança deve estar desnuda e o profissio- nal de saúde deve olhar todo o corpo dela. A pre- sença de petéquias indica a possibilidade de uma Doença Febril Muito Grave. PIORA DO ESTADO GERAL Apesar da subjetividade, é um sinal importante que deve ser recomendado à todas às mães para retorno imediato ao serviço de saúde. PIRÂMIDE ALIMENTAR A pirâmide alimentar é a representação gráfica do Guia Alimentar e constitui uma ferramenta práti- ca que permite a seleção de uma dieta adequada e saudável. Os alimentos selecionados devem ser do hábito da família, adequados em quantidade e qualidade para suprir as necessidades nutricio- nais e energéticas da criança. A pirâmide propos- ta está composta por oito grupos de alimentos, distribuídos em quatros níveis, apresentados da base ao topo da pirâmide, considerando a sua participação na dieta em quantidades respecti- vamente de maiores ou menores porções. PLANO A Para o tratamento de uma criança quando tem diarréia, porém SEM DESIDRATAÇÃO. As crianças com desidratação precisam ser reidratadas com o Plano B ou C, e a seguir tratadas com o Plano A. Ao final, todas as crianças com diarréia receberão o Plano A. As três regras de tratamento em casa 32D i c i o n á r i o d a A I D P I são oferecer líquidos adicionais, continuar com a alimentação e orientar a mãe quando retornar. PLANO B: TRATAR A DESIDRATAÇÃO COM SRO Plano B é para o tratamento de uma criança quan- do tem diarréia com DESIDRATAÇÃO. O Plano B inclui um período inicial de tratamento no servi- ço de saúde que dura quatro horas. Durante as quatro horas, a mãe dará ao filho lentamente uma quantidade recomendada de solução de SRO (75 ML/KG). A mãe oferece a SRO em colheradas ou goles. Se uma criança que tem desidratação e ne- cessita de tratamento para outros problemas, você deverá começar a tratar primeiro a desidratação. Depois de quatro horas, reavalie e classifique a criança, usando o quadro AVALIAR E CLASSIFICAR. Caso não haja sinais de desidratação, administre o Plano A. Se ainda houver desidratação, repita o Plano B. Caso a criança agora tenha desidratação grave, deve administrar o plano C. PLANO C: TRATAR RAPIDAMENTE A DESIDRATAÇÃO As crianças gravemente desidratadas necessitam repor água e sais minerais rapidamente. Geral- mente se administra líquidos por via intraveno- sa (IV) com este fim. O tratamento de reidrata- ção mediante líquidos por via IV ou usando uma sonda nasogástrica é recomendado apenas para as crianças com DESIDRATAÇÃO GRAVE. Fase rá- pida ou de expansão: 100 ml/kg de solução em partes iguais de solução de glicose a 5 % e soro fisiológico para infusão em duas horas. Se ao final de duas horas ainda houver sinais de desidrata- ção, administrar mais 25 a 50 ml/kg nas próximas duas horas. PLANO DE VACINAÇÃO Verifique em todas as crianças atendidas o estado de vacinação. A criança recebeu todas as vacinas recomendadas para a sua idade? A criança neces- sita de alguma vacina agora? Qual o próximo re- torno para vacina? PNEUMONIA Uma criança de dois meses a cinco anos com tos- se ou dificuldade para respirar é classificada como portadora de pneumonia quando apresenta a freqüência respiratória aumentada (respiração rápida: cinqüenta ou mais de dois meses a menor de doze meses e quarenta ou mais de doze meses a menor de cinco anos). PNEUMONIA GRAVE OU DOENÇA MUITO GRAVE Uma criança de dois meses a cinco anos com tos- se ou dificuldade para respirar é classificada como portadora de Pneumonia Grave ou Doença Muito Grave quando apresenta um sinal geral de perigo ou tiragem subcostal ou estridor em repouso. POSSÍVEL INFECÇÃO AGUDA DO OUVIDO Caso você verifique que a criança apresenta dor do ouvido, após avaliação clínica criteriosa dessa queixa, e não for possível usar o otoscópio, classi- fique a criança como tendo POSSÍVEL