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Apostila 2006 atual ARQUITETURA, Notas de estudo de Design de Interiores

Descrição

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 08/10/2007

tatiane-freitas-2
tatiane-freitas-2 🇧🇷

4.8

(34)

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Baixe Apostila 2006 atual ARQUITETURA e outras Notas de estudo em PDF para Design de Interiores, somente na Docsity! NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Faculdade de Engenharia Civil SITE DA DISCIPLINA – www.stcecilia.br/projeto Professor Titular Arquiteto Francisco José Carol Professores assistentes Arquiteta Andréa Ribeiro Gomes Arquiteto Fernando José R. Carol SUMÁRIO CRONOGRAMA 03 CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO 04 01 ...........................INSTRUMENTOS DE DESENHO 05 02 .................REPRESENTAÇÃO DE UM PROJETO 11 03 .......................................................COBERTURAS 18 04 .....................................CIRCULAÇÃO VERTICAL 26 05 ......................... LEGISLAÇÃO 41 06 ..............................PROJETO FINAL - Roteiro 53 07 ..........................................................URBANISMO 59 BIBLIOGRAFIA 69 NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 2 NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 5 01 INSTRUMENTOS DE DESENHO INSTRUMENTOS DE DESENHO Disquete 3 ½” Prancheta A3 ou A4 (opcional) Régua “T” ou régua paralela Esquadros de acrílico não graduados 60º e 45 Lapiseira 0.5 e / ou 0.7 mm Minas H / HB Escala Triangular Borracha Durex ou fita crepe Papel manteiga fosco-SEM BRILHO DEFINIÇÕES PLANTA: é o desenho do objeto visto na sua projeção sobre o plano horizontal. PLANTA DO PAVIMENTO: é o corte horizontal feito acima do piso, a distância variável, a fim de mostrar no desenho, todos os componentes do pavimento, como paredes, vãos de portas e janelas, equipamentos fixos e móveis (opcionais), de modo a dar uma perfeita compreensão das divisões, circulação, iluminação e ventilação do pavimento. ELEVAÇÃO / FACHADA: é o desenho do objeto visto na sua projeção sobre um plano vertical. CORTES: são planos secantes verticais para mostrar partes internas do edifício, geralmente não são contínuos. PERSPECTIVA: é o desenho do objeto visto bi-dimensionalmente, isto é, em projeções sobre dois planos verticais ortogonais. PÉ-DIREITO: é a altura livre entre o piso e o teto de um compartimento. ALINHAMENTO: é a linha projetada, marcada ou indicada pela Prefeitura Municipal, para fixar o limite do lote do terreno em relação ao logradouro público. RECUO: é a distância da construção a divisa considerada (recuo de frente, recuo de fundo e recuos laterais direito e esquerdo ou como costuma ser denominado “afastamento lateral direito ou esquerdo”). PROJETO ARQUITETÔNICO: é a solução de um problema de edificação, equacionando com arte e técnica, os elementos fixos e variáveis existentes, visando a obtenção do objetivo desejado, determinado por um programa estabelecido. · Elementos fixos: terrenos / programa / verba / exigências institucionais. · Elementos variáveis: programa / partido arquitetônico / funcionabilidade / estética / volumetria. NIVEL: o sinal gráfico da indicação de nível pode ser: · um círculo dividido em quatro setores iguais (quadrantes), com cheios e vazios alternados, comumente usado em plantas · um triângulo com um vértice apontando a indicação do nível de referência escolhido, comumente usado em cortes. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 6 0.00 0.00 CONVENÇÕES Linhas · Espessuras linha grossa linha média linha fina · Tipos linha visível (traço cheio) linha invisível (traço interrompido) linha de eixo (traços e pontos) Caracterização no projeto, das partes a conservar, a demolir e a construir: LEGENDA CORES A conservar Preta A demolir Amarela A construir Vermelha FORMATO E DIMENSÕES DO PAPEL: o ponto de partida é o formato A0 (leia A zero) que tem 1 m² (um metro quadrado) de superfície e os lados na razão ½. O formato A1 corresponde ao A0 dividido em duas partes e tem 0,50 m² (meio metro quadrado). O formato A2 origina-se da divisão do A1 em duas partes e tem 0,25 m² (um quarto de metro quadrado). SUBDIVISÃO DO FORMATO A0 Dimensões de pranchas com medidas em milímetros 2 A0 1.189 x 1.682 A0 841 x 1.189 A1 594 x 841 A2 420 x 594 A3 297 x 420 A4 210 x 297 A5 148 x 210 NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 7 A2 A3 A4 A1 A4 A0 Concreto Concreto aparente Madeira Terra REVESTIMENTOS / MAMPOSTERIA Chapisco, emboço (massa grossa), reboco (massa fina), massa corrida (acabamento) Cozida, esmaltada, vitrificada, azulejos (lisos ou decorados) – com junta à prumo ou amarrada Naturais, mármore, granito, ardósia, basalto Madeira, compensado, laminados, fórmica, fibrocimento, chapa metálica, alumínio, vidro, fibra Caiação, látex, acrílica, pva, especiais, resinas, vernizes Tecidos / Vidros / Carpetes / Forrações INSTALAÇÕES Hidráulicas Água fria: pvc marrom, galvanizado, ferro Água quente: cobre, pvc especial Esgoto: pvc branco, ferro Proteção contra incêndio: tubo galvanizado, hidrantes, detectores de fumaça, splinkers Água pluvial: pvc branco, ferro, fibrocimento, chapa galvanizada Elétricas Iluminação / Tomadas / Ar condicionado / chuveiro elétrico Telefonia / Intercomunicadores / Lógica / Som / Vídeo / Rádio / Pára- raios ESQUADRIAS DE MADEIRA Batentes Portas Maciças, almofadadas, relhadas, lisas, folhadas, revestidas, especiais Janelas Vidro, veneziana, persiana CAIXILHOS METÁLICOS Contramarcos / Alumínio Portas e Janelas Alumínio anodizado, ferro e chapa galvanizada, vidro / veneziana, persiana / metálica Sistema de abertura De abrir, de correr, basculante, guilhotina, max-ar, pivotante, sanfonada, pantográfica, de enrolar PINTURA Caiação, látex, pva, acrílico, óleo, têmpera, epoxi, borracha clorada VIDROS Lisos, pontilhados, comuns, cristais, temperados, laminados (acabamento: incolor ou transparente, colorido, espelhado) LIMPEZA GERAL DA OBRA / PAISAGISMO Jardim, jardineira, vasos, floreiras NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 10 NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 11 02 REPRESENTAÇÃO DE UM PROJETO REPRESENTAÇÃO DE UM PROJETO De acordo com LEI COMPLEMENTAR Nº 84 DE 06 DE JULHO DE 1993 (ver módulo 05 Legislação), toda construção, reforma, ampliação de edifícios, bem como demolição parcial ou total, efetuadas por particulares ou entidade pública, a qualquer título, é regulada pela presente lei complementar, obedecidas, no que couber, as disposições federais e estaduais relativas à matéria e as normas vigentes da ABNT. O projeto completo de uma edificação compõe-se dos seguintes elementos: I - projeto arquitetônico; II - projetos complementares; III - especificações A representação gráfica dos projetos deve seguir as diretrizes da ABNT, e o projeto arquitetônico do edifício compreende, no mínimo: a) Planta de situação do terreno na quadra, contendo a orientação Norte –Sul e a distância para a esquina mais próxima; b) Implantação da edificação no terreno, na escala adequada, devidamente cotada, com todos os elementos que caracterizam o terreno, suas dimensões, recuos de todos elementos salientes, reentrantes, áreas e poços, além de todo elemento existente no passeio fronteiriço; c) Planta de todo pavimento, na escala adequada, devidamente cotada, com as dimensões dos ambientes, sua destinação e área, vãos de iluminação e ventilação, além da indicação dos níveis dos pisos; d) cortes ou perfis, longitudinais e transversais, que contenham a posição da edificação a ser construída, sua altura e todos os elementos salientes ou reentrantes, a identificação precisa do número de pavimentos, com indicação dos respectivos níveis, e da escada, quando houver; Todas as fachadas distintas do edifício com a respectiva indicação dos materiais a serem utilizados. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 12 Segundo a LEI COMPLEMENTAR Nº 387 DE 13 DE ABRIL DE 2.000 (ver módulo 05) a ocupação do solo fica condicionada a índices urbanísticos definidos a partir do estabelecimento de: I. lote mínimo para efeito de parcelamento; a metragem quadrada do terreno, constante do título de propriedade, deve ser verificada com levantamento topográfico que mostrará a geometria do lote. II. taxa de ocupação máxima do lote, representada pelo percentual da área do lote que pode receber edificação; III. coeficiente de aproveitamento máximo do lote representado pelo número de vezes que sua área pode ser reproduzida em área construída; IV. recuos mínimos que a edificação deve obedecer em relação aos limites do lote e entre edificações no mesmo lote; CORTE OU SEÇÃO São obtidos por planos verticais que interceptam as paredes, janelas, portas e lajes, com a finalidade de permitir esclarecimentos que venham facilitar a execução da obra. As linhas indicando onde devem ser feitos os cortes são traçadas SEMPRE nas plantas do projeto (ver página 12). Se desenharmos a vista do edifício secionado em um plano vertical, teremos um desenho demonstrativo das diferentes alturas de peitoris, janelas, portas, vergas e das espessuras das lajes do piso, do forro, dos detalhes de cobertura e dos alicerces. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 15 VISTA EM CORTE PERSPECTIVADO DA RESIDÊNCIA (sem escala) Quase sempre uma única seção não é suficiente para demonstrar todos os detalhes do interior de um edifício, sendo necessários, no mínimo dois cortes. Por esse motivo, sempre que apresenta-se um projeto, representamos duas seções: LONGITUDINAL E TRANSVERSAL. Deve-se sempre passar um dos cortes por um dos compartimentos ladrilhados, cujas paredes sejam revestidas por azulejos. Indicamos as seções nas plantas por traços grossos interrompidos por pontos e terminados por setas que indicam a situação do observador em relação ao plano da seção. Assinalamos os cortes por letras maiúsculas. As paredes secionadas devem ser representadas tal como aparecem nas plantas. ELEVAÇÃO OU FACHADA Elevação: nome que se dá à representação gráfica das fachadas ou frontispícios dos edifícios. Quando a elevação constitui mera projeção ortogonal chama-se elevação geométrica ou ortográfica. Elevação perspectivada é a que recorre a perspectiva. Fachada: designação de cada face de um edifício. Frontaria ou frontispício é geralmente o nome que se dá à fachada da frente, a que dá para a rua. Na linguagem mais comum, constitui apenas, esse caso, a “fachada principal”. As outras serão denominadas de fachada posterior, ou fachada lateral. O conjunto de fachadas e sua composição plástica darão, em volume, a caráter, a fisionomia do edifício. Essa composição das fachadas é feita através do tratamento do plano, das superfícies, dos cheios e vazios, da modernatura, dos materiais e sua textura e da cor. Com esses elementos o arquiteto trabalha e compõe uma fachada, dando expressão final à criação arquitetônica. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 16 CORTE AA 2,70 m 1,60 2,73 m +0.30COZINHAWC A.SERVIÇO +0.35+0.32 Damos a seguir, a disposição das quatro fachadas de uma construção, relacionando-as com a planta. Notar a aplicação da convenção para os traços nas fachadas. As partes mais próximas do observador são desenhadas com traço grosso. Reduzir a espessura dos traços na medida em que eles estão mais distantes do primeiro plano NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 17 a. serviço cozinha livingdormitório FACHADA PRINCIPAL FACHADA LATERAL ESQUERDA FACHADA LADERAL DIREITA abrigo para auto banho As tesouras comuns são as peças principais das estruturas de madeira e que irão suportar o peso dos elementos da cobertura (telhas) que serão fixados nas ripas, e estas nos caibros que se apóiam nas terças que por sua vez são apoiadas nas pernas (ou empenas) da tesoura. ESFORÇOS QUE ATUAM NOS ELEMENTOS DE UMA TESOURA DE MADEIRA Esquematicamente a figura abaixo mostra esses esforços. Sendo as peças: 1. Empena 2. Escora 3. Linha ou tensor 4. Pendural Temos que as peças 1 e 2 (empena e escora) trabalham em compressão (flexo-pressão) e que as peças 3 e 4 (tensor e pendural) trabalham em tração. Os esforços que atuam em cada peça de uma tesoura, podem ser determinados com o uso do Diagrama de Cremona (da Grafostática) e da fórmula de Euler. A pressão do vento, considerando-se a direção do mesmo inclinada de 10 º em relação a horizontal, pode ser admitida como carga adicional a carga permanente, o que é permitido para pequenas inclinações e uma vez que as águas do telhado, nos casos das telhas francesas e coloniais, têm pequenas inclinações. Peso Próprio Vento Água da Chuva Total Telhas Francesas  = 25 (inclinação) e p = 45% (declividade) 45 kg / m² 62 kg / m² 13 kg / m² 120 kg / m² Telhas Coloniais  = 15 (inclinação) e p = 25% (declividade) 90 kg / m² 45 kg / m² 15 kg / m² 150 kg / m² NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 20 cumeeira pendural escoratiranteterça empena caibro 5 x 16 cm ripa 1 x 5 cm frechal linha ou tensor estribo C/8 C/4 C/4 C/4 1 2 3 4 1/4 1/4 1/4 1/4 TRAÇADO USUAL DOS TELHADOS As águas, panos, sendo de igual inclinação, a solução baseia-se no seguinte teorema: FORMAS USUAIS DOS TELHADOS As linhas principais de um telhado são: Ø Cumeeira.........................................divisor da água horizontal Ø Espigão............................................divisor de água inclinado Ø Água-furtada (ou rincão)..................receptor de água inclinada O telhado de duas águas tem duas empenas ou oitões, isto é, a superfície de apoio (que faz a vez da tesoura) no final da cobertura e formando parte da fachada. Ao projetarmos um telhado devemos nos lembrar de algumas regras práticas: 1. As águas-furtadas (ou rincões) formam ângulos de 45º com as projeções das paredes e saem dos cantos internos. São o encontro de dois planos (águas); 2. Os espigões formam ângulos de 45º com as projeções das paredes e saem dos cantos externos; 3. As cumeeiras são linhas paralelas a uma direção das paredes e perpendiculares a outra direção; NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 21 oitão OITÃO caimento “A interseção de dois planos de igual inclinação é a bissetriz do ângulo formado pelas horizontais de mesma cota dos planos”. cumeeira cumeeira água-furtada espigão espigão Tendo em atenção as 3 regras práticas a, pode-se traçar qualquer projeto de telhado por mais recortado e complicado que seja. A seguir, vários exemplos de traçados (a seta indica o sentido do caimento da água). NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 22 Telhado com 3 águas ELEVAÇÃO 1 ELEVAÇÃO 2 ELEVAÇÃO 3 ELEVAÇÃO 1 ELEVAÇÃO 2 ELEVAÇÃO 3 PLANTA A seguir são apresentados exemplos ilustrados dessas peças para melhor compreensão NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 25 platibanda rufo calha pluvial CORTE ESQUEMÁTICO DETALHE B telha platibanda calha pluvial PLANTA DO TELHADO COM PLATIBANDA DET.B CORTE ESQUEMÁTICO DETALHE A calha pluvial cachorro Condutor descida pluvial beiral telha Beiral PLANTA DO TELHADO COM BEIRAL proj. edif. DET. A Parede Laje Largura do Projeção da Edificação Caimento Alinhamento da Edificação Tesoura Laje Parede Tesoura NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 26 04 CIRCULAÇÃO VERTICAL CIRCULAÇÃO VERTICAL Escadas / Rampas / Elevadores A concentração das construções nas grandes cidades criou exigências de aproveitamento cada vez maior dos terrenos. Assim expandiu-se a construção de edifícios com pavimentos superpostos servidos por uma circulação vertical. ESCADAS 1. Piso é a parte horizontal do degrau (p) 2. Espelho é a parte vertical do degrau, perpendicular ao piso (h) 3. Bocel é a saliência (balanço) do piso sobre o espelho (b) 4. Banzo é a peça ou viga lateral de uma escada 5. Linha de Bomba é a linha de contorno da parte interna de uma escada entre os degraus quando estes fazem um giro de 180º. 6. Bomba é o espaço entre os dois lances da escada. Dados experimentais fizeram concluir que: · A altura recomendável para o espelho de uma escada deve ser no máximo de 0,18 m (dezoito centímetros). · A profundidade recomendável deve ser no mínimo de 0,25 m (vinte e cinco centímetros). Blondell, arquiteto francês, estabeleceu uma fórmula empírica que permite calcular a largura do piso em função da altura do espelho e vice-versa. Esta fórmula é a seguinte: NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 27 2h + p = 0,64 m Onde: h = espelho P = piso a ser determinado 0,64 = constante Patamar ALTURA LIVRE Nos projetos de escada é necessário examinar a altura livre de passagem. Trata-se da distância, medida na vertical, entre o piso do degrau e o teto. Ou seja, a laje intermediária entre um pavimento e o outro. Esta altura nunca deve ser inferior a 2,00 m (dois metros), conforme mostra a figura abaixo. CAIXA DE ESCADA É o compartimento em que a escada é colocada. As suas dimensões dependem do desenvolvimento da escada e, por conseguinte, do pé-direito do edifício. Deve ser amplamente iluminada com luz direta do exterior através de janelas em plano vertical. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 30 Piso superior Piso inferior 2,20 Planta esquemática Sem escala sobe Corrimão Piso Superior Corrimão H = 1,30 Desce REPRESENTAÇÃO As escadas são obrigatoriamente representadas nos cortes e na planta de cada um dos pavimentos. Indicar sempre na planta, com uma seta a direção de subida da escada. Representar também, na planta do pavimento de onde parte a escada, apenas quatro ou cinco degraus com traço cheio, pois se obtém a planta por uma seção feita a mais ou menos um metro do piso. Os degraus acima da seção devem ser tracejados. TIPOS DE ESCADAS A seguir, algumas plantas de escadas de tipos diferentes NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 31 LINHA DE CORTE PARA A PLANTA DO PAVIMENTO SUPERIOR LINHA DE CORTE PARA A PLANTA DO PAVIMENTO TÉRREO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 DESCE 12345678910111213141516 PAVIMENTO SUPERIOR CORREMÃO SOBE PAVIMENTO TÉRREO 12345678910111213141516 CORTE ESQUEMÁTICO DE ESCADA ESCADAS ENCLAUSURADAS OU DE SEGURANÇA Essas escadas devem ser projetadas em edifícios residenciais e comerciais que tenham mais de 5 andares, respeitando o Código de Obras de cada município e devem ser aprovadas pelo Corpo de Bombeiros previamente. À seguir, dois exemplos de escada enclausurada: ESCADA COM ILUMINAÇÃO NATURAL NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 32 0,15 1,20 1,20 8 7 6 5 4 3 2 1 9 10 11 12 13 14 15 16 p p Blondel: 2h+p=0,64 1,20 1,20 0,90 Hall de circulação elevador elevador sem escala S D Corrimão h = 1,30 ELEVADORES Segundo a LEI COMPLEMENTAR Nº 387 DE 13 DE ABRIL DE 2.000 (ver módulo 05) das normas técnicas das edificações em geral, fica estabelecido que: Ø É obrigatória a instalação de, no mínimo, um elevador nas edificações de mais de três pavimentos acima do térreo, e de, no mínimo, dois elevadores, no caso de mais de sete pavimentos acima do térreo. o Na contagem do número de pavimentos não é computado o último, quando de uso exclusivo do penúltimo, ou destinado a dependências de uso comum do condomínio ou, ainda, dependências de zelador. o Os espaços de acesso ou circulação fronteiriços às portas dos elevadores devem ter dimensão não inferior a 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros). o Além destas exigências deve ser apresentado projeto de instalação e cálculo de tráfego, compatíveis com as normas da ABNT. Para o projeto da caixa de elevadores e das casas de máquinas é necessário antes de mais nada, definir a capacidade (lotação da cabina) e a velocidade dos elevadores. Esse cálculo de tráfego deve obedecer a Norma NB-596 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Devem ser consultadas também as empresas fornecedoras dos elevadores. Dimensões mínimas para caixa de elevador para um edifício residencial: NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 35 1,70 0,80 1,70 0,23 PLANTA DO POÇO DO ELEVADOR (Mínimo) Escala 1:25 CONTRAPESO ELEVADOR Dimensões mínimas para casa de máquinas referente a um elevador para edifício residencial PLANTA DA CASA DE MÁQUINAS PARA 01 ELEVADOR Escala 1:50 Dimensões mínimas para casa de máquinas referente a dois elevadores para edifício residencial PLANTA DA CASA DE MÁQUINAS PARA 02 ELEVADORES Escala 1:50 NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 36 1,50 m PCF 0,80m x 2,10m 0,90 m 1,00m 1,00m 1,00m 1,00m proj. do poço do elevador 1,50 m PCF 0,80m x 2,10m 1,50m 1,00m 1,00m1,00m 1,00m proj. do poço do elevador Exemplos de dimensões mínimas verticais para o poço do elevador e casa de máquinas VELOCIDADE MIN. MIN. MIN. m / min. m / s P (mm) Q (mm) H (mm) 60 1,00 1.500 4.500 2.500 75 1,25 1.500 4.500 2.500 90 1,50 1.500 4.500 2.500 105 1,75 1.900 4.500 2.500 120 2,00 1.900 4.500 2.500 PÉ DIREITO MÍNIMO: Espaço Técnico = 1,50 m Casa de Máquinas = 2,50 m NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 37 ÚLTIMA PARADA Casa de Máquinas Q (do piso da última parada ao piso da casa de máquinas mín.= 4,50) 2,10 m T = percurso P Es aço Técnico H (pd mínimo 2,50 m) Para informações detalhadas, projetos definitivos ou cálculos de tráfego é necessário consultar técnicos de empresas especializadas. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 40 05 LEGISLAÇÃO PLANO DIRETOR FÍSICO LEI COMPLEMENTAR N.º 311 DE 23 DE NOVEMBRO DE 1998 QUE INSTITUI O PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO E EXPANSÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE SANTOS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Artigo 1º - Fica instituído o Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana do Município de Santos, cujos princípios básicos são a melhoria da qualidade de vida da população e o pleno desenvolvimento das funções social e econômica do Município, conforme determina a Lei Orgânica. LEI COMPLEMENTAR N.