Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

O transistor bipolar de potência:, Notas de estudo de Tecnologia Industrial

PARA O CONHECIMENTO NA ELETRONICA

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 16/09/2008

vanessa-moraes-1
vanessa-moraes-1 🇧🇷

5

(1)

6 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe O transistor bipolar de potência: e outras Notas de estudo em PDF para Tecnologia Industrial, somente na Docsity! Aula 4: Chaves Semicondutoras de Potência – O transistor bipolar de potência Eletrônica Industrial 1 O transistor bipolar de potência: O transistor bipolar de potência foi o primeiro dispositivo semicondutor de potência controlável no disparo e no bloqueio. Diferentemente do transistor de sinal, o transistor de potência tem uma orientação vertical de sua estrutura de camadas. Esta estrutura proporciona uma área maior através da qual a corrente flui. Figura 24 – Diagrama da estrutura de um transistor bipolar de potência. Os primeiros transistores de potência tinham como principal limitação em aplicações de potência à baixa velocidade de comutação. Esta "lentidão" com que o componente, ao ser ligado ou desligado, atravessava a sua região ativa implicava em excessiva dissipação de potência sobre o mesmo. Quando as melhorias tecnológicas permitiram realizar tal operação em tempos da ordem de poucos microsegundos, o transistor bipolar de potência começou a ganhar um maior número de aplicações vindo a substituir os tiristores em grande número delas. O transistor bipolar de potência é um dispositivo semicondutor de três camadas, pnp ou npn, com duas junções pn, uma junção base-coletor (J1) e uma junção base- emissor (J2), de acordo com a Figura 25. Dentro da faixa de operação da região ativa, a corrente de coletor (IC) é função do ganho do transistor e de sua corrente de base (IB). Isto implica que qualquer mudança na corrente de base corresponde a uma mudança amplificada na corrente de coletor, para uma dada tensão de coletor-emissor (VCE). A relação entre estas variáveis é dada por, C BI Iα= (4.27) Aula 4: Chaves Semicondutoras de Potência – O transistor bipolar de potência Eletrônica Industrial Prof. Mário Lúcio da Silva Martins Unidade I - 36 (a) (b) Figura 25 – Diagrama do transistor bipolar de potência. (a) Transistor npn; (b) Transistor pnp. De acordo com a Figura 24 os terminais principais conectados ao circuito de potência são o coletor (C) e o emissor (E), sendo que o sinal de controle do dispositivo é aplicado ao terminal da base (B). A. Princípio de funcionamento A operação normal de um transistor é feita com a junção J2 (base-emissor) diretamente polarizada, e com J1 (base-coletor) reversamente polarizada. No caso de transistores npn, os elétrons são atraídos do emissor pelo potencial positivo da base. Esta camada central é suficientemente fina para que a maior parte dos portadores possua energia cinética suficiente para atravessá-la, chegando à região de transição de J1. Nesta região os portadores são atraídos pelo potencial positivo do coletor, Figura 26. O controle da tensão VBE determina a corrente de base, IB, que, por sua vez, se relaciona com a corrente de coletor IC pelo ganho de corrente do dispositivo. Figura 26 – Operação do transistor bipolar de potência. B. Curva característica. A curva característica de um transistor de potência npn (IC versus VCE) é mostrada na Figura 27. Existem três regiões de operação de um transistor: a região de corte (bloqueio), a região ativa, e a região de saturação. Na região de corte o transistor Aula 4: Chaves Semicondutoras de Potência – O transistor bipolar de potência Eletrônica Industrial Prof. Mário Lúcio da Silva Martins Unidade I - 39 Operação Segura. Observa-se que a área de operação segura é limitada por quatro curvas: (1) a fronteira definida pela letra ‘a’ representa a máxima corrente de coletor capaz de ser conduzida pelo dispositivo; (2) a fronteira definida pela letra ‘b’ representa a máxima potência dissipável pelo transistor (limitação térmica); (3) a fronteira definida pela letra ‘c’ representa a máxima potência suportada pelo transistor; e, (4) a fronteira definida pela letra ‘d’ representa a máxima tensão suportada pelo transistor. Para operação do transistor em modo de condução contínua, normalmente na região ativa, a área de operação segura é representada pela região em cinza no gráfico da Figura 28(a). Para operação do transistor como chave a corrente de coletor através do transistor apresenta um comportamento pulsado. Devido à existência de capacitâncias térmicas intrínsecas ao silício e o encapsulamento, a área de operação segura pode ser expandida de acordo com o período em que os pulsos de corrente de coletor ocorrem. Para pulsos repetitivos deve-se analisar o comportamento térmico do componente para uma dada aplicação. Para o caso de um único pulso não-repetitivo, a expansão da área de operação segura pode ser utilizada diretamente. (a) (b) (c) Figura 28 – Área de Operação Segura do transistor bipolar de potência. (a,b) Teórico. (c) Transistor FJP3307D (8A/400V). Aula 4: Chaves Semicondutoras de Potência – O transistor bipolar de potência Eletrônica Industrial Prof. Mário Lúcio da Silva Martins Unidade I - 40 A Figura 28(b) mostra uma curva característica de um transistor e a sua área de operação segura. D. Características estáticas. Considerando-se que o transistor opere em baixas e médias