INFECÇÃO AGUDA DE OUVIDO. PRÁTICAS ADEQUADAS DE DESMAME A partir dos seis meses, o leite de peito continua sendo o alimento mais importante da criança. Nessa idade, é preciso começar a dar outros ali- mentos chamados de alimentos complementares ou alimentos de transição. Esses alimentos devem ser nutritivos e ter a consistência de papas e pu- rês desde o início porque garantem a quantidade de energia que ela precisa para ganhar peso e ter saúde. PRIMEIRA CONSULTA É a primeira visita que se faz a um serviço de saú- de por causa da doença ou problema de saúde atual. PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO Diferença entre a alimentação real da criança e as recomendações adequadas que são proporciona- das no quadro ACONSELHAR A MÃE OU ACOM- PANHANTE, assim como outros problemas, como, por exemplo, a dificuldade para amamentar, o uso de mamadeira, falta de alimentação ativa e o que a criança não come bem durante uma doença, in- dicam que a sua alimentação da criança necessita ser melhorada. PROBLEMA DE ALIMENTAÇÃO EM MENORES DE DOIS MESES Quando a pega não é boa, ou não está sugando 35D i c i o n á r i o d a A I D P I necessário, aplicar-lhe a vacina dT (contra difteria e tétano) e contra rubéola (com a rubéola mono- valente ou dupla viral – contra rubéola e saram- po). Certificar-se de que ela tenha acesso a reco- mendações sobre saúde reprodutiva, prevenção a DST e AIDS; e alimentação saudável. RECOMENDAR A MÃE OU ACOMPANHANTE SOBRE OS PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO Como você já identificou os problemas de alimen- tação, poderá agora limitar suas recomendações àquelas mais pertinentes para a mãe. RECOMENDAR A MÃE OU ACOMPANHANTE QUANDO DEVE RETORNAR AO SERVIÇO DE SAÚDE Para uma consulta de retorno dentro de determi- nado número de dias (por exemplo, quando é ne- cessário acompanhar o resultado alcançado com um antibiótico); imediatamente, caso apareçam sinais de que a doença piora. Para a próxima va- cinação da criança e acompanhamento do cresci- mento e desenvolvimento. RECOMENDAR A MÃE OU ACOMPANHANTE QUE AUMENTE A QUANTIDADE DE LÍQUIDOS DURANTE A DOENÇA Para qualquer criança doente, deve-se amamen- tar ao peito com maior freqüência e sempre por períodos mais longos, de dia e de noite; aumen- tar a quantidade de líquidos, por exemplo: água tratada, fervida ou filtrada, água de arroz, sucos naturais, bebidas à base de iogurte natural. Para a criança com diarréia; a administração de líquidos adicionais pode salvar a vida dela. Dar líquidos se- gundo indicado no Plano A ou o Plano B. RECOMENDAR À MÃE PARA RETORNAR IMEDIATAMENTE SE A CRIANÇA APRESENTAR QUALQUER UM DOS SINAIS ABAIXO Qualquer criança doente que não consegue be- ber ou mamar no peito; piora do estado geral; apa- recimento ou piora da febre. Se a criança estiver com tosse ou dificuldade para respirar, retornar também; se apresentar ou piorar da dificuldade para respirar e respiração rápida. Se a criança esti- ver com diarréia. Retornar também se apresentar sangue nas fezes e dificuldade para beber. RECOMENDAÇÕES Ensinar ou aconselhar a mãe em um contexto que inclui: fazer perguntas, escutar as respostas da mãe, orientar e dar conselhos pertinentes, assim como ajudá-la a resolver os problemas e verificar se ela entende o que lhe foi explicado. RECOMENDAÇÕES A RESPEITO DA ALIMENTAÇÃO POR FAIXA ETÁRIA Estas recomendações, a respeito da alimentação, são apropriadas tanto para a criança que está do- ente quanto para a que está sadia. Durante uma doença, é possível que as crianças não queiram comer muito, no entanto devem-lhes ser dados os tipos de alimentos recomendados para sua idade, com a freqüência recomendada, ainda que não possam consumir muitos alimentos. Depois da fase aguda da doença, a boa alimentação aju- da a recuperar