º 312 DE 23 DE NOVEMBRO DE 1998 QUE DISCIPLINA O ORDENAMENTO DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA INSULAR DO MUNICÍPIO DE SANTOS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. LEI COMPLEMENTAR Nº 387 DE 13 DE ABRIL DE 2.000 QUE ALTERA DISPOSITIVOS DA LEI COMPLEMENTAR N.º 312 DE 23 DE NOVEMBRO DE 1998 QUE DISCIPLINA O ORDENAMENTO DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA INSULAR DO MUNICÍPIO DE SANTOS. TÍTULO II - DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO Capítulo III - Dos Índices Urbanísticos e Demais Condicionantes Artigo 18 - A ocupação do solo fica condicionada a índices urbanísticos definidos a partir do estabelecimento de: V. lote mínimo para efeito de parcelamento; VI. taxa de ocupação máxima do lote, representada pelo percentual da área do lote que pode receber edificação; VII. coeficiente de aproveitamento máximo do lote representado pelo número de vezes que sua área pode ser reproduzida em área construída; VIII. recuos mínimos que a edificação deve obedecer em relação aos limites do lote e entre edificações no mesmo lote; Parágrafo único - os imóveis integrantes dos Corredores de Proteção Cultural - CPC, ficam condicionados aos níveis de proteção e aproveitamento específicos detalhados nesta lei complementar. Artigo 19 - No cálculo do coeficiente de aproveitamento do lote em condomínios não serão computadas as áreas de uso comum da edificação tais como garagens, áreas de lazer, zeladoria, circulação, serviços, e as áreas privativas referentes à terraços e jardineiras. Artigo 20 - No cálculo da taxa de ocupação do lote não serão computadas as áreas relativas a beirais de até 1.00 m (um metro) de largura, marquises, circulações externas cobertas e abrigos individuais de autos de passeio quando erigidos em estrutura removível e cobertura leve sem fechamentos laterais, além de terraços quando possuírem área inferior a 20% (vinte por cento) da área do ambiente que lhe dá acesso, bem como elementos arquitetônicos decorativos, tais como jardineiras, pergolados, e caixas de ar condicionado, poços de elevadores e de iluminação, espaço técnico, dutos de ventilação, rampas de autos descobertas e subsolos. Artigo 23 - Define-se como recuo mínimo a menor distância entre o limite da edificação e a divisa do lote, medida ortogonalmente a esta ou a menor distância entre duas edificações. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 41 Artigo 24 - O recuo frontal mínimo exigido é de: I. 25,00 m (vinte e cinco metros) para as vias de trânsito rápido: Rodovia Anchieta, Rodovia dos Imigrantes e Rodovia dos Caiçaras (antiga Piaçagüera); II. 10,00 m (dez metros) para as avenidas Presidente Wilson, Vicente de Carvalho, Bartolomeu de Gusmão e Saldanha da Gama em toda a sua extensão; III. 7,00 m (sete metros) para as avenidas Dona Ana Costa em toda a sua extensão e Conselheiro Nébias desde sua interseção com a Rua Bittencourt até a Av. Vicente de Carvalho; IV. 5,00 m (cinco metros) para as vias públicas não citadas nos incisos anteriores; V. a critério do órgão competente, em função das condições geotécnicas e topográficas, quando localizado na zona dos morros; (...) § 2º - no caso de lotes com mais de uma frente deverão ser observados os recuos frontais mínimos estabelecidos para cada via, exceto quando de esquina, caso em que poderá ser reduzido para 3,00 m (três metros) ao longo da maior extensão, desde que esta não esteja voltada para as vias citadas nos incisos I, II ou III deste artigo (...) § 5º - é permitido o balanço no recuo frontal da edificação, acima do pavimento térreo, com as seguintes dimensões: a) 1,00 m (um metro) quando o recuo frontal for igual ou inferior a 5,00 m (cinco metros); b) 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros) quando o recuo exigido for superior a 5,00 m (cinco metros). Artigo 25 - São admitidas construções no recuo frontal, destinadas aos usos abaixo especificados, desde que: I. ocupem somadas no máximo 25% (vinte e cinco por cento) da área do recuo, limitada pelas divisas e pela projeção máxima da edificação, e respeitada eventual faixa prevista para o alargamento da via para: a) casa de força e medidores; b) guaritas; c) abrigo de gás; d) depósito de lixo; e) portaria; f) circulações externas cobertas. II. Sejam erigidas em estrutura removível, de cobertura leve, sem fechamentos laterais e garantida a iluminação e ventilação naturais da edificação principal para: a) Abrigo de autos de passeio, exclusivamente em residências unifamiliares e casas sobrepostas; b) Abrigo para mesas em restaurantes e atividades de cunho turístico; III. Sejam subterrâneas com altura externa, em relação ao meio fio, máxima de 1,40 (um metro e quarenta centímetros), respeitando eventual faixa prevista para o alargamento da via; NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 42 TÍTULO III - DAS DIFERENÇAS ZONAIS Capítulo I - Da Ocupação e Aproveitamento do Lote ZONA TAXA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO MÁXIMO ZO zona da orla 40% acima de 6 pavimentos 50% até 6 pavimentos 60% até 4 pavimentos (1) 5 x (3) ZI zona intermediária 40% acima de 10 pavimentos 60% até 10 pavimentos (1) 5 x ZCI zona central I 40% acima de 10 pavimentos 85% até 10 pavimentos (2) 6 x ZCII zona central II 40% acima de 10 pavimentos 60% até 10 pavimentos (1) 5 x ZNI zona noroeste I ZNII zona noroeste II ZNIII zona noroeste III 40% acima de 10 pavimentos 60% até 10 pavimentos (1) 4 x ZMI zona dos morros I ZMII zona dos morros II ZMIII zona dos morros III 40% acima de 10 pavimentos 60% até 10 pavimentos 2 x ZP zona portuária 40% acima de 10 pavimentos 85% até 10 pavimentos (2) 5 x ZPP zona de preservação paisagística 5% CPC corredores de proteção cultural De acordo com a Zona e restrições, tendo em vista os níveis de proteção CDRU - corredores de desenvolvimento e renovação urbana A mesma taxa da zona em que estiver localizado 4 x na ZNI 5 x nas ZO, ZI e ZCII (4) (1) Será admitida a taxa de ocupação máxima de 60% nos 4 primeiros pavimentos para os edifícios com mais de 10 pavimentos, desde que sua utilização seja destinada a comércio, prestação de serviços, ou atividades comuns do edifício. (2) Será admitida a taxa de ocupação máxima de 85% nos 4 primeiros pavimentos para os edifícios com mais de 10 pavimentos, desde que sua utilização seja destinada a comércio, prestação de serviços, ou atividades comuns do edifício. (3) Será admitido o coeficiente de aproveitamento máximo até 7 vezes a área do lote, nas construções em substituição a prédios em desaprumo. (4) Será permitido o emprego de adicional oneroso de coeficiente de aproveitamento superior ao permitido na Zona de uso até o limite de 2 vezes a área do lote. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 45 CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO LEI COMPLEMENTAR Nº 84 DE 06 DE JULHO DE 1993 QUE INSTITUI O CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES NO MUNICÍPIO DE SANTOS E ADOTA PROVIDÊNCIAS CORRELATAS. TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO I - DOS OBJETIVOS Artigo 1º - Fica instituído o Código de Edificações que estabelece as normas e os procedimentos administrativos para o controle das obras no Município de Santos. Artigo 2º - Toda construção, reforma, ampliação de edifícios, bem como demolição parcial ou total, efetuadas por particulares ou entidade pública, a qualquer título, é regulada pela presente lei complementar, obedecidas, no que couber, as disposições federais e estaduais relativas à matéria e as normas vigentes da ABNT. (...) TÍTULO II - DAS NORMAS DE PROCEDIMENTO CAPÍTULO I - DOS PROJETOS Artigo 5º - O projeto completo de uma edificação compõe-se dos seguintes elementos: I - projeto arquitetônico; II - projetos complementares; III - especificações § 1º - A representação gráfica dos projetos deve seguir as diretrizes da ABNT. § 2º - O projeto arquitetônico do edifício compreende, no mínimo: a) planta de situação do terreno na quadra, contendo a orientação Norte –Sul e a distância para a esquina mais próxima; b) implantação da edificação no terreno, na escala adequada, devidamente cotada, com todos os elementos que caracterizam o terreno, suas dimensões, recuos de todos elementos salientes, reentrantes, áreas e poços, além de todo elemento existente no passeio fronteiriço; c) planta de todo pavimento, na escala adequada, devidamente cotada, com as dimensões dos ambientes, sua destinação e área, vãos de iluminação e ventilação, além da indicação dos níveis dos pisos; d) cortes ou perfis, longitudinais e transversais, que contenham a posição da edificação a ser construída, sua altura e todos os elementos salientes ou reentrantes, a identificação precisa do número de pavimentos, com indicação dos respectivos níveis, e da escada, quando houver; e) todas as fachadas distintas do edifício com a respectiva indicação dos materiais a serem utilizados. (...) TÍTULO III - DAS NORMAS TÉCNICAS CAPÍTULO I - DAS EDIFICAÇÕES EM GERAL (...) Artigo 28 - O acesso às edificações, às passagens ou corredores, devem ter largura suficiente para o escoamento dos compartimentos ou setores da edificação e atender às seguintes condições: NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 46 I - as portas: a) quando de uso privativo, para acesso à unidade, ter largura mínima de 80cm (oitenta centímetros); b) quando de uso comum, ou coletivo, ter largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros), ou corresponder ao estabelecido em cálculo de fluxo para a lotação do compartimento, de acordo com norma da ABNT; c) quando de acesso a gabinetes sanitários, banheiros e armários privativos, ter largura mínima de 60cm (sessenta centímetros), excetuado quando de uso para deficiente físico, que devem ser de 90cm (noventa centímetros), no mínimo; d) as demais, ter largura mínima de 70cm (setenta centímetros); II - os corredores: a) quando interno às unidades habitacionais, ter largura mínima de 90cm(noventa centímetros); b) quando de uso comum ou coletivo, ter largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros) ou corresponder ao estabelecido através de norma ou legislação sanitária. Artigo 29 - As escadas ou rampas devem ter largura mínima de 90 cm (noventa centímetros) e passagem com altura mínima nunca inferior a 2,00 m (dois metros), salvo disposição contrária existente em norma técnica. § 1º - As escadas e rampas de uso comum ou coletivo e as escadas de incêndio devem ser dotadas de corrimão e obedecer às exigências contidas na NBR 9077. § 2º - Em caso de uso secundário ou eventual, será permitida a redução de sua largura até o mínimo de 60 cm (sessenta centímetros). § 3º - A instalação de elevador em uma edificação não dispensa a construção de escada ou rampa. § 4º - O piso das rampas deve ser revestido com material antiderrapante e obedecer às seguintes declividades máximas: I - 12% (doze por cento) se o uso for destinado a pedestres; II - 25% (vinte e cinco por cento) se o uso for exclusivo de veículos automotores. Artigo 30 - É obrigatória a instalação de, no mínimo, um elevador nas edificações de mais de três pavimentos acima do térreo, e de, no mínimo, dois elevadores, no caso de mais de sete pavimentos acima do térreo. § 1º - Na contagem do número de pavimentos não é computado o último, quando de uso exclusivo do penúltimo, ou destinado a dependências de uso comum do condomínio ou, ainda, dependências de zelador. (...) § 3º - Os espaços de acesso ou circulação fronteiriços às portas dos elevadores devem ter dimensão não inferior a 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros). § 4º - Além destas exigências deve ser apresentado projeto de instalação e cálculo de tráfego, compatíveis com as normas da ABNT. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 47 V - ter compartimentos ou ambientes cujas dimensões não podem ser inferiores aos valores abaixo: a) quando destinados a repouso e estar: área de 20,00m 2 (vinte metros quadrados) relativa à soma de sala e dormitório, quando separados ou juntos, e 6,00m 2 (seis metros quadrados), para cada um dos demais, e forma tal que permita a inscrição de um círculo de diâmetro de 2,00m (dois metros) em cada ambiente; b) cozinhas: área de 4,00m2 (quatro metros quadrados) e forma tal que permita a inscrição de um círculo de diâmetro mínimo de 1,60m (um metro e sessenta centímetros); c) área de serviço: área de 2,50m2 (dois metros e meio quadrados) . § 1º - Não serão computados, para efeito da área dos ambientes destinados a repouso, estar e área de serviço, os trechos que não permitam a inscrição de um círculo de diâmetro inferior a 1,20m (um metro e vinte centímetros). § 2º - É permitido veículo em vaga presa desde que se desloque somente um veículo para que o mesmo tenha acesso à área de manobra. (...) CAPÍTULO III - DAS EDIFICAÇÕES NÃO RESIDENCIAIS (...) Artigo 51 - As dependências destinadas à garagem em geral devem atender às disposições da presente lei complementar que lhes forem aplicáveis, além das seguintes exigências: I - ter pé direito mínimo de 2,30m (dois metros e trinta centímetros); II - não ter comunicação direta com compartimentos de permanência prolongada; III - ter sistema de ventilação permanente. § 1º - As áreas destinadas à garagem em edifícios plurihabitacionais, comerciais ou de serviços devem atender, ainda, às seguintes disposições: I - ter vão de entrada com largura mínima de 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros), quando coletiva; II - ter corredor de circulação com largura mínima de 3,00m (três metros); (...) § 3º - Quando a garagem for construída em pavimento localizado no subsolo deve ser assegurada a perfeita renovação do ar, independente do número de pavimentos, por meio natural ou mecânico. § 4º - Considera-se atendido o disposto no parágrafo anterior quando a área da abertura de ventilação natural corresponder a 5% (cinco por cento) da área do piso. § 5º - Para atender ao disposto no parágrafo 3º , de maneira conjugada, a área de abertura para a ventilação natural corresponderá, no mínimo, a 2% (dois por cento) da área do piso, independente da ventilação mecânica. (...) NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 50 CAPÍTULO V - DAS INSTALAÇÕES PREDIAIS (...) Artigo 58 - Toda edificação deve ser dotada de instalações para abastecimento de água e coleta de esgotos, projetadas e executadas de acordo com as normas da ABNT. § 1º - Todo edifício deve ter reservatório regulador de consumo de água com capacidade de cumulação no mínimo igual ao volume do consumo previsto para 2 (dois) dias, além da reserva para combate a incêndios, quando esta for obrigatória. § 2º - Edifícios de mais de dois pavimentos devem contar com reservatórios inferior e superior, devendo este último ter capacidade mínima de 40% (quarenta por cento) do total estabelecido no parágrafo anterior. (...) Artigo 65 - Fica vedada a instalação de tubo coletor de lixo em edifícios. § 1º - Edifícios com mais de uma unidade autônoma devem prever local para depósito de lixo, com capacidade que permita acúmulo de volume equivalente a 50 (cinqüenta) litros por unidade. (...) Artigo 66 - Toda edificação deve possuir instalação preventiva de combate a incêndio, de acordo com as normas da ABNT e legislação estadual pertinente. (...) TÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS CAPÍTULO I - DAS RELAÇÕES COM A LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO (...) Artigo 96 - Nos edifícios a construir, em zonas onde é obrigatório o recuo frontal, serão permitidos, nesse recuo, os seguintes balanços acima do pavimento térreo. I - de 1,50 m (um metro e cinqüenta centímetros), quando o referido recuo for 7,00 m (sete metros) no mínimo; II - de 1,00 m (um metro), quando o referido recuo for de 3,00 (três metros) no mínimo. Parágrafo Único - Somente serão permitidas saliências em qualquer fachada, além desses limites, para ornamentos, caixas de ar condicionado e jardineiras, até o máximo de 0,30 m (trinta centímetros). NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 51 NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 52 06 PROJETO FINAL - Roteiro 5. PAVIMENTO TÉRREO · hall social com elevador social (pág. 35) e corredor a sua frente de no mínimo 1,50 m; · hall de serviço com elevador de serviço (pág. 35) e corredor a sua frente de no mínimo 1,50m, caixa de escada (enclausurada ou não, de acordo com o partido do projeto págs. 32 e 33); · entrada social do prédio (guarita, acessos, jardim, etc.); · rampa de acesso ao térreo para deficiente físico com inclinação de 10% e largura mínima = 1,20 m (pág. 34); · rampa de acesso ao térreo e subsolo para automóveis com inclinação de 20% e largura mínima de 3,00 m (pág. 34); · apartamento para zelador com aproximadamente 40 m2 composto no mínimo de sala, quarto, cozinha e banheiro (pode ser projetado também no mezanino ou junto com o ático – conforme partido arquitetônico); · depósito de lixo (mínimo 4 m2 ); · centro de medições distante do recuo frontal até 15 m (mínimo 6,00 m²); · depósito para material de limpeza (mínimo 2,00 m²); · vestiário/sanitário para funcionários (mínimo 6,00 m²); · abrigo para botijões de gás com abertura frontal FORA da projeção do edifício (min3,00 m²) (pode ser locado no recuo frontal); · salão(ões) de festas e jogos (opcional); · play-ground / área de lazer de 2,00 m2 por unidade habitacional (ver Art.38 item III pág. 49) · 01 vaga de automóvel por apartamento (mínimo) = 2,50 m por 4,80 m (ver Artigo 38 item II pág. 49 e § 2º pág. 50 e Artigo 51 pág. 50); · projeção no recuo frontal da caixa d’água subterrânea (ver cálculo em ÁTICO pág. 56). 6. SUBSOLO · Subsolo poderá ocupar o espaço total do terreno com exceção do recuo frontal (no caso do terreno ser de esquina, é necessário respeitar os dois recuos) · elevador social (pág. 35) e corredor a sua frente de no mínimo 1,50 m (OPCIONAL); · elevador de serviço (pág. 35) e corredor a sua frente de no mínimo 1,50m; · caixa de escada (pág. 32 e 33); · 01 vaga de automóvel por apartamento (mínimo) = 2,50 m por 4,80 m (ver Artigo 38 item II pág. 49 e § 2º e Artigo 51 pág. 50); · caixa d’água inferior (ver cálculo em ÁTICO pág. 56). 7. MEZANINO (opcional) · hall social com elevador social (pág. 35) e corredor a sua frente de no mínimo 1,50 m · hall de serviço com elevador de serviço (pág. 35) e corredor a sua frente de no mínimo 1,50m, caixa de escada (enclausurada ou não, de acordo com o partido do projeto págs. 32 e 33); · rampa de acesso vindo do térreo para automóveis com inclinação de 20% e largura mínima de 3,00 m (pág. 34); · 01 vaga de automóvel por apartamento (mínimo) = 2,50 m por 4,80 m (ver Artigo 38 item II pág. 49 e § 2º e Artigo 51 pág. 50); · apartamento para zelador com aproximadamente 40 m2 composto no mínimo de sala, quarto, cozinha e banheiro (pode ser projetado na cobertura ou junto com o ático – conforme partido arquitetônico); · salão(ões) de festas e jogos (opcional) · play-ground/área de lazer de 2,00 m2 por unidade habitacional (ver Art. 38 item III pág. 49) NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 55 8. ÁTICO É a parte técnica do edifício composta de: 1º pavimento com: · caixa de escada (enclausurada ou não, de acordo com o partido do projeto págs. 32 e 33); · cobertura social particular ou coletiva (OPCIONAL); · apartamento para zelador com aproximadamente 40 m2 composto no mínimo de sala, quarto, cozinha e banheiro (OPCIONAL); · espaço técnico - local imediatamente abaixo da casa de máquinas onde o técnico faz a manutenção do(s) carro(s) do elevador(es) (págs. 37 e 39) · barrilete - local imediatamente abaixo da caixa d’água onde existe o encanamento de distribuição da água para as unidades habitacionais (págs. 38 e 39) · fechamento do telhado do último pavimento tipo (págs. 19 a 25). 2º pavimento com: · caixa de escada (enclausurada ou não, de acordo com o partido do projeto págs. 32 e 33) · casa de máquinas - local onde fica o motor e guincho de sustentação do(s) carro(s) do(s) elevador(es), deve ter iluminação e ventilação diretas(págs. 37 e 39); · caixa d’água (ver artigo 58 pág. 51) – deve ser dividida em duas partes para a limpeza periódica e seus cantos chanfrados para que não aconteça o acúmulo de impurezas (pág. 38 e 39); CÁLCULO DAS CAIXAS D’ÁGUA É necessário definir o número de pessoas que um edifício plurihabitacional pode abrigar, considerando-se o número de dormitórios de cada apartamento inclusive o dormitório de empregada e apartamento do zelador: 1 dormitório = duas pessoas 2 dormitórios = três pessoas 3 dormitórios = cinco pessoas 4 dormitórios = sete pessoas 5 dormitórios = nove pessoas etc. Para uso comercial adota-se: q sala de área = 14,00 m² será equiparada a um dormitório q sala de área superior a 14,00 m², terá seus índices calculados na base de um habitante por 7,00 m² ou fração. CÁLCULO DA CAPACIDADE DAS CAIXAS D´ÁGUA 1. n.º de habitantes por aptº x n.º de aptos por andar x n.º andares + 2 habitantes zeladoria = USUÁRIOS 2. USUÁRIOS x 200 litros x 2 dias (sem água) = CAPACIDADE TOTAL DAS CAIXAS D’ÁGUA 3. Caixa d’água superior = 40% da capacidade total + 10.000 de segurança (incêndio) Caixa d’água inferior = 60% da capacidade total NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 56 DENSIDADE DEMOGRÁFICA N.º de habitantes do edifício : área total do lote = habitantes por metro quadrado 9. ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO Todo compartimento deve ter, em plano vertical, ao menos uma abertura para o exterior. Essas aberturas devem ser dotadas de persianas ou dispositivos que permitam a renovação do ar. Nos compartimentos destinados a dormitórios, não será permitido o uso de material translúcido, pois é necessário assegurar nesse compartimento sombra e ventilação simultaneamente. As áreas dessas aberturas serão proporcionais às áreas dos compartimentos a iluminar e ventilar, e variáveis conforme o destino dos cômodos. Os vãos de janelas deverão ter: · 1/6 (um sexto) da superfície de cada compartimento de utilização transitória (copa/cozinha, banheiros etc.) quando derem para áreas abertas ou diretamente para o exterior. Pôr exemplo: uma cozinha de 2,00 m x 3,00 m, tem 6,00 m², logo não poderá ter janelas cuja área seja menor que 1/6 de 6,00 m², ou seja 1,00 m². · 1/5 (um quinto) para áreas de permanência prolongada (salas, dormitórios etc.) quando derem para áreas abertas ou diretamente para o exterior. Pôr exemplo: uma sala de 2,50 m x 4,80 m, tem 12,00 m², logo não poderá ter janelas cuja área seja menor que 1/5 de 12,00 m², ou seja 2,40 m². Em hipótese alguma serão permitidas aberturas destinadas a ventilar e iluminar com áreas inferiores a: · 1,20 m2 para áreas de utilização prolongada · 0,60 m2 para áreas de utilização transitória. As janelas devem, se possível, ficar situadas no centro das paredes, por uma questão de equilíbrio na composição interior. Quando houver mais de uma janela em uma mesma parede, a distância recomendável entre elas deve ser menor ou igual a 1/4 (um quarto) da largura da janela, a fim de que a iluminação se torne uniforme. Com janelas altas consegue-se iluminar melhor as partes mais afastadas da abertura. Quanto à iluminação e à ventilação, e iluminação artificial e indireta, SEMPRE consultar o Plano Diretor Físico, Código de Edificações, Código de Posturas do Município de Santos (resumo págs. 39 a 49) ou na íntegra no site http://www.santos.sp.gov.br TABELA DE DIMENSIONAMENTO MÍNIMO PARA VÃOS DE PORTAS Altura mínima livre 2,00 m Uso privativo para acesso a unidade 0,80 m Uso comum/coletivo ou de acordo com norma da ABNT 1,20 m Acesso a gabinetes sanitários, banheiros e armários privativos 0,60 m 0,90 m p/ def. físico Demais 0,70 m Para detalhes consultar NBR 6492 - Representação de projetos de arquitetura NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 57 As primeiras manifestações de arranjo do solo aconteceram nas sociedades agrícolas que são os mais primitivos agrupamentos humanos. Com o arado o homem traçou as primeiras linhas sobre a superfície do solo, estabelecendo as divisões das parcelas, mais ou menos retangulares em sua forma mais rudimentar da divisão do uso do solo. Nas áreas de transbordamento dos rios Nilo, Tigre e Eufrates, era necessário uma remarcação do solo para sua reutilização, esse é o mais antigo conhecimento que se tem da divisão do solo. Talvez a trama retilínea de divisão dos terrenos tenha originado a disposição que se encontra na maioria dos traçados das cidades de hoje. Como conseqüência, para a circulação transversal, surgiu o traçado em xadrez usado desde os primeiros tempos até a atualidade. Um traçado tão antigo quanto o reticular é o circular, originário das cercas de proteção feitas pelos pastores ao seu gado, o círculo é a fórmula ideal de abranger o máximo de terreno com o mínimo de cerca. O traçado reticulado é originário do agricultor e o circular do pastor. Os agrupamentos humanos desde os tempos primitivos eram protegidos por vedação circundante em forma aproximadamente circular, que posteriormente evoluíram para as muralhas fortificadas, construídas geralmente em torno do cume de uma colina ou em ilhas sempre com a finalidade de proteção. A derivada imediata da forma circular das aglomerações humanas foi a RADIOCÊNTRICA, que partindo do circular, por um crescimento extrínseco pelas rotas radiais, aumentando as áreas em forma de cunha entre as zonas radiais. As cidades fortificadas desenvolveram em torno de suas portas de ingresso, pequenos agrupamentos que cresciam e requeriam a construção de uma nova muralha, e esse fenômeno se repetia ao longo do tempo, obrigando a construção de uma nova muralha circundante assim aconteceu em Atenas, Roma, Paris, Viena etc. CIDADES GREGAS Obedecem ao esquema geomórfico, isto é, desenvolviam-se obedecendo a topografia. Atenas cresceu em torno da Acrópole – cidade fortificada situada no topo de uma elevação. Com o aparecimento de outras células em volta e abaixo dos muros, foram executados outros muros fortificados, abrangendo essas células irregulares de crescimento espontâneo. Para as novas cidades os gregos propunham o sistema reticulado recomendado pelo Legislador Hipodamus de Mileto, no século V a.C. Essa inspiração talvez tenha origem na Babilônia, que utilizava as praças abertas e o traçado das ruas em xadrez. Os gregos imaginavam as cidades como áreas de dimensões finitas, dentro do alcance da visão humana, e politicamente manejáveis, com até 10.000 habitantes. A Ágora, originariamente praça do mercado, polo de irradiação da cidade foi se transformando em espaço cívico. Nela os gregos discutiam seus problemas e votavam suas leis. As portas eram cercadas por muralhas, com a Ágora situada longe do porto. Quando a cidade atingia sua dimensão considerada máxima, determinada pela capacidade de áreas calculáveis existentes no entorno, terminava o crescimento dessa cidade e surgia outra chamada “neópolis” não muito longe daquela que passava a chamar-se “paeleópolis”. Preocupavam-se com a relação com o homem, a natureza e topografia; utilizavam o módulo, baseado no tamanho da coluna, que dava a proporção para todos os outros elementos das ordens (dórica, jônica e corintia) arquitetônicas. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 60 CIDADES ROMANAS Enquanto a preocupação das cidades gregas era o seu sentido finito, os romanos preocupavam-se com o sentido de grandiosidade e de organização política e militar. O Fórum romano cumpria praticamente as mesmas funções da Agora na Grécia. A escala da arquitetura grega era a humana enquanto a romana era a heróica. Organizavam suas cidades com o sentido militar de defesa; as cidades eram reticuladas, encerradas em muros de proteção. Primeiro se construíam os muros, os edifícios vinham depois. Tradicionalmente utilizavam um arado na cerimônia de demarcar os muros, rememorando simbolicamente as origens da forma retilínea da cidade. Os romanos dando ênfase ao traçado da cidade introduziram a idéia de via principal e secundária. As duas vias principais da cidade, cruzando em ângulo reto, chamavam-se “cardo” e “decumanos”, e dividiam a cidade em quatro quartos. Os romanos foram grandes engenheiros, dotavam as cidades de uma infra-estrutura adequada, permitindo que as cidades crescessem sem limites. Roma no século IV possuía 1 milhão de habitantes. Construíram grandes aquedutos para o transporte de águas para a cidade, aperfeiçoaram o sistema de construção de arcos, abóbadas e cúpulas e construíram em Roma o sistema de esgotos mais amplo do mundo antigo – a Cloaca Máxima. Além disso, introduziram o sistema de pavimentação nas estradas e vias públicas. Roma em si cresceu espontaneamente