Baixe Mecânica dos Solos II - Apostilas - Agronomia Part1 e outras Notas de estudo em PDF para Agroflorestal, somente na Docsity! Universidade do Oeste de Santa Catarina
UNQESC - Jha
Centro Tecnológico
Curso de Engenharia Civit
o
Apostila de Mecânica dos Solos II
Professora: Laila Valduga
Joaçaba, 2º semestre de 2003.
Sumário
Capítulo 01....... Empuxos de terra
Capítulo 02....... Muros de arrimo
Capítulo 03....... Estabilidade de taludes
Capítulo 04....... Investigação do subsola
Capítulo 05.....:: Permeabilidade dos solos
Capítulo 06....... Fluxo Págua utravés dos solos
Capítulo O7....... Redes de fluxo e barragens de terra
Da figura:
o, =x
Op=kxao,=hkxyxz
sendo k = coeficiente de empuxo.
Existem três tipos de coeficientes de empuxo:
“= No repouso (K 0);
= Ativo (ka);
“Passivo (k 5).
2.1) Coeficiente de empuxo-no:repouso:
O coeficiente -de repouso K o exprime a relação entre o n e o v quando não
ocorrem deformações horizontais na massa de solo.
Figura 02 — Empuxo no repouso,
G,=kpxo,=kXxyxz
2.2) Coeficiente de empuxo ativo:
Caso a parede se deslocar, afastando-se do maciço, ocorre um alívio nas tensões
horizontais. Esta nova situação corresponde à condição de empuxo ativo.
translação da parede
Figura 03 — Empuxo ativo.
Valor mínimo: c=k,xo,
2.3) Coeficiente de empuxo passivo:
Caso a parede movimente-se em direção ao maciço, a tensão horizontal sofre
um acréscimo, até atinglr um valor máximo. Esta situação caracteriza a ocorrência de
empuxo passivo,
transtação da parede
Figura 04 — Empuxo passivo,
3
Valor máximo; op=k,xo,
2.4) Resumo :
Com base nas definições acima, pode-se expressar a seguinte relação entre os
coeficientes de empuxo:
k <k<k
3) Teoria de Rankine:
A teoria-de Rankine pressupõe-que a:massa de:solo-está-no “estado ce equilibrio
plástico”, ou seja;:que. cada uma de suas-partes-está a ponto de romper,
3.1) Hipóteses fundamentais:
“ Solo é homogêneo e isotrópico;
“ Superfície de ruptura plana;
"Válido o critério de Mohr;
« Não há pressões de percolação;
"Movimento livre no anteparo;
= Não há atrito solo x muro;
» A cunha de ruptura comporta-se como um corpo rígido, suportando
translação.
logo:
Egas
tang | tang
xNç do xNs
e
6,76, XN, +2x0x/N,
3.2) Solos não coesivos:
Como nas solos não coesivos a coesão é nula (c = 0), tem-se que:
m=0,xNy
3.2.1) estado ativo:
No estado ativo, 4B se afasta do terrapleno,
posição original do
«anteparo
Figura 07.
AB = anteparo; BC = superfície de ruptura.
7
q =, =yxH
o,=0,=k,xyxH -k,xo,
k Lais 1 ias — 3)
N, Z
o o
O empuxo ativo total é igual a área do triângulo ABD:
b, nte
O ponto de aplicação de E, ocorre no centro geométrico do triângulo, ou seja,
1/3 Ha partir da base.
A direção de E, é horizontal e o sentido de E; é contra a contenção.
3.2.2) estado passivo:
No estado passivo, 45 se desloca contra o terrapleno.
S
posição original do
anteparo
Figura 08.