freqüências, quase toda a perda do transistor é dada pelas suas perdas em condução. Nestas circunstâncias as perdas são definidas como, ( ) ( )T on C CE onP i v= (4.28) Onde a corrente através do coletor, iC, e a tensão sobre o transistor, vCE(on), podem variar no tempo. O modelo do transistor em condução pode ser o mesmo utilizado pelo diodo, mostrado na Figura 21(a) onde o transistor é modelado por uma queda de tensão constante. O modelo da Figura 21(b) representa o transistor por uma queda de tensão constante somada à queda proporcionada pela resistência de condução do transistor. Portanto, ( ) ( )CE on CEov t V= (4.29) Ou ( ) ( ) ( )CE on CEo Tv t V r i t= + (4.30) (a) (b) Figura 29 – Modelos estáticos para transistor bipolar de potência. (a) Queda de tensão constante; (b) Queda de tensão em função da corrente. E. Características dinâmicas. Uma junção pn diretamente polarizada exibe duas capacitâncias paralelas, uma capacitância da camada de depleção e uma capacitância de difusão. Por outro lado, uma junção pn reversamente polarizada tem apenas a capacitância da camada de depleção. Sob condições de regime permanente (condução), essas capacitâncias não têm qualquer Aula 4: Chaves Semicondutoras de Potência – O transistor bipolar de potência Eletrônica Industrial Prof. Mário Lúcio da Silva Martins Unidade I - 41 importância. Entretanto, sob condições transitórias, elas influenciam o comportamento do transistor na entrada em condução e no bloqueio. O circuito no qual o transistor se encontra conectado determina a corrente de coletor que flui durante o estado de condução do transistor. O valor de corrente de coletor e o valor do “tempo de vida”* dos portadores determinam à quantidade de carga que deve ser armazenada para manter o transistor em condução. A partir do ganho do transistor pode-se estabelecer qual a mínima corrente de base necessária para manter a distribuição de cargas armazenadas no dispositivo. Valores de corrente de base em excesso irão aumentar rapidamente a distribuição de cargas armazenadas, encurtando o tempo de transição entre o estado de bloqueio e o estado de condução. (a) (b) Figura 30 – Formas de onda para entrada em condução do transistor bipolar de potência. Considerando-se e que o transistor do circuito da Figura 30(a) encontra-se no seu estado de bloqueio e inicia o processo de entrada em condução, no período de tempo definido como atraso de entrada em condução (turn-on delay time, td(on)), não há crescimento de cargas armazenadas porque uma tensão negativa encontra-se através da capacitância da junção base-emissor (J2). Esta tensão deve ser descarregada e a junção base-emissor deve ser polarizada diretamente para que a injeção de portadores inicie. Durante este intervalo somente corrente de base flui através do transistor, Figura 31 * Pode-se definir o “tempo de vida” de um portador como o tempo médio necessário para que o elétron ou a lacuna sejam “neutralizados” pela consecução de uma ligação covalente. Em muitos casos pode-se considerar o “tempo de vida” de um portador como uma constante do material. No entanto, especialmente nos semicondutores de potência, esta não é uma boa simplificação. Aula 4: Chaves Semicondutoras de Potência – O transistor bipolar de potência Eletrônica Industrial Prof. Mário Lúcio da Silva Martins Unidade I - 44 transistor. O processo tem início com a remoção abrupta ou gradual da corrente de base. Por um intervalo determinado como ts, a corrente do coletor permanece inalterada, enquanto que a carga é removida do transistor, Figura 33(a,b,c). Após este intervalo, o transistor entra na região de quase-saturação e a tensão através dos terminais coletor- emissor passa a aumentar gradualmente, Figura 33(d,e,f). Este intervalo é definido como trv1. Quando a distribuição de carga é reduzida à zero, o transistor entra na sua região ativa e a tensão coletor-emissor aumenta rapidamente até alcançar o valor da tensão da fonte Vd, no intervalo trv2, Figura 33(g,h,i). Após a tensão no transistor alcançar o valor da tensão da fonte Vd a corrente do coletor passa a decrescer linearmente até zero, intervalo tfi, Figura 33(j,k,l). A partir daí, o transistor entra na região de corte (ou bloqueio) e a capacitância formada na junção base-emissor adquire uma carga negativa. A partir deste instante o transistor encontra-se em bloqueio, Figura 33(m,n,o). Figura 32 – Formas de onda para bloqueio do transistor bipolar de potência. Aula 4: Chaves Semicondutoras de Potência – O transistor bipolar de potência Eletrônica Industrial Prof. Mário Lúcio da Silva Martins Unidade I - 45 (a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) (h) (i) Aula 4: Chaves Semicondutoras de Potência – O transistor bipolar de potência Eletrônica Industrial Prof. Mário Lúcio da Silva Martins Unidade I - 46 (j) (k) (l) (m) (n) (o) Figura 33 – Etapas para bloqueio do transistor bipolar de potência. F. Conexão Darlington. Uma camada de base relativamente espessa reduz o ganho de corrente do transistor bipolar. Valores típicos para o ganho nestes casos encontram-se entre 5 e 10. Estes valores são indesejavelmente pequenos para muitas aplicações e, deste modo, associações monolíticas de transistores conectados em configurações ‘Darlington’ são colocadas à disposição pelos fabricantes. Figura 34 – Configuração Darlington do transistor bipolar de potência.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved