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Armazenamento de forragens para a agricultura familiar, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Técnicas e tecnologias alternativas para o armazenamento de forragens no semi-arido brasileiro

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 16/09/2009

Alfredo_88
Alfredo_88 🇧🇷

4.7

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Baixe Armazenamento de forragens para a agricultura familiar e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! EMPARN Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S/A. e Combate a Pobreza Ministério do Desenvolvimento Social Ministério do Desenvolvimento Agrário Armazenamento de Forragens para a Agricultura Familiar EMPARN Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S/A. Armazenamento de Forragens para a Agricultura Familiar GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA DA PECUÁRIA E DA PESCA Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: EMPARN Comitê Editorial Impressão Tiragem Todos os direitos reservados. Rua Jaguarari, 2192 - Lagoa Nova 59062-500 - Natal/RN Fone: (84) 232-5858 Fax: (84) 232-5868 site:www.emparn.rn.gov.br E-mail: emparn@rn.gov.br Presidente: Maria de Fátima Pinto Barreto Secretária-Executiva: Vitória Régia Moreira Lopes Membros: Aldo Arnaldo de Medeiros Amilton Gurgel Guerra Francisco Canindé Maciel Marcelo Abdon Lira Salvador Barros Torres Terezinha Lúcia dos Santos José Robson dos Santos Manoel de Souza Araújo Marcone César Mendonça das Chagas Gráfica x Exemplares A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação de direitos autorais (Lei nº 9.610). SUMÁRIO 09 12 12 12 12 13 13 13 13 14 15 16 17 19 20 21 24 25 26 29 30 30 31 31 31 32 33 34 Secador Solar: A Fábrica de Feno para a Agricultura Familiar............................. Flor-de-seda Fonte de Feno de Qualidade para os Sertões..................................... Silo Cincho O Armazém de Forragem para a Agricultura Familiar......................... Silo de Superfície Alternativa Alimentar para Ruminantes em Secas Severas................... Introdução.................................................................................. Procedimentos............................................................................. Introdução.................................................................................. Resultados de pesquisa............................................................... Preparo do feno da flor-de-seda................................................... Escolha da área.......................................................................... Introdução................................................................................... Características............................................................................. Plantio......................................................................................... Produtividade............................................................................... Xiquexique Alternativa Alimentar para Ruminantes em Secas Severas................... Introdução.................................................................................. Preparo da silagem..................................................................... Introdução.................................................................................. Preparo do silo de superfície......................................................... Utilização animal.......................................................................... Composição química..................................................................... Resultados obtidos........................................................................ Instalações rústicas para a Caprinovinocultura........ Armazenamento.......................................................................... Construção................................................................................. Distribuição do material............................................................... Revolvimento do material............................................................. Determinação do ponto de feno.................................................... APRESENTAÇÃO Estudos recentes da EMBRAPA/Semi-Árido em 107 municípios situados nas áreas secas do Nordeste, constataram que cresce a renda dos produtores à medida que se eleva a participação da pecuária na unidade produtiva. E ainda, que o tipo de agricultura de subsistência praticado na região só oferece chances de sucesso em três a cada 10 anos, enquanto que a pecuária, por sua menor vulnerabilidade à seca, tem-se constituído no principal fator de fixação do homem no semi-árido. No entanto, a produtividade dos sistemas pecuários familiares do semi-árido é bastante baixa, principalmente, em função da ausência de práticas de gerenciamento e monitoramento dos custos de produção das fazendas e do grave déficit alimentar dos rebanhos nos períodos de seca. Não há dúvida que um dos principais impedimentos à viabilização de sistemas pecuários no Nordeste é a pequena disponibilidade de volumosos de qualidade e o manejo inadequado dos recursos forrageiros existentes. Numa região caracterizada pela marcada estacionalidade na disponibilidade de forragens, a produção, manejo e armazenamento de volumosos, voltados aos aspectos quantitativos e qualitativos, exerce uma função estratégica na lucratividade das fazendas, pela diminuição das diferenças sazonais na oferta de forragens e menor requerimento de suplementações energéticas e/ou protéicas. Ciente desses problemas, a EMPARN, em parceria com a EMATER-RN e SEBRAE-RN decidiram coordenar uma ação no Estado no sentido de capacitar seus técnicos e produtores pela participação destes em cursos específicos sobre produção e armazenamento de forragens. Esse evento constitui a primeira etapa do “I Circuito de Tecnologias Adaptadas para a Agricultura Familiar: Semanas de Ensilagem e Fenação”, que capacitará mais de 3 mil produtores de sete microrregiões do Estado em 2004. Este programa representa mais uma ação do Governo Vilma de Faria, articulada pela Secretaria de Agricultura, da Pecuária e da Pesca SAPE, com o objetivo de apoiar e tornar mais eficiente e sustentável a atividade pecuária estadual. Confirmando a importância dessa ação de Governo, participam e apóiam essa programação instituições federais, estaduais e municipais, tais como: Embrapa, Consepa, FINEP, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Fetarn, ANORC, ANCOC, SENAR, Prefeituras Municipais, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Pobreza. Guilherme Ferreira da Costa Lima Diretor Presidente da EMPARN avaliação de secadores solares cimentados (10 m x 10 m = 100 m²) paradesidratação de forragens trituradas em pequenas propriedades e tem obtido resultados bastante promissores para a agricultura familiar. Em práticas realizadas nos Campos Experimentais da EMPARN, tem-se conseguido, em média, o preparo de 2 kg de feno triturado por m² do secador. Esses secadores têm, então, uma capacidade de produção de 200 kg de feno triturado por cada vez. Considerando a possibilidade do criador realizar esse processo pelo menos, 50 vezes por ano (utilizando 100 dias/ano, em uma média de secagem de dois dias), isso resultaria numa produção de feno da ordem de 10 mil kg, suficiente para alimentar 50 caprinos ou ovinos adultos durante 4 meses de seca. Através de pesquisa desenvolvida em parceria entre a EMPARN/Banco do Nordeste/PRONAF/UFRN e UFRPE, foi comprovada a qualidade forrageira do feno triturado de capim elefante com mais de um ano de conservação em sacos. O período ideal de corte para a fenação foi de 45 a 60 dias de rebrota, o que proporcionou um rendimento de 6 t. a 8 t. de matéria seca MS/ha/corte, com 6,3% a 7,8 % de proteína bruta (PB) e digestibilidade da MS de 56% a 59%. Entre as espécies forrageiras indicadas para a produção de fenos triturados e desidratados no secador solar, destacam-se aquelas de maior porte, caules ou ramos grossos, e as que apresentam dificuldades no processo de secagem, quando expostas ao sol na forma inteira, como o capim elefante ( Schum.), os sorgos granífero e forrageiro ( L. Moench.), o milheto ( (L.) Leeke.), o sorgo sudanense sp.), culturas de sorgo e milho que, pela seca, não conseguiram completar seus ciclos, a cana-de-açúcar, na produção da sacharina, as manivas da mandioca ( ) e a própria raiz, a flor-de- seda ( L.), a maniçoba (Manihot sp.), leguminosas arbustivas, como a leucena ( ), o guandu ( ), assim como várias espécies de forrageiras nativas arbustivas e herbáceas, que, processadas no final do período chuvoso, ainda trazem a vantagem de uma rebrota rica para ser consumida. Outra alternativa, na utilização do secador solar, como ferramenta no fortalecimento de reservas forrageiras estratégicas no semi-árido, é a secagem de resíduos agroindustriais, como do sisal, do caju, do melão, do abacaxi e de tantos outros, que, na sua grande maioria, são desperdiçados. Pennisetum purpureum Sorghum bicolor Pennisetum americanum (Sorghum Manihot esculenta Calotropis procera Leucaena leucocephala Cajanus cajan Adicionalmente durante o período chuvoso, o secador solar poderá funcionar como área de captação de água, destinada ao armazenamento em cisterna. O processo de desidratação das forragens no secador, é simples, rápido e não demanda muita mão-de-obra para os sistemas de agricultura familiar, podendo ser realizado, conjuntamente, pelo trabalhador, esposa e filhos. A combinação de recursos forrageiros englobando a silagem, o feno, a palma e a cana, de acordo com a adaptação dessas espécies a cada ambiente, representa uma sólida base para edificar qualquer sistema de produção no semi-árido.· Procedimentos Escolha da Área Construção A área destinada à construção do SECADOR SOLAR deve ser preferencialmente plana, não sujeita a e n c h a r c a m e n t o e a sombreamento, isolada para evitar a presença de animais. Aquisição do material necessário para construção do secador solar, com 100 m² de área útil (10 m de comprimento por 10 m de largura) e necessidade de mão de obra. Custo de construção aproximado de R$ 800,00. DISCRIMINAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE Cimento Saco 12 Tijolo cerâmico Milheiro 1 Areia Grossa m3 2 Brita m3 2,5 Pedreiro Diária 6 Ajudante Pedreiro Diária 6 Revolvimento do material É preciso revolver a forragem ou outros materiais a serem desidratados ou secos a cada 3-4 horas, durante o dia. No Nordeste semi- árido as forrageiras próprias para fenação atingem a cura (secagem) de um a no máximo três dias com 3 a 4 revolvimentos. Distribuição do Material O material deve ser distribuído em camadas de no máximo 10 cm de altura para que o processo de desidratação ocorra com maior rapidez de forma homogênea. Camadas mais grossas não permitem uma secagem adequada. Armazenamento Depois de atingido o ponto de feno o material está pronto para ser armazenado em locais ventilados e secos, o qual poderá ser feito em sacos de ráfia, para utilização em períodos de escassez. Recomenda-se a utilização de estrados de madeira para evitar contato dos sacos com o piso ou paredes úmidas. É importante que freqüentemente o produtor verifique se não está ocorrendo aquecimento dos fenos, colocando a mão no interior dos sacos. Determinação do ponto de feno Quando o material atingir de 10% a 20% do seu peso total é alcançado o ponto de feno. E ainda quando o material não virou palha nem está suficientemente úmido para provocar fermentações. Resultados de Pesquisa Pesquisas desenvolvidas pela EMPARN avaliaram o rendimento dessa forrageira, cultivada em diferentes espaçamentos em solos aluvionais e obtiveram rendimentos da ordem de 1 t. MS/ha/corte aos 70 dias, com 20% a 22% de proteína bruta (PB) e teores de matéria seca (MS) de 10% a 12% nos espaçamentos de 1,0 x 0,5 m e 1,0 x 1,0 m, com apenas 150 mm de precipitação pluvial. Cortes posteriores, realizados com desenvolvimento de cerca de 120 dias, possibilitaram rendimentos de 3 t. MS/ha/corte e potencial para efetivação de três cortes por ano (9 t. MS/ha). Alguns autores afirmam que as folhas fenadas dessa espécie podem ser usadas na alimentação de caprinos, sem exceder 0,5 kg/dia ou misturadas a fenos de outras forrageiras, em até 50% do consumido. Outras pesquisas indicam valores de até 72% de digestibilidade da MS para o feno da flor-de-seda. Em estudos realizados em Minas Gerais, essa forragem chegou a substituir o feno de Coast Cross em até 60% na dieta de caprinos com vantagens em termos de digestibilidade da MS e da PB. Deve-se procurar colher as partes mais tenras da forrageira, pois estas apresentam melhor valor nutritivo em relação às mais lenhosas. O látex característico dessas plantas é irritante e cáustico, e em contato com os olhos causa irritação. No entanto, a recuperação é espontânea e completa, sem tratamento específico. Mesmo assim, para o corte e manejo das plantas no processo de fenação, recomenda-se cuidado para evitar contato principalmente com a boca e olhos. Alguns pesquisadores realizaram estudos toxicológicos da utilização da flor-de-seda na alimentação de caprinos, com até 60% de participação na dieta, por um período de 40 dias consecutivos, Avaliando- se os efeitos clínicos e bioquímicos. Confirmando o potencial forrageiro da espécie, esses autores concluíram que, a ingestão, na forma de feno, por caprinos adultos, não produziu quaisquer alterações clínicas, nem enzimáticas. Preparo do Feno da Flor-de-seda Área de Plantio Triturar as plantas em máquina forrageira Corte, plantas nativas ou cultivadas Transporte em carroções ou carroças Acondicionamento em sacos armazenados em locais ventilados e secos Ponto de feno em dois a três dias Espalhar em camadas de 10 cm e revirar três a quatro vezes ao dia sua indicação no preparo de silagem em pequenas e médias propriedades agrícolas, particularmente as de base familiar. O silo cincho foi introduzido no Rio Grande do Norte em 1993, pelo extensinista da EMATER Joaquim Dantas Teixeira e é assim denominado em função da semelhança de seu processo de enchimento com os cinchos ou formas usados na produção artesanal de queijos. A forma final do silo cincho é dada por um aro de metal com 50 cm de altura e três metros de diâmetro, que se utiliza inicialmente sobre o solo e que se eleva pelo efeito da compactação da forragem. Entre alguns aspectos importantes para a utilização racional do silo cincho, destacam-se: O silo deve ser planejado para curtos períodos de armazenamento (preparação no período chuvoso para utilização no período seco); O silo é indicado para criadores com pequenos rebanhos, que possam, por exemplo, armazenar dois a três cortes de suas capineiras, não utilizadas no período chuvoso; Entre as forrageiras indicadas para ensilagem figuram o milho, o sorgo e o capim elefante. A época recomendável para a colheita do milho ou do sorgo corresponde ao estádio entre grãos pastosos a farináceos. O capim elefante deve ser cortado com idade em torno de 60 dias ou com altura inferior a 1,80 m antes da floração. A prática de emurchecimento ( 12 horas de exposição do capim ao sol antes de triturar ) é indicada. A área onde será localizado o silo deve ser plana, bem drenada e selecionada em função da proximidade dos locais de alimentação dos animais. O aro metálico deverá ser montado sobre o solo nivelado e revestido com palha para evitar o contato da forragem com a terra. Não se recomenda o uso de lona plástica em lugar da palha, pois essa impede a drenagem dos líquidos da silagem (efluentes). Preparo da Silagem A forragem pode ser picada no campo ou na boca do silo. O importante é que os pedaços fiquem com tamanho entre 2 e 3 cm, distribuídos de forma homogênea em camadas de 20-25 cm para facilitar o processo de compactação. A compactação de cada camada da forragem é obtida pelo caminhar de 3 a 4 pessoas, inicialmente em círculos no centro do aro e progressivamente ampliando-se esse círculo até atingir as bordas da estrutura metálica. Dedicar especial atenção na compactação (com os pés) da forragem situada próxima à parede do silo, para que ocorra a elevação do aro e a expulsão do ar. Quando o silo atingir a altura de 2 m, deve-se efetuar o abaulamento da forragem situada no seu topo, de modo a permitir uma melhor aderência da lona de cobertura à forragem. Neste ponto, o silo estará praticamente pronto, bastando que o aro metálico seja retirado e se proceda a abertura de uma vala para fixação da lona de cobertura. Silos menores com 1,0 a 1,5 m podem ser feitos se o produtor não tiver forragens suficientes. Utilizar réguas e marcas na parede do silo para controlar a subida do aro de forma uniforme e corrigir os desníveis intensificando a compactação nas áreas em que o aro estiver com menor elevação. Uma vez concluída a construção do silo, este deve ser isolado para evitar a presença de animais que possam danificar a lona, vindo a comprometer a qualidade ou até mesmo ocasionar a perda da silagem. Os silos devem ser inspecionados regularmente e o produtor deve ter disponível pedaços de lona e cola para reparar eventuais perfurações. Utilizar lona plástica de espessura 200 micra e tamanho 8 x 8 m para cobrir o silo, fixando-se primeiro a lona no topo com cordas ou cordões e a seguir, de cima para baixo realiza-se a expulsão do ar, até a vedação final na base, fixando-se as extremidades da lona dentro da vala com cobertura de areia. A abertura do silo poderá ser realizada quando transcorridos pelo menos 30 dias de sua conclusão. Durante o uso da silagem deve-se ter o cuidado de eliminar as partes estragadas por mofo e exposições à água e ao ar. A retirada da silagem deverá ser em fatias no sentido vertical, acondicionada em carros-de- mão, sacos ou outros depósitos e conduzida ao local de fornecimento aos animais. quantidades maiores que 10 toneladas de forragem. Esses silos podem ser alocados próximos à área de produção da forragem ou de arraçoamento dos animais sem necessidade de construções rurais. Esses locais preferencialmente devem apresentar um pequeno declive e não estarem sujeitos a encharcamento. No dimensionamento do silo deve-se considerar sua largura entre 5,0 a 5,5m e altura de 1,2 a 1,5 m. O comprimento varia em função do volume de forragem que se deseja armazenar. Não é recomendável construir silos muito grandes. Em termos referenciais, um silo construído com 13 m de comprimento, 5 m de largura e 1,5 m de altura, proporciona armazenamento de 35 a 40 t de silagem. Preparo do Silo de Superfície O sorgo, o milho e o capim elefante são as forrageiras mais indicadas para ensilagem. A época recomendável para a colheita das duas primeiras forrageiras, corresponde ao estádo de grãos pastosos a farináceos. O capim elefante deve ser cortado com idade em torno de 60 dias ou com altura inferior a 1,80 m antes da floração. A prática de deixar o capim exposto ao sol por 12 horas antes de triturá-lo é indicada. Demarcar a área da base do silo utilizando piquetes nas extremidades e os unindo por um barbante para manter o alinhamento das laterais. Proceder a cobertura do terreno demarcado com palhas para evitar o contato direto da forragem com o solo. Não utilizar lonas plásticas, pois estas impedem a drenagem dos líquidos da silagem (efluentes). retangular Espalhar a forragem em toda a extensão do silo, em camada uniforme de 20-25 cm de espessura para facilitar o processo de compactação.Cada uma das camadas subseqüentes deverá ter sua largura reduzida, pela diminuição de 15 cm em cada lateral, de maneira a ir dando a forma de trapézio invertido ao silo. Cada camada de forragem deve ser criteriosamente compactada. O trator deve ser operado em velocidade lenta, com movimentos de ida e vinda em toda a extensão do silo. Com o aumento da altura do silo, deixar uma inclinação suave em suas extremidades para facilitar o trabalho do trator durante a descarga e compactação da forragem. A forragem pode ser triturada no campo ou junto ao silo, em partículas de 2 a 3 cm de tamanho, utilizando-se máquinas forrageiras ou colheitadeiras. O material picado é então depositado no silo. Nesta ocasião, se forem utilizados