&
AB = anteparo; 8C = superfície de ruptura.
oo ck, xyxH
q,=0,=yx4 (superfície horizontal)
x
Cr N,= Gamê[ as” +8)
o: N 2
OQ empuxo passivo total é igual a área do triângulo ABD:
£ Der |
“2
O ponto de aplicação de Ep ocorre no centro geométrico do triângulo, ou seja,
1/3 Ha partir da base,
A direção de E, é horizontal e o sentido de E, é contra a contenção,
3.2.3) comparativo:
Comparando-se k; com kp, verifica-se que:
k. - tani(as* 4) < k = tan?[ 45º ! )
a 3 n 5
N &
=
LA
À profundidade das fendas pode ser definida por:
pata 0,=0 XZ=2p
yxz=2xexyN, >
E o empuxo ativo total é:
ucá
LE, =[ C,xÓz
1 1º IxexHxyN,
E, ==xyxW' x— A
are eg X,
é
a Altura crítica:
Para um empuxo ativo igual a zero, a altura do talude é chamada de altura
crítica (H cio):
yxH2, = 2xexHx
2xN, No
Ha dee, VM =2XZ,
12
A altura crítica corresponde à máxima altura para que um talude vertical seja
estável sem a presença de um anteparo.
3.3.2) Estado passivo:
G=0,=/xz D=0,
—
O XN, tixex Ns
= pxraN, +2xexN,
E o empuxo passivo total é:
T
í o,xôz
: 1 , mo
Ly =qxpxHxN,+2xexH xy Ns
3.3.3) Caso de sobrecarga uniformemente distribuída:
Figura 11.
13
G=0,=IX2+tg =,
O;
»
=(pxz+g)xM, +2xex JN
E o empuxo passivo total é:
b, =[o,x6z
E, err xN, +qxHxN, c2xextx/N,
E o ativo:
. ET
E, =], ouxóz
£, =SxpaHt a, +qxHxN, -2xexH x Ns
4) Teoria de Coulomb:
As hipóteses fundamentais da Teoria de Coulomb são similares às de Rankine,
com a diferença que passa a se considerar o atrito existente entre o solo e o muro
de arrimo (anteparo).
Em função disso, o dimensionamento com a Teoria de Coulomb conduz a obras
mais econômicas,
Os coeficientes de empuxo ativo e passivo são determinados a partir de
equações que descrevem o equilíbrio de uma cunha de solo.
14
Do equilíbrio da cunha ABC vem:
oa ;
K =p xx
v
O coeficiente de empuxo ativo k, é obtido com o plano de ruptura que conduz ao
menor valor de Ep:
sen? (cr + 46)
bp = DDD
[ [sento + 5) x sen(g —
sen? axsen (a—6)xil- |- K —
L sen(a — 5) x sento: + à)
4.2) Solos coesivos:
Neste caso, é = 0, 5= 0 e há somente coesão.
4.2.1) Estado ativo:
Para superfície do terrapleno horizontal e talude vertical.
Figura 14.
17
Do equilibrio da cunha ABD vem, segundo AD:
L,xcosa+C-Pxsena 0
Onde:
C = resultante da reação do terreno.
Como:
CoexAD= ext
sena
po lumxBDxp = E.
2 Zxtana
Co yxH? o exH
E, = Pxtana - DT
cosa 2 sen dr x COS
E cyxm 2xexH
º 2 sen 24
—-lxexH
Ea máximo > quando q = 45º > 4, = a
5) Processo gráfico de Culmana:
O método de Culmann é um processo bastante geral, que permite o cálculo do
empuxo ativo de solos não coesivos para quaisquer situações de superficie do
terrapleno, tipos de sobrecargas e tardoz .
18
Para este processo gráfico consideraremos que:
a)
* A superfície de ruptura passa pelo bordo inferior interno da contenção
(ponto A da figura 15):
” LTseráa linha de taludes;
« 1PTseráa linha de pressões de terra.
Figura 15.
divide-se o terrapleno em um número qualquer ce cunhas passando pelo
ponto A (geralmente, por pontos de inflexão da superfície, carregamentos
aplicados, etc.);
19
o
e
e
8
Muros de arrimo
Puros de Arrimo
1) Definição e tipos:
Muros de arrimo são estruturas destinadas a conter massas de solo, cujos
paramentos se aproximam da posição vertical.
Os materiais mais comumente empregados para tal fim são:
. Alvenaria de pedras ou de tijolos;
* Concreto simples, ciclópico ou armado;
e Ago.
Os principais tipos de-muros de arrimo são:
1.1) Gravidade: «Tm
Figura 01 = Muro de arrimo à gravidade.
São muros feitos com material de custo mais baixo, nos quais são usados
grandes volumes de material. São bastante econômicos.