o peso perdido e a prevenir a des- nutrição. Quando a criança está bem, uma boa alimentação ajuda a prevenir futuras doenças. MENORES DE DOIS MESES Amamentar ao peito com freqüência, tantas vezes e por quanto tempo quanto a criança desejar, de dia e de noite, quando doente ou quando saudável. CRIANÇAS ATÉ SEIS MESES DE IDADE O Ministério da Saúde recomenda que nos pri- meiros seis meses de vida a alimentação no pei- to seja exclusiva: a criança só toma leite mater- no, sem outros alimentos, água ou líquidos (com exceção de medicamentos e vitaminas, quando necessários). CRIANÇAS DE SEIS A SETE MESES A partir dos seis meses, o leite do peito conti- nua sendo o alimento mais importante para a criança. Nessa idade, é preciso começar a dar outros alimentos chamados alimentos comple- mentares. Os alimentos complementares, espe- cialmente preparados para a criança, são cha- mados de alimentos de transição. Os alimentos oferecidos à criança devem ser nutritivos e ter a consistência de papas e purês desde o início, porque garantem a quantidade de energia que ela precisa para ganhar peso e ter saúde. A ali- mentação deve, no início, ser oferecida apenas uma vez ao dia. Aumentar gradativamente até 36D i c i o n á r i o d a A I D P I atingir três vezes ao dia e em um volume que esteja de acordo com o apetite da criança. CRIANÇAS DE OITO A ONZE MESES A partir dos oito meses de idade, a criança já rece- be os alimentos preparados para a família, desde que sem temperos picantes. Apesar de a maioria das crianças nessa idade apresentar dentição, os alimentos devem ser amassados, desfiados, tri- turados ou picados em pedaços pequenos, pois a criança leva muito tempo para consumir ali- mentos sólidos na quantidade necessária. Nes- sa idade, o volume mínimo que deve ser ofere- cido à criança por refeição é de seis colheres de sopa. Se a criança está sendo amamentada no peito, dar alimentos complementares três vezes ao dia, sendo duas papas salgadas (comida da família) e uma de fruta. Quando a criança não es- tiver sendo amamentada, dar os alimentos cinco vezes ao dia, sendo duas papas salgadas (comi- da da família), duas papas de fruta e um mingau com tubérculos, farinha ou cereais. É importante alimentar ativamente a criança. Isto significa in- centivá-la a comer. A criança não deve competir com seus irmãos maiores pelos alimentos de um prato comum. CRIANÇAS DE UM ANO DE IDADE A partir dos doze meses de idade, a variedade e quantidade dos alimentos devem ser aumenta- das, utilizando-se a alimentação da família. Esses alimentos devem ser oferecidos de uma forma que a criança possa comer com satisfação. Con- tinua sendo importante dar à criança porções suficientes e uma alimentação ativa supervi- sionada (que consiste em incentivar a criança a comer por ela própria). Volume aproximado por refeição é de seis a oito colheres de sopa. Dar cinco refeições ao dia sendo três da comida da família e dois lanches nutritivos (frutas, tubércu- los, pães, leite ou derivados) CRIANÇAS DE DOIS ANOS DE IDADE OU MAIS As crianças nessa idade devem consumir vá- rios alimentos da família em três refeições di- árias. Também devem consumir dois lanches nos intervalos. Podem ser alimentos da família ou outros alimentos nutritivos, que sejam con- venientes para serem dados entre as refeições. É importante considerar que a capacidade de concentração da criança nessa idade é pequena e que ela logo vai distrair-se e usar o alimento, prato e colher como brinquedo. Daí a importân- cia de se usar dietas de alto valor energético. O volume aproximado é de oito colheres de sopa, por refeição. Dar alimentos ricos em ferro e vita- mina A. Nessa idade, a disciplina é importante na formação de hábitos alimentares saudáveis e os horários devem ser respeitados. RECOMENDAÇÕES PARA A ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA COM DIARRÉIA PERSISTENTE Para crianças menores de quatro meses em alei- tamento misto: oferecer mais leite materno em substituição ao leite de vaca e utilizar dieta com baixo teor de lactose. Em aleitamento artificial, uti- lizar dieta com baixo teor de lactose. Para crianças maiores de quatro meses em aleitamento misto: oferecer com maior freqüência o leite materno em substituição ao leite de vaca; e, se já recebe outros alimentos, substituir o leite de vaca por ali- mentos recomendados para a idade. Se ainda não foram introduzidos alimentos complementares, parte do leite de vaca deverá ser substituído por dieta com baixo teor de lactose. Em aleitamento artificial, se já recebe outros alimentos, substituir o leite de vaca por alimentos não lácteos reco- mendados para a idade. RECOMENDAÇÕES SOBRE PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO EM MENORES DE DOIS MESES Se a mãe estiver amamentando a criança menos de oito vezes em 24 horas, recomende para que aumente a freqüência das mamadas. Incentive para que amamente freqüentemente; Se a crian- ça recebe outros alimentos ou líquidos, recomen- de para que amamente mais, reduzindo a quanti- dade destes. Recomende que os ofereça em uma xícara e não na mamadeira; Se a mãe não dá o peito, pergunte se gostaria de amamentar e con- sidere referi-la para que receba orientação sobre amamentação e possível relactação e extração manual do leite. RECOMENDAÇÕES PARA ACOMPANHAMENTO DA CRIANÇA COM DIARRÉIA PERSISTENTE As crianças com diarréia persistente devem ter sua evolução clínica acompanhada por outros parâmetros, além da melhoria da diarréia. Algu- 37D i c i o n á r i o d a A I D P I mas vezes, leva algum tempo para as fezes volta- rem ao aspecto normal. Se a criança com diarréia persistente apresentar sangue nas fezes (disente- ria) nas consultas de retorno, isso representa sinal de gravidade e ela deve ser referida. São critérios de melhora: a criança estar hidratada, ganhando peso e aceitando a alimentação. É importante observar também se a mãe ou acompanhante tem dificuldade na compreensão do preparo da alimentação da criança, pois isso pode interferir na aceitação da dieta e, conseqüentemente, no ganho de peso da criança. RECOMENDAÇÕES PARA ADIAMENTO DA VACINAÇÃO Embora não constitua contra-indicação absolu- ta, recomenda-se adiar a vacinação com BCG-ID em crianças com menos de 2.000 g de peso e na presença de afecção dermatológica extensa em atividade. As doenças febris agudas graves de- vem ser motivos para adiamento, a fim de evitar sobretudo, que seus sintomas e sinais e eventuais complicações não sejam atribuídos à vacina. RECOMENDAÇÕES PARA CRIANÇAS PEQUENAS COM DIFICULDADE PARA ALIMENTAR-SE Separar a refeição em um prato individual para se ter certeza do quanto a criança está realmente ingerindo. Mesmo que a criança já coma sozinha, é importante que um adulto acompanhe a sua refeição e a ajude a comer, se necessário. Deve-se respeitar a aceitação da criança, mas sem deixar de oferecer lhe alimentos. A criança não deve ser forçada a comer, pois aumenta o estresse e dimi- nui ainda mais o seu apetite. As refeições devem ser momentos tranqüilos e felizes. Não apressar a criança. Ela pode comer um pouco, brincar e co- mer novamente. É necessário ter paciência e bom humor. Deve-se alimentar a criança tão logo ela demonstre fome. Se a criança esperar muito, ela pode distrair-se e perder e interesse pela refeição. Oferecer quantidades pequenas de alimentos por refeição, porém aumentando a freqüência das re- feições durante o dia. Evitar alimentação repetiti- va. Variar os alimentos oferecidos e as formas de preparo nas diferentes refeições do dia. REFERÊNCIA Referir o paciente para uma avaliação mais com- pleta e