aditivos como uréia (0,5%), melaço (3%) entre outros, estes devem ser muito bem misturados à massa de forragem. O silo ao atingir 1,2 a 1,5 m de altura, deve ter as rampas de suas extremidades preenchidas com forragem e sofrerem compactação com os pneus dianteiros do trator. Em seguida efetua-se o acabamento e nivelamento manual de toda a superfície da massa de forragem armazenada, utilizando-se ancinhos e enxadas. Abrir uma valeta de 20 cm de largura por 10 cm de profundidade em todos os lados do silo para fixação da lona de cobertura. De preferência esta lona, deve possuir espessura de 200 micra, e dimensões de comprimento e largura 3 m maiores que a base do silo. Para expulsar o ar remanescente, melhorar a compactação e a proteção do silo, este deve ser recoberto com uma camada de terra, iniciando-se pela extremidade já fechada, até atingir a outra extremidade que permanecia aberta. Esta prática aumenta a longevidade da lona por protegê-la da ação direta dos raios solares. Após a conclusão do silo, este deve ser isolado para evitar que a presença de animais possa danificar a lona e comprometer a qualidade ou até mesmo ocasionar a perda da silagem. Os silos devem ser inspecionados regularmente, a fim de verificar se existem perfurações na lona e consertá-las. A lona deverá ser estendida cobrindo toda a extensão do silo com uma sobra de pelo menos 0,5 m em todos os lados, para facilitar a sua fixação. Este processo tem inicio trabalhando-se na lateral que está a favor do vento, fixando-se a lona na valeta com areia. Após isso, procedimento similar é adotado na lateral oposta e em uma das extremidades. A abertura do silo poderá ser realizada quando transcorridos pelo menos 30 dias após sua conclusão. Durante a utilização da silagem deve-se ter o cuidado de eliminar as partes estragadas e mofadas. A retirada da silagem deverá ser feita em fatias no sentido vertical, acondicionada em depósitos (carro-de-mão, sacos, carroções) e transportada ao local do fornecimento. Plantio O p l a n t i o d o xiquexique como reserva ecológica e forrageira contribui para minimizar a degradação da caatinga e pode ser feito com estacas de 50 cm de comprimento, em covas d e 1 5 c m d e profundidade, no sentido vertical, em solos com baixa fertilidade. Produtividade Resultados de pesquisa obtidos pela EMPARN no Campo Experimental e de Produção de Cruzeta/RN, com plantio do xiquexique por estaquia com idade de 6,5 anos, apresentaram, no espaçamento 1,5 x 1,0 m uma produtividade média de 5.250 kg de forragem verde e 1.008 kg de matéria seca e, no espaçamento 1,0 x 1,0 m, de 5.900 kg de forragem verde e 1.120 kg de matéria seca por hectare. Utilização Animal Na caatinga, a colheita do xiquexique é feita manualmente pela retirada das brotações laterais, utilizando-se o facão e gancho próprio, tendo-se o cuidado de preservar o caule principal. Posteriormente, o material colhido é transportado até o local de fornecimento aos animais, onde serão queimados os espinhos por intermédio do lança-chamas a gás butano. Esse processo poderá ocorrer de forma inversa, ou seja, após a colheita, a queima dos espinhos antes do transporte. Transcorridas 12 horas da queima dos espinhos, tritura-se o material colhido em máquina forrageira e fornece-se aos animais. Em função da suculência do material, é recomendável associá-lo a outros alimentos ricos em fibra e proteína, a exemplo de silagem e concentrados. Matéria Seca ................................ Proteína Bruta ............................. Extrato Etéreo ............................. Fibra em Detergente Neutro ........ Cálcio ........................................... Fósforo ......................................... 