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Guias e Dicas
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Biologia Botânica - Noções Básicas de Nomenclatura, Notas de estudo de Botânica

Biologia Botânica - Noções Básicas de Nomenclatura

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 26/02/2010

moreira-mauricio-8
moreira-mauricio-8 🇧🇷

4.6

(31)

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Baixe Biologia Botânica - Noções Básicas de Nomenclatura e outras Notas de estudo em PDF para Botânica, somente na Docsity! NOMENCLATURA BOTÂNICA 1 NOÇÕES BÁSICAS DE NOMENCLATURA BOTÂNICA Paulo J. F. Guimarães 2003 Índice INTRODUÇÃO _____________________________________________________________________ 1 ESTRUTURA DO CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA __________________________ 2 PRINCÍPIOS _______________________________________________________________________ 2 DEFINIÇÕES GERAIS_______________________________________________________________ 3 TIPIFICAÇÃO______________________________________________________________________ 3 SINÔMIMOS _______________________________________________________________________ 4 PRIORIDADE ______________________________________________________________________ 4 ORTOGRAFIA _____________________________________________________________________ 5 CITAÇÃO DE AUTOR_______________________________________________________________ 6 CATEGORIAS TAXONÔMICAS ______________________________________________________ 6 INTRODUÇÃO Os nomes científicos são utilizados amplamente nas áreas biológicas, especialmente no campo da Sistemática. Apesar desse fato, são poucos os biólogos que possuem conhecimentos fundamentais dos princípios que governam a Nomenclatura Biológica. Os Códigos de Nomenclatura oficiais são tidos como documentos inacessíveis e sua utilização, sem orientação adequada, costuma ser desanimadora e motivo de repulsa, mesmo entre os taxonomistas. Nesse sentido, é preciso empreender esforços para quebrar essas barreiras e dificuldades, incentivar a utilização dos Códigos de Nomenclatura e, desse modo, possibilitar o entendimento de uma das áreas que mais intimidam dentro das Ciências Biológicas e, em particular, na Biologia Sistemática. Um nome nada mais é que um símbolo convencional, que serve como ponto de referência e evita a necessidade de utilizar-se, continuamente, uma frase descritiva dificultosa. O objetivo dos nomes é sua utilização como veículo de comunicação científica. Os nomes devem permitir que se pense imediata e inequivocamente nos conceitos desejados, características morfológicas, por exemplo, ou mesmo no posicionamento hierárquico, através da compreensão do sufixo que acompanha o nome da família ou das categorias superiores. Ser de caráter universal é o objetivo fundamental da Nomenclatura Biológica, que cumpre seu papel através do estabelecimento de regras que governam sua aplicação. Estas são reunidas e organizadas sob a forma de Códigos de Nomenclatura. Existem códigos separados para as diversas áreas da Biologia Sistemática. Assim, para a Botânica (incluindo algas procarióticas e fungos) existe o Código Internacional de Nomenclatura Botânica. Para a Zoologia existe o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica. Existem, ainda, o Código Internacional de Nomenclatura de Bactérias e o Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas (separado do Código Internacional de Nomenclatura Botânica). Todas as informações apresentadas daqui por diante referem-se, exclusivamente, à Nomenclatura Botânica. NOMENCLATURA BOTÂNICA 2 Os Códigos de Nomenclatura Botânica são revistos e atualizados periodicamente por ocasião dos Congressos Internacionais de Botânica realizados, em princípio, a cada seis anos. Existem, portanto, várias edições do Código de Botânica desde o estabelecimento das Regras de Nomenclatura. Cada nova edição do Código anula as precedentes e passa a ser aquela válida em matéria de Nomenclatura Botânica. O Código é, portanto, dinâmico e não constitui um conjunto estático de leis. A edição mais recente do Código Botânico foi editada em 2000, adotada pelo 16 o Congresso Internacional de Botânica, realizado em Saint Louis - Missouri em 1999. ESTRUTURA DO CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA O Código visa, fundamentalmente, estabelecer um método estável de denominação dos grupos taxonômicos, evitando e rejeitando nomes errôneos ou supérfluos e, ainda, nomes que possam causar confusão. Toda a Nomenclatura Botânica está baseada em princípios (em número de seis). Os princípios constituem a base da nomenclatura e, portanto, se um nome fere qualquer dos princípios deve ser rejeitado. PRINCÍPIOS 1. A Nomenclatura Botânica é independente da Zoológica e Bacteriológica. 2. A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada por meio de tipos nomenclaturais. 3. A nomenclatura de um grupo taxonômico está baseada na prioridade de publicação. 4. Cada grupo taxonômico tem apenas um nome correto, qual seja, o nome mais antigo que esteja conforme as regras, exceto em casos específicos. 5. Os nomes científicos de grupos taxonômicos são tratados em latim, independentemente de sua origem. 