tratamento adequado em unidade de saúde de maior complexidade. REFERIR AO HOSPITAL POR CLASSIFICAÇÃO GRAVE Todas as crianças menores de cinco anos classifi- cadas como doença muito grave, possível infec- ção bacteriana grave, pneumonia grave, malária grave, doença febril muito grave, mastoidite, des- nutrição grave, anemia grave, diarréia persistente grave e desidratação grave devem ser referidas a um hospital. REFERIR AO HOSPITAL POR OUTROS PROBLEMAS GRAVES A criança poderá apresentar um problema grave que não apareça no quadro avaliar e classificar, como grave dor abdominal. Caso você não possa tratar um problema grave, terá de referir a criança ao hospital. REFERIR AO HOSPITAL POR SINAIS GERAIS DE PERIGO Em sua maioria, as crianças que apresentam um sinal geral de perigo (não conseguem beber ou mamar no peito, vomitam tudo que ingerem, apresentam convulsão ou estão letárgicas ou inconscientes) também têm uma classificação grave. Nos casos excepcionais, as crianças podem apresentar sinais gerais de perigo sem uma clas- sificação grave. RELACTAÇÃO Recomeçar a amamentar e voltar a produzir leite, depois de ter deixado de amamentar por um pe- ríodo de tempo. REMÉDIOS NOCIVOS A DESENCORAJAR PARA TOSSE Antiinflamatórios, sedativos da tosse, expectoran- tes, descongestionantes nasais ou orais e antigri- pais. RESPIRAÇÃO RÁPIDA O limite para a respiração rápida depende da ida- de da criança A freqüência respiratória normal é mais alta nas crianças menores, sendo consi- 40D i c i o n á r i o d a A I D P I uma alimentação de alta densidade energética, baixa viscosidade, evitando a hiperosmolaridade e oferecendo alimentos de bom valor nutritivo, com aporte suficiente de proteínas e baixa quan- tidade de lactose (no máximo, 3,7 g de lactose / kg de peso / dia) A alimentação deve ser pre- parada de acordo com os hábitos alimentares da família, respeitando a freqüência da s refeições, que não deve ser inferior a seis vezes ao dia, e cuja ingestão energética deve ser de 150 kcal / kg / dia. Dar também à criança multivitaminas e sais minerais. TRATAR A DISENTERIA Se houver comprometimento do estado geral. Administre um antibiótico por via oral recomen- dado contra Shigella na região para tratar a DI- SENTERIA. Diga à mãe que regresse em dois dias para a consulta de retorno, para ter certeza de que a criança está melhorando. TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (TMI) Número de óbitos de crianças de zero a um ano de idade, em um determinado município ou re- gião em um período. Calcula-se: nº óbitos de crianças de zero a um ano / número de nascidos vivos no mesmo local e período X 1.000 TÉCNICAS PARA COMUNICAR-SE BEM O êxito do tratamento em casa depende da for- ma como você se comunica com a mãe. Faça-lhe perguntas sobre o tratamento da criança em casa. Elogie a mãe pelo que tem feito. Recomende-lhe como tratar a criança em casa e verifique se a mãe compreendeu. Proporcione informação, demons- tre um exemplo e deixe-a praticar. TEM ALGUM OUTRO SINAL PARA CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇA GRAVE Em sua maioria, as crianças que apresentam um sinal geral de perigo também têm uma classifi- cação grave. Nos casos excepcionais, as crianças podem apresentar um sinal geral de perigo sem uma classificação grave. Essas crianças devem ser referidas com urgência. Exemplo: têm convulsões ou vomitam tudo que ingerem. TEM CONVULSÕES A criança que tem convulsões na doença atual deve ser referida com urgência. Pode ser uma in- fecção bacteriana grave como a meningite. TEMPERATURA AXILAR DE 38,5ºC OU MAIS A criança com TA de 38,5ºC ou mais deve receber antitérmico (paracetamol ou dipirona) de seis em seis horas quando necessário. TIPO DE CONSULTA Consulta inicial quando da primeira visita a uni- dade de saúde por um