1.2) Cantilever ou perfil simples:
São muros executados em concreto armado, são mais esbeltos e trabalham à
flexão.
Figura 03 = Muro de arrimo tipo cantilever ou perfil simples.
Entretanto, a parcela de força correspondente ao empuxo passivo nem sempre é
completamente mobilizada. Logo, pode-se definir a segurança ao escorregamento
como;
FarE
Fromm E e Penis = EP
En
onde:
FesNxtanó
NaP+Es
3 = ângulo de atrito solo x muro (adotar 5 = 2/3 4)
2.3) Segurança quanto à pressão excessiva na base:
A ação combinada do empuxo ativo e do peso do muro de arrimo geram, na
base, uma distribuição de tensões aproximadamente trapezoidal (figura 07).
Figura 07,
a
Esta distribuição trapezoidal de pressões implica em que a força normal N na
base do muro apresente uma excentricidade (figura 08).
Figura 08.
A força normal N deve situar-se preferencialmente dentro do terço médio da
base (e < 1/6). Isto evita o aparecimento de tensões de tração na fundação do muro
(neste caso, N atua dentro do núcleo central de inércia da base).
Assim, em função do valor de excentricidade e, a distribuição de tensões na base
pode assumit duas configurações:
a) e<1/6:
“Amã 9 min
Para e = |/6, a distribuição de tensões será triangular.
be>I/6:
Neste caso, N atua fora do núcleo central de inércia, ou seja, haveria uma região
de tração. Os esforços nessa região de tração devem ser desconsiderados.
G mix
2 2xN
Inês E aa
Para a verificação das pressões na base, duas condições devem ser satisfeitas:
mis Edo 7
Anísio PE q
dus SIG
onde q é a tensão admissível do solo de fundação. O valor de q pode ser obtido
através das teorias clássicas de capacidade de suporte (7 = f (cb) ou de
correlações com ensaios de campo (SPT, por exemplo),
3.2) Tipo semi-gravidade:
“1 an Sa
vera >30 em egos)
ba(Lazba
23
3.3) Tipo cantilever:
1 1
E te —xH
w aq Z
valzas)at
23
3.4) Tipo contraforte:
4) Drenagem:
Uma boa drenagem é fundamental para a segurança de qualquer estrutura de
contenção. Através dela, se evita o acúmulo de água no terrapleno (ou terreno
arrimado).
Normalmente, um muro de arrimo não é dimensionado para suportar pressões
d'água, em razão do alto custo que isto representaria, e em função disto a drenagem
se faz necessária.
Um exemplo de sistema de drenagem está na figura 10,
“Material
granular
ara areno
Figura 10.
Para o dimensionamento de drenos, pode-se adotar os-seguintes critérios:
CHI o o e
80 em
80 cm
100 em 100 cm
Figura li.
Estabilidade de Taludes
1) Introdução:
Por talude entende-se uma superficie inclinada que limita um maciço, seja ele
rochoso ou de solo,
Define-se como escorregamento ou ruptura de um talude um deslocamento
rápido de uma certa parte do talude, onde o centro de gravidade da massa em
movimento avança numa direção orientada para fora e para baixo,
Na figura 01-está um esquema de ruptura.
Crista
É 2u Copo
Figura 01.
2) Causas de escorregamento:
Em um talude tem-se dois tipos de esforços:
* Atuantes (Ta);
« Resistentes (t.),
A superficie potencial de ruptura indica a superfície na qual a razão entre à
tensão cisalhante e a resistência ao cisalhamento corresponde a um valor máximo.
Superfície potencial de
ruptura ms,
B
Figura 02,
Dentre as forças que tendem a instabilizar um talude, a mais importante é a
ação da gravidade. Entretanto, diversas causas podem levar um talude a ruptura,
tais como:
2.1) Causas externas:
. Mudança na geometria do talude: inclinação e/ou altura;
“ Aumento da carga atuante: na borda superior do talude;
*— Abalos sísmicos: força tangencial, liquefação de areias fofas saturadas.