6. As Regras de Nomenclatura são retroativas, a menos que expressamente limitadas. A parte seguinte do Código corresponde aos artigos, em número de 62 na última edição. Os artigos constituem o detalhamento dos princípios e, por essa razão, têm que ser obedecidos. Os nomes que infringem algum artigo devem ser rejeitados por serem ilegítimos. Alguns artigos são complementados por recomendações, que tratam de pontos complementares e visam à uniformização do trabalho nomenclatural, particularmente da nomenclatura futura. As recomendações indicam o melhor procedimento a seguir, mas se algum nome está em desacordo com alguma recomendação não é rejeitado, mas constitui um exemplo negativo. O Código inclui também exemplos, inseridos nas partes correspondentes, que visam à ilustração dos artigos e das recomendações. As provisões para modificação do Código representam a sua última parte propriamente dita, as quais especificam os procedimentos necessários para se proceder a modificações no Código. O Código compreende, ainda, cinco apêndices: I) Nomes de híbridos; II A) Nomes conservados e rejeitados de famílias de algas, fungos, pteridófitas e fósseis (Nomina familiarum conservanda et rejicienda); II B) Nomes conservados de famílias de briófitas e espermatófitas (Nomina familiarum conservanda); II) Nomes conservados e rejeitados de gêneros (Nomina generica conservanda et rejicienda); III) Nomes conservados e rejeitados de espécies (Nomina speciftca conservanda et rejicienda); IV) Nomes (esprejeitados e (Nomina utique rejicienda); V) (Opera utique oppressa). NOMENCLATURA BOTÂNICA 5 ORTOGRAFIA - As categorias que vão de Reino até Gênero são designadas por uma só palavra, escrita com a inicial maiúscula. - Para gênero e táxons inferiores os nomes devem ser destacados, ou seja, escritos em itálico ou grifados. - As espécies são designadas por um binômio, formado pela união do nome genérico (prenome) a um epíteto específico, escrito com inicial minúscula. Epíteto é qualquer palavra subseqüente (abaixo) ao nome genérico. - Nomes genéricos devem ser substantivos singulares ou adjetivos substantivados. - O epíteto deve ser um adjetivo e concordar gramaticalmente com o gênero. Este pode homenagear uma pessoa relacionada à botânica ou indicar a localidade ou país onde a planta foi descoberta. O epíteto deve ser preferencialmente um adjetivo, e usualmente apresenta as seguintes terminações: -ensis, -(a)nus, -inus, ou icus (bahiensis). - Tautônimos são proibidos. Nome genérico igual ao epíteto. - Quando o epíteto for composto por duas ou mais palavras estas devem ser ligadas por hífem: Atropa bella-dona – Solanaceae. - A origem híbrida é indicada pelo uso do sinal de multiplicação X ou pela adição do prefixo “notho-” (do grego nothos que significa híbrido). Assim temos: Agrostis stolonifera L. x Polypogon monspeliensis (L.) Desf. para designar a nothoespécie ou x Agropogon P. Fourn. (= Agrostis L. x Polypogon Desf.) para designar o gênero. - Os táxons abaixo de espécie são designados por trinômios. - Nome da família é um adjetivo plural usado como substantivo. Este é formado em cima do nome do gênero tipo. Para isto o nome do gênero tipo deve ser escrito no genitivo singular e separado o tema da desinência. Ao tema deve ser acrescentado o sufixo que indique a categoria que está designando, neste caso, -aceae para designar família. Em latim temos 5 declinações, portanto 5 desinências diferentes no genitivo singular. Declinação 1 º 2 º 3 º 4 º 5 º Desinência ae i is us ei Rosa → ros ae = Rosaceae A. L. Jussiue Plumbago → plumbagin is = Plunbaginaceae Salix → salic is = Saliciaceae Para as famílias abaixo relacionadas existem nomes alternativos, nomes descritivos: que expressam alguma característica do táxon Palmae Compositae (Asteraceae; Tipo Aster L.) Cruciferae (Brassicaceae; Tipo Brassica L.) Gramineae (Poaceae; Tipo Poa L.) Guttiferae (Clusiaceae; Tipo Clusia L.) Labiatae (Lamiaceae; Tipo Lamium L.) Leguminosae (Fabaceae; Tipo Faba Mill.) Palmae (Arecaceae; Tipo Areca L.) Umbelliferae (Apiaceae; Tipo Apium L.) NOMENCLATURA BOTÂNICA 6 CITAÇÃO DE AUTOR Na primeira vez em que for mencionado no texto em uma publicação taxonômica, o nome das categorias de família, gênero e espécie, assim como para as divisões destas, deve incluir o autor(es) correspondente. Este sucede o nome do táxon e é escrito de forma abreviada, porém longa o suficiente para que não haja ambigüidade. O nome do autor é quase sempre abreviado pela seguinte fórmula: 1 a sílaba + 1 a letra da segunda sílaba, acrescentando-se uma segunda letra se esta última não for uma consoante. Exemplos Lamarck → Lam.; Jussieu → Juss.; Richard → Rich; Bertol. → Bertoloni, para distinguir de Bertero. Alguns pesquisadores, devido à sua importância e notoriedade, tiveram seus nomes abreviados fora desta regra como Lineu → L. Quando forem dois os autores suas abreviações devem ser unidas por “et” ou “&”. Em se tratando de mais de dois autores somente o primeiro é citado seguido “et al.” ou “& al.”. A obra de referência quanto a abreviação correta dos nomes de autores é: Brummitt, R.K. & C.E. Powell. 1992. Authors of plant names. Royal Botanic Gardens, Kew, England. CATEGORIAS TAXONÔMICAS A denominação e sufixo correspondente para as principais categorias taxonômicas são: Divisão (phylum, diviso): – phyta, nos fungos – mycota Subdivisão (subphylum, subdivisio): – phytina, – mycota Classe (classis): nas algas – phyceae nos fungos – mycetes nos liquens – lichnes nas plantas – opsidae ou atae Subclasse (subclassis): – idae nas algas – phycidae nos fungos – mycetidae Ordem (ordo): – ales Família (familia): – aceae Tribo (tribus): – eae Gênero (genus) Subgênero (subgenus) Secção (sectio) Espécie (species) Subespécie (subspecies) Variedade (varietas) ATENÇÃO Estas notas não dispensam a leitura e consulta das seguintes leituras complementares: Greuter, W. 2000. International Code of Botanical Nomenclature (Saint Louis Code). Regnum Vegetabile 138: 1-474. Brummitt, R.K. & C.E. Powell. 1992. Authors of plant names. Royal Botanic Gardens, Kew, England.
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