12% a 20% 5,00 0,90 40,00 2,50 0,08 Composição Química Matéria Seca (%) Ganho de peso GARROTAS (250 kg)   Consumindo 50% (Xiquexique) + 50% (Silagem de Sorgo) + 1,7 kg (Concentrado) Consumindo 75% (Xiquexique) + 25% (Silagem de Sorgo) +1,7 kg (Concentrado) Ganho de Peso Vivo (kg/dia) = 0,45 Ganho de Peso Vivo (kg/dia) = 0,40 Resultados Obtidos Produção de leite VACAS (520 kg)   Consumindo 25% (Xiquexique) + 45% (Silagem de Sorgo) + 30% (Concentrado) Consumindo 50% (Xiquexique) + 20% (Silagem de Sorgo) + 30% (Concentrado) Produção de leite (kg/dia) = 15,26 Produção de leite (kg/dia) = 14,72 Preserve e multiplique o Xiquexique. Ele é uma reserva natural de água e forragem. suspensos), cochos, plataformas de ordenha, utilizando-se material da propriedade (varas, estacotes) constitui-se numa alternativa viável para o pequeno criador que não dispõe de recursos para construir essas alimento contido nas mesmas. instalações com madeira serrada. A utilização de fenis ou manjedouras (fixos ou suspensos) para administrar capim fresco ou em forma de feno, plantas de sorgo, milho, capim elefante, leucena e outras leguminosas nativas e cultivadas, evitará que os animais consumam o alimento contaminado por fezes, urina, poeira e germes encontrados no piso do chiqueiro. Cochos de formato triangular e/ou retangular (fixos ou suspensos - 2,00 a 2,50 m de comprimento X 0,20 a 0,30 m de altura) (Figura 2a) também poderão ser construídos com varas e estacotes amarrados com arame fino para administrar alimentos como silagens, plantas de milho, sorgo, capim elefante e leucena triturados. Os cochos acima descritos também poderão ser utilizados para o fornecimento de concentrados, desde que se aplique uma camada de barro no fundo a fim de vedar as frestas entre as varas (como em casas de taipa). Recomenda-se construir instalações suspensas e móveis para evitar que os animais entrem, pisem, e defequem nos cochos, o que representa uma fonte de contaminação dessas instalações e conseqüentemente, do Figura 1. Cabras em alimentação com forragens ofertadas em fenil de vara. A construção de cochos móveis (em balanço) de madeira serrada (tábuas, barrotes) (Figura 2b) com formato triangular, trapezoidal ou retangular também se apresenta como alternativa viável para o fornecimento de alimentos, tanto para caprinos como para ovinos. Os de formato triangular dificultam ainda mais a entrada dos animais, pelo fato de não possuírem uma base de apoio. Uma plataforma de ordenha (Figura34) também pode ser construída a partir de materiais existentes na propriedade (varas, estacotes). Ela p o d e s e r m i s t a , utilizando-se caibros e ripas inservíveis para outras instalações. U t i l i z a n d o e s s a instalação o ordenhador melhora sua postura e o leite fica menos sujeito a contaminação pelo fato de não f icar próximo do piso do chiqueiro, contribuindo p a r a m e l h o r a r a qualidade do leite. Figura 3. Plataforma de ordenha confeccionada com varas, estacotes, caibros e ripas usadas. Figura 2. a. Cocho móvel (em balanço) de madeira serrada. b. Cocho triangular confeccionado com varas e estacotes amarrados com arame. a b Os bebedouros (Figura 4a,b) se constituirão em fontes de contaminação se não for feita a higiene adequada, representando um sério problema sanitário para o rebanho face à fácil dispersão de verminoses, especialmente para os animais jovens. Deve-se dar preferência àqueles em que a limpeza possa ser feita com freqüência. Nas propriedades nas quais existem reservatórios (caixas d'água), pode- se utilizar bebedouros feitos com depósitos vazios de óleo lubrificante (acima de 20 litros) ou em tubos de PVC (150 a 200 mm) munidos de bóia para restabelecer o nível da água após o consumo de cada animal. Os saleiros (Figura 5) podem ser confeccionados de vários tipos e formatos. Uma das formas mais baratas e ecologicamente corretas de fornecimento de minerais aos animais é a ut i l i zação de um pneu pendurado na posição vertical, colocando-se o sal na parte interna. O saleiro deve ser colocado embaixo de uma cobertura para evitar que no período chuvoso, o produto que está à disposição dos animais fique úmido. Figura 4. a. b. Bebedouro confeccionado artesanalmente em PVC de 15mm, e em depósito descartável de plástico a b Figura 5. saleiro de “pneu”, barato e ecologicamente correto.
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