22) Causas internas:
e Variação do nível d'água:
» A saturação de solos granulares faz desaparecer a coesão fictícia tos
mesmos;
> Aumento da densidade;
= Aumento da pressão hidrostática;
= Rebaixamento rápido do nível d'água: força de percolação.
e Diminúição da coesão com o tempo: percolação lixivia- os elementos
aglutinantes (elementos químicos).
Opondo-se à tendência de instabilização do talude tem-se a ação das forças
resistentes. Estas forças são representadas pela resistência ao cisalhamento do solo,
a qual pode ser analisada com o critério de Mohi-Couúlomb:
[
H Pote c+gs tap e e
. tt -— eg e
y "ds
o — |
) +
No Os g; o
Figura 03.
Onde:
c = coesão;
o = pressão efetiva normal (o = 1);
tan 4 = coeficiente de atrito.
-(eruguos) SOJUSWBBSLIODsa SP SetopeSNeo sOUSUIQUE; & sEquSby - TO BJSdeL
eoggLiodsa cpSejanbry
sogiã
sop OfpuEpa! BIT
opeinjes
opeisa “ejos
“Ipe no eus Brody]
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Cuaueuyjesio op
seJepnue:biaa | oumbe: *epejusuuo
saçsue] se eusunt pod
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& GRSS00 É Inuuig
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OjuIByjesID Sp
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SogoeopOLU Enpora
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jerajeu Jenbient epueib wo amsous SEO!UQIIS] sagsua |
ap opnfug o oqustuny SOJUSUIHAOW
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OJUSLUBUf2sI Sp apni2] Op jpusgew ap sagáBiado
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OBS200 E INUHUIG enbiy opSeguo? usBensa
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sipluadns sepeieo
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seu OjOS OU ende ap ESDYIS BISIP D BIS Ojabop a ojos
BDUZISSS! E INUNRUIG
apepquenh e Buouny
seunt seaou ojsô
0B5302 ep oBónuuna |zipoid s sejueispe BpPSBpeIp Loca op cpÍeuuO! E Opitap epeso)
segunf se ehiey enfo ep opsuedxg
epnjea op ouaminbo anbeje
sagõe sausbe op ajusfe
ap segópuco ce jnandeosns equsbe op stuonN
Sep COS; EZSIMEN opõe ap Spepijepow | op jpDIm esnes
se gos soyaia SIPI [BLISJLW
5.3) Rastejo (creep):
À velocidade é de aproximadamente 30 cm/década e a massa de solo que rompe
não é bem definida. Resulta da ação combinada da gravidade com outros agentes
(mudanças de temperatura e umidade, por exemplo).
Figura 06.
6) Métodos para análise de estabilidade em taludes de terra:
6.1) Método de Culmann:
Apresenta as seguintes hipóteses básicas:
* Superfície de ruptura plana passando pelo pé do talude;
e No plano de ruptura, o ângulo de atrito (4) é considerado zero: cx O
“e Possui uma distribuição uniforme da coesão ao longo do plano de ruptura
4
Figura 07.
Já que a análise da estabilidade é feita em função das forças atuantes e das
forças resultantes, precisamos defini-las,
* Força atuante: é a componente do peso da cunha deslizante segundo AD,
A força peso, de acordo com a figura 07, é:
P=pxtárea da cunha) =p x tax
r= Es x sen(i — 8)
sen7
Po=lxpx x Es sen(i 8)
2 send sen/
E a componente do peso segundo 4D é:
Pap = Pxsen
sen 8
1 Hº
Pap -oxpxD senti — 8) x E
ea r send (=) sen &
e" Força resistente; é a força coesiva total.
C=exL=ex H
sen 9
Na condição ce ruptura iminente, a força resistente é igual a força atuante, ou
seja, Pap = €:
ex -Lyyx nº x Semi 8)
sen$ 2 send
xp xH xsen(i— pyx MA
seni
1)
Béa única variável em (1). Logo, a superfície crítica de deslizamento (mais
perigosa), definida por Bei , é obtida anulando-se à derivada primeira de (1) em
relação a B;
de LorxH dsen(i- pjxsenf] 0
8 2 sento 8
enti= Do xsen =sen(i — B)x cos — cost — B)sen 8 = 0
€;
seno: -9)=0 qu sen(i-- 8 -=sen(i-28)=0
i-28=0
logo:
13