determinado problema. Consulta de retorno para a visita de seguimento deste problema. Nessa consulta, o médico pode ver se a criança está melhorando com o medica- mento utilizado ou outro tratamento prescrito. TIPOS DE DIARRÉIA Diarréia Aguda - diarréia há menos de catorze dias; Diarréia persistente - diarréia há catorze dias ou mais (persistente grave - com desidratação). Disenteria – diarréia com sangue nas fezes. TIRAGEM SUBCOSTAL Quando a criança INSPIRA, a parede torácica infe- rior retrai-se. Na respiração normal, toda a parede torácica (superior e inferior) e o abdome se mo- vem para fora quando a criança inspira. TOSSE OU DIFICULDADE PARA RESPIRAR Sintoma principal responsável pela maior demanda de consultas ambulatoriais e de internações hospi- talares, principalmente nos meses de inverno. TRANQÜILIZAR A MÃE E AJUDÁ-LA A RESOLVER OS PROBLEMAS Exemplo: caso a mãe tema que seu filho morra no hospital, tranqüilize-a, dizendo que o hospital tem insumos e equipamentos que podem ajudar a cura do seu filho, além de contar com profissio- nais especializados. TRATAMENTO SINTOMÁTICO Tratamento utilizado apenas para aliviar os sin- tomas: analgésicos, antitérmicos. Acalmar a tos- se com medidas caseiras ou secar o ouvido com uma mecha. 41D i c i o n á r i o d a A I D P I TRO Técnica utilizada no Plano B para o tratamento da criança classificada com Desidratação. Consiste na administração de 75 ml/Kg da solução de sais de reidratação oral (SRO) durante quatro horas. Após esse período, a criança deverá ser reavaliada para escolha do tratamento a seguir (Plano A, B ou C). TUMEFAÇÃO DOLOROSA AO TOQUE NA PARTE DO PAVILHÃO AURICULAR A criança que apresenta tumefação dolorosa atrás da orelha tem Mastoidite. Deve ser referida com urgência ao hospital, administrando-lhe os tratamento prévios (antibiótico e analgésico). USAR UM FOLHETO EXPLICATIVO PARA A MÃE OU ACOMPANHANTE Poderá ser dado a cada mãe ou acompanhante um folheto para ajudá-la a recordar as principais recomendações para o seguimento em casa da criança. Esse folheto contém palavras e figuras que ilustram os pontos principais das recomen- dações para cuidar da criança em casa. USAR TÉCNICAS PARA COMUNICAR-SE BEM Comunicar-se bem é importante quando se ensi- na uma mãe a dar o tratamento em casa. Use as seguintes técnicas: Faça-lhe perguntas para averiguar o que ela está fazendo para tratar a criança em casa. Elogie-a pelo que tem feito bem. Recomende-lhe como tratar a criança em casa. Verifique se ela compreendeu. UTILIZAR O ESQUEMA DE VACINAÇÃO RECOMENDADO Quando verificar o estado de vacinação da crian- ça, utilize o plano de vacinação recomendado em sua região. USO DE MAMADEIRA Deve-se evitar o uso de mamadeiras. Geralmente não estão limpas adequadamente e germes no- civos proliferam facilmente nelas. Podem conter resíduos de líquidos ou alimentos, que logo apo- drecem ou azedam. A criança pode tomar o lí- quido alterado e adoecer. Além do mais, sugar de uma mamadeira pode confundir a criança com a maneira de sugar no peito. VERIFICAR EM TODAS AS CRIANÇAS DOENTES SE EXISTEM SINAIS GERAIS DE PERIGO Um sinal geral de perigo está presente se a crian- ça não consegue beber nem mamar; se vomita tudo o que ingere; se apresentou convulsões; se está letárgica ou inconsciente. VERIFICAR SE A CRIANÇA ESTÁ LETÁRGICA OU INCONSCIENTE Uma criança letárgica encontra-se prostrada e não mostra interesse no que ocorre ao seu redor. Fre- qüentemente, a criança letárgica não olha para a mãe nem observa enquanto você fala. Pode ter um olhar fixo, sem expressão e não se dar conta, apa- rentemente, do que se passa ao seu redor. Pergunte à mãe se a criança parece estar mais sonolenta do que de costume ou se não consegue despertá-la. VERIFICAR SE A MÃE COMPREENDEU Depois de ensinar a mãe como tratar o