e mesmo com essa infra-estrutura era uma cidade boa para morar somente para os ricos e nobres, porque na periferia não existiam melhoramentos urbanos. CIDADES MEDIEVAIS A decadência do poderio romano permitiu que numerosos acampamentos militares em toda a Europa se transformassem em núcleos de novas cidades. Muitas das fortalezas militares deram surgimento a cidades fortificadas e núcleos urbanos. Com a queda do Império Romano no ocidente, a Europa dominada pelos bárbaros, houve o esvaziamento das cidades. Roma passou a 20.000 habitantes na época de Carlo Magno. Os mosteiros, que eram em si como uma cidade, atuavam como pólos de atração das artes e ciências, também atuaram como núcleos de novas cidades. Os mosteiros eram de um modo geral de traçado retilíneo, dando origem a cidades reticuladas, enquanto as cidadelas geralmente construídas em elevação eram rodeadas por muros circulares dando na sua expansão o modelo radiocêntrico. A expansão das cidades com mosteiros ou castelos como núcleo, também se expandiram no modelo radiocêntrico ou geomorfológico. À semelhança das cidades gregas, as cidades medievais primitivas eram pequenas, de dimensões finitas e não se expandiam além dos limites que eram definidos pela área concreta de terreno suficiente para atender o sustento da população dependente. A expansão da cidade se dava com a construção de novas muralhas, a segurança do cidadão medieval dependia da resistência das muralhas e dos diversos grêmios que existiam na comunidade. A primeira característica da formação da cidade é a criação do mercado, que somente aparece quando da criação de artesanatos diferentes, superando a fase de cultivo para subsistência. O mercado das cidades medievais passou a ser lugar de reuniões semelhante a Ágora (grega) ou o Forum (romano). O desenvolvimento era espontâneo, resultando ruas sinuosas, sendo os pontos focais o mosteiro, o castelo, o mercado, a igreja ou edifícios dos grêmios. Muito embora a planta de uma cidade medieval se apresente normalmente como um labirinto em forma lógica, o traçado das ruas era na realidade muito funcional. As cidades medievais não possuíam diferenciações de tipos de vias públicas por não necessitarem. Com o crescimento do tráfego foram se definindo as vias mais favoráveis. A ligação da porta de ingresso (muralhas) até a praça principal é reta e adequada. O traçado reticulado era usado em postos avançados que posteriormente vieram a se desenvolver em cidades, como a cidade de Monzapier construída em 1.284 na França. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 61 CIDADES RENASCENTISTAS Leon Battista Alberti foi talvez o principal teórico de “Arquitetura e Urbanismo” do início do Renascimento. No seu livro “De Architectura” dá a conhecer as primeiras experiências urbanísticas no mundo e apresenta novas idéias. Como urbanista, projeta cidades ideais com planta em forma de estrela, com ruas que irradiam desde o centro onde se situa a igreja ou o castelo, e o perímetro murado e fortificado. Muitos arquitetos seguiram esta proposta com variantes diversas. Já havia a preocupação de melhorar as cidades quanto a circulação, a salubridade e a defesa, como aconteceu em Milão, Bolonha, Siena, Ferrara e Roma. Leonardo Da Vinci impressionou-se com a imundice e insalubridade da cidade de Milão, e projetou obras de urbanização e propôs a construção de cidades satélites em torno de Milão para abrigar trabalhadores. A reforma renascentista de Roma, deve-se ao Papa Xisto V, que incumbiu o arquiteto Domênico Fontana de projetar a melhoria do sistema viário de Roma. Fontana valorizou os pólos de interesse sobre as colinas, colocando neles obeliscos do Império Romano, melhorando as ligações entre eles, não só na circulação, mas também criando pontos focais com esses obeliscos, valorizando as perspectivas. Esses conceitos urbanos não tardaram a chegar a França e Inglaterra, cujas principais cidades estavam expandindo-se rapidamente. A praça do Renascimento é um dos elementos urbanísticos por excelência. Surgiram diversas teorias, uma delas a da proporção, não deveriam ter o comprimento muito maior que a largura, as estátuas deveriam ser colocadas em pedestais bem altos para que fossem vistas silhuetas contra o céu. As praças quando muito extensas deveriam ter fontes para diminuir a extensão do interesse. No Renascimento os jardins foram tratados como o prolongamento das habitações nobres. Vila e jardim era um binômio correspondente a Palácio e Praça da Cidade. Na Itália, os jardins não eram geralmente grandes, estavam condicionados ao clima e a topografia montanhosa, resultando jardins em terraços, também climaticamente mais fáceis de serem tratados. Na França os primeiros jardins seguiram esta sistemática, mas com a natureza exuberante e clima mais ameno no verão, e topografia mais suave conduziu ao traçado de jardins mais elaborados e mais extensos. A nobreza francesa, muito amiga da caça, resolve abrir grandes claros retilíneos nos bosques para facilitar a movimentação na caça. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 62 MESOPOTÂMIA 3.000 a.C. / 500 a.C. Rios Eufrates e Tigre, ladrilho, isolamento térmico–hidrófugo, Zigurates, mausoléu, Babilônia, mosaico, vitrificado – esmalte colorido. ROMANA 900 a.C. / 400 d.C. Engenharia, mamposteria, revestimento, pedra, arco, abóbada, cúpula, anfiteatro, aquedutos, viadutos, Circo Máximo, cloacas, termas, estradas, Fórum de Roma, castrum (Cardo e Decumano), escala heróica, Pantheon NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 65 Remanescente de um grande Zigurate, Ur Projeto de reconstrução do Zigurate, Ur Coliseu, Roma, Itália BIZANTINA 500 a.C. / 1.100 d.C. Tempo de Santa Sofia de Constantinopla, ladrilho vitrificado ROMÂNICA 1.000 d.C. / 1.200 d.C. Pedra, arco, canhão corrido, cruzeiro, naves, monastérios, feudos: castelos / igrejas / peregrinações (Santiago de Compostela), rosáceas, iluminação, Torre de Pisa GÓTICA 1.200 d.C. / 1.300 d.C. Ogiva, abóbadas com nervuras, altura, arcobotantes, iluminação / vitrais (Notre Dame de Paris, Catedral de Colônia), Reims NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 66 Santa Sofia, Constantinopla. Batistério, Catedral e Campanário, Pisa, Itália Notre Dame, Paris, França RENASCIMENTO 1.350 d.C. / 1.650 d.C. Pedra, naturalismo, gênios (Michelângelo), Basílica de São Pedro no Vaticano BARROCO 1.580 d.C. / 1.800 d.C. Combinou de forma nova elementos clássicos e renascentistas, tais como colunas, arcos e capitéis. Elementos curvos, impetuosos, tomavam o lugar de elementos retangulares e harmônicos. O interesse pela harmonia entre prédios e ambiente conduziu a uma ênfase maior com relação ao planejamento da cidade e ao traçado das paisagens em grandes jardins Áustria, Espanha e América Latina. Na França, predominou um estilo mais clássico e ordenado. Entre os melhores arquitetos que desenvolveram o barroco, estão os italianos Gian Lorenzo Bernini e Francesco Borromini e no Brasil, Aleijadinho. NOÇÕES DE ARQUITETURA E REPRESENTAÇÃO GRÁFICA-Faculdade de Engenharia Civil Atualizada em Dezembro/2005. 67 Basílica de São Pedro, Vaticano Desenho de Michelangelo da Fachada
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