filho, você precisa certificar-se de que ela entendeu como administrar o tratamento corretamente. As per- guntas de verificação permitem averiguar o que a mãe aprendeu. Uma aptidão importante para a boa comunicação é saber como fazer boas per- guntas de verificação. As boas perguntas de ve- rificação requerem que a pessoa que responde descreva por que, como ou quando dará o trata- mento. VERIFICAR SE EXISTE ESTRIDOR E SIBILÂNCIA O estridor é um som áspero produzido quando a criança INSPIRA. O estridor, em geral, produz-se quando há inflamação da laringe, traquéia, ou da epiglote. A sibilância é uma manifestação clínica 42D i c i o n á r i o d a A I D P I que ocorre por obstrução ao fluxo aéreo. É um ru- ído que soa como um chiado na expiração. VERIFICAR SE HÁ DESNUTRIÇÃO E ANEMIA Verifique em todas as crianças doentes se há si- nais indicadores de desnutrição e anemia. Uma mãe pode levar seu filho ao serviço de saúde por- que a criança tem uma doença aguda. A criança talvez não tenha queixas que indiquem desnutri- ção ou anemia, porém uma criança doente pode estar desnutrida e anêmica. VERIFICAR SE HÁ PROBLEMA DE ALIMENTAÇÃO E BAIXO PESO NOS MENORES DE DOIS MESES A avaliação tem duas partes: na primeira parte, faz-se perguntas à mãe e determina-se o peso para a idade; e, na segunda parte, se a criança tem algum problema com a amamentação ou peso baixo e avalia-se como a criança mama. É impor- tante também avaliar a amamentação sempre que a criança vem para a primeira consulta na unidade de saúde. Dessa maneira, consegue-se identificar problemas não citados pelas mães e representa uma boa oportunidade para avaliação das mamas das mães, assim como orientar a posi- ção correta e uma boa pega. VERIFICAR O ESTADO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA Verifique em TODAS as crianças o estado de va- cinação. A criança recebeu todas as vacinas re- comendadas para sua idade? A criança necessita de alguma vacina agora? VEGETAIS DE FOLHA VERDE-ESCURO OU AMARELO ALARANJADO Importantes para a alimentação da criança como fonte de vitamina A e ferro (agrião, alface, espina- fre, couve, etc.) VITAMINAS São micronutrientes essenciais da dieta, necessá- rias em pequenas quantidades, com grande ati- vidade biológica, participando na mobilização e no metabolismo da matéria e da energia. Diferem entre si na estrutura química, função fisiológica e na distribuição nos alimentos. Têm sido divididas em dois grupos: lipossolúveis (A, D, E e K) e as hi- drossolúveis (complexo B e a vitamina C). VITAMINA A A vitamina A é um álcool, o retinol, que, após ser absorvido, é armazenado no fígado, constituindo- se em fonte útil para períodos em que a dieta não supre o organismo dessa vitamina. O retinol é es- sencial para a manutenção das células epiteliais e faz parte do pigmento rodopsina, ou púrpura visual, presente na retina, e é indispensável para o crescimento normal das crianças. O sintoma mais precoce de sua deficiência é a cegueira noturna. XEROFTALMIA O termo xeroftalmia, que significa literalmente “olho seco”, abrange as alterações oculares resul- tantes da hipovitaminose A, tanto em sua função retiniana (cegueira noturna) como suas modifica- ções anatômicas. ZONAS DE KRAMER A icterícia torna-se visível a partir de níveis séri- cos de bilirrubina ao redor de 5 a 6 mg/dl. Além da intensidade, os níveis séricos de bilirrubina relacionam-se com a progressão craniocaudal da icterícia, isto é, ela se inicia na face (zona1), tó- rax até o umbigo (Zona 2) , abdome (zona 3), de- pois para os membros, excetuando-se os pés e as mãos(zona 4) e, finalmente, até a palma das mãos e a planta dos pés (zona 5), quando os níveis es- tão bastante elevados, segundo classificação pro- posta por Kramer.
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